Artigo semanal de Delúbio Soares
DE VOLTA AO PAÍS DO FUTURO
A Fundação Getúlio Vargas, um dos organismos mais competentes e respeitados de nosso país, realizou importante pesquisa sobre a realidade sócio-econômica da população e comprova que o Brasil chegou ao menor nível de desigualdade social de sua história.
Graças as políticas sociais dos governos do estadista Lula e da presidenta Dilma, ao longo da última década, o Brasil resgata uma dívida social enorme e realiza uma autêntica revolução pacífica, levando mais de 40 milhões de cidadãos da pobreza para a classe média. Não há paralelo na história das Américas de tamanha redistribuição de renda e de mobilidade social tão intensa e bem-sucedida. O Brasil preconizado com tanto ufanismo durante mais de um século de história republicana se realiza somente agora, em uma década de Lula e Dilma. O Brasil está voltando para o seu futuro.
Depois do ingresso de 40 milhões de brasileiros na classe C, no período compreendido entre 2003 e 2011, outros 13 milhões deverão seguir igual caminho até 2014, de acordo com estimativa da FGV. Já a classe AB, que ganhou 9,2 milhões de pessoas entre 2003 e 2011, deverá aumentar em mais 7,7 milhões de brasileiros entre 2012 e 2014. Trata-se da mais impressionante mobilidade social ocorrida nos últimos 50 anos em qualquer parte do planeta!
A desigualdade, medida pelo Índice de Gini, aponta que a taxa do Brasil, situada no 0,5957, em 2001, caiu gradativamente até chegar a 0,5190 em janeiro de 2012, diminuindo no ano passado a uma taxa quase duas vezes mais acelerada que nos primeiros anos da década passada. O Índice de Gini varia de 0 a 1 e, quanto mais próximo de 0 estiver, menor será a desigualdade.
Para o brilhante economista Marcelo Neri, autor de um alentado estudo publicado em livro sobre a nova classe média, “o Brasil está na contramão de sua história pregressa e de outros países emergentes e desenvolvidos, já que estamos no menor nível de nossa história em termos de desigualdade”. Neri dá a boa nova: “já vimos o crescimento forte da classe média. Agora, a classe que mais vai crescer é a classe AB. Até 2014, essa expansão será 29,3%, enquanto a classe C crescerá 11,9%”. Mas ele alerta para o fato de, mesmo assim, o Brasil continuar entre os 12 países mais desiguais do mundo, o que só fortalece nossa disposição de perseverar no trabalho de diminuição da distância ainda considerável que separa os pobres dos ricos.
Enquanto os países do hemisfério norte, ricos e desenvolvidos, amargam índices assustadores de desemprego, os dados da pesquisa mensal de emprego do IBGE, compilados pela Fundação Getúlio Vargas em seu revelador estudo, mostram que o crescimento da renda per capita foi de 2,7% entre janeiro de 2011 e janeiro de 2012. A taxa média entre 2002 e 2008 também tinha sido de 2,7%. Entre maio de 2010 e maio de 2011 a alta tinha sido de 6,1%. Se levarmos em consideração as enormes proporções da crise que se abate sobre a Comunidade Européia e a que sacudiu os Estados Unidos em 2008 e ainda perdura em alguns setores da mais forte economia mundial, veremos que o Brasil tem sido governado com inegável competência e firmeza, e suas forças produtivas, seu mercado interno e a capacidade de nossos empreendedores, tem mantido firme o timão em meio de tamanha tempestade. Lula estava certíssimo: foi apenas uma marolinha para o Brasil.
