Trato é trato

Um cara tinha o pinto muito pequeno.
Ele estava numa festa quando viu uma loira deliciosa.
Não se agüentou de tesão e resolveu investir.
Se aproximou e puxou conversa.
Tanto fez que conseguiu sair com a loira para um lugar mais reservado.
Começou então a bolinar a moça e, quando o clima esquentou, ele disse:
- Deixa, vai?E ela:
- Não, de jeito nenhum.
- Deixa, rapidinho.
 - Não - disse ela, irredutível.
 - Vai, deixa. Só a cabecinha, só a cabecinha.
 - Tá legal. Só a cabecinha, hein?
 Como ele tinha o pinto pequeno, não pensou duas vezes e
 colocou tudo.
Ela adorou a sensação e gritou louca:
 - Ai que delícia, coloca tudo, vai,vai,vai !!!
 Ele parou e disse:
 - Não, trato é trato!!!

Efêmero

Se tivessemos consciência do quanto nossa vida é efêmera, talvez pensássemos duas vezes antes de jogar fora as oportunidades que temos de ser e de fazer os outros felizes.
Muitas flores são colhidas cedo demais. Algumas, mesmo ainda em botão. Há sementes que nunca brotam e há aquelas flores que vivem a vida inteira até que, pétala por pétala, tranqüilas, vividas, se entregam ao vento.
Mas a gente não sabe adivinhar. A gente não sabe por quanto tempo estará enfeitando esse Éden e tampouco aquelas flores que foram plantadas ao nosso redor. E descuidamos. Cuidamos pouco. De nós, dos outros.  
Nos entristecemos por coisas pequenas e perdemos minutos e horas preciosas. Perdemos dias, às vezes anos.
Nos calamos quando deveríamos falar; falamos demais quando deveríamos calar. Não damos o abraço que tanto nossa alma pede porque algo em nós impede essa aproximação. Não damos um beijo carinhoso porque não estamos acostumados com isso e não dizemos que gostamos porque achamos que o outro sabe automaticamente o que sentimos.
E passa a noite e chega o dia, o sol nasce e adormece e continuamos os mesmos, fechados em nós. Reclamamos do que não temos, ou achamos que não temos suficiente. Cobramos. Dos outros. Da vida. De nós mesmos. Nos consumimos. 
Costumamos comparar nossas vidas com as daqueles que possuem mais que a gente. E se experimentássemos comparar com aqueles que possuem menos?
Isso faria uma grande diferença!
E o tempo passa... 
Passamos pela vida, não vivemos. Sobrevivemos, porque não sabemos fazer outra coisa. 
Até que, inesperadamente, acordamos e olhamos pra trás. E então nos perguntamos: e agora?! 
Agora, hoje, ainda é tempo de reconstruir alguma coisa, de dar o abraço amigo, de dizer uma palavra carinhosa, de agradecer pelo que temos.
Nunca se é velho demais ou jovem demais para amar, dizer uma palavra gentil ou fazer um gesto carinhoso. 
Não olhe para trás. O que passou, passou. O que perdemos, perdemos. 
Olhe para frente!
Ainda é tempo de apreciar as flores que estão inteiras ao nosso redor. Ainda é tempo de agradecer pela vida, que mesmo efêmera, ainda está em nós. 
Pense!... Se você está lendo esta mensagem é porque ainda tem tempo!!! Não o perca mais!... 

Ainda é pouco

A oferta de crédito bancário agora em janeiro igualou, em valor, o pico de setembro de 2008, quando da erupção da crise financeira global. É o que garante o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, - com a ressalva: crédito de fevereiro com juros maiores em prazos menores. 

Ou seja: de risco maior. 
 
A retomada do crédito pelo lado da oferta, casado com o nível de demanda das empresas e das pessoas físicas guarda relação com a devolução, pelo Banco Central, de exatos R$ 100 bilhões do vasto reservatório do chamado recolhimento compulsório. 

Ainda sobra empoçado no BC um compulsório de R$ 160 bilhões. O que significa dizer que o Brasil está reidratando o sistema financeiro com recursos, depósitos ou ativos do próprio sistema e não com recursos públicos do Tesouro Nacional.

É o mercado refinanciando o próprio mercado com poupança do público já existente, já formada, com lastro em produto, trabalho e renda.

Sem mistério.

Reserva de compulsório foi inventada para reequilibrar mercado em choques de liquidez. O Banco Central nada mais faz que sua obrigação. E daria até para liberar outros R$ 100 bilhões - se o Banco Central do Brasil não fosse, mesmo no auge da crise tão vacilante, tão tímido. Ou tão medroso.

