Ibop: Haddad 60% Serra 40%


*Ibop informa em mais uma pesquisa sobre a eleição em São Paulo que Fernando Haddad (PT) ampliou a vantagem sobre José Serra (PSDB).

A diferença que era de 16 p.p aumentou para 20 p.p.

Na segunda pesquisa do Ibop para o segundo turno o resultado foi Fernando Haddad (PT) 58% e José Serra (PSDB) 42%.
Agora a pesquisa realizada durante os dias 19/20 e 21 deu o seguinte resultado:

Haddad (PT) 60%
Serra (PSDB) 40%

Instituto Briguilino de Opinião Pessoal só divulga a margem de erro na pesquisa de boca-de-urna.

Bresser Pereira: a reeleição de Hugo Chavez


Sua retórica dá a impressão de que ele vá implantar o socialismo, mas seus atos deixam claro que não
Se as liberdades e o sufrágio universal estão assegurados, a democracia, garantida, e os cidadãos não estão ameaçados de expropriação por políticos revolucionários, não há razão para cidadãos com espírito republicano votarem em candidatos que defendem interesses dos ricos.
Eles estarão agindo de acordo com princípios de justiça se escolherem candidatos razoavelmente competentes que estejam comprometidos com os interesses dos pobres.
Estas considerações podem ser relevantes para eleitores de classe média decidirem seu voto, mas o que decide eleições é o voto dos pobres, como acabamos de ver na reeleição de Hugo Chávez na Venezuela.
Sua nova vitória comprova que a Venezuela é uma democracia e que os pobres lograram votar de acordo com seus interesses. Mas mostra também que os venezuelanos de classe média que nele votaram não defenderam seus interesses oligárquicos, mas os da maioria. Agiram conforme o critério republicano.
Chávez não é um revolucionário, mas um reformador. Sua retórica relativa ao "socialismo bolivariano" dá a impressão de que está prestes a implantar o socialismo no país, mas seus atos deixam claro que não tem essa intenção nem esse poder.
Essa mesma retórica alimenta a oposição local e dos Estados Unidos -uma potência imperial que, desde que ele foi eleito pela primeira vez, procura desestabilizá-lo.
Mais importantes, porém, são suas ações de governo. Essas apresentaram resultados impressionantes.
A renda per capita, que em 1999 era de US$ 4.105, passou a US$ 10.810 em 2011; a pobreza extrema foi de 23,4% da população para apenas 8,8%; e o índice de desigualdade caiu de 55,4% em 1998 para 28%, em 2008, com Chávez.
A Venezuela é um país muito difícil de governar porque é pobre e heterogêneo. E os interesses em torno do petróleo são enormes.
Nesse quadro de dificuldades, Chávez vem representando de forma exemplar a luta de uma coalizão política desenvolvimentista formada por empresários (poucos), trabalhadores e burocracia pública contra uma coalizão liberal e dependente formada por capitalistas rentistas, financistas, e pelos interesses estrangeiros. A luta de um país pobre para realizar sua revolução nacional e capitalista e melhorar o padrão de vida de seu povo.
Nas últimas eleições, o establishment internacional voltou a apoiar o candidato da oposição. Mas o que tem sido a oposição "liberal" na Venezuela desde a Segunda Guerra?
Essencialmente, uma oligarquia corrupta que se alternou no poder por 50 anos em um simulacro de democracia; uma elite econômica que reduziu a política à partilha das rendas do petróleo entre seus membros; um governo de ricos que sempre se submeteu às recomendações de política econômica do Norte, e exibiu, entre 1950 e 1999, o mais baixo crescimento de PIB da América Latina.
O establishment internacional ainda não foi vencido, e a nação venezuelana não está consolidada. Chávez contou com a ajuda dos preços elevados do petróleo para realizar um governo desenvolvimentista e social. Não a terá sempre.
Mas as últimas eleições mostraram que o povo venezuelano construiu uma democracia melhor do que aquela que o nível de desenvolvimento do país deixaria prever.
E que esta democracia é o melhor antídoto contra a oligarquia interna e o neoliberalismo importado.

