Encontro com a Fátima que ninguém quer conhecer


Nunca se viu,  em tempo algum, tal linchamento midiático e  público de um profissional de TV como o que aconteceu com a apresentadora Fátima Bernardes em sua primeira semana à frente do novo programa matinal na Globo. Críticas e comentários de telespectadores, em sites e colunas especializadas, alguns de baixíssimo nivel e ofensivos,  já colocaram o que Fátima chamou de “sonho” no patamar de “pesadelo” tamanha a rejeição ao produto.
Não quero eu aqui reinventar a roda, chover no molhado ou coisa parecida já que o assunto foi exaustivamente discutido durante os cinco dias de apresentação do programa nas manhãs globais, há muito tempo carentes de uma boa audiência. Mas vou me permitir dar uma opinião isenta sobre o caso e para isso é preciso ir por partes.
Fátima começou a carreira como repórter, passando depois a apresentadora de telejornais. Fez sua trajetória baseada numa imagem sempre politicamente correta procurando fazer bem feito o que sempre esperaram dela, passar notícias com credibilidade. E conseguiu.
Galgou espaços devagar dentro da Globo, começando em noticiários locais até chegar aos nacionais e finalmente ao principal produto da casa, o Jornal Nacional. Casada com o também apresentador William Bonner, os dois passaram a ser o casal da vez e por 14 anos levaram ao telespectador as notícias com sabor de “casal telejornal”, fama aliás que no início rejeitaram, mas que depois abraçaram totalmente ao verem que o perfil de casal feliz e realizado conquistara o público.
O jornalismo da Globo, por sua vez, que no passado havia manifestado seu desagrado com essa história de ter um casal trabalhando junto, também acabou capitulando e caindo nos braços do gosto popular e abençoou de vez a união de Fátima e William deixando-os juntos no JN por tanto tempo.
Até que no ano passado, veio a supresa. O que parecia uma parceria que tão cedo não acabaria, desfez-se sem muitas explicações. Fátima disse apenas que estava deixando a bancada do telejornal de maior audiência do Brasil, para dedicar-se a um projeto seu e pronto.
Os telespectadores engoliram a desculpa sem entender muito bem, mas ficaram esperando o que seria uma “grande novidade” na TV, segundo comunicado dela e da emissora dos Marinho.
Teve gente que até duvidou da existência do programa por causa da demora, mas depois de seis meses, a estreia finalmente aconteceu. Com o nome de “Encontro com Fátima Bernardes” o público finalmente pode vê-la de novo na tela da TV, de uma maneira fria e decepcionante.
Pouco à vontade,  Fátima não lembrava nem de longe a repórter experiente que participou de coberturas de Copas do Mundo e outros eventos. Parecendo acuada, tímida,  o que se viu foi uma Fátima inexperiente para a função. Diferente do que aconteceu em sua trajetória como jornalista, construída aos poucos, ela buscou, com o aval da Globo, tornar-se uma comunicadora, uma animadora de programa de auditório, da noite para o dia.
Mas isso não se aprende na escola e muito menos nos palcos da Globo que conseguiu engessar até mesmo o Faustão , o verdadeiro e engraçado do “Perdidos da Noite”, de muitos anos atrás. Só que com o ex-gordo fizeram o caminho contrário, tiraram dele a descontração para enquadrá-lo num padrão mais comportado.
Pois é, mas nem sempre dá certo tentar moldar a personalidade de uma pessoa. Com Fátima está sendo assim. É público e notório que ela está perdida naquele cenário escuro (foto), com imagens mutantes que até distraem a atenção do público tal a quantidade de flores e “objetos não identificados” que desfilam atrás de Fátima.
Vamos ver o que a Globo, sempre tão cheia de idéias e poder de fogo, vai fazer para alavancar a audiência do programa que, segundo dados do Ibope, fechou a semana com os mesmos números da extinta TV Globinho, até então a única programação infantil disponível na emissora e que foi retirada do ar para dar passagem ao Encontro com Fátima.
Confesso que estou torcendo para a atração dar certo. Cada vez que acontece a derrota de um profissional como Fátima que sempre foi dedicada ao jornalismo, é uma perda para o público que fica sempre nas mãos do que cada emissora acha que é o certo.
No caso de Fátima erraram feio , mas a gente espera que, de alguma maneira, ainda possam resgatar a imagem que ela criou e conquistou o público como boa mãe, esposa, jornalista correta de comportamento impecável,  mas de preferência longe desse papel de falsa descontração que, definitivamente, não faz parte de sua personalidade .
Afinal, como dizia a chamada “A Fátima que você conhece do jeito que você nunca viu...” simplesmente não aconteceu. O povo não aprovou e a imagem que quiseram criar para ela fracassou.
por Leila Cordeiro

