O (não) vice de Serra


De Marcos Coimbra, sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi:
Das muitas coisas aborrecidas da eleição presidencial de 2010, uma das maiores é a insistência de alguns setores políticos e de parte da mídia na tese de que Aécio vai terminar sendo candidato a vice na chapa de Serra. Ele já disse centenas de vezes que não, mas parece que há gente que não o escuta.
Na verdade, essas pessoas apenas não acreditam nas palavras do governador. Para elas, é como se Aécio estivesse apenas fazendo um jogo de cena, fingindo que já teria tomado uma decisão sobre algo que, na verdade, permaneceria em aberto e que continuaria a fazer parte de seus cálculos. Inversamente ao que afirma, a hipótese de ser vice de Serra ainda estaria viva em seus planos.
Tudo se resumiria a uma questão de oportunidade, da escolha da hora certa em que Serra formalizaria o convite e Aécio aceitaria. Nada além de encontrar o jeito de se aproximar do outro com uma abordagem irrecusável, de, como um bom sedutor, fazer a proposta à qual ele não resistiria. Depois de cortejá-lo, de dar o bote.
Faz mais de ano que o assunto vai e vem, sem que Aécio tenha feito nem sequer um movimento que sustente a tese. Ao contrário, tudo o que ele fez foi na direção oposta.
Não havia nenhuma razão para que ele considerasse previamente encerrada a discussão sobre como seu partido iria participar da sucessão de Lula. Serra sempre esteve bem nas pesquisas, mas isso nunca foi motivo para que sua candidatura tivesse que ser encarada como inexorável e única.
De um lado, por sua vantagem ser, em grande parte, explicada pelo seu maior nível de conhecimento, fruto da participação em uma disputa nacional e várias majoritárias em São Paulo.
De outro, pelo próprio Serra haver desistido de concorrer na eleição passada (quando tinha números semelhantes), ao perceber que suas chances de perder eram altas.
Quando, ainda em 2008, Aécio começou a defender que o PSDB fizesse prévias entre seus filiados para escolher o nome que o representaria na eleição, ele estava genuinamente convencido de que elas eram possíveis e salutares para o partido.
Talvez levando em conta o quanto haviam sido instrumentais para que Obama se tornasse candidato frente ao favoritismo de Hillary Clinton, ele lutou durante meses para que fossem adotadas.
Não foi por manobra ou sabedoria de alguém que elas não aconteceram. Como todos os partidos brasileiros, salvo o PT, o PSDB mal sabe quantos são seus filiados, para não dizer seus endereços.
Se, em anos anteriores, tivesse havido mais preocupação em manter atualizado esse cadastro, as prévias tucanas poderiam perfeitamente ter sido realizadas.
Quando se revelaram operacionalmente impossíveis, Aécio permaneceu em campo, nunca sinalizando que recuaria para uma composição em que viesse a ser o vice de Serra. Nos últimos meses de 2009, sua disposição de ser o candidato de seu partido não diminuiu um centímetro.
É claro o porquê. Para ele, a possibilidade de ser candidato a presidente é totalmente vantajosa, vencendo ou perdendo para Dilma em outubro. Na vitória, por motivos óbvios. Na derrota, pois se tornaria um nome nacional (provavelmente maior que Serra é hoje) e assumiria o posto de principal liderança de um novo PSDB pós-FHC. Isso mais que compensaria o ônus de ficar sem mandato por alguns anos.
E se fosse o vice de Serra? Caso ele perdesse (coisa que parece perfeitamente possível à luz das pesquisas atuais), Aécio teria trocado uma vaga no Senado por nada. Ou alguém acha que um candidato derrotado a vice-presidente chega a algum lugar? Na dúvida, pergunte a José Paulo Bisol, por exemplo.
Serra não seria Serra se seu vice opinasse em seu governo. Aliás, vice com autonomia costuma ser visto pelo titular como traidor, sem que, para achar isso, tenha que ser José Serra. Ou seja: Aécio continuaria tendo trocado o Senado por quase nada.
Sua visibilidade nacional não cresceria uma vírgula durante a campanha e, no governo Serra, permaneceria mínima. O compromisso de que poderia, sabe-se lá quando, ser seu candidato vale tanto quanto uma nota de três reais.
Aécio não é vice de Serra e não pretende ser. Quem o diz é ele, que acrescenta que a probabilidade de que mude de opinião é zero. É tão difícil entendê-lo?

