CartaCapital 15 anos



Edição comemorativa de 15 anos de CartaCapital, os personagens, as empresas e as ideias que fizeram história. No Brasil e no mundo.

Começa agora uma revolução no Brasil

Será divulgado nesta semana o índice de qualidade e velocidade das obras do PAC acompanhadas pelo DNIT, o que servirá de base para um bônus concedido aos servidores e engenheiros do orgão -pode-se ganhar até R$ 48.900 de prêmio. Pelo importância das obras e sua capacidade de influenciar o resto do Brasil, estamos diante de uma revolução.

Não será obviamente (nem de longe) apenas essa medida que vai melhorar a execução das obras no Brasil. Mas está em jogo a mudança de um olhar diante do funcionário público que, a partir de agora, passa a ser sócio do sucesso do PAC e cúmplice do fracasso. Vai ser recompensado no sucesso e punido no fracasso, o que é um estímulo ao mérito.

Todos esses indicadores vão forçar que os governos sejam mais sérios com a conclusão dos serviços, invistam mais e melhor, envolvam a comunidade e as empresas, se preocupem menos em denuncias e mais em realização. Afinal, sem isso, o Estado jamais conseguirá ter um bom desempenho.

Por isso, considero que deveríamos ter também um índice de qualidade dos ministérios que, se não atingido, deveria ter punições, extensivas aos governadores e prefeitos.

Jilcerto de Mestaim

Sábado Solidário








Um dia dedicado à solidariedade com objetivo de arrecadar donativos para os desabrigados das cheias no interior do Ceará. A campanha inclui blitz e grande show beneficente que une cantores, músicos e humoristas ao projeto Força Solidária, no Parque do Cocó. Entre as atrações estão Fagner, Rossicléa, Chico Pessoa e Falcão.

A corja não tem pudor


Oposição vai tentar barrar gratificação para servidor acelerar obras do PAC


Tem jeito não minha gente, a tucademopiganalha tem ojeriza ao funcionalismo público. 

Toda empresa privada bonifica, incentiva financeiramente seus trabalhadores. Agora o Estado não pode fazer isto, por que? Qual é a logica desta gentalha entreguista?

Muito simples, desmantelar os Estado para que a iniciativa privada tome conta de tudo. 

E como sempre o trabalhador seja materia farta, abundante e assim eles possam ter mão-de-obra à vontade.

Declarações de Lula

- País do futuro: Meu governo sempre pensou no futuro e faz isso até hoje ]...]. Ouso dizer que não existe no mundo hoje nenhum país com a quantidade de obras simultâneas que tocamos no Brasil. Estou falando de eclusas, hidrelétricas, saneamento básico, rodovias, aerovias e aeroportos, de internet, do programa habitacional... Posso pegar o Rio de Janeiro como exemplo. Duvido que, em algum momento nos últimos 30 anos, o Rio tenha tido tantas obras feitas com dinheiro federal. Não quero que, daqui a dez anos, o Rio continue conhecido como a cidade que tem a favela da Rocinha, o Complexo do Alemão, a favela Pavão e Pavãozinho. Quero que esses lugares sejam vistos como bairros. Isso é pensar no futuro.

 

- Legado bendito: No ano que vem, eu quero apresentar um PAC para 2010 e 2014. Não estarei mais no governo. Será uma prateleira de projetos aprovados para quem vier depois. A pessoa pode até não querer fazer. Mas, se quiser fazer, eles estarão lá. Não vai acontecer o que aconteceu comigo. Quando cheguei aqui, o Ministério do Planejamento não tinha um projeto aprovado. Tivemos de começar do zero: projeto básico, projeto executivo, licença prévia, uma série de providências que demoram três anos [...]. Eu quero deixar este país preparado [...]. Se cada presidente deixar um conjunto de obras estruturantes para o sucessor, o país dará um salto de qualidade nos próximos 20 anos [...].

 

- Legado bendito 2: Quero deixar uma nova relação que o governo conseguiu estabelecer com a sociedade. Parte da sociedade se sente responsável pelo meu governo. Nestes sete anos, já fiz mais de 50 conferências nacionais: conferência de habitação, da saúde, de GLTB [Gays, Lésbicas, Transexuais e Bissexuais], de educação. A única conferência que falta fazer é a de comunicação, que vamos fazer neste ano. Vai ser muito difícil mudar a relação que construí com a sociedade. É uma relação de confiança. As pessoas têm de perceber que um governo não é feito para quem governa. As ideias não têm de ser suas, necessariamente. Talvez essa seja uma vantagem minha. Quando o cara é bem formado intelectualmente, acha que já sabe tudo o que se apresenta a ele. Não tem nem ouvido. Como eu não sei muita coisa, tenho uma capacidade de ouvir muito grande. Seria muito melhor para o mundo se os governantes aprendessem a ouvir.

