Dilma Rousseff, disse ontem que pretende, se eleita, ter Luiz Inácio Lula da Silva a seu lado como conselheiro e condutor das reformas tributária e política.
Em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, a petista fez questão de pontuar as diferenças com seus adversários tucanos e rebatêlos, mas chegou a reconhecer a possibilidade de uma aproximação com o PSDB, caso a sigla deixe de ser uma “oposição raivosa” e com pretenção de “destabilização do governo”.
— Vou querer que o presidente me ajude a aprovar reformas importantes, que participe com seus conselhos — disse, afirmando que Lula terá discernimento para não fazer qualquer “interferência”.
— Nos últimos cinco anos e meio, coordenei todos os programas do governo Lula, que tem 76% de aprovação. Concordo, eu não tenho experiência eleitoral. Penso se isso não é uma vantagem em um quadro em que existe tanto desgaste da atuação política.
A presidenciável não foi muito receptiva à sugestão de uma “aproximação com o PSDB”, mas não rejeitou a hipótese.
— Se a oposição não for raivosa, nem uma oposição que de uma forma ou de outra queira desestabilizar o governo, acho que se pode governar com todos os partidos, se quiserem. Mas não se pode impor isso, porque vivemos numa democracia.
Em diversos momentos, Dilma fez questão de ressaltar a diferença entre o governo Lula e seu antecessor, e assumiu novamente o adjetivo “afunhanhado” para descrever a “situação de estagnação, desemprego e desigualdade”.
Mas chegou a esboçar um reconhecimento à atuação da gestão FHC, sem citá-lo, sobre o controle infacionário.
— Acredito que temos diferenças. Mas entendo o imenso esforço feito para sair da inflação.
Sobre propostas do PT, como o imposto sobre grandes fortunas, afirmou:
— Essa é uma questão que, para ser aprovada no Brasil, demandaria uma imensa energia política. Estamos em uma fase muito importante de aumento da competitividade. Nesse momento, vamos ter que falar sobretudo de redução de impostos sobre investimento.
A petista também negou que o “controle social da mídia” seja uma proposta de limitação da liberdade de imprensa.
— A liberdade de imprensa não tem que ter controle nenhum.
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