Who is América: a série




Quando a realidade supera a comédia, por Wilson Ferreira 
Como fazer uma sátira política de um país que parece imitar os estereótipos que a própria mídia faz da América? Como fazer humor de um país que já teve um ex-ator de Hollywood como presidente e, o atual, um dublê de empresário e ex-apresentador de reality show de TV? Esse é o desafio do comediante Sacha Baron Cohen na série “Who is America?” (2018-): como satirizar um país no qual a realidade parece superar a comédia. Cohen interpreta cinco hilários personagens que entrevistam e fazem “pegadinhas” em norte-americanos que vão desde desconhecidos até senadores, deputados e juízes dos EUA, através de todo espectro político e cultural. Cada episódio consegue persuadir os entrevistados (seja de esquerda ou direita) a colocar para fora seus extremismos, preconceitos e qualquer coisa bizarra sugerida pelas ainda mais bizarras caricaturas de Sacha Cohen. “Who is America?” mostra que, na atualidade, estar diante de uma câmera é a nova hipnose: ajuda a revelar o pior de nós mesmos.
Desde a Segunda Guerra Mundial, a imaginação literária tem um sério concorrente: a realidade, cujos eventos cada vez mais superam a ficção em escala, efeitos e estética. Desde o Holocausto e o cogumelo nuclear que devastou cidades durante a guerra, nunca mais a ficção conseguiu superar a realidade.
Por exemplo, o escritor e poeta “maldito” norte-americano Charles Bukowski dizia que tinha que lançar mão do exagero, bizarrices e um humor corrosivo que causasse os sentimentos mais extremos (do ódio e nojo, até o amor e a paixão), para poder superar o impacto dos fatos reais que acabavam superando qualquer imaginação ficcional.
Certamente o comediante Sacha Baron Cohen tinha isso em mente ao estrelar a série Who is America? (2018), apresentada no canal norte-americano Showtime em sete episódios. A premissa da série é explícita: “explorar os diversos indivíduos, desde o infame até o desconhecido através do espectro político e cultural que habitam nossa nação única”. 
Porém, representar um país como os EUA é difícil. Principalmente porque na América estão Hollywood e a gigantesca indústria de entretenimento que irradiam imagens e sonhos para grande parte do planeta. E de tanto fabricar imagens e entretenimentos, acabou acreditando neles. Resultando num país hiper-real cuja realidade tenta imitar a ficção: cidades que viram cenografias e pessoas (políticos, subcelebridades e desconhecidos) que tentam emular clichês e personagens fílmicos e televisivos.  
Séries como a brasileira América, de João Moreira Sales e que foi ao ar pela extinta TV Manchete em 1989, já mostraram isso – representar lugares e pessoas a partir da mitologia cinematográfica do Jazz, do Blues, do automóvel e de uma arquitetura urbana que se assemelha a fachadas cenográficas – sobre a série.
Mas o propósito de Who is America? é ainda mais complicado: como fazer uma sátira política, comportamental e de costumes de uma nação que, ela própria, já é um misto e paráfrase e paródia que a própria mídia faz dos EUA?  Afinal, um ex-ator de Hollywood já foi presidente (Ronald Reagan nos anos 1980) e Donald Trump (um dublê de empresário e apresentador de reality show televisivo O Aprendiz) é o atual presidente, cuja performance diária parece a de ser uma paródia de si mesmo.
Em outras palavras: como o comediante Sacha Cohen poderia fazer uma “sátira política” se os próprios personagens do cenário político e cultural atual parecem ser eles próprios paródias de si mesmos? Como a representação cômica poderia superar uma realidade que, de início, já é tragicômica?
Esse parece ser o desafio central de Who is America? Para enfrenta-lo, em muitos momentos Sacha Cohen parte para o “politicamente incorreto” no melhor estilo Bukowski, para despertar raiva, nojo e repulsa. Ou, se é possível, explorar uma linguagem mockumentary híbrida – um mix de “media prank” (pegadinhas) com espécies de brincadeiras ou jogos em que os entrevistados parecem conscientes e aceitam – afinal, estar diante das câmeras em um show de TV é atraente para personagens hiper-reais. 
A crítica parece não ter entendido essa proposta desafiadora da série: acusam o humor “incorreto” de Sacha Cohen de repetitivo e ofensivo. Além de não entender qual o objeto da crítica. Perguntam: afinal, do que se trata Who is America? O fato é que ao longo dos sete episódios, todos os lados do espectro político são ridicularizados: dos liberais democratas “politicamente incorretos” à direita republicana bélica que inacreditavelmente leva à sério as propostas paródicas de Sacha Cohen – por exemplo, armar as crianças a partir dos três anos para enfrentar os atiradores e terroristas muçulmanos que invadem escolas... 