O desemprego que o diga.
Joelmir Beting

Eleição 2010 no ar

Começou a campanha eleitoral para 2010 na TV. E a Globo, como sempre, saiu na frente. Na semana passada, o Jornal Nacional e o Jornal da Globo ignoraram solenemente a pesquisa CNT/Sensus onde Lula aparece com 84% de aprovação, um recorde histórico. Mas claro, isso não é notícia pelos critérios jornalísticos globais. Muito menos o fato da ministra Dilma Roussef ter alcançado, pela primeira vez, a casa dos dois dígitos na pesquisa de intenção de votos para a presidência. E será assim até as eleições. O que não é nenhuma novidade. Pode-se criticar a Globo por vários motivos, menos pela falta de coerência.

Desde a última ditadura, para não termos que voltar muito na história, ela sempre esteve do mesmo lado: elitista, entreguista, conservador. Apoio aos golpistas e ao regime militar, tentativa de fraudar a vitória de Leonel Brizola ao governo do Rio em 1982, boicote às diretas-já, criação da candidatura Collor, edição fraudulenta do debate entre ele e Lula em 1989, destituição de Collor e apoio a Fernando Henrique, Serra e Alckmin nas eleições seguintes.

Sobre os primeiros casos citados, muito já se escreveu mas, como eles mesmo dizem, vale a pena ver de novo. Pelo menos alguns deles.

Por exemplo, assisti - com estes olhos que a terra... - ao Jornal Nacional de 25 de janeiro de 1984, dia do comício das Diretas Já, com cerca de 300 mil pessoas na Praça da Sé, em São Paulo, noticiado como uma festa pelo aniversário da cidade. Isso foi dito na abertura da matéria lida pelo apresentador no estúdio (na "cabeça", segundo o jargão do telejornalismo). Texto nunca mostrado pelos atuais funcionários da empresa, encarregados da revisão histórica do período, nas inúteis tentativas de negar o fato.

Ouvi, com estes ouvidos que terão o mesmo destino dos olhos, uma longa entrevista (mais de 15 minutos) na rádio Globo, em 1988, com o então desconhecido governador de Alagoas, Fernando Collor de Melo. Ele era apresentado ao País como o "caçador de marajás", assim chamados os funcionários públicos alagoanos detentores dos salários mais altos. Na mesma época, o Globo Repórter dedicava uma edição inteira ao mesmo tema. Começava então uma campanha eleitoral que teria seu ponto alto na edição caprichada do debate Collor-Lula, apresentada no Jornal Nacional, na véspera da eleição. A ordem do dono da empresa era taxativa: mostrar todas as intervenções positivas do seu candidato e tudo de ruim que ocorreu com o adversário. A edição competente virou o jogo. Eleito, Collor caiu logo em desgraça nos altos escalões do Jardim Botânico. Até novela foi feita para derrubá-lo e nunca protestos de rua, como o dos "caras-pintadas", foram tão bem vistos pela emissora.

Já ouço alguém dizendo: "lá vem ele com as teorias conspiratórias de sempre". Não respondo. Prefiro passar a palavra a dona Lily Marinho, viúva do dono das Globos, ditas no lançamento do livro Roberto e Lily, em 2005 e revelada na coluna de Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo : "O Roberto colocou ele (Fernando Collor de Mello, na Presidência) e depois tirou. Durou pouco. Ele se enganou". Nada mais a acrescentar. 

Só resta perguntar: e depois? Como se comportou o jornalismo da Globo, e particularmente o seu telejornal de maior audiência nas eleições seguintes?

Para os dois pleitos presidenciais mais recentes (2002 e 2006) está na praça um livro-documento: Telejornalismo e Poder nas Eleições Presidenciais (Summus Editorial, São Paulo, 2008), de Flora Neves, professora e pesquisadora da Universidade Estadual de Londrina. Trabalho meticuloso, combinando uma exaustiva coleta de material (a gravação de 199 edições do Jornal Nacional) com uma sofisticada análise dos dados. Cuidados que levam a resultados indiscutíveis, excludentes de qualquer tipo de "achismo". Mostram como o principal telejornal do país manipulou a cobertura daquelas duas eleições contrariando até muitos teóricos e críticos da comunicação que chegaram a comemorar a imparcialidade da Globo nessas coberturas, opinião claramente desmentida pela pesquisa.

Vamos a alguns dados publicados no livro. Em 2002, no segundo turno, 66.66% das matérias eram favoráveis a Serra e apenas 20,0% a Lula. A autora conclui que, nesse período, "a cobertura se manteve na agenda dos candidatos, procurando pontuar o mesmo número de falas de Lula e Serra, mas com momentos ruins de Lula e momentos bons de Serra", mantendo a linha editorial iniciada na edição do debate Lula-Collor, acima mencionado.

