SP: a campanha na tv


Logo depois de conhecer os números do DataFolha e do Vox Populi (primeiras pesquisas após o início do horário gratuito), parei pra ver os programas de TV dos candidatos em São Paulo. Com som baixo, mais interessado no encadeamento de imagens, passei meia hora observando.

Relato o que vi. A propaganda de Serra não é ruim. Ao contrário de 2010, quando os tucanos levaram ao ar uma inacreditável “favela cenográfica” (matáfora, talvez, da dificuldade do PSDB de falar com o povão), dessa vez o programa pareceu-me correto. Serra não aparece muito, até porque o público já o conhece. O eleitor precisa ser poupado da imagem do candidato… Na abertura do programa, os marqueteiros mostraram favelas reurbanizadas na gestão Serra/Kassab, mas o nome do prefeito (pessimamente avaliado nas pesquisas) foi citado de passagem, na boca de uma eleitora. A tentativa, sutil, é de reduzir a rejeição a Kassab, mostrando que nem tudo é tão ruim na Prefeitura.

Resumo da ópera. Se Serra seguir caindo nas pesquisas, a culpa não será do programa de TV. Leia mais>>>

O mago da cozinha

[...] e os magos do judiciário
Felipe Bronze - chef alquimista - prepara pratos típicos de uma form atípica. Exemplo de alguns pratos que ele cozinha(?):

  • Arroz sem arroz
  • Feijoada sem feijão
  • Churrasco sem carne
  • Macarronada sem macarrão
  • Café com leite sem leite e sem café
E por aí vai. 

O último prato que ele aprontou foi um nhoque de batata sem bata, que tinha gosto de jerimum que ele não usou na receita. Claro, que o gosto de jerimum sentido por quem comeu o nhoque é porque a pessoa em questão é uma mulher das cavernas, que não tem educação gastronômica, que não tem um paladar sofisticado. Enfim, uma ignorante idiota.

O magos do Judiciário, a começar pelos procuradores-geral da República - Antonio Fernandes e Roberto Gurgel -, e seguidos pelos ministros do Supremo que não desmembraram a Ação Penal 470 - "mensalão" petista -, estão julgando esse processo usando as mesmas técnicas do Chef alquimista, Felipe Bronze. Exemplos de novas receitas jurídicas preparadas por alguns ministros do STF.
  • Dá direito a foro privilegiado a quem não tem
  • Tratar de forma desigual processos iguais
  • Mudar a metologia do voto encima da hora 
E por aí vai.

A última que eles aprontaram foi inverter o ônus da prova. A partir de agora, cabe ao réu provar a sua inocência. O acusador não tem mais obrigação de provar sua acusação. Óbvio, que se alguém discordar desse entendimento é porque não tem notório saber jurídico, é um idiota ignorante. Enfim, um Brucutu.

Como cidadão - apesar de ser um Brucutu -, exijo que na denúncia apresentada ao STF pelos procuradores da República sejam identificadas as votações no Congresso que teve sua aprovação às custas da compra de votos de parlamentares. Provado isso, exijo que os ministros do Supremo Tribunal Federal anulem estas leis.

Sorteio de um livro

Olá, minhas queridas amigas amantes da leitura trago um verdadeiro presente para vocês, O Massoterapia e Estética agora em parceria com o Pavablog estará sorteando dia 15/09 um exemplar do novo livro do brennan manning. lançado a pouco dias pela Editora Mundo Cristão.

Deus o ama do jeito que você é

As regras são simples:
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 Participem!
Boa sorte!

Beijos Rose Assis


 

 

Economia é coisa séria


O maior feito monetário do conservadorismo brasileiro foi jogar a taxa de juro do país no patamar meliante de 44%. O colosso se deu em 1999.Paradoxalmente na gestão do principal analista financeiro da atualidade, Fernando Henrique Cardoso, que se dedica  à generosa tarefa de explicar à Presidenta Dilma,como se sabe uma jejuna em economia perto dos seus cabedais, que o problema central da Nação hoje é o legado do ciclo Lula. Para ficar apenas no alicerce fiscal/monetário: em dezembro de 2002 -- último mês do PSDB  na Presidência da República-- a relação dívida/PIB atingia estratosféricos 63,2%, praticamente o dobro dos 30,2% existentes no início do ciclo tucano, em 1994.   Anote-se:  isso, depois de um salto da carga fiscal, que passou de 28,6% para 35% no período.   
Hoje a relação dívida/PIB é de 35%; a previsão para 2013 é de 32,7%. Reverteu-se o desastre com uma oscilação de apenas 2 pontos na receita tributária, sem considerar as desonerações e incentivos fiscais. A média da taxa de juros real (acima da inflação)  no período de 1997 a 1999 foi de estupendos 21,4%.   Hoje é de inéditos 1,98%. Regressões e digressões tucanas, um pleonasmo, elidem o que de fato importa: apesar da queda de 4,5 pontos nos juros desde agosto de 2011, o orçamento de 2013 reserva aos rentistas R$ 108 bi; destina R$ 38 bi à educação e R$ 79,4 bi à saúde. Aos investimentos ( PAC e Minha Casa) couberam R$ 187 bi.
Mesmo que se reduza à metade o gasto com juro, o espaço fiscal para um salto substantivo --indispensável-- nos recursos aos investimentos e serviços essenciais continuará magro. Depois da vitórias contra a pobreza, chegou a vez de afrontar a desigualdade. Entre outras tarefas estruturais, isso pressupõe ampliar o universo tributável de modo a abranger o estoque da riqueza existente.  
(Carta Maior; 2ª feira/03/09/2012)
http://cartamaior.com.br/templates/index.cfm

Copa de 2014: o nome da bola

Por larga vantagem o nome "Brazuca", foi escolhido para ser o nome da bola na Copa de 2014. 

