A lógica de Merval

Merval Pereira, jornalista e articulista da Globo afirma que a campanha tucana cometeu um erro estratégico ao solicitar ao TSE a cassação da candidatura de Dilma Rousseff, permitindo assim que a campanha petista possa afirmar que a gritaria sobre o sigilo esconde uma vontade de “tapetão”.
Não é estranho?
Serra faz uma demonstração pública clara que seu objetivo com suas acusações é provocar a impugnação de sua rival, favorita nas pesquisas, e o jornalista Merval o acusa de não ter sabido ocultar suas intenções.
O Tribunal Superior Eleitoral arquivou o pedido do PSDB, por que não há evidências de que o episódio tenha provocado danos à disputa eleitoral e não há provas de que a petista está envolvida nas violações de sigilo.
Ou seja, na opinião do tribunal as acusações de José Serra são sem fundamento. A justiça dá razão às exigências feitas pela campanha petista que rejeitou as acusações do tucano e o desafiou a apresentar as provas.
O delito cometido por Serra é o de injúria e visa a provocar danos à disputa eleitoral, tumultuando o processo democrático e visando um ganho eleitoral na exploração de um fato criminoso.
Qual é a reação de Merval sobre a decisão do Tribunal Superior Eleitoral?
A de levantar suspeitas sobre a lisura do tribunal e afirmar que sendo previsível, o PSDB cometeu um erro ao se remeter a ele para o julgamento.
O próprio jornal que emprega Merval Pereira, O Globo, publica hoje na sua coluna Panorama Político que “O PSDB decidiu apostar no escândalo da quebra de sigilo na Receita Federal para tentar alterar o rumo da eleição presidencial. O alvo são os 33% de indecisos, apontados na pesquisa espontânea Datafolha do dia 26. Os tucanos trabalham com três objetivos: 1. Vincular o caso ao cotidiano da maioria dos eleitores; 2. Apresentar José Serra como vítima de forças escusas; 3. Colocar as digitais do PT no caso, a exemplo dos aloprados de 2006″.
Corroborando indiretamente esta “tentativa de alterar o rumo da eleição presidencial”, Serra diz que em janeiro alertou Lula sobre os ataques e sobre a hipótese de violação de sigilo de sua filha. Mas aguardou até fim de agosto para denunciar o caso. Apesar da gravidade do que veio a definir como a manifestação de um processo de destruição das instituições democráticas, Serra aguardou 8 meses para reagir e fazer do assunto o principal objeto de sua campanha eleitoral. Não solicitou providências da PF, nem sequer do MP e da polícia estadual, apesar de ser ainda governador do Estado. Nenhuma demanda de abertura de inquérito, nenhum processo na justiça. Nada!
Estranho caso de omissão, não?
Em 2009, Serra não tinha sido ainda escolhido como o candidato do PSDB e disputava com Aécio a designação. O clima entre eles não era nada amigável, mas isso não autoriza ninguém a afirmar que seu rival mineiro seja o mandante da violação do sigilo. Várias informações publicadas dão conta do fato que as copias dos documentos circularam pelas mãos de vários jornalistas em aquele período.
Qual é a reflexão de Merval sobre isso tudo?
“A não aceitação da denúncia, no entanto, não transforma o malfeito — na definição de Dilma Rousseff — em bem-feito, nem reduz a gravidade da situação”, afirma imperturbável. Ela desnuda, porém, a acusação sem fundamento, nem prova. A existência de um delito não é o objeto da gritaria tucana, que conviveu e convive muito bem rodeada deles. A algazarra dos tucanos visa acusar Dilma e o PT do delito. O TSE não achou indício algum disso.
Assim sendo, só resta então a palavra de José Serra. Se ele afirma que o sigilo fiscal de sua filha foi violado por ordem de Dilma e de sua campanha, para prejudicá-lo eleitoralmente, a acusação prescinde de qualquer prova.
Ela é sentença e não cabe recurso.
Merval Pereira empresta sua pena para essa mascarada que visa a toler o resultado das urnas. O maior perigo para qualquer democracia é de desrespeitar a soberania do povo.
Desde o começo da campanha eleitoral, e de diversas formas e maneiras, essa foi a obsessão de José Serra.
Como manipular, desviar e impedir que o desejo de continuidade do povo brasileiro se expresse na eleição democrática da candidata de Lula e do PT.
No desespero e após ter fracassado na tentativa do estelionato eleitoral, o recurso ao “tapetão”.
O TSE rejeitou a tentativa.
O “erro estratégico” consiste em menosprezar as instituições democráticas do Brasil e também em pensar que o povo é bobo.

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