A Série

Como de hábito nos filmes anteriores (Borat, O Ditador, Brüno), Sacha Cohen está quase irreconhecível nas próteses e pesadas maquiagens de cinco personagens que entrevistam desde apoiadores de Trump, um DJ da Flórida, até senadores e políticos como Bernie Sanders, o republicano do Estado da Geórgia Jason Spencer e o ex-juiz do Alabama, Roy Moore.
Cohen é “Billy Wayne Ruddicj Jr. Phd”, teórico da conspiração de extrema direita que emula o conhecido jornalista conspiratório conservador Alex Jones do “Infowars.com”; “Dr. Nira Cain-N’Degeocello”, um professor de extrema-esquerda em estudos de gênero (continuamente pede desculpas por ser hetero), sua esposa chama-se Naomi e seus filhos Harvey Milk e Malala; “Rick Sherman”, um britânico ex-presidiário que tenta se lançar no mundo das artes plásticas e música pop a partir de elementos “criativos” retirados da sua vida na prisão: excrementos e fluidos corporais;
“Erran Morad”, um perito antiterrorismo israelense (que a cada episódio se apresenta como “coronel” ou “brigadeiro”, “capitão” e assim por diante) com métodos nada ortodoxos para combater o “Mal” – terroristas, pedófilos etc.; Gio Monaldo, um playboy fotógrafo de Milão que possui um programa na TV italiana chamado “La Vita Diamante di Gio”. Suas causas de caridade incluem vítimas do Ebola na África e “crianças-soldados”; e “OMGWhizzBoyOMG”, um youtuber que abre caixas de brinquedos colecionáveis enquanto faz entrevista no canal do Youtube.
No primeiro episódio Erra Morad entrevista diversos conservadores (presidente de ligas de armas, lobistas e o senador Trent Lott) defensores dos direitos das armas e da necessidade dos professores se armarem nas escolas para enfrentarem atiradores. Morad é mais radical: propõe um sistema supostamente infalível em Israel – armar e treinar crianças a partir dos três anos, mas crianças “diferenciadas e treinadas”. Phip Van Cleave, presidente da Virgínia Defence League, chega a participar de um “vídeo didático” para crianças proposto por Morad, sobre os benefícios de armas portadas nas escolas e disfarçadas de bichinhos de pelúcia...
Morad também faz uma pegadinha com três apoiadores “red necks” de Trump: como atrair imigrantes ilegais e pedófilos para prendê-los? O exército de Israel sabe como: simula-se uma “Quinceañera” (festa de quinze anos para meninas) para enganar os vilões. Morad faz os apoiadores se disfarçarem de meninas adolescentes (com direito a calcinhas de borracha com simulações de vagina para se tornarem mais atraentes aos “mexicanos pedófilos”), enquanto o terceiro se esconde dentro da piñata com uma câmera de vídeo. Até a polícia chegar e dar uma batida, confundindo os “red necks” com verdadeiros pedófilos.
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Receitas da Vovó Briguilina




Para quem tem bom gosto e gosta de comida com sabor de infância, nada melhor que as receitas da Vovó Briguilina. Tem de tudo:

  • Pratos principais
  • Sobremesas 
  • Salgados
  • Doces
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Reforma da previdência

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Vladmir Saaftle: Nossa bandeira será vermelha