Mas naquele ano Lula não foi o único alvo do Jornal Nacional. A pesquisa mostra como o noticiário da Globo se esforçou para derrubar a candidatura Ciro Gomes que ameaçava ir para o segundo turno, tirando José Serra da disputa. "O candidato do PPS recebeu valências (valoração dada às matérias: positiva, negativa e neutra) negativas durante quase todo o período da cobertura, destacando-se como homem truculento, de pavio curto, que fala o que pensa e só sabe criticar, além de estar envolvido com políticos corruptos", diz a autora.

Em 2006, chama atenção o quadro de valências referente às edições do Jornal Nacional veiculadas entre o início no horário eleitoral obrigatório no rádio e na TV e o primeiro turno das eleições. Vejam os percentuais de matérias positivas relativas aos principais candidatos:

Alckmin 68,57%; Cristovam 52,94%; Heloisa Helena 61,76% e Lula 16,43%.

É preciso dizer mais alguma coisa? São números que explicam a ida de Alckmin para o segundo turno e nos quais se insere a cobertura do famoso dossiê anti-petista, explorado à larga pelo Jornal Nacional.

Episódio também tratado no livro. Apesar do empenho, a Globo perdeu as
duas eleições, mas mantêm-se fiel aos seus princípios. Mostra com grande antecedência que estará firme na próxima campanha presidencial, sempre do mesmo lado.

As gravações analisadas pela professora Flora Neves em 2002 e 2006
começaram a ser feitas no período que antecedeu as pré-convenções partidárias, já em pleno ano eleitoral. Diante do atual silêncio da Globo em relação à pesquisa CNT/Sensus recomendo aos interessados em analisar a cobertura das eleições de 2010 pelo Jornal Nacional, que comecem a trabalhar desde agora. Material, pelo visto, é que não vai faltar.

Eleição 2010 no ar

Começou a campanha eleitoral para 2010 na TV. E a Globo, como sempre, saiu na frente. Na semana passada, o Jornal Nacional e o Jornal da Globo ignoraram solenemente a pesquisa CNT/Sensus onde Lula aparece com 84% de aprovação, um recorde histórico. Mas claro, isso não é notícia pelos critérios jornalísticos globais. Muito menos o fato da ministra Dilma Roussef ter alcançado, pela primeira vez, a casa dos dois dígitos na pesquisa de intenção de votos para a presidência. E será assim até as eleições. O que não é nenhuma novidade. Pode-se criticar a Globo por vários motivos, menos pela falta de coerência.

Desde a última ditadura, para não termos que voltar muito na história, ela sempre esteve do mesmo lado: elitista, entreguista, conservador. Apoio aos golpistas e ao regime militar, tentativa de fraudar a vitória de Leonel Brizola ao governo do Rio em 1982, boicote às diretas-já, criação da candidatura Collor, edição fraudulenta do debate entre ele e Lula em 1989, destituição de Collor e apoio a Fernando Henrique, Serra e Alckmin nas eleições seguintes.

Sobre os primeiros casos citados, muito já se escreveu mas, como eles mesmo dizem, vale a pena ver de novo. Pelo menos alguns deles.

Por exemplo, assisti - com estes olhos que a terra... - ao Jornal Nacional de 25 de janeiro de 1984, dia do comício das Diretas Já, com cerca de 300 mil pessoas na Praça da Sé, em São Paulo, noticiado como uma festa pelo aniversário da cidade. Isso foi dito na abertura da matéria lida pelo apresentador no estúdio (na "cabeça", segundo o jargão do telejornalismo). Texto nunca mostrado pelos atuais funcionários da empresa, encarregados da revisão histórica do período, nas inúteis tentativas de negar o fato.

Ouvi, com estes ouvidos que terão o mesmo destino dos olhos, uma longa entrevista (mais de 15 minutos) na rádio Globo, em 1988, com o então desconhecido governador de Alagoas, Fernando Collor de Melo. Ele era apresentado ao País como o "caçador de marajás", assim chamados os funcionários públicos alagoanos detentores dos salários mais altos. Na mesma época, o Globo Repórter dedicava uma edição inteira ao mesmo tema. Começava então uma campanha eleitoral que teria seu ponto alto na edição caprichada do debate Collor-Lula, apresentada no Jornal Nacional, na véspera da eleição. A ordem do dono da empresa era taxativa: mostrar todas as intervenções positivas do seu candidato e tudo de ruim que ocorreu com o adversário. A edição competente virou o jogo. Eleito, Collor caiu logo em desgraça nos altos escalões do Jardim Botânico. Até novela foi feita para derrubá-lo e nunca protestos de rua, como o dos "caras-pintadas", foram tão bem vistos pela emissora.

