Habitação popular

[...] Banco do Brasil vai investir mais no programa "Minha Casa, Minha Vida".

O nicho de mercado preferencial é o de famílias que recebem até 3 salários mínimos.

O BB começou a atuar no programa em setembro de 2009. Mas, apenas na área de financiamento da produção. 

Em julho do ano passado, passou a conceder crédito para pessoas físicas com renda de 3 a 10 salários mínimos. 

Do total de 1,005 milhão de contratações feitas pelo programa entre 2009 e 2010, o banco respondeu por apenas umas 4 mil unidades, de acordo com a CBIC - Câmara Brasileira da Indústria da Construção -.




Enologia

A crítica de vinhos, com seu vocabulário pomposo e sofisticado sistema de notas de zero a cem, não é, em termos objetivos, muito mais do que uma fraude. Essa pelo menos é a conclusão a que se chega quando revisamos os testes científicos a que a indústria da enofilia foi submetida nas últimas décadas.
Em 1963, Rose Marie Pangborn, uma das pioneiras nos estudos da percepção do gosto, mostrou que, quando se adicionava um pouco de corante para que vinho branco ficasse rosado, especialistas classificavam o falso rosé como mais doce do que a mesma bebida sem a tintura.
Com esse experimento, ela abriu as porteiras para uma série de testes que, se não destroem inteiramente a reputação da enologia, chegam muito perto de fazê-lo.
Um clássico no gênero é o artigo "A Cor dos Odores", de Gil Morrot, Fréderic Brochet e Denis Duburdieu. Eles recrutaram 54 estudantes de enologia da Universidade de Bordeaux e os convidaram a provar e a comentar duas taças de vinho, que pareciam ser um branco e um tinto.
Na realidade, porém, ambos os copos continham o mesmíssimo vinho branco, mas, num deles, havia sido adicionado antocianino, um corante que não deixa gosto.
Como prognosticado pelos cientistas, os estudantes não perceberam o truque e ainda descreveram com riqueza de detalhes os aromas de cada uma das amostras com o vocabulário específico para as uvas vermelhas e brancas.
Num outro experimento, Brochet resolveu ir ainda mais longe e serviu um Bordeaux que engarrafou com dois rótulos distintos: "grand cru" (vinho de excelência) e "vin de table" (vinho ordinário).
Como esperado, os especialistas deram avaliações muito diferentes a cada uma das amostras. O "grand cru" foi considerado "agradável, amadeirado, complexo, balanceado e arredondado", enquanto o "vin de table" lhes pareceu "fraco, curto, leve e achatado".
Quarenta dos especialistas julgaram que o vinho de rótulo pomposo valia o investimento; apenas 12 disseram o mesmo da bebida barata.
Um vinho de US$ 10 melhora substancialmente quando é etiquetado como uma garrafa de US$ 90.
Outro estudo seminal, de Gregg Salomon, de Harvard (EUA), mostrou que, quando se oferecem a especialistas três taças de vinho, duas das quais são idênticas, eles são incapazes de apontar a amostra diferente em um terço das tentativas.
Em termos objetivos, o paladar humano só detecta cinco sabores: doce, salgado, azedo, amargo e umami.
É verdade que, no caso do vinho, as sensações gustativas são enriquecidas por algo entre 600 e 800 compostos voláteis que podem ser captados pelo olfato.
O problema é que, mesmo os narizes mais bem treinados não conseguem identificar mais do que quatro componentes na mesma mistura.
O cérebro não entrega os pontos e se fia em pistas externas como cor, rótulo e preço para emitir seus pareceres enológicos. Não fossem os cientistas desmancha-prazeres, ele provavelmente teria sucesso e o logro não seria descoberto nem pelo "sommelier" que prova as sensações como reais e objetivas.
As inconsistências na percepção dos sabores não estão restritas ao ramo vinícola. Já foi demonstrado que podemos nos deleitar com comida de cachorro como se fosse patê de "foie gras".
OUTRO LADO
A Associação Brasileira de Sommeliers diz que as pesquisas são irrefutáveis e que os especialistas em vinhos são mesmo influenciados pelo rótulo e pela procedência. "Ninguém tem coragem de falar mal de um vinho famoso. Somos induzidos, sim", diz o diretor Arthur Azevedo.
HÉLIO SCHWARTSMAN
ARTICULISTA DA FOLHA

Já imaginou ser Presidente Mundial da Internet?

