Sérgio Guerra: "babaca"sim; Privatista não, por favor!



Lula chamou presidente tucano de "babaca": algo a ver com essa foto de 2006?

Colunistas do partido da imprensa passaram uma semana a comemorar os resultados eleitorais no Chile. Lá, a presidenta Bachelet – com ampla aprovação popular - não conseguiu eleger o candidato da "Concertacion" (coligação de centro-esquerda), Eduardo Frei.

Seria um sinal de que o mesmo pode se passar no Brasil, onde Lula – mesmo com alta aprovação – poderia ver sua candidata derrotada. Essa é a torcida dos colunistas a serviço de Serra. Foi o que martelaram na imprensa nos últimos dias.

Acontece que Lula não é Bachelet. A presidenta chilena quase não participou da campanha de Frei. Só deu apoio ostensivo na última semana antes do segundo turno.

Lula está em campo desde agora, e seguirá em campo ao lado de Dilma.
Já escrevi aqui que a tática de Serra e dos tucanos é não polemizar com Lula. Por isso Serra quer fazer campanha só a partir de março. Assim, ele não vai brigar com Lula, mas com Dilma. É a única saída possivel para Serra e os tucanos. Mas falta combinar com os russos. Falta combinar com Lula.

O que quero dizer com isso?

Vejam o episodio do Sergio Guerra, glorioso presidente do PSDB. Deu uma entrevista desastrada na "Veja", dizendo que o PSDB, se vencer, vai acabar com o PAC. A Dilma criticou a fala do Guerra, aí os tucanos vieram com os dois pés no peito da Dilma: mentirosa, dissimulada etc.

A tática é essa: bater na candidata, esquecer Lula. Ok. Acontece que Lula não aceitou a brincadeira. Devolveu a pancada, chamou Sergio Guerra de "babaca".

Voces acham que o povo vai acreditar em quem? No Guerra (um sujeito que talvez nem consiga se reeleger pro Senado em Perrnambuco)  ou no Lula (o presidente com 80% de aprovação)?

Cada vez que os tucanos baterem na Dilma, Lula vai responder, como a dizer: "atacar minha candidata é atacar a mim". Lula fará a polarização. Queiram ou não os tucanos. Será sinuca de bico.

Essa é só uma diferenca entre Brasil e Chile.

A outra é que no Chile o centro e a esquerda estiveram juntos por vinte anos. É como se aqui no Brasil, ao fim da ditadura, tucanos e petistas tivessem feito uma coligação para enfrentar a direita. No Chile, a Concertacion é isso.

Se no Brasil achamos o governo Lula moderado demais, no Chile o quadro é ainda mais amorfo. Os governos pós Pinochert mantiveram a política economica da ditadura, pouco avancaram em polílticas sociais. Tinham um compromisso claro com a democracia que marcava a diferença com a direita. Isso é fato. Mas faltou delimitar o campo com a direita nas outras áreas. Por isso, depois de 20 anos, o eleitorado olhou para os candidatos e decidiu: pra que votar na centro-esquerda, de novo, se o programa é praticamente o mesmo da direita?

No Brasil, tucanos tentam mostrar que não há diferença entre os governos de FHC e Lula. Mas aqui é mais dificil embaralhar o jogo.

Lula tem quatro marcas que ajudam a delimitar o campo com os tucanos:

- politica externa independente (com reflexos na economia, por isso não sofremos tanto na crise; o Brasil já não tira os sapatos nem depende tanto dos EUA);

- diiálogo com os movimentos sociais (ao contrário dos tucanos e seus alidos da imprensa, que detestam sindicatos e povo mobilizado, Lula dialoga e respeita centrais sindicais e todo o movimento organizado);

- fortalecimento do papel do Estado (com fim das privatizaçoes, aumentos salariais para o funcionalismo, fortalecimento dos bancos púplicos e estatais; tudo isso teve papel fundamental na hora de enfrentar a crise);

- políticas sociais massivas (Bolsa-Família, recuperação do salario-mínimo).

Essas diferenças são o calcanhar de aquiles da campanha tucana.

Por isso, Sérgio Guerra ficou nervoso quando Dilma tentou colar nele o rótulo anti-PAC. Anti-PAC= anti-Estado=liberal privatista. Os tucanos sabem que esses rótulos pegam.

Acho que o Sérgio Guerra prefere ser chamado de babaca do que de privatista anti-PAC.