Os vira-latas nacionais


"Existe só no Brasil e não é jabuticaba? Não presta". Poucos ditados concentram tão bem, em mensagem tão convincente, uma ideia tão equivocada.
Oscar Niemeyer é uma jabuticaba arquitetônica. O Bolsa Família é jabuticabalmente admirado e copiado pelas instituições internacionais que lidam com pobreza. A agilidade do sistema financeiro brasileiro, jabuticanabolizada pela sobrevivência à hiperinflação, não tem igual no mundo. O Plano Real, baseado em experiências internacionais e aclimatado para o solo brasileiro, foi uma jabuticabeira providencial, que rende frutos até hoje.
O ditado da jabuticaba é uma versão pouco frutuosa do que o economista Albert Hirschman, baseado em sua experiência como consultor internacional, especialmente na América Latina, chamava de "fracassomania": a incapacidade de ver os méritos nas adaptações e soluções locais, o pessimismo em relação às políticas - inclusive os aperfeiçoamentos incrementais e heterodoxos do capitalismo. Fernando Henrique Cardoso, amigo e admirador de Hirschman (como, aliás, José Serra), foi um dos que popularizam o termo fracassomania (que, curiosamente, Hirschman aplicou também a certos aspectos da teoria cardosiana da dependência).
Complexo de vira-lata não é um problema do Brasil
Hirschman desenvolveu sua tese a partir de outra expressão, em francês, também sacada da experiência em países em desenvolvimento: "la rage de vouloir conclure", a raiva de querer concluir: na ânsia de soluções e na pressa de terminar obras, governos, economistas, especialistas, inclinam-se pela aplicação dogmática de fórmulas já prontas e testadas em algum outro lugar, de preferência em países comprovadamente bem-sucedidos - sem notar que a receita de sucesso de um pode ser o caminho para o fracasso de outro, sujeito a condições diferentes.
A insistência em apontar as dificuldades e não reconhecer os avanços, ainda que incipientes ou insuficientes, está na raiz da fracassomania, como se queixava Fernando Henrique - que, porém, usou o termo equivocadamente ao defender, contra os críticos, a política de dólar desvalorizado dos anos 90. Ao rejeitar políticas originais e inovadoras como fatalmente ineficazes e destinadas ao fracasso, a ortodoxia, à direita e à esquerda, parece ignorar que situações inéditas podem exigir ações também singulares.
Não cabem metáforas de jabuticaba para analisar soluções e problemas que frutificaram por aqui. A emergência dos tais 40 milhões de novos integrantes da classe média, por exemplo, impulsionada por aumentos reais no salário mínimo e extensão da rede de proteção social, que foram possíveis devido a condições favoráveis no país e no mercado externo, trouxe ao Brasil novos padrões de consumo e poupança, ainda não inteiramente compreendidos. Essa jabuticaba merece mais que as preguiçosas avaliações sobre o esgotamento iminente do crescimento baseado no consumo.
Também faltam "jabuticabólogos" para orientar a excepcional situação do Brasil no cenário de comércio internacional, como grande produtor e exportador de commodities agrícolas e minerais, e portador, ao mesmo tempo, de um vigoroso mercado interno e uma complexa e diversificada estrutura industrial.
A ideia de partir para a liberalização da economia com a derrubada de barreiras a importados não encontra solo fértil em um país tão sensível aos lobbies industriais; mas a aplicação sem nuances de exigências de conteúdo nacional e de novas barreiras aos importados também entra em choque com um mundo de produção internacionalizada e pressão global por acordos de livre comércio, especialmente nas economias dinâmicas da Ásia.
Fazem falta no debate público vozes originais e tropicalizadas, como a do economista Antônio Barros de Castro, um dos primeiros a apontar a necessidade de uma estratégia mais sofisticada para lidar com o fortalecimento da China e com bilhetes premiados do Brasil, como as reservas do pré-sal, para as quais ele defendia uma política de exploração controlada, sem a urgência dos interessados em rentabilidade imediata.
A tese da fracassomania, que rejeita a singularidade da jabuticaba, se liga a outro clichê nacional equivocado: o complexo de vira-lata, diagnosticado pelo escritor Nelson Rodrigues para descrever a baixa auto-estima do brasileiro quando confrontado com o resto do mundo. Apesar do pedigree literário, essa é outra metáfora infeliz; Nelson Rodrigues estava correto ao criticar o narcisismo "às avessas" do brasileiro que "cospe em sua própria imagem"; mas errou ao eleger o malandro vira-lata como termo de comparação.
No imaginário popular, o mais conhecido vira-lata é um personagem de desenho animado, a quem Walt Disney deu independência e autoconfiança invejáveis. Disso entendem os Estados Unidos, que sempre louvaram suas jabuticabas, a ponto de transformar em ponto de honra a "excepcionalidade americana".
O vira-lata, mestiço e sem dono, não conhece limites, adapta-se às circunstâncias, sobrevive mesmo em condições precárias e reage às ameaças com sabedoria. Não merece ser comparado aos que, fracassomaníacos, desconfiam da própria capacidade de evitar os becos sem saída.
Quem se submete às vontades alheias, tem campo de ação regulado e costuma trocar a criatividade por truques ensinados pelo dono, são os cães de raça - todos, aliás, descendentes de vira-latas, resultado de gerações de cruzamentos para eliminar o inesperado e consolidar certas características especializadas.
Os cães de raça sempre serão úteis. Confiáveis, executam bem as ordens que recebem. Mas são os vira-latas que, na balbúrdia da rua, podem descobrir os melhores caminhos, com a autoconfiança que lhes garante a sobrevivência. Desde, é claro, que se livrem da coleira.
Nelson Rodrigues estava errado. O problema do Brasil não é o complexo de vira-lata. São os vira-latas complexados.
Sergio Leo 