Numa época, em que a Internet tem uma influência cada vez maior no nosso cotidiano, a plataforma mynetgov.com, que será lançada a 11 de Julho, irá eleger o primeiro governo mundial da Internet, de e para os cidadãos do mundo.

A participação cívica em questões que afetam de forma direta ou indireta as condições de vida das populações é uma ambição milenar dos cidadãos do mundo. Estes têm cada vez mais dificuldades em se reverem e se sentirem verdadeiramente representados nos atuais sistemas políticos.

Os territórios nacionais, demarcados geograficamente com fronteiras físicas, fazem cada vez menos sentido num mundo globalizado, que é, de fato, cada vez mais, uma “Aldeia Global. Por isso, a plataforma mynetgov.com, vai eleger de forma democrática um governo verdadeiramente mundial, composto e aprovado por cidadãos de todo o mundo, independentemente da nacionalidade, língua, religião, etc.

A plataforma oferece algumas das funcionalidades típicas das atuais redes sociais mas sem restrições de acesso à informação. Funcionando como um espaço de intervenção pública por excelência, de todos e para todos, onde serão debatidas as mais diversas questões (ambientais, econômicas, culturais, políticas, etc.), o mynetgov.com tem por filosofia de base que toda a informação é pública e acessível a qualquer utilizador da Internet.

Todos aqueles que se registrarem na plataforma terão acesso a uma página pública na Internet, onde poderão expressar as suas opiniões e seguir as intervenções dos outros cidadãos, assim como candidatar-se aos diferentes cargos, votar nas eleições e interagir com os membros da comunidade.

O governo eleito pelo mynetgov.com funcionará como um fórum privilegiado de discussão e aprovação de medidas segundo a vontade popular, com a finalidade de influenciar os decisores mundiais na construção de uma sociedade mais livre, mais justa e mais solidária.

Nomear um gerente

Os primeiros tempos de Dilma Rousseff na Presidência da República foram marcados pelo quase silêncio dela. Depois veio a pneumonia, mais grave do que oficialmente alardeado. E o silêncio continuou, agora pelas circunstâncias.

Portanto seria um erro creditar o estilo à circunstância. O primeiro veio antes, a segunda veio depois. Era estilo mesmo, ou estratégia.
Uma ideia que deu errado. Só isso.

Não lembro exatamente quando, mas em algum momento a política brasileira foi inoculada pelo mito gerencial. O mais capaz de
desempenhar a gerência seria automaticamente o melhor governante. O tocador de obras, o chefe temido e pronto a cobrar resultados.

Os cientistas que expliquem, mas na intuição aposto que a coisa tomou corpo em reação à emergência da política nos anos 80. Saíram os
generais, vieram os políticos e trouxeram com eles o melê da atividade.

Não poderia ser mesmo pacífico nesta nossa sociedade de viés autoritário. E apareceu então a demanda por menos política e mais
gerência, coerência, etc. Livrar-se dos políticos, ou pelo menos da “politicagem”. Seria o caminho.

Tudo alimentado pela frustração perene dos cidadãos diante do que o Estado lhes devolve em troca dos impostos.

Em 1986 a onda convergiu para a candidatura de Antônio Ermírio de Moraes ao governo de São Paulo. Era um passo simbólico que ficou
nisso. Por culpa de sua excelência, o eleitor. Que gentilmente recusou a receita.

De tempos em tempos a moda volta, e a então candidatura de Dilma Rousseff tinha algo, ou bastante, disso. Passados apenas alguns meses, nota-se que é preciso mudar. E já mudou.

