O museu de Lula, por Mauro Santayana

Nestes tempos em que os museus estão em voga – o do Amanhã, do Rio de Janeiro, acaba de ganhar, na Inglaterra, o Prêmio Leading Culture Destinations Awards, em cerimônia fartamente badalada pela Globo, o ex-presidente Lula faria bem, muito bem, se alugasse um galpão em São Paulo para expor as "provas" e contra-provas dos numerosos crimes que, supostamente, cometeu.

Desse Museu do Lula poderiam fazer parte coisas improváveis em que, sem embargo, muita gente acredita e afirma na internet, de pés juntos, já ter visto; como Presidencialismo de Coalizão sem negociação de apoio no Congresso; a escritura das numerosas fazendas do Lulinha; a enorme sede de uma delas, que depois se revelou ser a Escola de Agricultura de Piracicaba; os originais, revisados, dos trabalhos de consultoria que os adversários de seu pai dizem que ele não prestou, ou simplesmente copiou e colou da Wikipedia; as ações da JBS Friboi em nome da família; a escritura passada em nome de Lula e de Dona Marisa, do famoso "triplex" do Guarujá, quem sabe grampeada à escritura do não menos famoso sítio de Atibaia; o crucifixo que juram que Lula roubou da parede do Palácio do Planalto; o tal faqueiro de ouro cuja foto fake foi tirada de um site de leilões norte-americano, que circula, há uns quatro anos, como se fosse dele, na internet; um esquema mínimo de defesa institucional de Lula, Dilma e do PT na web – afinal, quem cala, consente – a partir de 2013; uma estratégia também minimamente viável de defesa do legado da sigla à frente da Presidência da República, que tenha ido além da imbecilidade da contumaz marquetagem de plantão.

Na outra ponta, a dos itens "reais", de existência mais ou menos comprovada, poderiam figurar os pedalinhos da família; as 23 caixas com objetos pessoais (adagas, quadros, livros, etc) apreendidos pela Operação Lava-Jato cuja avaliação foi pedida pelo Juiz Sérgio Moro, que o TCU – em mais uma interpretação retroativa inventada "a priori" sob medida para Lula e o PT afirma que são todos públicos e devem ser incorporados automaticamente e sem exceção ao pátrimônio da União (falando nisso, por onde andam os presentes recebidos, por exemplo, por Fernando Henrique, em seus oito anos como Presidente da República?); os documentos e papéis do ex-presidente que estão em depósitos custeados por uma empreiteira; os cartazes, as matérias com a repercussão, quem sabe, os vídeos, rodando em loop em monitores na parede, das diversas palestras feitas por Lula por meio do instituto que leva seu nome; fotos e vídeos das obras obtidas por ele para empreiteiras, logo, também para trabalhadores e fornecedores brasileiros, no exterior, depois que deixou a Presidência da República, e até mesmo antes disso, como faz qualquer Chefe de Estado que se preze, em apoio a empresas de seu país, na Europa ou nos Estados Unidos; gráficos com os 370 bilhões de dólares economizados em seu governo em reservas internacionais; e de dados macroeconômicos da dívida pública comparando sua gestão com outras gestões; fotos e vídeos das hidrelétricas, refinarias, plataformas de petróleo, projetos de infraestrutura, expansão de ferrovias, duplicação de rodovias, aviões, tanques, submarinos, mísseis, rifles de assalto, etc, desenvolvidos, iniciados ou construídos por seu governo, em um país em que não se viam, há muito tempo, programas e obras semelhantes.

Com o Museu Lula, o ex-presidente poderia cobrar de seus amigos, e de seus muitíssimos inimigos, uma quantia módica, digamos, de 10 reais por ingresso, para que cidadãos comuns pudessem ver de perto, coisas de que a imprensa e muitos internautas falam todos os dias, financiando, dessa forma, a guarda dos objetos e documentos que acumulou à frente da Presidência da República, fechando-os, para exibição – principalmente a estrela do PT – atrás de vidros blindados, para que eles não viessem a sofrer algum atentado, ou, Deus nos livre disso, não corressem o risco de ser roubados por algum amigo do alheio.

O difícil seria colocar, dentro do museu (dependendo do pé direito do prédio) a torre de telefonia celular, de algumas dezenas de metros de altura, que a Polícia Federal está investigando se foi instalada perto do sítio de Atibaia pela OI (Andrade Gutierrez) como forma de corromper o ex-presidente da República, embora quem esteja recebendo aluguel do terreno seja outra pessoa – claro, o terreno da torre, pelo menos até agora, ainda não foi atribuído a Lula – e não se saiba, também, por enquanto, da eventual configuração de uma senha, ou de um código exclusivo para ele, para que apenas o sapo barbudo, como é carinhosamente chamado nas redes sociais – e não as centenas, milhares de usuários de telefone celulares da região – possa enviar e receber sinais por meio das antenas da estrutura.

Se a moda pega – ou se investiga todo mundo a sério e do mesmo jeito, respeitando a Constituição, ou não se investiga ninguém – outras figuras do universo político brasileiro poderiam tomar iniciativa semelhante, expondo objetos fantásticos, que com certeza exerceriam um enorme interesse sobre a curiosidade popular.

Quem não gostaria, por exemplo, de ver, de perto, um certo helicóptero que, reza a lenda, foi apreendido com 445 quilos de cocaína em uma fazenda, no Espírito Santo, cujo dono foi nomeado outro dia pelo Ministério dos Esportes como Secretário Nacional de Futebol?

Ou um clone, quem sabe de plástico, impresso em 3D, só para efeito ilustrativo, do piloto que foi detido com a aeronave, que já está solto há muito tempo e aguada o desenrolar desse caso em liberdade?