Há uma explicação plausível para tamanha transformação em nosso tecido social: o Brasil não suportava mais tamanhas disparidades e os governos petistas tiveram a coragem de enfrentar o problema e resolvê-lo com ações efetivas e notória sensibilidade. Lula e Dilma, assessorados por equipes do mais alto nível e com sentido de missão, viabilizaram a inserção de nosso país como uma das mais promissoras nações desenvolvidas no século 21. A absoluta ausência de compromisso dos governos anteriores para com as camadas sociais mais carentes e merecedoras de atenção e apoio, fez com que o tamanho e a gravidade de nosso subdesenvolvimento se tornassem colossais. Um exemplo disso era o novo (hoje) rico e exitoso Nordeste, que vivia a realidade da miséria, do desemprego, do abandono e de certo conformismo nacional diante daquele que era até chamado de “Brasil dos coitadinhos”. Há Estados do Nordeste e do Norte com índices de desenvolvimento social e econômico várias vezes maiores do que os de São Paulo, nosso Estado mais rico, mas aprisionado por quase duas décadas pelos governos incompetentes e elitistas do PSDB.
Hoje, após a venturosa década de administração dos governos do PT e partidos da base aliada, o Nordeste apresenta indicadores de desenvolvimento social e econômico invejáveis, que comprovam o acerto das políticas de potencialização do país e de sua gente, expressas em acertos fabulosos como o Bolsa Família, o Pro-Uni e dezenas de outros de igual sucesso.
Transformar pobres em cidadãos de classe média. Elevar os de classe média para o topo da pirâmide, nas classes A e B. Levar os filhos do povo para a universidade. Reduzir de forma exemplar as taxas de desemprego. Modificar a face de um país antes injusto e carente, resgatando a dramática dívida social e garantindo cidadania a dezenas de milhões de irmãos de todo o nosso imenso território continental. Isso, meus amigos, é o governo do PT.
Bife à parmegiana de forno
Ingredientes
- 1 ½ xícara (chá) de tomates sem sementes e picados (270 g)
- azeite, tomilho, alho, sal e pimenta a gosto
- 4 bifes de contra filé temperados com alho, sal e pimenta (450 g)
- 4 ovos batidos para empanar
- farinha de rosca para empanar
- 4 fatias de presunto (100 g)
- 8 fatias de mussarela (150 g)
Para o molho de tomate
- 1 kg de tomate
- 30 g de manteiga
- sal e pimenta do reino moída a gosto
- 30 g de queijo parmesão ralado
Como fazer o molho
Coloque 1 kg de tomate em um liquidificador e bata bem. Passe a mistura por uma peneira. Em uma panela, derreta 30 g de manteiga e doure 3 dentes de alho picados, ½ cebola picada. Despeje o tomate peneirado e leve ao fogo médio apurar por 30 minutos. Tempere com sal e pimenta do reino moída a gosto.
Como fazer o bife
Em uma tigela, coloque 1 ½ xícara (chá) de tomates sem sementes e picados, azeite, tomilho, alho, sal e pimenta a gosto e misture bem. Reserve. Pegue cada bife de contra filé e passe na mistura de ovos batidos e, em seguida, na farinha de rosca, novamente nos ovos batidos e na farinha de rosca, sem retirar o excesso. Arrume os bifes numa assadeira untada com azeite e leve ao forno médio pré-aquecido a 250° C por 15 minutos. Vire os bifes na assadeira e deixe no forno por + 15 minutos. Retire a assadeira do forno e sobre cada bife coloque 1 fatia de presunto, uma porção de tomate picado (reservado acima) e 2 fatias de mussarela. Leve a assadeira novamente ao forno por 10 minutos até derreter o queijo. Retire do forno e sirva em seguida.
Fortaleza lidera investimentos públicos no Nordeste
Desde 2006, a Capital cearense segue no topo do ranking das que mais realizam investimentos públicos na região
Dados da Secretaria do Tesouro Nacional revelam que Fortaleza, entre as capitais nordestinas, foi a que mais realizou investimentos públicos em 2011. Com R$ 334,5 milhões aplicados, a Capital cearense investiu três vezes mais que a Prefeitura de Salvador (R$ 106,6 milhões), e mais do que as de Natal, Maceió, Aracaju, Teresina e João Pessoa em conjunto, cujo desembolso totalizou R$ 209,8 milhões.
Por outro lado, considerando o índice de crescimento dessas cifras, Fortaleza cai para a terceira posição, com incremento de apenas 3,24%. À frente vem Recife, capital de Pernambuco, que apesar de um investimento de R$ 106,6 milhões, no ano passado, aplicou 40,5% acima do gasto em 2010 (R$ 169,8 milhões).