O governante é antes de tudo um líder político. Capaz de conduzir e mediar. Melhor dizendo, de mediar para conduzir. Era o que Luiz Inácio Lula da Silva fazia com competência.

É para isso que o eleitor contrata o sujeito na urna. E o líder que nomeie um gerente. Ou mais de um.

As palavras ajudam bem a entender a equação. O chefe chefia, o presidente preside, o gerente gerencia.

Empresas, por exemplo, têm presidentes, executivos-chefe. Aos quais estão subordinados os diretores-gerentes. E os presidentes reportam-se aos acionistas, os donos.

O eleitor é o acionista, o governante eleito é o executivo-chefe e o primeiro escalão responde pela esfera gerencial. Os acionistas cobram
resultados do executivo-chefe, que precisa liderar os gerentes para atingir e superar as metas.

Mas precisa também, de tempos em tempos, convencer os acionistas de que está no caminho certo, de que vai entregar a mercadoria.

O que é liderar? Dizem os manuais que é também extrair o melhor de cada um na equipe, toureando as contradições para produzir a soma
ótima de vetores.

Como fazer isso em silêncio? Difícil.

Mais modernamente, as empresas até incorporaram coisas como “visão”, “missão”, inclusive para cada peça da engrenagem conseguir enxergar além do que lhe cabe fazer. Uma tentativa de desalienação.

O governo Dilma enfrenta certas turbulências, parte delas derivada de seu gigantismo. Como uma grande empresa sem concorrência, sem ameaças externas.

A vida é contraditória, e uma hora as contradições acabam se instalando no organismo governamental. Governos costumam neutralizar esse fluxo com o contrafluxo do combate ao inimigo externo. Mas nem sempre funciona.

O Código Florestal é a segunda empreitada de peso do governo Dilma no Congresso. A primeira foi o salário mínimo, quando o governo ganhou bem.

Talvez isso tenha levado o Planalto a uma leitura enviesada, talvez tenha concluído que a maioria política já era um dado da realidade,
que não precisaria mais liderar, bastaria mandar.

Agora é a hora do ajuste.

Há um debate, algo deformado pelo partidarismo, sobre as qualidades gerenciais de Dilma. Mas isso deixou de ser a única variável. Ou a mais importante.

A demanda agora é por capacidade de liderança. Se estiver faltando tempo, talvez seja o caso, como fez Lula, de Dilma nomear um gerente.
Blog do Alon

O dinheiro sujo da grande corrupção

- dele quase não se fala (por razões óbvias)

Estudo mostra que do dinheiro sujo que vai para os paraísos fiscais 65% são de empresas

"Depois de estudar 23 países, Raymond Baker, diretor de um think tank de Washington, elevou (as perdas com as fraudes) a US$ 2 trilhões, e conclui que 3% do total podem ser atribuídos à corrupção política, um terço ao crime organizado e entre 60% e 65% a manobras ilícitas de pessoas físicas e grandes empresas. Traduzindo: os ricos evadem o dobro do dinheiro que os políticos e o crime organizado juntos". 

Marcos Oliveira e Sérgio Souto, colunistas do MONITOR MERCANTIL

  É curioso, mas a gente raramente vê na grande mídia falatório sobre as fraudes dos empresários grandalhões, assim como não se exibe os corruptores ao lado dos corrompidos - e, como qualquer rapazote sabe, no ritual da corrupção um não existe sem outro.

Está claro que a corrupção é um cancro que se espalha sob formas variadas. Mas a amplitude de sua genealogia é restrita a alguns especialistas cujas revelações são confinadas no âmbito de alguns círculos intelectuais.