A chapa ideal


Na minha opinião Lula erra quando não "banca" a chapa Dilma/Ciro.

Sei que a desculpa é o PMDB.

Acontece que o PMDB na sua imensa maioria estará no governo em 2011.

Acredito que ainda tem possibilidade desta chapa ser a que votarei nesta eleição.

É a minha torcida.

Competentes

Erra quem acusa a oposição de desleixo na missão de preparar um discurso para a campanha eleitoral. O PSDB dá tanta importância à tarefa que decidiu produzir não um, mas dois discursos. Um para ele e outro para a adversária.

E foram tão camaradas com o PT que antes mesmo de providenciar o deles próprios já finalizaram o de Dilma Rousseff, ao dizerem que se eleitos vão acabar com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Deve ser a tal “competência gerencial”, aqui aplicada na situação concreta de uma campanha política.



Boletim Carta Maior - 20/01/2010

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Boletim Carta Maior - 20 de Janeiro de 2010 Ir para o site
 

 
 
A história do assédio e do racismo contra o Haiti
 
Os pecados do Haiti
A história do assédio contra o Haiti, que nos nossos dias tem dimensões de tragédia, é também uma história do racismo na civilização ocidental. Em 1803 os negros do Haiti deram uma tremenda sova nas tropas de Napoleão Bonaparte e a Europa jamais perdoou esta humilhação infligida à raça branca. O Haiti foi o primeiro país livre das Américas. Os Estados Unidos invadiram o Haiti em 1915 e governaram o país até 1934. Retiraram-se quando conseguiram os seus dois objetivos: cobrar as dívidas do City Bank e abolir o artigo constitucional que proibia vender plantações aos estrangeiros. O artigo é de Eduardo Galeano.
> LEIA MAIS | Internacional | 19/01/2010
• Argemiro Ferreira: O Haiti antes e depois da tragédia
 
Chile à direita: alerta no continente
Além do peso estratégico do Chile, o que há de emblemático na vitória de Piñera é o caráter da coligação triunfante, ironicamente chamada de Coalizão pela Mudança. Pela primeira vez retornam ao poder forças políticas que deram sustentação direta às ditaduras militares da América do Sul. Não é pouca coisa, definitivamente. Tampouco trata-se de fato isolado. Se analisarmos a cadeia de acontecimentos que marcou o ano passado, encontraremos pistas evidentes de uma contra-ofensiva da direita latino-americana. O artigo é de Breno Altman.
> LEIA MAIS | Internacional | 19/01/2010
 
PNDH 3 é fiel à Constituição, diz Sepúlveda Pertence
Em entrevista à Carta Maior, o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), Sepúlveda Pertence, defende o 3° Plano Nacional de Direitos Humanos e critica a ignorância de quem não leu o plano e o "propósito, mal dissimulado, de fazer da objeção global ao plano uma bandeira da campanha eleitoral que se avizinha". Para Pertence, "o Plano é fiel à Constituição. Não apenas ao que dela já se implementou, mas principalmente, ao arrojado projeto de um Brasil futuro, que nela se delineou, e que falta muito para realizar".
> LEIA MAIS | Política | 18/01/2010
• José Gregori: "Plano aflorou divisionismos que pensei superados"
 
"Nunca se discutiu tanto direitos humanos no Brasil"
"A maioria da mídia brasileira demorou 18 dias para descobrir a importância do PNDH3 por absoluta falta de aptidão para temas que saiam da área econômica, onde seus interesses estão, geralmente, concentrados". A avaliação é de Rogério Sottili, ministro em exercício da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, que, em entrevista à Carta Maior, analisa a polêmcia criada em torno do programa. Essa polêmica, observa, tem como lado positivo a visibilidade inédita que o tema ganhou no país
> LEIA MAIS | Política | 19/01/2010
 
