Um milhão de brasileiros saíram da linha de pobreza e três milhões ascenderam à classe média apenas no ano passado, segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas baseado na mais recente Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicílio que o IBGE divulgou nesta semana. O estudo informa também que a parcela de brasileiros que integram a classe média cresceu de 49,2% da população, em 2008, para 50,5% no ano passado e agora reúne 94,9 milhões de pessoas.
“Isto significa que a nova classe média brasileira pode decidir uma eleição sozinha e passa a ser a classe com maior número de consumidores”, afirmou o coordenador do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, Marcelo Néri.
De acordo com o levantamento, 29 milhões de pessoas entraram na classe C, de 2003 a 2009. O crescimento foi de 34,3%. Já a classe B aumentou 38,5% enquanto a classe A cresceu 40,9%.
O estudo divide as classes econômicas de acordo com a renda domiciliar por pessoa: até R$ 705 (classe E), entre R$ 706 a R$ 1.125 (D); R$ 1.126 a R$ 4.854 (C); R$ 4.855 a R$ 6.329 (B); e a partir de R$ 6.330 (classe A).
“Em seis anos, 35,6 milhões de pessoas foram incorporadas às classes A, B e C, o que equivale a mais da metade da população de um país como a França. Desse total, 10% foram registrados no ano passado, que foi o ano da crise”, explicou Marcelo Néri. Ele definiu o período 2008/2009 como ano de crise para as elites, mas não para as estatísticas sociais.
Em 2009, o Produto Interno Bruto decresceu 0,2%, mas a renda média da população aumentou 2,04% e a das pessoas da classe C cresceu mais de 7%.
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