Banco do Brasil é o mais sólido do mundo

[...] segundo agência dos EUA Weiss Ratings


Confira a lista das 9 instituições financeiras maís bem avaliadas do planeta:

1. Banco do Brasil (Brasil)
2. Hang Seng Bank (Hong Kong)
3. Turkiye Garanti (Turquia)
4. Qatar National Bank (Qatar)
5. Akbank (Turquia)
6. Banco Mandiri (Indonésia)
7. Al Rajhi Bank (Arábia Saudita)
8. Grupo Financiero Santander (México)
9. Samba Bank (Arábia Saudita)
Aguardo um tucademo liberal de araque mostrar qual a nota do BB quando do desgoverno FHC. Assim será possível comparar um pouco a competência fenomenal do jênio emplumado superior com a incompetência quadrupede do analfa Lula da Silva.  

Artigo semanal de Delúbio Soares

VALEU A PENA, BRASIL

 

São muitos os instrumentos para a construção do futuro e a consolidação do imenso avanço social e econômico experimentado pelo Brasil na última década. E eles têm sido muito bem utilizados em nosso país, desde o governo Lula, com a inclusão de mais de 40 milhões de brasileiros na classe média, vindos das classes D e E.

 Desde o crédito facilitado e ao alcance de dezenas de milhões de cidadãos, antes integrantes da categoria dos "desbancarizados", até iniciativas de altíssimo alcance social como os programas que mudaram a face de um Brasil injusto e excludente: Pro-Uni, Bolsa Família, Pro-Jovem Adolescente/Agente Jovem, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), Tarifa Social de Energia Elétrica, dentre outros. E, mais recentemente, o Brasil Carinhoso, lançado pela presidenta DilmaRousseff.

 Ao anunciar o Plano Brasil Maior, o governo federal dá continuidade aos programas de incentivo ao crescimento econômico tão indispensável a um país com a grandeza do Brasil. Desta vez, depois de desonerar em muito a indústria e os investimentos no setor produtivo, o governo vai utilizar suas compras como principal instrumento para impulsionar a atividade econômica. O PAC-Equipamentos e o Programa de Compras Governamentais irão possibilitar a compra de mais de 8.000 caminhões, 2.225 ambulâncias, 1.000 retroescavadeiras, 1.630 motoniveladoras, 8.000 ônibus escolares, entre outros tipos de equipamento para melhorar a infraestrutura e a mobilidade pública do país. Trata-se de iniciativa de imensa importância quer no incentivo à economia quanto na melhora das condições para a prestação dos serviços públicos.

 Nunca houve, antes dos governos do PT e dos partidos da base aliada, tanta preocupação com a questão social no Brasil. E, mais que isso: jamais se alcançaram resultados tão auspiciosos e evidentes. O estado brasileiro apresentou-se pela vez primeira a cidadãos que eram números nos censos do IBGE, mas não eram alvo da atenção, da preocupação ou mesmo do respeito por parte dos governos que se sucederam. Eram, sim, uma realidade estatística, mas não contavam na formulação das políticas governamentais. Existiam, mas não eram respeitados. Frequentaram os discursos dos governos que antecederam a Lula e Dilma, mas não os comoviam pela penúria em que viviam ou pelo descaso a que foram relegados. Pior que não ser queridos: eram desrespeitados.

 Há uma parcela do pensamento nacional (se é que pensa...) que atribui aos vitoriosos programas que instituímos desde 2003, absurdos como os de que "estimulam a vagabundagem" ou "são uma esmola". Trata-se de um extrato social, mesquinho, despolitizado e parasitário, que desconhece a realidade do Brasil e evitava conhecê-la nos anos infames dos governos descomprometidos com o povo, mas comprometidos com a pior espécie de capitalismo, e que nada faziam para mudar nossa dura realidade ou minorar o sofrimento de dezenas de milhões de brasileiros desamparados, famintos, analfabetos e doentes.