Um fantasma assombra o Brasil, o fantasma da bandeira vermelha. O lema “a nossa bandeira jamais será vermelha” não esperou o sr. Jair Messias para despertar do pântano gélido dos medos da República (…)
Mas é fato que o medo da bandeira vermelha tem origens que não escondem suas verdadeiras razões. Ela remonta à Revolução Francesa ou, para ser mais exato, a uma lei de 21 de outubro de 1789 autorizando as municipalidades a hastear a bandeira vermelha para indicar que as massas deveriam se dispersar diante do que seria uma ameaça à “ordem social”.
Ou seja, se a bandeira vermelha aparecesse, isso significava que as forças do governo tinham autorização para atirar contra a população, já que a denominada “ordem” estava em risco (…)
Em 1848, a massa insurgente em Paris levanta a bandeira vermelha a fim de indicar que seu país ainda estava por ser construído e que se fundaria na solidariedade sem fronteiras entre aqueles que até então não tiveram nada (…)
Hoje, em 2019, o medo da bandeira vermelha ainda está na pauta do dia —e isso diz muito a respeito de como o poder não aprendeu nada nesses últimos 200 anos. Não é contra o uso da bandeira vermelha feito por Estados burocráticos totalitários que ele se volta. É contra o seu significado originário e seu sinal de insubmissão.
Tanto é assim que o poder continua a fazer os mesmos discursos, a levantar os mesmos espantalhos, tal como se estivéssemos de volta ao século 19.
Essa repetição não é um acaso. Ela simplesmente indica que, apesar das diferenças evidentes de contexto e de condições, há um elemento que não cessa de não se inscrever, que não cessa de repetir, indicando a natureza falsa da vida social que impomos às classes mais vulneráveis e desfavorecidas.
Por isso, sr. Jair Messias, nossa bandeira ainda será vermelha.
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O texto acima são trechos do artigo do jornalista Vladmir Safatle na Folha de São Paulo. Com certeza os puxa-saco dos Bolsonaros vão correr para mostrar a eles e "aconselhar" que o governo federal retalie o jornal petralha.


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Charge do dia





Os partidos progressistas devem defender uma Previdência Social com regras essenciais iguais para todos, exemplo:

  • Idade mínima para se aposentar
  • Tempo minímo de contribuição
  • Alicota única
  • Previdência Pública
Em resumo, a oposição tem de trabalhar para acabar com os privilégios. Na minha opinião a melhor proposta é defender que as regras do BPC - Benefício de Prestação Continuada - seja a base da reforma. Repito: Igual para todos.

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Artigo do dia




Em defesa do populismo. Cadê o Steve Banon da esquerda? por Luiz Roque Miranda Cardia
Steve Bannon é de direita. Donald Trump é de direita. O governo dos Estados Unidos continua sendo imperialista, violento e destruidor. Trump promove políticas reacionárias, racistas, xenófobas e etc. A extrema-direita norte-americana, como o que resta da Ku Klux Klan, foi protagonista da eleição do atual presidente. Internacionalmente, Bannon lidera uma fundação chamada “O Movimento” que articula políticos de direita na Europa, e apoia governos de extrema-direita como o do fascista Viktor Orban da Hungria. Dito tudo isso, para evitar ruídos e acusações histéricas, o objetivo deste texto não é discutir a ideologia conservadora, ou a posição à direita no espectro político no qual se encontra Steve Bannon e seu movimento, e muito menos advogar em prol de seu reacionarismo. A questão proposta é sobre o problema das estratégias de formulação, comunicação e organização, de um movimento político que seja capaz de efetivamente disputar o poder e transformar (inclusive para pior) estruturas profundas da economia política nacional e mundial.
O personagem dessa reflexão é Steve Bannon, e não Donald Trump, porque ele é que formula algo muito mais amplo e duradouro que a eleição e administração de Trump. Bannon foi militar nos anos 70 e 80, tendo servido no Pacífico e também no Golfo Pérsico, e chegou a trabalhar no Pentágono, enquanto estudava para obter um mestrado em Estudos de Segurança Nacional na Universidade de Georgetown. De cara, fica evidente que é um sujeito altamente treinado e ligado às questões mais sensíveis de seu Estado nacional. Depois disso, Bannon trabalhou no poderoso banco Goldman Sachs e saiu para criar seu próprio banco de investimento focado na indústria do entretenimento. Nos anos 90 ingressa na indústria cinematográfica como produtor executivo em Hollywood. Assim, fica óbvio que Bannon conhece também, por intensa experiência, os meandros do poder econômico e midiático dos EUA.

Bom dia!




Na vida tudo tem seu ápice e decadência.
É normal, na vida é assim, contudo, quando tudo parece caminhar para o nada, eis que ela a Vida resurge triufante e bela.
Novas folhas, novas flores, novos frutos
Na infinita benção do recomeço.
Bom dia!

Wilson Madrid
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