Brazuca substituíra a Jabulani da África do Sul.

Pela 1ª vez a escolha do nome da bola foi decidido pelo voto popular.

  • 77,8% - dos que votaram escolheram Brazuca.
  • 14,6% votarem em Bossa Nova.
  • 7,6 votaram em Carnavalesca.
Agora falta saber qual será o desenho e as características da bola.



Bom dia

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Para todos

Coluna semanal de Paulo Coelho


A Morte é uma linda mulher, sempre ao meu lado. Ela me beijará um dia, eu sei. Ela é uma companheira que me lembra de não adiar nada - "Faça-o agora, faça-o agora". Sua voz não é ameaçadora, apenas constante. Sua voz me diz que o que importa agora não é o quanto eu viva, mas como. Uma vez, encalhei no deserto de Mojave, a água estava no fim e eu não tinha lido nenhum dos manuais que nos ensinam a sobreviver nas terras áridas. E uma vez, me perdi quando escalava os Pirineus. Nas duas vezes, pensei que estava prestes a deixar esta vida, mas eu não a deixei.

Cinco meses atrás, fui ao médico para um check-up clínico. Eu nunca teria ido por iniciativa própria; minha melhor amiga me forçou. O pai dela tinha acabado de falecer e ela insistiu que todos seus amigos fizessem um teste de estresse para o coração. Eu disse a ela: "Eu não sou um hipocondríaco". Ela mandou que eu fosse mesmo assim. Então, fui ao médico e fiz o teste de estresse, que envolvia pedalar uma bicicleta ergométrica.

"Sr. Coelho" - o médico disse - "O senhor tem 30 dias de vida, dado que duas de suas artérias estão entupidas". Eu disse, "O quê?". E então - "o senhor tem certeza? Eu não sinto nada". "É um ataque cardíaco silencioso", disse o médico. "Estas duas artérias estão 90% entupidas". Eu disse a ele que iria enviar imediatamente um e-mail a outros médicos, para obter uma segunda, terceira, quarta opinião. Todas as respostas foram as mesmas - eu morreria em um mês no ritmo em que minhas artérias estavam entupindo. Uma cirurgia urgente foi marcada para dois dias depois. Tudo dependia do que eles encontrassem após abrir meu coração - um processo conhecido como cateterização. O cirurgião verificaria então se era necessária uma angioplastia ou um marca-passo - ou se de fato, não havia mais nada que se pudesse fazer.

Por um dia, o 29 de novembro, eu me sentei com a morte. Sendo cristão, acredito que a pergunta que o Cordeiro de Deus me fará não é "Quanto você pecou?", mas "Quanto você amou?". Eu me senti imensamente grato por poder ter compartilhado meus últimos 33 anos com Christina, minha mulher. Não são muitos os que encontram o amor de suas vidas; eu encontrei. (Mas, no entanto, levei quatro casamentos até encontrá-la). Christina e eu tivemos a mais profunda experiência do amor, esse sentido de cumplicidade e entrega. Assim, sinto que amei completamente.

Eu vivi? Eu pertenço à geração dos baby boomers, eu fiz de tudo - sexo, drogas e rock´n´roll. Eu fui um hippie, evadi a escola, fui a grande dor de cabeça dos meus pais. Em 1974, fui preso pelo governo militar brasileiro por atividades "subversivas". Sobrevivi a estes anos loucos e finalmente decidi o que realmente queria fazer - me tornar um escritor. Tive muitos anos de dúvidas, com pessoas me dizendo: "Ninguém sobrevive da escrita". Mas eu achava que não se tratava de sobreviver - tratava-se de viver.

Existem dois tipos de escritores - os com uma vida interior densa, como Proust e Joyce, e os que têm de vivenciar as coisas para escrever sobre elas, como Hemingway e Baudelaire. Eu preciso vivenciar o que escrevo. Escrevi meu primeiro livro aos 40 anos - quando outros estavam pensando em se aposentar, eu começava uma nova vida. O livro foi intitulado de "O diário de um mago".

Continuo escrevendo. Se tudo tivesse sido por dinheiro, eu teria parado 15 anos atrás, com "O Alquimista". Escrever é o meu chamado, algo que faço com toda a minha energia e amor. No que eu pensava no dia 29 de novembro era: eu tive amor, eu fiz tudo que queria fazer e cumpri minha missão, minha plenitude pessoal. Se eu morresse amanhã, estaria deixando esta vida repleto de alegria. No final, não se trata de se você acredita ou não na vida após a morte. Todos querem encarar a morte com honra e dignidade.

Obviamente - uma vez que estou escrevendo isto - não morri. A cateterização revelou que eu tinha três artérias totalmente bloqueadas. O médico as abriu com uma angioplastia, utilizando um balão. Ele inseriu três stents, tubos metálicos que manteriam minhas artérias abertas. Quando voltei a mim, ele disse: "em dois dias você poderá jogar golfe". Eu disse a ele que eu estava mais para arqueiro do que para golfista.

Desde então, tenho conduzido minha vida como de normal. Agora, no entanto, sigo uma espécie de dieta. Também carrego um GPS comigo quando estou nas montanhas, só por precaução. Minha mulher e eu passamos muito tempo caminhando nas regiões montanhosas. Às vezes me pego pensando: e se minha amiga não tivesse me forçado a ir ao médico - onde eu estaria agora?

Christina e eu subimos as encostas como sempre fizemos, mas agora fico de olho nas coordenadas, no caso de nos perdermos.