Já ouço alguém dizendo: "lá vem ele com as teorias conspiratórias de sempre". Não respondo. Prefiro passar a palavra a dona Lily Marinho, viúva do dono das Globos, ditas no lançamento do livro Roberto e Lily, em 2005 e revelada na coluna de Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo : "O Roberto colocou ele (Fernando Collor de Mello, na Presidência) e depois tirou. Durou pouco. Ele se enganou". Nada mais a acrescentar. 

Só resta perguntar: e depois? Como se comportou o jornalismo da Globo, e particularmente o seu telejornal de maior audiência nas eleições seguintes?

Para os dois pleitos presidenciais mais recentes (2002 e 2006) está na praça um livro-documento: Telejornalismo e Poder nas Eleições Presidenciais (Summus Editorial, São Paulo, 2008), de Flora Neves, professora e pesquisadora da Universidade Estadual de Londrina. Trabalho meticuloso, combinando uma exaustiva coleta de material (a gravação de 199 edições do Jornal Nacional) com uma sofisticada análise dos dados. Cuidados que levam a resultados indiscutíveis, excludentes de qualquer tipo de "achismo". Mostram como o principal telejornal do país manipulou a cobertura daquelas duas eleições contrariando até muitos teóricos e críticos da comunicação que chegaram a comemorar a imparcialidade da Globo nessas coberturas, opinião claramente desmentida pela pesquisa.

Vamos a alguns dados publicados no livro. Em 2002, no segundo turno, 66.66% das matérias eram favoráveis a Serra e apenas 20,0% a Lula. A autora conclui que, nesse período, "a cobertura se manteve na agenda dos candidatos, procurando pontuar o mesmo número de falas de Lula e Serra, mas com momentos ruins de Lula e momentos bons de Serra", mantendo a linha editorial iniciada na edição do debate Lula-Collor, acima mencionado.

Mas naquele ano Lula não foi o único alvo do Jornal Nacional. A pesquisa mostra como o noticiário da Globo se esforçou para derrubar a candidatura Ciro Gomes que ameaçava ir para o segundo turno, tirando José Serra da disputa. "O candidato do PPS recebeu valências (valoração dada às matérias: positiva, negativa e neutra) negativas durante quase todo o período da cobertura, destacando-se como homem truculento, de pavio curto, que fala o que pensa e só sabe criticar, além de estar envolvido com políticos corruptos", diz a autora.

Em 2006, chama atenção o quadro de valências referente às edições do Jornal Nacional veiculadas entre o início no horário eleitoral obrigatório no rádio e na TV e o primeiro turno das eleições. Vejam os percentuais de matérias positivas relativas aos principais candidatos:

Alckmin 68,57%; Cristovam 52,94%; Heloisa Helena 61,76% e Lula 16,43%.

É preciso dizer mais alguma coisa? São números que explicam a ida de Alckmin para o segundo turno e nos quais se insere a cobertura do famoso dossiê anti-petista, explorado à larga pelo Jornal Nacional.

Episódio também tratado no livro. Apesar do empenho, a Globo perdeu as
duas eleições, mas mantêm-se fiel aos seus princípios. Mostra com grande antecedência que estará firme na próxima campanha presidencial, sempre do mesmo lado.

As gravações analisadas pela professora Flora Neves em 2002 e 2006
começaram a ser feitas no período que antecedeu as pré-convenções partidárias, já em pleno ano eleitoral. Diante do atual silêncio da Globo em relação à pesquisa CNT/Sensus recomendo aos interessados em analisar a cobertura das eleições de 2010 pelo Jornal Nacional, que comecem a trabalhar desde agora. Material, pelo visto, é que não vai faltar.

A campanha eleitoral de 2010 está no ar


FHC prega boicote


Deputados tucanos reuniram-se em São Paulo nesta terça-feira com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Motivo: debater a necessidade de o PSDB lançar o quanto antes o nome do candidato da sigla que disputará a sucessão presidencial em 2010.

"Os deputados saíram da casa de FHC também com a recomendação de exercerem mais fortemente a oposição no Congresso em relação a medidas do governo Lula, incluindo aquelas voltadas para impedir o avanço da crise internacional", informa a jornalista Carmen Munari, em reportagem para a Reuters.  

Agora, é oficial o que já se conjecturava.

A impressão que passa a "recomendação" do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é de que ele pede aos tucanos que trabalhem para que a crise econômica mundial arraste o Brasil e o leve ao fundo do poço, como aconteceu na gestão dele. O que é isso: quanto pior, melhor? Mesquinhez? Irresponsabilidade? Tiro no pé?

Inviabilizar a adoção de medidas do governo Lula para combater a crise, é um crime contra o país. E agora, a menos que o ex-presidente dê alguma explicação para o teor de sua "recomendação", a impressão que fica será a de que ele quer sabotar o país para seu grupo político voltar ao poder.

Conceição Lemes