O capitalismo atropelou a democracia

[...] Os mercados se cansaram desta bobagem de soberania democrática

 No ano passado, de fato, o capitalismo atropelou completamente a democracia. Em nenhum lugar isso é tão visível como na Europa, onde instituições financeiras e grandes investidores foram à guerra sob a bandeira da austeridade e governos de países com economias não muito produtivas ou sobrecarregadas descobriram que poderiam não satisfazer às exigências e continuar no poder.

Os governos eleitos da Grécia e Itália foram depostos. Tecnocratas financeiros estão no comando nos dois países. É como se os mercados por toda a Europa tivessem se cansado dessa bobagem de soberania democrática.  Para ninguém achar que exagero, considere-se a entrevista concedida por Alex Stubb, ministro da Europa para o governo de direita da Finlândia, ao jornal Financial Times no último fim de semana. Os direitos políticos da Europa Central e do Sul seriam subordinados, basicamente, aos da Alemanha e da Escandinávia.   

O requisito de que se deve possuir propriedade para votar - abolido neste país no início do século 19 pelos democratas jacksonianos - foi ressuscitado por poderosas instituições financeiras e seus aliados políticos. Para os países da união monetária europeia, a "propriedade" de que precisam para garantir seu direito de voto é uma classificação de crédito apropriada.
   
Isso tudo parece muito estranho. A ideia de que há um conflito entre nossos sistemas econômico e político é difícil de aceitar, e não somente nos Estados Unidos. Também na Europa tem-se assumido até aqui, que democracia e capitalismo (ao menos, o capitalismo social europeu) andam juntos.
    
Agora, os mercados estão contra-atacando. Napoleão não conseguiu conquistar toda a Europa, mas a Standard & Poor's talvez ainda o consiga. Conflitos entre capitalismo e democracia estão eclodindo por toda parte. E os europeus poderão ter de enfrentar, em breve, uma questão que não consideraram por muitíssimo tempo, se é que algum dia consideraram: de que lado eles estão.
por Harold Meyerso

Tempestade em Gota D'água

Excelente vídeo realizado por alunos de Engenharia Civil da Unicamp sobre a usina de Belo Monte. Assista com atenção, reflita, tire suas conclusões sobre a necessidade ou não de construirmos esta obra.

Perfil da Dilma na The New Yorker

A presidente Dilma Rousseff será tema de uma reportagem da revista norte americana “The New Yorker”, com o título “A Ungida”. 


A matéria trata do crescimento econômico do Brasil nos últimos anos, além do passado de militância da presidente. 


Na reportagem a revista afirma : " Até recentemente, o Brasil era um dos países menos escolarizados e de maior instabilidade econômica do mundo. Agora sua economia cresce muito mais rápido que a dos Estados Unidos”. 


O perfil de Dilma vai tratar até mesmo dos ministros demitidos durante seu governo. 


“Ninguém acredita que Rousseff é corrupta, diz a reportagem.

Propaganda x Realidade


Pior que é verdade rsss... 

 A foto do produto na propaganda
e a foto do que vem pra você comer...
 



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McDonalds - Big Tasty


Perdigão - Pizza de Chester Apreciatta


Sadia - Hot Pocket X-Burger



Sadia - Hot Pocket Frango com Requeijão


Carrefour - Panetonne Linha Viver Light


Habib's - Double Habib's


Hershey's - Cookies 'n' Creme MAX +Cookies


Giraffas - Petit Gâteau de Limão


Cacau Show - Cookies com Gotas de Chocolate


Bauducco - Chocottone Maxi


Perdigão - Lasanha à Bolonhesa Apreciatta


Ragazzo - Risoto Funghi


Pullman - Bolo Recheado Romeu e Julieta


Habib's - Esfiha de Carne


Bauducco - Goiabinha


Rocambole Pullman, mas pode chamar de Bimbo também...

 



por Zé Dirceu

Cai a mascara e mais dois Catões são desnudados 

Durante os oito primeiros anos, dos 11 em que foi ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) - de 2001 a 2011 - Ubiratã Aguiar, que vivia embargando e paralisando obras do governo federal, acumulou três aposentadorias a seu salário de ministro. O acúmulo perfazia bem mais de R$ 37 mil mensais, quantia quase 50% superior ao teto salarial constitucional de R$ 26 mil mensais.

Somado a seu salário de ministro, ele recebeu aposentadorias de ex-vereador, ex-deputado tucano pelo Ceará e ex-procurador do Ministério Público estadual. Desta última ele só abdicou na semana passada, mediante ação do procurador Marcelo Monte, que deu prazo de 10 dias para ele renunciar aos proventos como procurador aposentado.

