Farinha no ventilador


por Carlos Chagas
Lambança igual poucas vezes se viu. É barro no ventilador. No fim de semana, depois de haver-se fixado no senador Álvaro Dias para companheiro de chapa de  José Serra, com a  participação do candidato presidencial, o alto comando tucano voltou atrás.  Na madrugada de quinta–feira,  também com a participação do ex-governador de São Paulo, o  PSDB deu o dito pelo não dito,  não tendo suportado  a pressão do DEM, que ameaçou desembarcar da aliança e da candidatura Serra.    Ainda mais quando chegou a notícia de que o irmão de Álvaro, o também senador Osmar Dias, depois de olímpica hesitação, decidiu concorrer ao governo do Paraná em aliança com o PT e o PMDB, abrindo  palanque para  Dilma Rousseff.


Desde o início que embolou o meio campo.  Era para Aécio Neves ser o candidato a vice, formando com José Serra uma dupla quase imbatível,  se lançada no começo do ano. Só que o  ex-governador mineiro ficou  agastado porque seus companheiros rejeitaram a proposta de uma prévia junto às bases do partido, para a escolha do candidato presidencial. Vencido pelo rolo compressor dos paulistas do  PSDB, não aceitou tornar-se vice de Serra. Em vez de selecionar logo outro nome, os tucanos  tergiversaram  e aguardaram  uma inviável reviravolta na disposição de Aécio. Perderam tempo e parecia haverem desistido da chapa-pura, aceitando que o DEM indicasse o vice. O deputado José Carlos Aleluia e o  senador José Agripino  Maia foram sendo cozinhados em fogo lento, bem como o ex-presidente Itamar Franco, do PPS, das preferências de Aécio Neves.



Na  sexta-feira da semana passada, os dirigentes do PSDB surpreenderam, autorizando a que o presidente do PTB, Roberto Jefferson, anunciasse a escolha de Álvaro Dias. Além de ressuscitarem a falecida chapa pura, não tiveram a delicadeza de consultar antes os democratas, imaginando que eles não teriam opção. Quebraram a cara, porque seguiu-se grande  reação.  Mesmo assim, o DEM seria capaz de engolir o sapo, não fosse a trapalhada na campanha do Paraná. Parecia óbvio que se Álvaro formasse dupla com Serra, seu irmão Osmar se comporia com o PSDB local, apoiando Beto Richa e concorrendo à reeleição para o Senado.  Só que depois de marchas e contra-marchas, à maneira de uma biruta de aeroporto, Osmar desconsiderou sentimentos  fraternos  e optou por ficar com Lula e  Dilma,   candidatando-se a governador pelo PDT, apoiado pelo PMDB e o PT. Sua decisão enfraqueceu o irmão, fornecendo ao DEM e ao próprio PSDB motivo para desconsiderar Álvaro, mesmo  depois dele ter sido anunciado. É mais um que acaba sacrificado  no altar da incompetência dos outros.


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