A segunda foi Aracaju, capital de Sergipe, que investiu 12,94% a mais, saindo de R$ 59,5 milhões, em 2010, para R$ 67,2 milhões, em 2011.
Nesse quesito, das nove capitais da região, estas, ao lado de São Luís (2,93%), foram as únicas que apresentaram avanços nos investimentos.
"Em 2010, Fortaleza era responsável por 25,3% de todo o investimento público do Nordeste. Em 2011, esta participação aumentou para 27,3%", argumenta Alfredo Pessoa, secretário municipal de Planejamento e Orçamento, chamando a atenção para o fato de a Capital cearense vir liderando o ranking do STN desde 2006.
Evolução
De acordo com a Prefeitura do Município, em 2005, primeiro ano de mandato da atual gestão, o volume de investimento público em Fortaleza era de apenas R$ 74,6 milhões, passando para os R$ 334,5 milhões contabilizados no ano passado.
Segundo o secretário, durante esse período, o montante mais do que quadruplicou, colocando, dessa forma, o Município no topo do ranking das capitais do Nordeste que mais realizaram investimentos públicos.
Aplicações
Conforme Pessoa, o volume de recursos aplicados pelo poder municipal em investimentos, no ano passado, contempla obras e instalações e ainda a compra de equipamentos, com uma menor parcela destinada às inversões.
"Programas de investimento como o Transfor; Vila do Mar, Preurbis, PAC da Mobilidade para a Copa 2014, o Drenurb e o Hospital da Mulher aparecem como destaque. Não esqueçamos também dos investimentos realizados e a realizar na Praia de Iracema, na Beira Mar, na Praia do Futuro, nos CUCAS, na construção de escolas e creches, nos equipamentos hospitalares, na iluminação pública, na habitação e na reconstrução do estádio Presidente Vargas", relaciona.
Segundo ele, com exemplo, no Vila do Mar foram aplicados R$ 47,9 milhões em 2011; para o Hospital da Mulher, o desembolso foi de R$28 milhões; com a habitação, a cifra aplicada foi de R$ 28,9 milhões, com outros R$ 25,6 milhões destinados ás obras do Transfor; e mais R$ 6,2 milhões investidos na recuperação da Praia de Iracema.
ANCHIETA DANTAS JR.
A FORMAÇÃO NA ÁREA PEDAGÓGICA.
A
Pedagogia é uma ciência produtora de revitalização no seu processo formativo,
que vai se construindo a partir de sua atuação que, como nos diz Marques (2003,
p.59):
A
pedagogia não é ciência de um sistema estabelecido de formação, nem ciência prévia
ao processo formativo, mas é ciência que se faz ao fazer-se a formação e como
diretriz, sempre provisória, inserida vitalmente nas vicissitudes da
formação/atuação do coletivo dos educadores, processo que não se dá
efetivamente senão à medida que, sendo modelado pela ciência da educação, a
modela em reciprocidade.
A formação é um
processo de aperfeiçoamento amplo e contínuo. Assim, reflete sobre o educando
para lhe proporcionar uma educação que possa suprir suas expectativas e lhe
revitalizar, abrindo novas perspectivas para sua prática acadêmica e, futuramente,
profissional. Esse é o norteador da Pedagogia,
pois é na formação dos egressos e dos acadêmicos do curso que se inserem todos
os objetivos e expectativas que tem por princípio gerar a reflexão crítica
sobre a profissão docente na jornada acadêmica deste educando.O egresso do
curso de Pedagogia tem por anseio uma formação plural e multi-diversa que lhe
conceda, não somente a fundamentação teórica, mas que lhe conduza a uma reflexão
sobre a educação e a prática pedagógica. E que essa formação o coloque no
contexto educativo, não somente como um observador, mas como alguém que estará
apto, com a formação alcançada, para intervir no ambiente escolar, como
promotor de novas perspectivas pedagógicas para educar as crianças, jovens e
adultos. A formação proporcionada por um curso de Pedagogia
tem a responsabilidade de produzir em seus egressos uma capacidade de pensar
sobre a educação.