Mais uma máscara de catão que cai. A primeira foi a do presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Ophir Cavalcanti, que há 13 anos, embora afastado do cargo, recebe ilegalmente salários do Judiciário do Pará. Tudo até agora com o silêncio do Conselho Federal da OAB (presidido por Ophir), que ainda não explicou estes salários pagos indevidamente.

Ophir diz que é legal receber salários do Estado do Pará sem trabalhar. Igualzinho diz Ubiratã Aguiar, para justificar as três aposentadorias que somava aos seu salário de ministro do TCU. Ophir, a exemplo de Ubiratã, posava de catão da nação, mas ambos não passam de hipócritas que exploram o tema da luta contra a corrupção

Erro de avaliação

Há certa rotina quando aparecem acusações de corrupção contra políticos. Os adversários apressam-se para condenar, enquanto os aliados correm a acusar o que chamam de denuncismo.

Aliás, uma definição algo humorística para a dualidade é considerar que denuncismo são as denúncias lançadas contra nossos aliados enquanto denúncia é o denuncismo praticado contra nossos adversários.

Uma piada que merece ser levada completamente a sério.

É o teatro da política, com seus atores. Quando é contra adversários, uma revelação, uma palavra de ministério público, um relatóriUo de tribunal de contas, um depoimento, tudo serve como prova definitiva.

Quando é contra aliados, exige-se o trânsito em julgado, a sentença da última instância, a presunção pétrea de inocência, o in dubio pro reo.

Quando é contra adversários, exalta-se a independência do Legislativo como esfera de fiscalização do Executivo. Quando é contra aliados, exerce-se a maioria parlamentar para trancar a porta às investigações.

Em nome da governabilidade. Para evitar a indesejável politização de algo que deveria correr apenas na esfera jurídica.

São scripts manjados, estão aí desde que o mundo é mundo.

Como equilibrar-se na gangorra? Não há solução simples. Os princípios jurídicos estritos não se aplicam à política.

Não dá para defender, como regra, manter no cargo o político acusado até que a instância judicial definitiva se pronuncie. E não dá para estabelecer que aqualquer acusação implique remover o acusado.

A verdade, como de hábito, costuma estar em algum ponto intermediário. Mas como localizar o ponto de equilíbrio na política? Infelizmente (ou felizmente, vai saber...) ele é definido pela relação de forças, pela disposição dos exércitos.

Disposição em ambas as acepções. Distribuição e vontade de combater. E, como em toda guerra, a vontade de lutar aumenta conforme a chance de vitória. E o contrário também vale.

Os ministros herdados pela nova presidente, ou alguns deles, vem cometendo um erro de avaliação. O cenário da guerra com Luiz Inácio Lula da Silva era um. Com Dilma Rousseff é outro.

Lula começou o governo centralizando poder, mas a crise desencadeada pelas acusações de Roberto Jefferson obrigou-o a acelerar a descentralização. E esta transformou-se em fonte de poder presidencial, pela blindagem propiciada.

Já Dilma precisaria buscar poder desfazendo o que Lula fizera. Para governar, retomar o controle do próprio governo, desfazendo feudos e dissolvendo bolsões de autonomia orçamentária.

Eis por que a relação de forças é desfavorável aos ministros que entram na linha de tiro.

Enquanto a periferia do governismo busca desvendar as conspirações e acusa quem aponta o dedo para os problemas chamados éticos, o governo porpriamente dito, especialmente a presidente, surfa na onda.

De vez em quando precisa moderar o ritmo, para dar alguma satisfação ao público interno, mas nada além disso.

A aliança de Lula era com os partidos e contra um certo pedaço da opinião pública. Já Dilma cultiva as relações com os antigos adversários de Lula, para limitar o poder do entorno. Mas sem romper com o entorno.

O dilmismo deseja o melhor dos mundos. Manter o arco de alianças construído por Lula e neutralizar os focos de crítica. Daí que pareça governar sem oposição.
por Alon Feurwerker 


Vão gastar uma baba para derrubar via expressa que liga Zona Sul às zonas Norte e Oeste do Rio

Nem que eu tenha que me amarrar a um pilar do Elevado da Perimetral, que querem demolir por bem ou por mal

"Durante a gestão do prefeito Pereira Passos, no início do século XX, deu-se o primeiro aterro marítimo de grandes dimensões com o objetivo de criar uma área central portuária: a demolição do Morro do Senado para aterrar 170 hectares sobre o mar, diante dos morros do Livramento, Conceição, Providência e Saúde. A nova linha de costa possibilitou a construção do berço da Gamboa, primeiro cais do porto moderno".

