O antilulismo não é solidário nem no câncer


Um historiador do futuro — figura retórica tão útil quanto o Marciano Hipotético para se olhar o Brasil atual de uma certa distância — terá duas grandes dificuldades para entender que diabos se passou por aqui nos últimos anos.
Uma será explicar o amor ao Lula. A outra será explicar o ódio ao Lula. As duas coisas transbordaram de qualquer parâmetro racional.
Lula terminou seu mandato com um índice de aprovação popular inédito, e odiado na mesma proporção. O amor resistiu a escândalos, gafes, alianças indefensáveis, uma imprensa hostil e uma oposição ativa. O ódio se manteve constante até depois do mandato e não se diluiu nem numa natural simpatia pelo homem doente — o antilulismo feroz não é solidário nem no câncer.
Nosso historiador talvez desista de encontrar explicações para essa polarização extrema na disputa política e sucumba a simplificações sociorromânticas.
Talvez conclua que Lula teria o amor da maioria pelo seu tipo físico e sua biografia independentemente de qualquer outra coisa, e seria aprovado pelos seus semelhantes não importa que governo fizesse. E que o ódio ao Lula se explicava por nada menos científico ou novo no Brasil do que o preconceito social, uma repulsa atávica a quem ultrapassa sua classe e com isto ameaça todo o conceito de classe predestinada.
No caso um torneiro mecânico inculto metido a grande coisa.
No fundo o que o perplexo historiador do futuro estaria dizendo é que é impossível confiar em padrões históricos como os que explicam outras sociedades para nos explicar. Não se trata de reativar a frase que o De Gaulle nunca disse, sobre nossa falta de seriedade. Somos sérios, sim. Mas também somos movidos a paixões que sabotam toda coerência histórica.
O Lula foi um catalisador de paixões, a favor e contra. E o mais extraordinário e brasileiro disso é que o amor e o ódio não têm nada a ver com os sucessos ou os fracassos do seu governo. Existem num plano ahistórico e apolítico de pura devoção ou pura raiva.
de Luis Fernando Verissimo

Economia brasileira está solida

 

Presidenta Dilma Rousseff recebe, no Palácio do Planalto, a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde. Em discussão, a crise internacional e seus efeitos nos países emergentes. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

A economia brasileira está sólida e pode resistir às dificuldades impostas pela crise. A avaliação foi feita hoje (1o) pela diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde. Em visita ao Brasil, ela foi recebida pela presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. No encontro, foram discutidos a crise que atinge com mais seriedade os países da Europa e seus impactos nas economias emergentes.

No entanto, para a diretora do FMI, o Brasil está em situação favorável, resultado de uma política econômica amparada em "três pilares": controle da inflação, câmbio flutuante e responsabilidade fiscal. Junto com a força do mercado interno, esses três pilares protegem a economia brasileira dos efeitos da crise.

"Compartilhei com a senhora presidenta nossas preocupações com a Zona do Euro e a expectativa que nossos parceiros europeus vão conseguir montar um conjunto forte para tratar os diferentes componentes da crise. E ouvi da presidenta o apoio do Brasil para reforçar e fortalecer o Fundo Monetário com aporte de recursos", disse Lagarde na entrevista coletiva concedida no Ministério da Fazenda após reunião com o ministro Guido Mantega.

Na avaliação do ministro da Fazenda, a crise europeia está se agravando, o que exige o aporte de recursos adicionais para o Fundo Monetário Internacional. A preocupação, segundo Mantega, é que a crise chegue aos países emergentes.

"O FMI está mais forte que em 2008 e mesmo assim deveria se fortalecer ainda mais. O Brasil está disposto a colaborar com o aporte adicional de recursos através de acordos bilaterais de crédito. Não há quantia definida. Isso é uma discussão que nós fazemos com o BRICs. Porém, isso está condicionado às reformas de cotas que já foram acertadas em 2009/2010 e que nós tenhamos a colaboração também de outros países, como Estados Unidos e os europeus."



Blog do Charles Bakalarczyk: A verdade sobre Belo Monte

Blog do Charles Bakalarczyk: A verdade sobre Belo Monte

Conjuntura econômica

Ciro Gomes afirma que o Brasil precisa de uma coordenação entre governo, iniciativa privada e meio acadêmico.