 Existia no Brasil um projeto de país indecente, lamentável, implementado de forma deletéria nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso. Era um Brasil para trinta milhões de brasileiros, não mais que isso. A esses privilegiados (cerca de não mais que 15% de nossa população) estava destinado o usufruto de nossas riquezas, uma existência tranquila e promissora, saúde de boa qualidade e educação de alto nível (pagas, sem a participação do estado nacional), boas condições de vida e o domínio de um país profundamente elitista, socialmente injusto e economicamente concentrado nas mãos de pouquíssimos grupos empresariais. Um estado mínimo, onde poucos mandariam muito e viveriam bem, enquanto uma imensa massa de mais de 160 milhões de outros cidadãos nada mais seriam que modernos servos da gleba, relegados a plano inferior e sem qualquer atenção por parte dos poderes públicos.

 O PSDB, acolitado pelo então PFL (hoje Democratas), apadrinhou esse projeto de país e de poder. O governo que por ele foi sustentado, ironicamente chefiado pelo sociólogo e ex-esquerdista Fernando Henrique Cardoso, bancou essa crueldade, levou a cabo essa tentativa de um Brasil para muito poucos, com impressionantes frieza e impiedade. O resultado não poderia ter sido pior: desemprego jamais visto, crescente inflação, falências e quebras de milhares de empresas, inéditos congelamento e achatamento salarial, desmonte da estrutura do serviço público, privatizações lodosas e presenteadas, desrespeito aos funcionários públicos, aposentados ("vagabundos", no dizer do ilustrado FHC) e militares (que assistiram ao sucateamento intensivo de nossas Forças Armadas). Isso tudo com a complascência, a leniência ou mesmo o engajamento de diversos setores da vida nacional, como a quase totalidade da imprensa, por exemplo.

 O que não se gastou com a educação, com programas sociais absolutamente indispensáveis, com a saúde (que viveu os seus piores momentos, com a volta inexplicável de "epidemias medievais" - no dizer preciso de Ciro Gomes – de hanseníase, dengue, cólera, etc, etc...), gastou-se no financiamento à corporações que compraram nossas melhores empresas estatais na bacia das almas. Torraram-se, também, no PROER, bilhões de reais para socorrer os mesmos banqueiros falidos (alguns de forma fraudulenta) que haviam financiado generosamente as campanhas do tucanato.

 Poderíamos lembrar o apagão, pois não? Mas é desnecessário: ele está vivo na lembrança dos que receberam atônitos a informação de que o país com maior concentração hídrica do planeta, com invejável estrutura energética, que construiu Itaipu, a maior hidrelétrica do mundo, abandonou o setor durante os anos de FHC e jogava nas costas das famílias, dos comerciantes, dos industriais, dos prestadores de serviço, a pesada conta de sua imprevidência, da ausência de investimentos em nosso sistema elétrico e, com a frieza e a crueldade tão habituais, ainda estabelecia pesadas multas e punições a quem não consumisse menos e não arcasse com o ônus do desastre anunciado.

 Ivan Lessa, respeitado jornalista falecido faz poucos dias, escreveu que no Brasil a história é apagada de tempos em tempos e tudo recomeça. Por conta disso, os que nos apontam o dedo, pousam de moralistas e cobradores, dão vazão a mentiras que insistem em assumir as cores da verdade e com imensa desfaçatez não querem respondem por um governo que levou o Brasil três vezes ao fundo do poço, à quebradeiras inesquecíveis, ao humilhante guichê do FMI.