A
formação docente desenvolvida na atualidade precisa que seja feito uma
reavaliação, formar um docente hoje, necessita que seja contemplado novos
métodos e teorias pedagógicas que venha estar situada com a educação do futuro;
que possui características peculiares que são divergentes das que norteou o
sistema social anteriormente, com isto é preciso repensar os métodos aplicados
para formar o docente, pois a sociedade convive na atualidade com a conjunção
das incompreensões como nos diz Morin (2000, p.99).
A conjunção das incompreensões, a
intelectual e a humana, a individual e a coletiva, constitui obstáculos maiores
para a melhoria das relações entre indivíduos, grupos, povos e nações.
Danilo Sergio Pallar Lemos.
wwwsabereducar.blogspot.com
A Classe C é mais fiel a marca do que a elite
Eles já são 53% da população do Brasil e até 2014 serão 60%. Eles são a novidade e estão fazendo com que as empresas corram para entender como querem ser servidos, o que querem consumir, a quais valores são fieis. A nova classe C movimenta a economia brasileira e faz com que o País passe com mais calma pela crise em relação a americanos e europeus. Especialista nesses novos consumidores, o presidente do instituto Data Popular, Renato Meirelles diz que essa transformação ainda está em curso e que as empresas que melhor entenderem as demandas desses brasileiros terão mais chances de serem líderes.
Meirelles fala sobre falsas impressões a respeito da nova classe média, diferenças entre essa classe no Brasil e em outros países e sobre erros e acertos das empresa até agora para lidar com esse novo público.
Terra - Quando falamos em nova classe C, falamos de quem? É um corte apenas monetário? É também social?
Renato Meirelles -O Brasil mudou muito nos últimos anos. Quase 40 milhões de pessoas passaram a fazer parte da classe C ou do que a gente convencionou a chamar de nova classe média. Para entender quem é essa família, pensa em uma em que a renda familiar é algo em torno de R$ 2,5 mil. 53,9% dos brasileiros fazem parte da classe C, são quase 104 milhões de pessoas que passaram a ter nos últimos anos poder de compra. Mas não é só em dinheiro que nós estamos falando. Estamos falando de pessoas que passaram a viajar de avião pela primeira vez, que passaram a estudar mais, que passaram a frequentar ambientes como não frequentavam antes, como restaurantes, cinemas shopping centeres. E é um brasileiro que tem um jeito próprio não só de comprar, como de enxergar o mundo. A classe C é mais otimista do que as outras classes sociais, acredita mais que a vida vai melhorar. E isso acontece porque como a vida dele melhorou mais do que a dos outros brasileiros nos últimos tempos, ele é mais otimista de que esse ciclo vai continuar acontecendo. A classe C tem mais amigos do que a elite. A classe C tem 70% a mais de amigos do que têm as classes A e B - e isso faz toda a diferença, porque ela faz mais propaganda boca a boca. 69% da classe C faz propaganda boca a boca contra 19% das classes A e B. Então nós estamos falando de um jeito de enxergar o mundo muito diferente.
Terra - Quais as principais diferenças no processo de consumo da nova classe C em relação ao daquela antiga classe média?
Renato Meirelles - O pessoal da antiga classe C comprava o que cabia no bolso, ele não tinha muito poder de escolha. Ele não tinha crédito, ele não tinha muita chance. Então, o que cabia no bolso ele corria e comprava. Hoje ele pode escolher, porque todo mundo tem crédito e mais dinheiro no bolso. Então, se ele pode escolher, ele faz mais pesquisa de preço. Porque a classe C não pode errar. Como o dinheiro é muito contado, na prática ele prefere pagar um pouco mais caro por marcas que ele tem certeza que vão entregar um produto de boa qualidade. Vou dar um exemplo: uma mulher da classe A vai ao supermercado, vê uma marca de arroz que ela não conhece, mas que está em promoção. Ela compra o arroz, mas na hora que vai fazer, percebe que o arroz é ruim. O que ela faz? Joga fora o arroz. A mulher da classe C não. Como o dinheiro é contado, se ela descobrir que esse arroz é ruim, ela vai ter que comê-lo o mês inteiro. Então ela é mais fiel às marcas do que a mulher da elite, diferente do que pensa o senso comum. Mas não é pelo status, é pelo aval de qualidade que a marca dá. É a garantia de que ele não está jogando dinheiro fora.