Leia mais [abaixo] o que ele pensa.
  • "O Brasil está melhorando, mas falta um projeto nacional de desenvolvimento".
  • "O Brasil tem uma assimetria competitiva que é perigosa em relação ao mundo, que envolve questões como taxa de juros, maturidade tecnológica e escala das economias globais".
  • "É a questão da escala de produção. Um produto chinês chega aqui pra competir com o brasileiro com um preço bem menor, e isso ocorre porque há uma forte produção em grande escala por lá".
  • "Hoje, o que nos cabe é sermos grandes produtores e exportadores de commodities. Exportamos produtos da agricultura, da mineração e exportaremos o pré-sal. Eu sou contra isso. Precisamos escolher especializações mais nobres, no caminho da terceira revolução industrial: a nanotecnologia, a engenharia genética, por exemplo. É preciso discutir isso. Commodity já não paga a nossa conta".
  • "se deixar, a Petrobras exporta o óleo cru do pré-sal. É mais simples, não precisa refinar, mas não gera um valor agregado"
  • "O Brasil precisa se qualificar para a economia mundial do futuro"


  

Juízes fazem greve

Reivindicando aumento salarial juízes federais e da justiça do trabalho cruzam os braços durante o dia de hoje.

Dependesse do desempenho deles este bloco de sujos deveriam ter era redução salarial.

São os que mais recebem $$$$ e que menos produzem.

Um bando de preguiçosos e incompetentes.

E se acham que isto ainda é pouco reafirmo:

O judiciário é o mais corrupto dos poderes. Corrompe a ideia, o ideal de justiça.

Tá dito!

Libere gratuitamente canais das tvs por assinatura

Saiba como funcionam este receptores...


TV por assinatura
TV por assinatura
Stephanie Kohn

O publicitário André Soares (nome fictício) estava louco para fazer um upgrade no seu plano da Net e agregar mais canais à sua televisão. Então, uma amiga lhe contou sobre um aparelinho revolucionário que abria todos os canais de uma TV por assinatura em um passe de mágica. André pesquisou, fez algumas contas e descobriu que, ao adquirir o tal decodificador, faria uma enorme economia. "O preço da TV por assinatura no Brasil ainda é muito alto. Tentei fechar um pacote maior, mas não foi possível. A assinatura ficaria em quase R$ 500 mensais", conta.

O tal aparelhinho mágico custa de R$ 300 a R$ 700 no Brasil e consegue decodificar todos os canais de TVs por assinatura. O usuário paga pelo pacote mínimo da companhia apenas para ter o sinal em sua casa, pluga o receptor no lugar do decodificador da TV por assinatura e tem todos os canais. O único problema do aparelhinho é que ele é totalmente ilegal aqui no país, pois oferece serviços das empresas sem que o consumidor pague por eles.

Em maio deste ano, a Anatel passou a exigir que os receptores capazes de exibir sinal criptografado somente sejam comercializados mediante certificação emitida pela própria Anatel. Portanto, qualquer receptor que não tenha tal certificação está em desacordo com as normas da agência reguladora. Logo, a aquisição de tal equipamento pode configurar crime de receptação quando o usuário sabe que o aparelho adquirido é produto de crime. 

De acordo com a Net, os envolvidos - tanto quem oferece a instalação ilegal quanto quem "contrata" - estão sujeitos a penalidades previstas em lei. Comprovada culpa após autuação, a pena pode variar de 1 a 4  anos de reclusão e multa. Em outras palavras, André pode ir em cana por conta desse aparelhinho mágico. "Eu não tenho muito medo, porque a única forma de descobrirem o AZBox [um dos equipamentos mais famosos] é entrando na minha casa. Mas, eu tomo precauções", conta. "Quando a equipe da Net vai em casa, eu substituo o receptor ilegal pelo original da companhia", completa.

Além do crime, existe um outro lado na pirataria. Tanto a Net quanto a Sky acreditam que a prática é prejudicial não só para o setor como para a sociedade, pois acaba com a concorrência saudável, reduz a arrecadação do governo e incentiva o cliente a uma prática criminosa. Segundo Antonio Salles, diretor da SETA (Sindicato Nacional das Empresas Operadoras de Sistemas de Televisão por Assinatura), a pirataria também pode acabar com os empregos gerados pela indústria da televisão por assinatura. Fora isso, os preços dos pacotes não conseguirão baixar com a pirataria. Com essa prática, as companhias não têm possibilidade de aumentar sua escala econômica e oferecer aos consumidores mais opções de pacotes e menores preços.

Como o set top box funciona?

O aparelho capta o sinal do satélite ou cabo e, conectado à web, é capaz de quebrar a criptografia da rede, chegando a captar mais de 300 canais fechados. André comenta, no entanto, que os canais em HD são os únicos que não conseguem ser decodificados, portanto, somente os analógicos são exibidos para ele. "Eu descobri que isso depende de cada empresa. Na Net os canais em HD devem ser mais protegidos e o aparelho não consegue decodificá-los. Já ouvi dizer que em outras companhias até os digitais são exibidos", comenta.

