Golpismo midiático



A direita pode levar a multidão às ruas, como eu vi em Caracas
A velha imprensa brasileira e a oposição ao governo Lula  passaram anos assombrando o país com o fantasma da “venezuelização”. O risco, diziam, era Lula adotar a tática do confronto – como Hugo Chavez.
Lula manteve-se impávido. Não confrontou. E apanhou durante 8 anos.
Agora, diante da iminência da derrota, a venezuelização” ressurge. Pela direita. A velha mídia e a oposição é que passam a adotar a tática golpista da oposição venezuelana. O tom é o mesmo.
A consequência - cá, como lá –  pode ser o povo na rua. Estive duas vezes em Caracas, e vi como as provocações da direita midiática só servem para mobilizar os chavistas. É um clima ruim para o país, desagregador.  
Quem escreve sobre isso é Vinicius Wu, na  “Carta Maior”.
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Velha Mídia quer “venezuelizar” o Brasil

por Vinicius Wu 

“Ressurge a Democracia! Vive a Nação dias gloriosos“

Trecho do Editorial de “O Globo” de 1 de abril de 1964.


No sombrio despertar das ditaduras latino-americanas, ditadores jamais se apresentaram enquanto tal. Golpistas jamais aplicam “golpes”. Na pior das hipóteses adotam “medidas extremas” para salvaguardar a democracia, a liberdade e, em casos mais graves, o “sagrado” direito à propriedade. Esta foi uma das “inovações” mais bizarras das ditaduras que emergiram no contexto da guerra-fria. Não é por acaso que até hoje, nos círculos saudosistas do regime militar, o golpe que depôs o Presidente eleito João Goulart seja saudado como “Revolução Redentora”.
De acordo com esta narrativa, as prisões, as torturas, o silêncio imposto à livre manifestação do pensamento e a perseguição política não foram mais do que gestos em defesa da “liberdade”. Até aí nada de novo. Porém, deve causar inquietação entre as forças democráticas no Brasil de hoje o ressurgimento desta retórica com uma força perturbadora ao longo das ultimas semanas.
Alguns dos principais jornais do país estão, há algumas semanas, trabalhando diariamente para imputar ao Presidente Lula a pecha de “ditador” e qualificar a eventual vitoria de Dilma como uma ameaça à democracia.

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