 Nós, petistas, com os companheiros dos partidos que se aliaram na defesa das candidaturas vitoriosas de Lula e Dilma, contrapusemos o nosso projeto de país ao dos neoliberais do PSDB/DEM. E os brasileiros apostaram nele em 2002. Vencemos, mas não foi fácil mudar o curso da história, recuperando um país falido e sem qualquer credibilidade, absolutamente desmoralizado perante as demais nações, enquanto enfrentávamos toda sorte de conspiração contra o governo do presidente Lula. Em 2006, por larga margem de votos, os brasileiros repeliram a campanha agressiva e a argumentação torpe de Geraldo Alckmin, surrando-o no segundo turno, onde teve (pasmem!) menos votos que no primeiro. Vencemos, de novo. Já no ano de 2010, a brilhante gestora que havia coordenado a equipe de Lula na mudança radical da face de um país derrotado que se firmou como país vitorioso e com imenso futuro, foi a nossa candidata. Pela primeira vez em sua história os brasileiros elegeram uma mulher para a presidência da República. Mas, também, pela primeira vez na história os brasileiros assistiram uma campanha lamacenta, fundamentalista, reacionária e mentirosa, promovida pelos tucanos e seu candidato, José Serra. Vencemos, mais uma vez, com a presidenta Dilma Rousseff, imaculada frente ao esgoto aberto por seu oponente.

 Todo esse sofrimento, porém, valeu a pena. Os programas idealizados e levados adiante por Lula e Dilma, hoje gerenciados pela notável ministra Tereza Campello, do Desenvolvimento Social, tiveram o inexcedível mérito de dar aos mais de 40 milhões de brasileiros beneficiados (aqueles mesmos que eram apenas números nos governos desumanos de FHC e companhia) a oportunidade de morarem melhor, chegarem às universidades, tornarem-se pequenos empresários, trabalharem, darem mais conforto e dignidade à vida de suas famílias. Mas, muito mais que isso: milhões e milhões de pessoas que deixaram de serem números, passaram a comer duas, três vezes ao dia. Isso mesmo: não comiam. Que país essa esse? O que sonhamos? Não, mil vezes não. Esse era o país dos que hoje nos fazem oposição irresponsável e cerrada.

 Aos que nos acusam e tentar humilhar, respondemos com um Brasil mais justo e democrático, mais solidário e fraterno, mais pujante e poderoso. Nossa economia deu um salto espetacular. Nos anos infames (1994/2002) caímos de 11ª economia mundial para um cinzento 15º lugar. Lula e Dilma pagaram a conta do desastre, arrumaram a casa, mudaram o país e o tornaram vencedor, futuroso e respeitado. Somos hoje a 6ª potência econômica do planeta e resistimos muito bem ao atual momento negativo da economia internacional por conta da solidez deste Brasil que construímos, com forte classe média, emprego pleno, economia estável, indústria, comércio e serviços vivendo momentos jamais experimentados antes, agricultura modernizada e em franca expansão, a indústria da construção e nossas exportações em ritmo ascendente.

 O Brasil tomou um caminho claro e acertado: ser uma sociedade mais democrática e pluralista, com justiça social e inclusão daqueles que foram segregados e abandonados, que foram claramente excluídos das preocupações e das ações do estado. Invertemos o jogo. Temos pagado caro pela ousadia de ter transformado o sonho de um Brasil muito melhor em realidade. Mas, vencemos e todo sofrimento é nada em favor de nosso país e nosso povo.



Frase da noite

Sentimento é algo que inunda os olhos e desliza pelo rosto, quando não cabe no coração

A presidenta Dilma Rousseff parabenizou a população do Rio de Janeiro pelo título de Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural Urbana


A presidenta Dilma Rousseff parabenizou a população do Rio de Janeiro pelo título de Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural Urbana. Em nota divulgada neste domingo (1º), a presidenta afirmou considerar o reconhecimento do Rio como Patrimônio Mundial pela Unesco motivo de orgulho para todo o Brasil e um estímulo para que a cidade prossiga em sua trajetória de revitalização e crescimento.

Leia abaixo a íntegra da nota:

"Nota à Imprensa

A presidenta da República, Dilma Rousseff, parabeniza toda a população do Rio de Janeiro pelo título de Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural Urbana, concedido à cidade pela Unesco, em reunião realizada em São Petersburgo, na Rússia.

Dilma Rousseff telefonou na manhã deste domingo ao governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e ao prefeito Eduardo Paes congratulando-se com a homenagem ao Rio.

A presidenta considera o reconhecimento da Cidade Maravilhosa como Patrimônio Mundial motivo de orgulho para todo o Brasil e um estímulo para que a cidade do Rio de Janeiro prossiga em sua trajetória de revitalização e crescimento, que tem melhorado a vida de seus habitantes. Com suas belezas naturais e a intervenção criativa do homem em sua paisagem urbana, o Rio encanta a todos que o visitam.