Temo que o Serra tenha que usar um boné do Banco do Brasil, feito o Alckmin em 2006 (lembram da foto ridícula?), para provar que não retomará o programa privatista de FHC – marca tucana no imaginário popular.

Se o Serra não usar o boné, talvez o Sérgio Guerra use. Aí, definitivamente merecerá o apelido que ganhou de Lula.

Babaca, sim! Privatista, não! Por favor…

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Gordinhas em destaque

Aconteceu neste domingo (24.01) em São Paulo a primeira Fashion Weekend Plus Size, evento que apresentou dez desfiles de marcas para mulheres gordinhas - ou mulherões, como muitas preferem ser chamadas. 

A iniciativa aparece em momento oportuno, já que o último SPFW (17 a 22.01) suscitou um assunto adormecido: o da magreza excessiva das modelos. Ossos em evidência e braços mais finos do que o aceitável chamaram a atenção de jornalistas, que tocaram no assunto e retomaram a importante polêmica. 

Nem oito, nem oitenta, você dirá, ao ver as fotos da passarela GG. E com razão. A organizadora do FWPS, Andrea Boschin, prontamente se defende: “Não se trata de apologia à obesidade. Temos uma enorme preocupação com a saúde. Todas as modelos têm os exames físicos em dia. Estamos aqui justamente para combater esse preconceito de que gordinhas são descuidadas, que não são saudáveis”.

Se há algo que chama a atenção é justamente o padrão, menos rígido. Enquanto no SPFW só há espaço para as que ocupam o menor espaço possível, neste evento existem de "cheinhas" a obesas. E que também têm que cuidar da forma. “Não posso nem engordar, nem emagrecer, pois sou modelo de prova para muitas marcas”, conta Mayara Russi, modelo há cinco anos.

Sem pretensão de lançar tendências, teve desfile de noiva, de moda festa, de streetwear e até de lingerie. Andrea Boschin afirma que a intenção era mostrar que quem veste tamanhos grandes pode ser elegante da praia ao casamento. “Gordinha não tem que usar só preto e roupas largas”. Taíz Marques, assistente de compras da marca Carlota, adverte que não se trata apenas de fazer peças maiores, mas com bom caimento, já que elas querem consumir a mesma moda que se vê nas revistas. 

Teve mais. A bailarina gordinha Shaide Halim e a atriz Mariana Xavier apresentaram, cada uma, seus números de dança e atuação. Shaide afirma ter sofrido muito preconceito por ser uma dançarina acima do peso e Mariana conta que sua carreira deslanchou depois que ela ganhou 30 quilos. “Antes, eu competia com atrizes que eram modelos. Ao ganhar peso, me destaquei”. 

Renata Poskus, outra das organizadoras do evento, anunciou que haverá um próximo FWPS em julho. E deixou o aviso para os organizadores do SPFW: “É melhor eles começarem a incorporar mulherões nos desfiles, ou vamos oferecer concorrência”.

Me espere até amanhã

PODER DE COMPRA DO BRASILEIRO ELEVA O CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA. E NÃO O AUMENTO DA TEMPERATURA AMBIENTE

Já houve momento na história brasileira em que morria-se consumido pelo calor e não se falava em aumento do consumo de energia elétrica.
Porque faltava à população as condições econômicas e financeiras ideiais para adquirir um equipamento que lhe refrescasse o calor.
No Brasil de Lula a situação é bem diferente e favorável para a maioria das pessoas, sobretudo aquelas de baixa renda.
Considerável parte da população brasileira tem em casa pelo menos um ventilador de voltagem. Se ainda não tem, está em vias de comprar um.
O refrigerador de ar se tornou um produto em escassez nas lojas de eletrodomésticos.
O preço foi reduzido, as taxas de juros encolheram e a quantidade de parcelas se espichou.
Conclusão: as camadas populares ganharam poder de compra e se tornaram consumidoras em potencial de ventiladores e aparelhos de ar condicionado.
Tiverem acesso ao mercado e já não se fala mais em “morrer de calor” no verão tropical brasileiro.
Aliás, a probabilidade de se morrer em virtude do aumento da temperatura é infinitamente menor que a possibilidade de se tornar vitima de um alagamento, sobretudo na cidade cosmopolita que fez aniversário neste 25 de janeiro.
A redução de impostos do governo levou o povo a se encontrar com a sua cidadania.
E nem o Jornal Nacional conseguiu esconder tal fato.
Ainda que tenha tentado dizer que a venda de equipamentos elétricos como refrigeradores de ar aumentou em função do calor, o JN não foi além disso.
Mesmo enviezadamente se viu obrigado a mostrar os números. E eles falam por si.
Somente no Natal e fim de ano as vendas superaram os 35% numa comparação com 2008 e apenas uma loja no Rio vendeu mais de 4 mil aparelhos de ar em um dia.
Não dá para mascarar sempre.
O JN se estribuchou no afã de condenar o aumento do consumo de energia para não dizer claramente que este só aumentou porque o consumidor pode comprar mais parelhos elétricos.
Aí arranjou o calor como desculpa para a elevação das vendas de um simples ventilador.