Terra - As empresas precisaram mudar seus produtos ou processos de comunicação com o consumidor dada a ascensão dessa nova classe média? Quais foram essas principais mudanças?
Renato Meirelles - As empresas têm uma grande dificuldade de falar para as classes C e D porque sua estrutura de marketing, na grande maioria dos casos, veio da elite. Então, são pessoas que pensam como elite. Isso faz com que ele não saiba se comunicar. Ele acredita que a aspiração da classe C é ser classe A e B. Mas não é. O cara da classe C acha que o rico é perdulário, que o rico joga dinheiro fora, que o rico não tem valores familiares consolidados. Exatamente por isso ele acaba preferindo ter como aspiração o vizinho que deu certo e não o ricaço. Ele quer ser aquele cara que há 10 anos começou a entregar água no bairro e hoje tem uma distribuidora. As aspirações têm mais a ver com os exemplos próximos que deram certo do que com as classes A e B.
Renato Meirelles - As empresas têm uma grande dificuldade de falar para as classes C e D porque sua estrutura de marketing, na grande maioria dos casos, veio da elite. Então, são pessoas que pensam como elite. Isso faz com que ele não saiba se comunicar. Ele acredita que a aspiração da classe C é ser classe A e B. Mas não é. O cara da classe C acha que o rico é perdulário, que o rico joga dinheiro fora, que o rico não tem valores familiares consolidados. Exatamente por isso ele acaba preferindo ter como aspiração o vizinho que deu certo e não o ricaço. Ele quer ser aquele cara que há 10 anos começou a entregar água no bairro e hoje tem uma distribuidora. As aspirações têm mais a ver com os exemplos próximos que deram certo do que com as classes A e B.
Terra - Quais foram os setores da economia que mais se beneficiaram com a ascensão da nova classe média?
Renato Meirelles - O primeiro foi automóveis. O gasto com automóveis, e não só aquisição, mas também manutenção foi o que mais cresceu. Educação cresceu muito. E também higiene e cuidados pessoais. Porque higiene e cuidados pessoais cresceu tanto? Porque a mulher da nova classe média foi para o mercado de trabalho. E ao ir para o mercado de trabalho, o investimento na própria aparência deixa de ser visto como gasto e passa a ser visto como uma forma de se dar melhor, ganhar mais dinheiro no mercado de trabalho. Como ela foi para o mercado de trabalho, ela sabe que ir ao salão toda semana não é mais gasto, mas investimento para continuar melhorando de vida.
Terra - Por que a classe média cresceu tanto nos últimos 10 anos? Qual foi a fórmula que permitiu esse fenômeno que não tinha sido aplicada antes?
Renato Meirelles - Tem um conjunto de fatores. Um primeiro aspecto é o demográfico. É o que os demógrafos chamam de bônus demográfico. É um fenômeno que acontece uma vez na história de cada país, que é quando a maior parte da população está concentrada em idade economicamente ativa. É isso que fez a Coreia do Sul virar a Coreia do Sul. O bônus demográfico atuou entre as décadas de 60 e 90. Os especialistas dizem que o PIB da Coreia cresceu, em média, 1,6% ao ano apenas pelo fenômeno do bônus demográfico. Isso está acontecendo no Brasil. Isto já aconteceu nas classes A e B, está acontecendo na classe C e vai acontecer nas classes D e E. Se o Brasil não entrar em guerra e não matar metade de seus homens isso não vai mudar. Outro aspecto que explica isso é a conjunção histórica dos últimos anos de você ter estabilidade da economia e depois o processo de distribuição de renda, que aconteceu nos últimos 10 anos - quando quase 40 milhões de pessoas passaram a fazer parte da classe C. O terceiro fator tem a ver diretamente com a melhora dos níveis educacionais. Cada ano de estudo impacta em 15% a mais no salário médio das pessoas. E os jovens da classe C estão estudando mais. Na classe A 10% dos jovens estudaram mais que seus pais, enquanto na classe C, 68% dos jovens estudaram mais que os pais. Isso na prática significa uma mudança gigantesca nas chances que elas têm para o mercado de trabalho.
