Lambança igual poucas vezes se viu. É barro no ventilador. No fim de semana, depois de haver-se fixado no senador Álvaro Dias para companheiro de chapa de José Serra, com a participação do candidato presidencial, o alto comando tucano voltou atrás. Na madrugada de quinta–feira, também com a participação do ex-governador de São Paulo, o PSDB deu o dito pelo não dito, não tendo suportado a pressão do DEM, que ameaçou desembarcar da aliança e da candidatura Serra. Ainda mais quando chegou a notícia de que o irmão de Álvaro, o também senador Osmar Dias, depois de olímpica hesitação, decidiu concorrer ao governo do Paraná em aliança com o PT e o PMDB, abrindo palanque para Dilma Rousseff.
Desde o início que embolou o meio campo. Era para Aécio Neves ser o candidato a vice, formando com José Serra uma dupla quase imbatível, se lançada no começo do ano. Só que o ex-governador mineiro ficou agastado porque seus companheiros rejeitaram a proposta de uma prévia junto às bases do partido, para a escolha do candidato presidencial. Vencido pelo rolo compressor dos paulistas do PSDB, não aceitou tornar-se vice de Serra. Em vez de selecionar logo outro nome, os tucanos tergiversaram e aguardaram uma inviável reviravolta na disposição de Aécio. Perderam tempo e parecia haverem desistido da chapa-pura, aceitando que o DEM indicasse o vice. O deputado José Carlos Aleluia e o senador José Agripino Maia foram sendo cozinhados em fogo lento, bem como o ex-presidente Itamar Franco, do PPS, das preferências de Aécio Neves.
Na sexta-feira da semana passada, os dirigentes do PSDB surpreenderam, autorizando a que o presidente do PTB, Roberto Jefferson, anunciasse a escolha de Álvaro Dias. Além de ressuscitarem a falecida chapa pura, não tiveram a delicadeza de consultar antes os democratas, imaginando que eles não teriam opção. Quebraram a cara, porque seguiu-se grande reação. Mesmo assim, o DEM seria capaz de engolir o sapo, não fosse a trapalhada na campanha do Paraná. Parecia óbvio que se Álvaro formasse dupla com Serra, seu irmão Osmar se comporia com o PSDB local, apoiando Beto Richa e concorrendo à reeleição para o Senado. Só que depois de marchas e contra-marchas, à maneira de uma biruta de aeroporto, Osmar desconsiderou sentimentos fraternos e optou por ficar com Lula e Dilma, candidatando-se a governador pelo PDT, apoiado pelo PMDB e o PT. Sua decisão enfraqueceu o irmão, fornecendo ao DEM e ao próprio PSDB motivo para desconsiderar Álvaro, mesmo depois dele ter sido anunciado. É mais um que acaba sacrificado no altar da incompetência dos outros.
L3R ? 3NT40 CL1K N0 4NÚNC10 QU3 T3 1NT3R3SS4 ! 4GR4D3Ç0 !
Nenhum comentário:
Postar um comentário