 

- Petróleo: O Brasil não pode, no futuro, imaginar que vai exportar petróleo e participar da Opep. O Brasil tem de ser exportador de derivados. Vamos extrair e refinar a gasolina de qualidade, o diesel de qualidade e, assim, gerar riqueza aqui dentro. Também vamos desenvolver uma forte indústria petroquímica. Se não for a melhor do mundo, estará entre as primeiras. Terceiro: vamos criar um fundo para cuidar da educação e da pobreza. Daqui a 20 anos, a gente poderá saber o que esse petróleo que nós encontramos deu de qualidade de vida para o povo brasileiro.

 

– Reforma política: Já é quase um consenso entre as pessoas que fazem política que precisamos de uma reforma profunda. Os partidos não podem ser aquilo que são hoje. A reforma é inexorável. A coisa mais barata para uma eleição neste país é você aprovar o fundo público de campanha. Não dá para você ficar numa promiscuidade entre o político e a classe empresarial. As coisas têm de ser mais transparentes. Os partidos têm de ter força. Você tem de negociar com o partido, não com pessoas. Eu acerto uma coisa com um deputado em nome do partido, aí vem um (outro) deputado e diz: ‘Não, não era isso’. Você precisa de instrumentos de negociação. E para isso a questão da lista [fechada de votação] é importante. Porque aí o presidente tem com quem negociar. Nós mandamos sete propostas para o Congresso. Eu não queria. Passei muito tempo achando que não era uma coisa do Executivo, mas do Legislativo. Quando vi que eles não faziam, decidi que devia mandar. Se quiserem utilizar, utilizam.

 

- Lado bom da crise: [...] Fico muito feliz que a teoria do Estado mínimo e do mercado máximo ruiu. E isso não foi na Venezuela, na Bolívia ou no Paraguai. Foi nos Es-ta-dos-Uni-dos-da-A-mé-ri-ca-do-Nor-te. Na Alemanha. Na França. Na Inglaterra. Quando o Lehman Brothers quebrou, quem se tornou o salvador da pátria? O Estado. A GM já não sabe mais nada. A Ford já não sabe mais nada. Os banqueiros também não. Quem sabe? O Estado. Isso aconteceu por uma providência de Deus, que restabeleceu a normalidade do papel de cada um.

 

- Educação: Estou feliz com o que fazemos em educação, mas eu poderia estar mais feliz. Entre 1909, quando Nilo Peçanha fez a primeira escola técnica do país, em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, e 2003, foram feitas outras 140 escolas técnicas. Isso em 94 anos. Em oito anos, nós vamos fazer 214. Só neste ano vou inaugurar cem. Outra coisa: basta imaginar o significado para o futuro do ProUni [programa de crédito para financiar alunos carentes em universidades privadas], com 535 mil alunos. Ou o significado do ReUni [programa de expansão de vagas das universidades federais].

 

- Impostos: Defendo menos impostos se isso não contribuir apenas para aumentar o lucro empresarial, mas também para a geração de empregos e a distribuição de renda. Em todos os países mais pobres, a carga tributária é muito baixa. Em todos os países com a melhor qualidade de vida, é muito alta. Você pode pegar da Finlândia até a Inglaterra. Em alguns lugares, você taxa menos a produção e taxa muito a pessoa física, o rendimento. Não existe outro jeito de fazer justiça social. [...] O debate sobre Estado mínimo é uma bobagem. Ou você tem um Estado que funciona ou aquele que não funciona [...].

 

- Previdência: Sou defensor da ideia de que, a cada 30 anos, deveríamos fazer uma reforma da Previdência. Uma geração tem de preparar a aposentadoria da geração seguinte. [...]Agora, é bom esclarecer que a Previdência não tem déficit [...]. O que acontece é outra coisa. O Tesouro joga nas costas da Previdência os gastos com a Seguridade Social [...].

Milton Santos: A construção da geografia cidadã

Milton Santos foi o geógrafo que mais visibilidade deu à Geografia brasileira. Sua militância permanente em prol da cidadania e da ética extrapolou os muros acadêmicos. Produziu um obra numerosa e complexa, uma verdadeira teoria geográfica do espaço, que apresenta diferentes fases e faces e reclama ainda muita reflexão. O presente texto apresenta uma das muitas possibilidades de classificação de sua obra. Considera, para tanto, que seu pensamento e a organização de seu trabalho percorre dois caminhos básicos, desde o campo das reflexões filosóficas sobre a natureza do espaço geográfico, até trabalhos de natureza empírica, quando buscava a reconstrução intelectual do mundo a partir das experiências específicas, dando destaque à categoria lugar.

Departamento de Geociências
Universidade Estadual do Ceará

Zé Rodrix

Triste, muito triste. Amigos, sinto trazer tal notícia: o cantor, poeta, compositor, escritor, show-man, palestrante (sobre qualquer assunto), advogado-que-nunca-exerceu e, acima de tudo, meu irmão de vida mais querido, o nosso Zé, o Rodrix, único, inimitável, nos deixou para sempre, hoje, dia 22 de maio, à uma e quinze da madrugada. O corpo será liberado amanhã às onze, hora em que também serão avisados dos horários de velório e enterro. Com a alma rasgada ao meio, deixo meu pesar mais profundo.

Tavito