Raymond Baker talvez tenha sido quem mais se aprofundou na devassa dos crimes de dilapidação do dinheiro público. Autor de O Calcanhar-de-Aquiles do Capitalismo: O Dinheiro Sujo e Como Reavivar o Sistema de Livre Mercado, ele hoje está á frente da Força-Tarefa sobre Integridade Financeira e Desenvolvimento Econômico, que reúne entidades da sociedade e cerca de 50 governos, ligados na investiga ção e análise do uso criminoso do dinheiro público e da sonegação institucionalizada.

Radiografia da grande corrupção

Em outubro de 2005, Baker escreveu: "Ao longo das últimas quatro décadas, foi sendo aperfeiçoada uma estrutura que facilita as transações financeiras internacionais ilegais. Essa estrutura de "dinheiro sujo" consiste em paraísos fiscais, jurisdições sigilosas, cobrança de preços por transferências, empresas de fachada, fundações anônimas, contas secretas, solicitação de lucros obtidos de fontes ilegítimas, propinas e brechas remanescentes nas leis dos países ocidentais que encorajam a entrada de dinheiro criminoso e decorrente da sonegação de impostos.
Apenas o esboço dessa estrutura já existia em 1960, por exemplo. Hoje, aproximadamente metade do comércio entre países envolve partes deste sistema, que frequentemente é usado para gerar, transferir e ocultar dinheiro ilegal.
Muitas multinacionais e bancos internacionais fazem uso rotineiro dessa estrutura, que funciona ignorando ou desviando-se das tarifas, dos impostos, das leis financeiras e da legislação contra a lavagem de dinheiro. O resultado é pura e simplesmente a legitimação da ilegalidade".

Trabalhando com base nos estudos de Raymond Aron, John Christensen, do Secretariado internacional da Rede pela Justiça Fiscal, observou: "A sonegação de impostos corrompe os sistemas fiscais do Estado moderno e solapa a capacidade de prover serviços exigidos por sua cidadania. Isso representa a forma mais alta de corrupção, pois priva diretamente a sociedade de recursos públicos legítimos. Entre os sonegadores estão instituições e indivíduos que desfrutam de posições sociais privilegiadas, porém se consideram uma elite separada da sociedade e rejeitam "quaisquer obrigações intrínsecas à cidadania numa sociedade normal" (Reich, 1992).
Esse grupo inclui indivíduos ricos e pessoas de renda alta, além de uma infra-estrutura de colarinho branco de banqueiros profissionais, advogados e contadores, acompanhados de uma infra-estrutura extraterritorial de paraísos fiscais com sistemas de governo, judiciários e autoridades regulatórias quase independentes.
Portanto, esse tipo de corrupção envolve um conluio entre atores do setor privado e público que exploram seu status privilegiado para solapar os regimes fiscais nacionais".

No caso da sonegação, esses estudiosos não se referem às empresas e às pessoas que são massacradas por um fisco insaciável, mas a quem mexe como muita grana, como os banqueiros, e pagam percentualmente muito menos do que pequenos e médios contribuintes pelas razões detectadas por eles.

Os grandes vilões do dinheiro sujo

É o que demonstrou Carlos Drummond, jornalista e professor da FACAMP: "Longe de ser atributo apenas de algumas pequenas corretoras, de distribuidoras d e valores obscuras, de escritórios de doleiros e de comerciantes e industriais isolados que se envolvem com sonegação, falsificações contábeis, contrabando, roubo de cargas, mercado negro e adulteração de produtos, a transgressão disseminou-se no mundo dos negócios a ponto de estar presente hoje em grande parte das transações entre empresas".

E deu exemplo: "O quadro geral dos negócios denota um fenômeno profundo, como indicou um banqueiro paquistanês entrevistado por Baker: "Nós perdemos a distinção entre o que é legal e o que é ilegal. Ninguém odeia as pessoas que obtêm dinheiro através de meios ilegais. A sociedade não está agindo como uma coibidora".