Madalena, o teatro das oprimidas
O Centro de Teatro do Oprimido realiza no Brasil, Guiné-Bissau e Moçambique, países da África lusófona, de janeiro a maio de 2010, o Laboratório Madalena. Trata-se de uma experiência cênica voltada exclusivamente para mulheres empenhadas em investigar as especificidades das opressões enfrentadas pelas mulheres e em atuar para a criação de medidas efetivas que contribuam para a superação dessas opressões e para a igualdade dos gêneros.
> LEIA MAIS | Arte & Cultura | 17/01/2010
 
 
O Berlusconi chileno
A esquerda não soube construir, nas duas décadas de democratização, uma alternativa antineoliberal no Chile. O povo chileno pagará caro esse erro da esquerda, que agora tem, pelo menos, a possibilidade de colocar em questão o modelo herdado do pinochetismo. - 20/01/2010

 
Colunistas
 
Antonio Lassance
O legado dos amaldiçoados: uma breve história do Haiti
A tragédia que fez o Haiti desabar é mais um golpe sobre um povo com o qual toda a América Latina tem uma dívida histórica. O Haiti foi promotor dos ideais da Revolução Francesa, da luta contra a escravidão, do anti-colonialismo e do americanismo bolivariano. - 18/01/2010
 
Washington Araújo
Aos 50, Brasília espera ser resgatada
O melhor presente que Brasília poderia receber em seu 50º aniversário seria nada menos que a punição de todos os envolvidos nos escândalos de corrupção flagrados pelo dublê de Secretário de Estado, delegado de polícia e cineasta Durval Barbosa. - 19/01/2010
 
Olgária Mattos
Democracia e neurose obsessiva
Alimentado pela ideologia do consumo, o espectador político é acalentado pela promessa de bem-estar permanente difundida por um ?tirano racional?, que promove a beleza e o sucesso. Diante disso, a angústia do perdedor só aumenta e eclode na agressão ao rosto do Presidente italiano. - 19/01/2010
 
Francisco Carlos Teixeira
As grandes crises de 2010: o caso coreano
A insistência da Coréia do Norte em avançar com seu programa de rearmamento, inclusive nuclear, tornou-se um dos principais focos de crise na Ásia Oriental e um dos elementos de pressão na política externa de Obama. - 13/01/2010
 
Roberto Efrem Filho
Os Direitos Humanos sob conflito
O que temem os setores conversadores de nossa sociedade - de Jobim aos seus militares, do DEM à CNA munida de seus proclamados demônios ? não é efetivamente a legalização do aborto ou a Comissão de Verdade e Justiça. - 13/01/2010
 

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NÚMEROS

Na lanchonete me dei conta de que a garçonete que me atendia tinha no crachá um número que a identificava.
Achei aquilo um tanto quanto esquisito.
Uma moça que eu não a conheço e cujo nome é um número.
Ali, naquele estabelecimento, tudo gira em torno dos números.
A minha comenda tinha o número 0110.
E um código de barra com outros códigos numéricos.
De repente, meio sem querer, ouço a moça 022 pedir ao cliente que acabara de pedir uma bebida: “qual o número da sua comenda? O do código de barras logo a cima?”
E ele lhe descreveu pelo menos quatro números.
O cardápio é exposto em números.
E se referem às mesas como se estas fossem números: “a 16 já pagou?” “Quantos tem na 18?” “Vê a conta da 17”.
Os “frezzeres” assinalavam, em média, um número: 18º de temperatura.
No visor digital do microondas estava programado o número 30 – de 30” – o tempo suficiente para aquecer um sanduíche de pão com presunto.
Sempre me apeguei a ideia de que giramos em torno dos números.
De que somos um número.
O número acompanha a gente logo na maternidade.
A enfermeira logo te identifica com “aquele esparadrapo branco” no braço ou no pé. Ali está o seu número. Você é um número no berçário.
Um número na certidão de nascimento.
Na de casamento.
E no registro de óbito.
Somos concebidos, fecundados e nascidos em um dia. Um dia é uma data.
Que é um número.
Um número que, por outro lado, pode ser um mês.
Um ano.
Um século.
Um milênio.
Tudo em nós e para nós é um número.
A vida é uma só.
Não dá para disperdiçá-la com números.
Isso se eles não fossem indispensáveis.
A moça da lanchonete não seria ela naquela lanchonete sem o número que carrega no seu crachá.
Aquelas digitais em vermelho não me revelam um nome, mas me diz que aquela moça não queria ser o que é, mas demonstrar a todos o sorriso simpático da Maria, Raimunda, Carla, Rosimeire ou Francisca – ou outro nome qualquer que ela tenha – e que aquele número substituiu.