As empresas trabalham ativamente no reforço da segurança para não dar espaço às atividades que alimentam uma rede criminosa. Mas, mesmo assim, existem comunidades na internet com pessoas dispostas a burlar as criptografias. Isso significa que mesmo os canais em HD, em breve, poderão ser acessados por qualquer receptor.

Apesar de ser super fácil adquirir um aparelho que desbloqueia os canais fechados, é bastante difícil configurá-lo. O produto não vem com manual de instruções e os tutoriais disponíveis no YouTube e Google não são o suficiente. Por isso, o publicitário foi obrigado a chamar um técnico e pagar R$ 150 pela configuração. Achar um especialista neste tipo de serviço foi super fácil, segundo André. Ele conta que muitas pessoas indicaram técnicos capazes de instalar o aparelho. "O AZBox está ficando muito popular no Brasil. Muita gente que eu conheço tem", finaliza.

E aí, o que você acha desse tipo de decodificador ilegal? Deixe sua opinião nos comentários abaixo.

do Olhar Digital

Livro narra episódio célebre da guerrilha

[...] e refaz ação de Dilma no famoso " roubo do cofre "

Duas moças bem arrumadas entram no Copacabana Palace, vão ao guichê de câmbio, trocam US$ 1 mil e desaparecem. Uma hora depois, as duas – as guerrilheiras Dilma Vana Rousseff e Maria Auxiliadora, da VAR-Palmares – comemoram com seus companheiros, em um apartamento perto dali, o sucesso da operação. Os US$ 1 mil eram só o tira-gosto de uma fortuna de US$ 2,59 milhões (hoje, cerca de R$ 28 milhões) capturados, na véspera, de uma casa no bairro de Santa Teresa. Dinheiro guardado em um enorme baú de 150 quilos, o célebre “cofre do Adhemar” – cujo roubo foi festejado pelo grupo como “a maior vitória da esquerda armada contra o capitalismo no continente”.
O episódio é uma das muitas histórias dos tempos de Wanda da hoje presidente da República: o período entre 1968, quando aderiu à resistência à ditadura, e 1973, ano em que deixou a prisão em São Paulo, sepultou o codinome e foi estudar economia em Porto Alegre. É um dos bons capítulos do livro O Cofre do Dr. Rui, recém-lançado pelo jornalista e escritor Tom Cardoso. “Dr. Rui” era o apelido de Ana Capriglione, amante de Adhemar de Barros, governador paulista que, diz a lenda, encheu o baú praticando o “rouba mas faz”.
“O que eu tento, no livro, é mostrar o papel real de cada um e o destino do dinheiro”, avisa o autor. E o papel real de Dilma, ouvidos mais de 30 depoimentos, fica mais claro. Segundo o livro, não partiram dela nem a ideia do roubo nem da organização do ataque. Dilma sequer teria participado do grupo de 11 pessoas que, sob o comando de Juarez de Brito, o Juvenal, invadiu em julho de 1969 a casa do irmão de Ana Capriglione para pegar o famoso cofre. “Mas Wanda tinha, sim, grande importância no grupo. Cuidava de planejar, distribuir armas e munição, documentos. Tomou conta de várias malas com os dólares e ajudou a definir sua distribuição”, explica Cardoso.
A militante já era famosa pelas broncas e pela coragem. Defendia a ala “massista”, que sonhava organizar as massas e vivia às turras com os “foquistas”, a turma pesada de Carlos Lamarca, ansiosa por iniciar logo a luta armada. Em um congresso em Teresópolis, ela surpreendeu os camaradas ao encarar o poderoso Lamarca “chamando a atenção para a fragilidade de suas ideias”, segundo Cardoso. Lamarca a apelidara de Mônica, “porque era dentuça e mandona”, como a personagem dos quadrinhos. Ela deu o troco compondo um plágio de País Tropical, de Jorge Ben: 
“Este é um congresso tropical / Abençoado por Lenin / E confuso por natureza… / Em agosto (em agosto) / Tem Juvenal (tem Juvenal) / E também um capitão chamado Lamarca…”
Mas O Cofre não é um livro sobre Dilma: ela aparece porque estava no caminho da história. O eixo principal das 170 páginas é o tortuoso sumiço do dinheiro pelo qual grupelhos internos pelejavam, às vezes armados e gritando uns com outros. Ao final, o que vem à luz é a rápida caminhada da esquerda armada rumo ao seu fim. Que o autor não cravou em 1971, com a morte de Lamarca, mas em 1985, quando o militante Gustavo Schiller pulou de um oitavo andar em Copacabana. Schiller era o jovem carioca que, nos idos de 1969, havia contado a alguns amigos que no porão de sua própria casa, em Santa Teresa, havia um cofre abarrotado de dólares.
por Gabriel Manzano