E disse mais: "As evidências do problema são abundantes. Fraudes, roubos, práticas corruptas, irregularidades contábeis, reduções fictícias de valores de ativos, crimes tributários, conflitos de interesses e outras transgressões cometidas por ícones como Citigroup, J.P. Morgan Chase, Enron, WorldCom, Bank of America, Bankers Trust, Bank of New York, Bankers Trust, Halliburton, Global Crossing, Arthur Andersen e mais de uma centena de outras grandes empresas de renome mundial no passado recente provocaram perdas para milhões de contribuintes, consumidores, aposentados e pequenos acionistas, tudo noticiado amplamente pela imprensa. O restante da América coleciona exemplos semelhantes, tanto na área financeira como na indústria, no comércio e nos serviços".


Onde o dinheiro roubado faz falta

Quando se fala no Brasil em corrupção, os cálculos de seus danos se limitam às patifarias dos políticos, o que por si já causa enormes  estragos, apesar de representarwm apenas 3% do banquete das fraudes.

Em maio de 2010, O Decomtec (Departamento de Competitividade e Tecnologia) da Fiesp divulgou um estudo que deu uma dimensão dos pre juízos econômicos e sociais que a corrupção causa ao País.

Segundo dados de 2008, o custo médio anual da corrupção no Brasil gira em torno de R$ 41,5 bilhões a R$ 69,1 bilhões, o que representa de 1,38% a 2,3% do PIB (Produto Interno Bruto).

O estudo também mostrou que, se o Brasil estivesse entre os países menos corruptos do mundo, a renda per capita do País entre 1990 e 2008 - que foi US$ 7.954 - subiria para US$ 9.184, aumento de 15,5% na média do período, ou o equivalente a 1,36% ao ano.

O levantamento ainda traz simulações de quanto a União poderia investir, em diversas áreas econômicas e sociais, caso a corrupção fosse menos elevada.

Educação - O número de matriculados na rede pública do ensino fundamental saltaria de 34,5 milhões para 51 milhões de alunos. Um aumento de 47,%, que incluiria mais de 16 milhões de jovens e crianças.

Saúde - Nos hospitais públicos do SUS (Sistema Único de Saúde), a quantidade de leitos para internação, que hoje é de 367.397, poderia crescer 89%, que significariam 327.012 leitos a mais para os pacientes.

Habitação - O número de moradias populares cresceria consideravelmente. A perspectiva do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) é atender 3.960.000 de famílias; sem a corrupção, outras 2.940.371 poderiam entrar nessa meta, ou seja, aumentaria 74,3%.

Saneamento - A quantidade de domicílios atendidos, segundo a estimativa atual do PAC, é de 22.500.00. O serviço poderia crescer em 103,8%, somando mais 23.347.547 casas com esgotos. Isso diminuiria os riscos de saúde na população e a mortalidade infantil.

Infraestrutura - Os 2.518 km de ferrovias, conforme as metas do PAC, seriam acrescidos de 13.230 km, aumento de 525% para escoamento de produção. Os portos também sentiriam a diferença, os 12 que o Brasil possui poderiam saltar para 184 , um incremento de 1537%. Além disso, o montante absorvido pela corrupção poderia ser utilizado para a construção de 277 novos aeroportos, um crescimento de 1383%

Esses cálculos, repito, só tratam das perdas no uso do dinheiro público. Imagine se tais estudos contabilizassem o ralo da sonegação apontado nas investigações de Raymond Baker. 

 
  

 

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Blog do Charles Bakalarczyk: MEC deveria proibir a leitura!

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Festa de Santo Antônio

O sagrado e o profano se misturam na Festa do Pau da Bandeira, que começa hoje com muito bom humor

Com a "Noite das Solteironas" será aberta hoje, a Festa de Santo Antônio, padroeiro de Barnalha. No domingo, a abertura prossegue com o carregamento do pau da bandeira e show de grupos folclóricos, uma festa popular de tradição secular. Para a edição deste ano, a organização do evento estima público médio de 500 mil pessoas.

