Prá desopilar
O que está por trás do golpe contra Lugo
O confronto gerou uma crise institucional: caiu o ministro do Interior e o chefe da polícia, a oposição tenta articular um pedido de impeachment contra o presidente Fernando Lugo, e os ruralistas irão promover um "tratoraço" na segunda-feira. O que aconteceu no Paraguai foi uma reforma agrária às avessas: em 1991, 1,5% dos proprietários controlavam 81,3% da superfície. Com o advento da soja, a concentração não diminuiu. Segundo dados da coordenadoria nacional de direitos humanos do Paraguai, em 2008 2% das propriedades somavam 78% das terras.
O Paraguai é o paraíso do Estado mínimo. Segundo dados do Banco Central local, a carga tributária atual é de 13% sobre o PIB, a mais baixa da América do Sul. De acordo com um levantamento da Cepal divulgado no ano passado, 69% dos lares paraguaios não contam atualmente com nenhum mecanismo de proteção social.
Em seus quatro anos de governo, o resultado da gestão de Lugo parece apagado. O presidente tornou-se foco de atenções por suas vicissitudes pessoais, como filhos do tempo de celibato reconhecidos tardiamente. Seu maior sucesso administrativo foi conseguir do Brasil a renegociação da venda da energia elétrica de Itaipu.
A estratégia de tocar um programa de reforma agrária com a compra de terras não funcionou. Os conflitos rurais, que caíram entre 2008 e 2010, voltaram a crescer no ano passado. Sem ter o que oferecer aos movimentos organizados, Lugo não os atende e não os reprime.
A anemia do Estado no Paraguai faz com que o poder público vá perdendo o seu poder mediador em meio a conflitos. Um incipiente movimento insurgente, o Exército do Povo Paraguaio, tenta se estruturar desde o governo anterior a Lugo. De acordo com o que o próprio adido da Polícia Federal no Paraguai afirmou no ano passado, as principais organizações criminosas brasileiras estão presentes no país vizinho.
Bolinho de milho e frango
Ingredientes
Dilma defende presença das mulheres nas decisões sobre desenvolvimento sustentável
"A Rio+20 nos apresenta o desafio de incorporar os direitos das mulheres como dimensão crucial e estruturante do processo de desenvolvimento sustentável. Sem isso, não atingiremos os objetivos que nos trazem ao Rio de Janeiro. A preocupação com a consolidação da presença das mulheres na política deve nortear as iniciativas ligadas a cada um dos pilares do desenvolvimento sustentável: o econômico, o social e o ambiental", disse.
Ao participar do Fórum de Mulheres Líderes sobre Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres no Desenvolvimento Sustentável, evento promovido pela ONU Mulheres como parte da programação da Rio+20, Dilma afirmou que as mulheres são a principal face da pobreza no mundo, mas são também, segundo ela, a principais aliadas para erradicá-la. A presidenta citou a experiência dos programas sociais brasileiros para defender o protagonismo das mulheres nas ações de erradicação da pobreza.
Dilma afirmou ainda que o governo brasileiro investe para garantir o pleno exercício dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres.
"No Brasil, estamos investindo para superar dificuldades e precariedades neste acesso aos serviços públicos de saúde, com pleno exercício dos direitos sexuais e reprodutivos, inclusive o planejamento familiar, a gestação, o parto, o puerpério, com assistência de qualidade."
Dilma comentou a ausência da referência aos direitos reprodutivos da mulher no rascunho final da Rio+20. De acordo com a presidenta, em um ambiente de relações multilaterais como o da Rio+20 nem sempre é possível fazer prevalecer sua opinião.
"Se nem todas as minhas posições ou nem todas as posições de cada um dos aqui presentes não estão é porque, quando se tem relações multilaterais, há que respeitar a diversidade. E a diversidade implica em recuar um pouco e avançar outro pouco", disse.