por Carlos Chagas

Tolerância desmedida

De repente, os Estados Unidos  resolveram fazer exame de consciência e reconhecer terem sido tolerantes durante décadas com os ditadores do Oriente Médio e adjacências.  Indagam-se, contritos, como foi possível tanta complacência? Por décadas aceitaram Mubarak, Kadafi e quantos outros sheiks de nomes impronunciáveis, sem esquecer no passado  o Xá da Pérsia e  Saddam Hussein, enquanto  aliado.

Trata-se de puro farisaísmo, porque   esses montes de ditadores fizeram o jogo econômico e político dos americanos,  sendo não apenas tolerados, mas cortejados e estimulados. Mais ou menos como aconteceu na América do Sul e  na América Central no tempo  dos generais-presidentes.

Se é para valer esse arrependimento, então torna-se preciso que  sigam adiante, se  tiverem coragem, que   não tem sempre que estão em jogo seus interesses.  O que é a China, senão uma ditadura, em certos aspectos até mais dura do  que nas areias do deserto? A própria  Rússia, onde Wladimir Putin age como csar, ora presidente, ora primeiro-ministro. O Paquistão é aliado? Então o seu general deve permanecer  em Karachi.

Convenhamos, não há meio arrependimento, como não há  meia gravidez.

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