Para Dilma Rousseff, o título chega num momento em que o Rio de Janeiro mostra ter competência e capacidade de gestão para sediar importantes eventos nacionais e internacionais, como a Rio+20, realizada há poucos dias, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016."



Crônica dominical de Luiz Fernando Verissimo


GERAL

Pra quem aprecia futebol, por Luis Fernando Veríssimo

Pouca gente “aprecia” futebol como se fosse uma obra de arte. 
“Apreciar” significa distanciamento, um prazer puramente estético sem outro tipo de envolvimento. Quem gosta mesmo de futebol geralmente gosta desde pequeno, e tem time. É um apaixonado, e um apaixonado não “aprecia”.

Um apaixonado se envolve. E vendo esses jogos da Eurocopa me ocorreu que o sentimento mais apaixonado, portanto menos estético e mais genuíno, que se pode ter em relação ao futebol bem jogado é o ressentimento. Um apreciador do futebol se encanta com uma trama do time espanhol que vem sendo costurada lá de trás, no famoso toque-toque do Barcelona transformado em estilo nacional, e que quase sempre acaba com um atacante concluindo dentro da pequena área.
Um apaixonado — principalmente se o seu time não estiver bem — se sente afrontado pela trama perfeita. Seu pensamento é: se eles podem, por que o meu time não pode? Rancor e inveja são os sentimentos mais verdadeiros de um apaixonado por futebol vendo o bom futebol dos outros.
Quanto melhor o futebol sendo visto, maior a revolta. Onde estão o Xavi e o Iniesta do meu time? Por que um Schweinsteiger e um Pirlo estão brilhando lá e não aqui no meu meio-campo?
O toque-toque da Espanha não funcionou contra Portugal, o que nos encheu de alegria. De certa maneira, o fracasso de grandes times desagrava a mediocridade do nosso. Se Portugal pode parar a Espanha é porque a perfeição não existe e ainda temos esperança.
A Alemanha que perdeu para a Itália na quinta-feira lembrou a Alemanha da Copa da África do Sul, quando pintou como o grande time do torneio num jogo e deu vexame no outro. A grande imagem do jogo Alemanha e Itália — e nisto o apreciador e o apaixonado podem concordar — foi a do Balotelli depois de marcar o segundo gol italiano.
Vítima costumeira de insultos racistas, Balotelli arrancou a camiseta e ficou parado, uma estátua dele mesmo numa pose de guerreiro africano, ostentando desafiadoramente a sua negritude e seu orgulho até ser quase derrubado pelos companheiros no festejo do gol.
No meio da semana houve o empate do Corinthians com o Boca em Buenos Aires e um episódio que nos consola, já que só o futebol brasileiro é capaz de produzi-lo.
Um tal de Romarinho, recém-contratado pelo Corinthians, e que já fizera dois gols no Palmeiras no domingo anterior, entrou quase no fim do jogo, fez o gol do empate na sua primeira jogada e transformou-se num desses fenômenos instantâneos que nos redimem.
Já é um herói, já deve estar tratando dos seus primeiros contratos publicitários e terá um grande futuro. Infelizmente no Corinthians, e não no nosso time. Danação!

Poema da tarde

Mãe
Renovadora e reveladora do mundo. 
A humanidade se renova no teu ventre. 
Cria teus filhos, não os entregues à creche. 
Creche é fria, impessoal. 
Nunca será um lar para teu filho. 
Ele, pequenino, precisa de ti. 
Não o desligues da tua força maternal.
Que pretendes, mulher? 
Independência, igualdade de condições... 
Empregos fora do lar? 
És superior àqueles que procuras imitar. 
Tens o dom divino de ser mãe. 
Em ti está presente a humanidade.
Mulher, não te deixes castrar. 
Serás um animal somente de prazer e às vezes nem mais isso. 
Frígida, bloqueada, teu orgulho te faz calar. 
Tumultuada, fingindo ser o que não és. 
Roendo o teu osso negro da amargura.

Cora Coralina - Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas -, (Cidade de Goiás, 20 de agosto de 1889 — Goiânia, 10 de abril de 1985) poeta e contista brasileira. Produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás. Começou a escrever aos 14 anos, mas, publicou seu primeiro somente com 76 anos.