Tolerância desmedida
De repente, os Estados Unidos resolveram fazer exame de consciência e reconhecer terem sido tolerantes durante décadas com os ditadores do Oriente Médio e adjacências. Indagam-se, contritos, como foi possível tanta complacência? Por décadas aceitaram Mubarak, Kadafi e quantos outros sheiks de nomes impronunciáveis, sem esquecer no passado o Xá da Pérsia e Saddam Hussein, enquanto aliado.
Trata-se de puro farisaísmo, porque esses montes de ditadores fizeram o jogo econômico e político dos americanos, sendo não apenas tolerados, mas cortejados e estimulados. Mais ou menos como aconteceu na América do Sul e na América Central no tempo dos generais-presidentes.
Se é para valer esse arrependimento, então torna-se preciso que sigam adiante, se tiverem coragem, que não tem sempre que estão em jogo seus interesses. O que é a China, senão uma ditadura, em certos aspectos até mais dura do que nas areias do deserto? A própria Rússia, onde Wladimir Putin age como csar, ora presidente, ora primeiro-ministro. O Paquistão é aliado? Então o seu general deve permanecer em Karachi.
Convenhamos, não há meio arrependimento, como não há meia gravidez.
Trata-se de puro farisaísmo, porque esses montes de ditadores fizeram o jogo econômico e político dos americanos, sendo não apenas tolerados, mas cortejados e estimulados. Mais ou menos como aconteceu na América do Sul e na América Central no tempo dos generais-presidentes.
Se é para valer esse arrependimento, então torna-se preciso que sigam adiante, se tiverem coragem, que não tem sempre que estão em jogo seus interesses. O que é a China, senão uma ditadura, em certos aspectos até mais dura do que nas areias do deserto? A própria Rússia, onde Wladimir Putin age como csar, ora presidente, ora primeiro-ministro. O Paquistão é aliado? Então o seu general deve permanecer em Karachi.
Convenhamos, não há meio arrependimento, como não há meia gravidez.
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