Terra - Há algum paralelo do que acontece no Brasil nesses últimos 10 anos em outro país? Alguma experiência que sirva de aprendizagem para as empresas brasileiras?
Renato Meirelles - Nessa velocidade não.
Renato Meirelles - Nessa velocidade não.
Terra - E as empresas estrangeiras que pensam em aproveitar o aumento do consumo interno no Brasil? Precisam se preparar para lidar com um novo consumidor, para chegar ao um novo País?
Renato Meirelles - As empresas têm que entender que a classe média brasileira é diferente da americana, da europeia. É uma classe média mais jovem, que está aprendendo a consumir uma certa categoria de produtos. Eu canso de fazer pesquisa em que muitas pessoas estão indo viajar de avião pela primeira vez e não sabem o que é check-in. Que têm dinheiro para colocar o filho em colégio particular, mas não entende nada de método pedagógico, não sabe direito como escolher o colégio particular do filho. O desafio dessas empresas é serem parceiras desse consumidor na hora que ele mudar de vida.
Terra - Na sua opinião, o mercado interno, pelo lado do consumidor, ainda está em transformação ou essa migração de classes já se consolidou?
Renato Meirelles - Ele vai continuar crescendo. Hoje você tem 53,9% da população fazendo parte da classe C e a ideia é que cheguemos a 2014 com quase 60% da população fazendo parte da classe C. É um caminho sem volta, a não ser que aconteça uma guerra mundial ou uma grande crise econômica em proporções muito maiores do que a que vivemos nos últimos tempos. Não tenho nenhum indicador de que essa classe C não vá continuar crescendo e as empresas que souberem aproveitar as oportunidades desse novo mercado têm muito mais chance de ser líder amanhã.
Terra - A atual crise econômica teve em sua raiz uma espécie de nova classe média, os mutuários americanos que não poderiam ter acesso a crédito, mas que o tiveram depois de bancos facilitarem esses empréstimos. Como a nova classe média brasileira lida com acesso ao crédito?
Renato Meirelles - Desde a crise do Lehman Brothers o Data Popular tem se aprofundado no estudo de semelhanças e diferenças do processo de endividamento dos americanos e dos brasileiros. O que vimos é que o crédito para consumo dos americanos é quase sete vezes maior que o crédito para consumo para os brasileiros. Estamos anos-luz atrás dos americanos do ponto de vista de endividamento. Quando você pega a crise do subprime e o processo de endividamento, vemos que o grosso eram hipotecas - que é diferente de financiamento para compra de primeiro imóvel. Ou seja, ele hipotecava uma casa que já era dele para comprar outras coisas. O processo de financiamento do crédito imobiliário brasileiro é para compra da primeira casa - e isso tem uma série de implicações. Ele não vai hipotecar a primeira casa, porque a casa é o grande sonho do brasileiro. Segundo, é um crédito que gera emprego, diferente do crédito americano. Ele não estava construindo casas ao hipotecar o imóvel. Ela já estava construída. No crédito brasileiro, é isso que tem sido responsável pelo boom - mais gente comprando casa nova, que significa mais emprego nas classes D e E, os operários da construção civil, e mais emprego significa mais renda e isso fecha o ciclo virtuoso do consumo. Na prática, o financiamento habitacional no Brasil ajuda a economia e não superendivida consumidores, como foi o caso dos Estados Unidos. Mais notícias de economia »
Salmo do dia
Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará. Não são assim os ímpios; mas são como a moinha que o vento espalha. Por isso os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos. Porque o SENHOR conhece o caminho dos justos; porém o caminho dos ímpios perecerá.
Assinar:
Postagens (Atom)