Para receber público tão numeroso, a festa conta com um esquema de segurança. A Delegacia local funcionará 24 horas por dia, em regime de plantão. Haverá ainda um reforço de 150 policiais militares, do Batalhão de Juazeiro do Norte e de outras companhias, além do Corpo de Bombeiros.

Na região, é alimentada a crendice de que a moça solteira que toca no pau da bandeira não passa mais de um ano sem casar. A professora e poetisa Sebastiana Gomes de Almeida, conhecida por "Bastinha", bota mais pimenta na superstição com estes versos: "É meu santinho bendito/ padroeiro de Barbalha/quem sabe aí no infinito/depois dos trinta inda valha/na terra não importa a zona/corroa e solteirona/é o nome que mais calha".

Socorro Luna, organizadora da "Noite das Solteironas", divulga um "kit do milagre" para as moças que querem casar. O kit tem foto e medalha de Santo Antônio, casca e folha do pau da bandeira, chá feito das cascas e um terço fabricado com as sementes da árvore que neste ano serve de mastro, no caso, a "rama branca". O chá é recomendado para "os casos mais complicados". Na fórmula: "Cloridrato de milagre, 100mg; cloridrato de fé, 200mg; e oração antoniana, 100mg". O "Grupo das Solteironas de Barbalha" mantém uma barraca na Praça da Matriz onde são vendidos os kits.

O "kit do milagre" também traz uma oração, que diz: "Oh, glorioso Santo Antônio, protetor das encalhadas, venho aos vossos pés humildemente vos pedir, arranje-me um namorado, que seja bom, fiel, amoroso, trabalhador e que tenha pressa para o matrimônio".

A vontade de arrumar um bom partido leva milhares de moças a participar da festa, tocando o Pau da Bandeira, sentando-se sobre ele e mesmo bebendo o chá produzido com pedaços da casca da árvore. Também não falta quem assine a bandeira com a imagem de Santo Antônio, para reforçar o pedido ao santo.

"Essa é a grande esperança. Isso aqui dá tanto matrimônio. Já teve casamento do Oiapoque ao Chuí. E agora, com a aprovação da lei do casamento dos homossexuais, eles vão ver que o chá da casca funciona também", garante Socorro, complementando: "Santo Antônio não tem preconceito".

A principal atração é, sem dúvida, o carregamento do Pau da Bandeira de Santo Antônio - um mastro de 23 metros e 2,5 toneladas, transportado ao longo de nove quilômetros nos ombros de 200 carregadores, como forma de penitência e tradição, até ser fincado no Patamar da Igreja Matriz. O carregamento é acompanhado por uma procissão de milhares de pessoas, em uma tradição que une elementos sagrados e profanos.

Na semana em que tem início a festa, a cidade realiza o projeto Consciência Ambiental. Unindo a Prefeitura à sociedade civil - da Igreja às empresas, dos clubes aos hospitais e entidades de classe, o projeto vem promovendo blitze ecológicas nas principais vias, com distribuição de adesivos, panfletagem, sacolas sustentáveis e mudas de árvores. Quem passa pelas blitze também recebe orientações sobre os cuidados com o meio ambiente.

Três palcos

No domingo, após ser carregado no cortejo, o pau da bandeira será fincado em frente à Igreja Matriz de Santo Antônio, onde ostentará a bandeira sinalizando que a cidade está em festa, em louvor ao santo.

Os festejos a partir desse dia incluem desfile de 90 grupos folclóricos, em uma grande demonstração da diversidade artística e cultural de Barbalha.

De amanhã até o dia 13 de junho, a cidade de Barbalha conta com três palcos: um no Largo do Rosário, um no Marco Zero e outro no Parque da Cidade. Sempre com programação musical realizada até a madrugada, com direito a muito forró, com atrações de destaque local e, também, nacional.

MAIS INFORMAÇÕES 

Prefeitura Municipal de Barbalha, Rua Neroly Filgueiras Sampaio, 141, Centro - Cariri
Telefone: (88) 3532.0090

Antônio Vicelmo
Repórter