Vai ver, a culpa é do Lula.

Pulga de sorte


Uma pulga está tomando sol na praia, toda bronzeada, embaixo de um guarda-sol. Nisto, chega outra pulga, branca e morta de frio.
A primeira lhe pergunta:
  - O que aconteceu?
  - É que eu quis vir à praia tomar um solzinho e então subi no bigode de um motoqueiro que vinha pra cá.
Acontece que o cara veio a 200 km/h eu quase congelei de frio!
A pulga bronzeada responde:
  - Pô, você tem que fazer como eu: esconda-se no banheiro feminino e quando entrar uma garota esconda-se na calcinha dela, naqueles pelinhos macios, você viaja quentinha e segura!
No fim de semana seguinte, voltam a encontrar-se na praia: a primeira, bronzeadíssima e a segunda branca e morta de frio.
- E agora, o que aconteceu? Não fez como eu disse?
- Claro que fiz. Escondi-me no banheiro e quando a garota  entrou e baixou a calcinha, eu me acomodei ali muitíssimo bem e dormi.
- Então, por que você está assim?
- Não faço a menor idéia. Quando acordei estava de novo a 200 km/h no bigode do infeliz do motoqueiro! 

PRESIDENTE DO PT ENTREVISTADO NO TERRA MAGAZINE


O presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra, criticou, em entrevista à Terra Magazine, a proposta dos tucanos de processá-lo por preconceito por chamar o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, de “jagunço político”. Dutra diz que são os tucanos que demonstram preconceito quando chamam a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, de “mentirosa”. “Nós queremos um debate de alto nível, mas também não vamos correr do pau. Se quiserem (PSDB) ir pro pau, vamos também”, afirmou.

Leia entrevista concedida por José Eduardo Dutra ao portal Terra Magazine.

Terra Magazine – O PSDB quer processar o senhor e o deputado Ricardo Berzoini por calúnia e difamação...
José Eduardo Dutra - É risível a nota. É de morrer de rir. Em primeiro, porque eu sou de Sergipe. E mais, dizer que é preconceito usar um termo desde sempre muito usado no Nordeste é de morrer de rir. Não entendi onde ele foi buscar o preconceito nisso aí. Onde está o preconceito quando se usa o termo jagunço? Onde vai o preconceito contra o povo nordestino? A não ser que o senador Sérgio Guerra ache que ele é o povo nordestino. Em segundo, usamos um termo muito usado no Nordeste e o relativizamos: “jagunço político”. Ou seja, está vinculado ao teor da nota que ele soltou. Então, a nossa nota precisa bem em que circunstâncias está o termo. E se eu disser que Dilma é uma candidata arretada? Eu estou sendo preconceituoso? O argumento deles é risível. Se for para julgar qual nota seria cabível de ir na justiça, seria a do Sérgio Guerra contra Dilma.

Terra - Por que?
Dutra - Ali sim os termos são grosseiros e caluniosos. A nossa nota, não. Nós somente afirmamos que ele se comportou como um jagunço político ao soltar a nota anterior. Agora, querem entrar na Justiça? Paciência, é um direito deles. Mas deveriam arrumar argumentos melhores.

Terra - O senhor não acredita que esses argumentos estejam vinculados, de certa forma, ao fato de o partido carecer de maior inserção no Nordeste?
Dutra -Olha, se isso for uma estratégia de inserção, eles estão mal de estratégia.