O Rio de Janeiro e a sua orla: história, projetos e identidade carioca
Verena Andreatta, , Maria Pace Chiavari e Helena Rego, da Secretaria Municipal de Urbanismo 

Mapa parcial da Cidade do Rio de Janeiro com áreas aterradas sobre o mar realizado por Verena Andreatta


Ou você exerce agora sua inalienável cidadania e exige o mínimo de lucidez das autoridades desta mui amada cidade do Rio de Janeiro, ou amanhã milhares de cidadãos de toda a região metropolitana pagarão o preço alto do mais terrível nó no trânsito produzido pelo poder autoritário da miopia e da insensatez.
 
Porque a esta altura só mesmo a mobilização dos cidadãos, principalmente dos que precisam atravessar a cidade, sem obstáculos de sinais, da Zona Sul à Avenida Brasil, à Linha Vermelha ou pegar a Ponte Rio-Niterói, será capaz de tirar a mais imprudente e perigosa das idéias que já passou pela cabeça de um prefeito, no caso Eduardo da Costa Paes, que acaba de completar 42 anos e não tem a menor idéia do que representou para os cariocas e moradores da Baixada a construção a duras penas da única grande via expressa do Rio de Janeiro, o elevado da Perimetral, que liga o aterro do Flamengo às grandes vias de escoamento da cidade em direção às zonas Norte, Oeste, Baixada e Niterói.

Primeiro, o inquieto prefeito disse que derrubaria o elevado no trecho que vai do Arsenal de Marinha, próximo à Praça Mauá, até o Viaduto do Gasômetro, sob a pífia alegação de que essa via essencial, por onde passam diariamente 95 mil veículos, enfeava seu mirabolan te projeto do "Porto Maravilha", numa temerária inversão de prioridades: como se a única preocupação de sua administração fosse "valorizar" a beira do cais, tudo o mais que vá a pique e quem quiser que embarque na mirabolância adjacente - a implantação de túneis em área de aterro precário e lençóis freáticos, já que, como sabem até os ginasianos, tudo aquilo ali foi tomado ao Mar a partir do final do Século XIX, com a utilização de areia extraída dos morros próximos.

Para ser sincero, o prefeito só está pensando nessa extravagância urbana, de consequências imprevisíveis, porque está com o cofre abarrotado pelo dinheiro do PAC, esse projeto majestoso que só consegue sair do papel quando para injetar grana preta no sistema financeiro, em nome do financiamento habitacional.

No final do seu governo, Lula determinou ao Ministério do Trabalho que abrisse as torneiras do FGTS, fundo que pertence aos trabalhadores e não ao governo, e oferecesse casa, comida e roupa lav ada ao projeto do Porto Maravilha, com que Eduardo Paes pretende carimbar sua passagem pela Prefeitura carioca.

Sem pestanejar, o ministro Carlos Lupi abriu uma linha de crédito de quase R$ 8 bilhões do FGTS (e ninguém piou porque, no final da linha os grandes beneficiários serão os empreiteiros e sabe Deus quem mais, e estes estão de bem - ou bens - com essa mídia de boca torta).

Sem todos os estudos preliminares impostos pela legislação, o prefeito foi logo anunciando que só para o bota abaixo do elevado gastaria mais d R$ 1 bilhão, dinheiro que poderia ser usado em construções e não em demolições.

Essa idéia nova de derrubar todo o viaduto da perimetral, agora até o Santos Dumont, - obra de 25 anos - e não apenas o trecho da alegada feiúra, parece muito mais produto de um cérebro com traumas de infância e admirações na adolescência por demolidores de quadrinhos.

Mas é também uma demonstração de força, do controle amplo, geral e irrestrito da Câmara dos Vereadores, e até mesmo da desatenção do ministério público.

Falta alguém com maior experiência, e um pingo de coragem, para soprar ao jovem Eduardo Paes sobre o risco de ter sua própria carreira enterrada nos escombros da via demolida, já que todas as alternativas apresentadas têm conteúdo lotérico e só interessam, rigorosamnte, aos empreiteiros, que terão lucro muito maior na demolição do que em assentar pedra sobre pedra.

A nós, porém, restará a maldição das futuras gerações se calados ficarmos, se não exigirmos discussões amplas e fundadas em informações verdadeiras.

A nós, não. Eu, de minha parte, pretendo fazer qualquer coisa. Nem que seja me amarrar num pilar do elevado que a milhares de pessoas facilita a vida.
 
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