PSDB e Serra se valem do medo e da mentira


Esta postagem é minha resposta a nota oficial que o PSDB divulgou contra a ministra Dilma. 


Como o candidato deles - tucademospiganalhas -  não tem coragem de enfrentar a Muié e muito menos Lula, se esconde atras de "notas oficiais do partido".


Leiam se quiserem a nota deles Aqui , é um blog a serviço da corja... na minha opinião.


Diante de sua reconhecida arrogância política, o governador José Serra adota as conhecidas artimanhas da tucademopiganalhada que, historicamente, aprimorou de maneira nunca vista a retórica do medo e da mentira.
Foi assim em 2002, quando criou a fantasia sobre o medo, tendo como garota propaganda a atriz Regina Duarte.
O PSDB, na verdade, tem demonstrado que deseja a privataria das estatais e o fim do Bolsa Família, assim como de todos os programas sociais criados pelo governo Lula.
Hoje os governadores e os prefeitos do PSDB são atrapalhadores dos benefícios sociais que atendem as camadas mais pobres da população. Mais do que isso, eles têm destruidos e piorado essas atividades, com amplo repudio da população.
Os brasileiros sabem que o PAC é um programa de obras e não um slogan publicitário. Em verdade, o PAC é um programa de obras com foco e objetivo defenido.
As muitas inaugurações têm servido, para o esclarecimento intensivo a população. Convence e é levado a sério pelo povo.
Está claro que o PAC é um grande projeto, uma realidade. E isso ficará cada vez mais demonstrado este ano, à medida que a propaganda e o discurso eleitoral corresponderão aos fatos concretos.

Dilma apresentará PAC II


A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, irá apresentar à equipe de governo na próxima quinta-feira o Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2), conjunto de obras a serem executadas a partir de 2011, ano de início do governo posterior ao do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a ordem é para garantir um "plano permanente e constante (de obras), sem interrupção".
"O presidente já deu sinais claros de que a máquina pública deve continuar andando", disse Padilha. O foco do PAC 2, afirmou o ministro de Relações Institucionais, serão obras de saneamento e de remoção de resíduos sólidos de regiões metropolitanas, políticas de ampliação da mobilidade urbana e programas de inovação tecnológica e democratização do acesso à internet.
O presidente Lula, que coordena nesta quinta a primeira reunião ministerial do ano, quer que os ministros-candidatos, independentemente de seus projetos políticos, continuem no governo até a última data prevista pela Justiça eleitoral - início de abril - e dêem continuidade às tarefas de suas pastas sem trocas de imediato por palanques. "(O presidente quer que) mantenham até a saída suas atividades no governo. (A eleição) não é motivo para que esses ministros não intensifiquem suas ações. O governo tem que governar e vai continuar governando", ressaltou o coordenador político do governo.
Em reuniões ministeriais passadas, o presidente já havia alertado querer que a futura reforma ministerial, a ser feita para retirar do governo os futuros candidatos a cargos eletivos em 2010, seja "a mínima possível". De acordo com o presidente, os substitutos não deverão ser políticos, mas preferencialmente os atuais secretários-executivos de cada pasta.