Terra - O senhor acha que essa troca de notas entre os altos escalões do partido sejam positivas ou negativas para a imagem de ambos em ano eleitoral?
Dutra - Nós vamos dançar de acordo com a música. Se tocar valsa, dançaremos valsa. Se tocar heavy metal, dançaremos heavy metal. Isso começou com a entrevista de Guerra na revista Veja, dizendo que iria acabar com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Respondemos.

Terra - A ministra Dilma respondeu.
Dutra - A ministra Dilma rebateu politicamente. Guerra, por sua vez, soltou uma nota naqueles termos, acusando a ministra de mentirosa. Nós respondemos, ao meu ver, muitos tons abaixo à nota do presidente do PSDB. Estranhamos que, no mesmo dia em que o governador José Serra (SP) disse que não entraria em baixaria, o presidente da sigla soltou uma nota nesses termos. Nós queremos um debate de alto nível, mas também não vamos correr do pau. Se quiserem ir pro pau, vamos também.


SP, 456 - Pesquisa Datafolha


A data comemorativa da cidade motivou que a Folha SP realizasse uma pesquisa sobre o estado de animo dos paulistanos.
Todos sabem que a Folha sempre vê o lado positivo das coisas, o que explica a manchete sobre a pesquisa: “SP, 456 – Apesar dos problemas, cresce amor pela cidade. Pesquisa datafolha mostra que, mesmo em tempos de chuvas e caos, 47% dos habitantes de São Paulo estão muito satisfeitos.”
Para justificar esse entusiasmo a Folha -eterna positiva-, destaca na capa de sua revista: “57% não cogitam se mudar; em 2001, o índice era 38%”. O elemento de comparação é janeiro de 2001, após 4 anos de governo Pitta, o que explica os resultados e o progresso consignado pela Folha.
Acontece que a Folha poderia ter comparado a pesquisa de hoje, não só a de janeiro 2001, mas a aquela realizada em janeiro de 2004 pelo mesmoDatafolha (janeiro de 2004, após 3 anos de administração Marta Suplicy).
Neste caso, será que a analise seria a mesma?
Vejamos alguns elementos da comparação:
Nota para São Paulo
Janeiro 2001 – 6,1
Janeiro 2004 – 7,7
Janeiro 2010 – 7,4
Grau de satisfação com a cidade
Nada satisfeito
Janeiro 2001 – 21%
Janeiro 2004 – 7%
Janeiro 2010 – 6%
Um pouco satisfeito
Janeiro 2001 – 53%
janeiro 2004 – 46%
Janeiro 2010 – 47%
Muito satisfeito
Janeiro 2001 – 25%
Janeiro 2004 – 46%
Janeiro 2010 – 47%
Um quesito está aparentemente ausente da pesquisa publicada hoje, se eu li corretamente. Trata-se da questão “Você diria que tem mais orgulho do que vergonha ou mais vergonha do que orgulho de morar em São Paulo?”.
Em janeiro de 2004 a Folha informava com orgulho:
“Outro indicador indiscutível do aumento da auto-estima do paulistano está contido nas respostas à seguinte pergunta, apresentada pelo Datafolha: “Você diria que tem mais orgulho do que vergonha ou mais vergonha do que orgulho de morar em São Paulo?”.
A resposta é um verdadeiro “presente” para a cidade: nada menos que 83% dos entrevistados responderam que têm mais orgulho do que vergonha de residir na metrópole.
O instituto de pesquisa já havia apresentado essa mesma questão em levantamento realizado em abril de 2000. Na ocasião, o índice atingido foi de 59%.” (Folha SP – Paulistano tem orgulho de SP – Luiz Caversan 25/1/2004 ver
 A arte de esconder o essencial de uma pesquisa).
Não vi a mesma pergunta agora, mas vale registrar que 57% afirmam hoje que não se mudariam de São Paulo, contra 41% que manifestam o desejo de sair da cidade.
Poderiamos dizer, com base nos números das pesquisas que após uma espectacular melhora na avaliação dos paulistanos sobre a sua cidade, registrada em janeiro de 2004; os seis anos seguintes não aportaram qualquer melhora significativa. Mas, eu também sou um incorrigível otimista, São Paulo, na opinião dos seus habitantes, não voltou para a pessima imagem da época de Pitta e o progresso atingido em 2004 persiste até hoje.
Um bom presente para a cidade é constatar que a maioria de seus habitantes sente esse orgulho de morar aqui. Eu compartilho do mesmo orgulho.
Luis Favre