Ou o inútil passaporte do Sr. Paulo Maluf, que não pode sair do país, sob risco de detenção pela Interpol?

Ou, colados na parede, em notas de cem dólares, os milhões injustamente atribuídos ao Sr. Eduardo Cunha, com direito a uma explicação de como funciona um "trust" e para que serve essa modalidade de guarda de recursos financeiros muito usada nos bancos suíços ?

Em tempo, caso houvesse espaço, Lula poderia exibir, na primeira parte de seu museu, ao lado de uma cabeça salgada de bacalhau, da imagem de um santo com óculos e de uma coruja dormindo no escuro, outro objeto ainda mais difícil de ser encontrado, nesse absurdo Brasil de hoje.

Um selfizinho a três, com a isonomia no centro, abraçando, de um lado, a Justiça, e, do outro, a Verdade, pode ser?

Parafraseando o Barão de Itararé

Se há um rato no Planalto é porque os que o colocaram lá estão bem representados.

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Advogados de processos encerrados

Leio sobre "os erros de Eduardo Cardozo no processo de impeachment", muito fácil criticar, esquecendo que:

O judiciário não foi coadjuvante no golpe, foi e é protagonista. Basta lembrar que um ministro do STF - Supremo Tribunal Federal -, esperou durante cinco meses que Eduardo Cunha abrisse e aprovasse o processo do impeachment. Feito o jogo sujo pelo usufrutuário, então Teori Zavaski pediu o afastamento de Cunha da presidência da Câmara Federal. Portanto, é bom essa gente falastrona se lembrar que a realidade é muito diferente da ficção, apesar de muitas vezes a gente pense que isso só acontece em novela.

Quem um dia imaginou um juiz (?) condenar um réu porque este não provou sua inocência (não é o acusador que tem de provar)?

Quem um dia imaginou uma juíza (?) reconhecer que não tinha provas para condenar um réu mais condenou porque a literatura jurídica lhe permitia?

Fizeram isso e muito mais durante a farsa da cassação da presidente Dilma Rousseff, lembrem-se disso antes de virem com blablabla de sustentabilidade transversal.

Oraite?
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O gigolô do judiciário

Gilmar Mendes tá com tudo e não tá prosa.

Não sei como nem porque ele consegue processar e condenar quem fala a verdade sobre canalhices que ele apronta. Veja alguns exemplos:

  • Dois HCs (habeas corpus) em menos de 24 horas para o bandiqueiro Daniel Dantas
  • Invenção de um grampo sem áudio com o impoluto Demóstenes Torres
  • Concedeu HC (habeas corpus) para o médico estuprador Abdemalssih
  • Combinação de pauta para o Jornal Nacional com William Bonner 
  • Jantar com os colegas tucanos para acelerar o golpe contra a democracia e cassar os votos de mais de 54 milhões de eleitores e o mandato da Honesta presidente Dilma Rousseff
Com certeza ladrão de galinha ele não é.
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Pmdb continua assaltando a Petrobras, mas nesse caso para farsa jato e MPF, não vem ao caso

A Petrobras anunciou ontem segunda-feira (03/10) o início formal do processo de "venda" da participação na empresa BR Distribuidora. Em nota publicada na página da estatal na internet, a companhia detalhou o processo.

"Comunicamos hoje ao mercado o início do envio de prospecto sobre o processo de venda da nossa participação acionária na BR Distribuidora para potenciais parceiros. A seleção de empresas que receberam o teaser foi realizada com base em critérios objetivos, em conjunto com a instituição financeira especializada em fusões e aquisições contratada para assessorar o processo de venda", informou a Petrobras.

A estatal explicou que a decisão faz parte da estratégia definida pelo Conselho de Administração em julho deste ano de compartilhamento de controle, em uma estrutura societária que visa assegurar a maioria do capital total da BR, mantendo 49% do capital votante.

"Esse novo modelo de venda atrai maior interesse do mercado e tem como objetivo maximizar o valor do negócio de distribuição de combustíveis, atender aos nossos objetivos estratégicos e manter a operação integrada na cadeia do petróleo.".

***

Os midiotas coxinhas que adoram o deus "mercado" devem estarem muito satisfeito, o traíra já vendeu a preço de banana o Carcará (poço de petróleo) que valia no mínimo 22 bi, por 8,5. Vendeu também o principal gasoduto, nas mesmas condições, e agora repete a roubalheira com a BR distribuidora... falando nisso, quanto que a gasolina baixou mesmo?

Mais uma mentira contra Dilma é desmascarada

Publicou a Era (época) em letras garrafais:

"Dilma furou fila do INSS para se aposentar um dia depois do impeachment"

Mentira!

Na reportagem a revisteca faz questão de esconder a verdade:

  • 1º) Esconde quando foi feito o pedido de aposentadoria e enfatiza que o tempo médio para a obtenção do benefício é de 115 dias
  • 2º) Que a regra atual exige que sejam obtidos 85 pontos (Contribuição + idade) para ser concedida a aposentadoria
Vamos aos fatos:
  • Dilma Rousseff encaminhou o pedido de aposentadoria no dia 12 de Dezembro de 2015, portanto se passaram mais de 270 dias para obter o "privilégio" (que em média dura 115 dias)
  • Dilma Rousseff obteve 108 pontos (Quarenta anos de contribuição + 68 anos de idade) 
Como podemos ver é privilégio demais para uma petista presidente da República.
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Frase para vida inteira

" Quanto mais conciliadores, gentis e obsequiosos formos com a burguesia, mais intransigente, arrogante e autoritária ela se torna contra nós".

Leon Tolstoi

Exato. A frase cai como uma luva no atual momento que vive o povo brasileiro. Com certo tipo de gente, não dá para conciliar.

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