A verdadeira liberdade de expressão




Os grandes jornais e revistas brasileiros – “grandes” no sentido do quase monopólio que imprimem ao processo de informação entre nós – andam agitados, repercutindo as críticas da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que , com a desculpa fácil da liberdade de expressão, na realidade busca opor-se a qualquer controle dos meios de informação, esquecendo convenientemente, na sua linha argumentativa, que os marcos regulatórios nesse campo existem na maioria dos países do chamado mundo desenvolvido.
Em princípio, é inatacável a tese de que um país livre exige uma imprensa livre. Mas a imprensa só pode ser digna de ostentar esse rótulo se os seus donos propiciarem a verdadeira liberdade de informar, se estimularem o trânsito de todas as ideias , se realmente instituírem o contraditório como princípio maior das suas atividades de órgão formador da opinião pública. Mas...será que é isso mesmo que acontece na grande mídia nacional? Estarão os brasileiros tendo acesso igualitário a todos os ângulos dos fatos noticiados? Continua>>>


O lamento de um dinossauro

Como velho jornalista da velha escola, aquela que nos ensinava na unha e nos cascudos de chefias que acatávamos sem chiar, gratos por podermos conviver com nomes cujo simples som nos intimidava, observo que em algum momento algo muito importante se rompeu e ninguém lhe deu a menor importância.

Hoje, por todo lado, apregoa-se que só o novo é bom e todos disputam a honra de serem mais novos do que os demais.
Ser velho, nestes tempos estranhos, é ser um estorvo, ser inútil, um dinossauro improvável, movimentando-se num universo de frágeis louças. Eu sou um dinossauro e vivo trombando o grande rabo da minha longa história contra as prateleiras deste mundo asséptico. Acho que estou sobrando.
Muito se fala, nos discursos eleitoreiros, das bondades que cada campanha sugere a seu candidato, para agradar a nós, os mais velhos. Cada vez que vejo um almofadinha desses abraçando a senhorinha sofrida e prometendo-lhe mundos e fundos, a ira me sobe à cabeça e por pouco não arremesso a bengala que me ampara de encontro ao televisor.
Porque, no fundo, no fundo mesmo, o que todo mundo quer é tirar a nós, os velhos, do caminho e dos cofres da previdência. Somos aquelas criaturas que parecem servir, apenas, para confrontar cada jovem pimpão com sua própria finitude e com o fato de que a única alternativa disponível à morte, por enquanto, é mesmo sobreviver, como der. E é aqui que a coisa complica.
Provavelmente nunca na história se desprezou tanto a experiência e a memória dos mais velhos como nas últimas décadas. Se você, como eu, é um jornalista "das antigas", vale menos que um PC 386, daqueles que um dia pareceram uma enorme inovação e hoje não passam de lixo eletrônico descartável e, como tal, ambientalmente incorreto.
Eu me sinto ambientalmente incorreto quando tento mostrar o muito que a memória de duas guerras cobertas, alguns prêmios de imprensa e reportagens memoráveis, inutilmente, me ensinou. Desempregado desde 2007, sobrevivendo de cada vez mais raros bicos, sinto que cheguei aos meus limites. A autoestima se esfacela e posso entender porque tantos não resistiram e acabaram sucumbindo ao álcool, às drogas ou, tanto pior, à ideia da própria morte.
Tolo e romântico que sempre fui, imaginava que essa vivência toda, mais tarde, me permitiria ajudar os mais novos a melhorarem o mundo imperfeito que é o campo de colheita dos bons jornalistas. Ledo engano, porém.
Tudo o que a história pode ensinar a um jovem, ao que parece, pode ser encontrado nos meandros da nebulosa da internet. Com a vantagem de que lá não haverá nenhum velho chato para dizer que noutros tempos, no meu tempo, algo era assim ou assado por causa disto ou daquilo. A informação brotará do tablet, cristalina, fria e desinfetada pelo distanciamento tecnológico. O dedicado repórter, com o ímpeto de seus jovens anos, vai poder navegar pelos escaninhos da memória que me resta, sem precisar me aturar e a minha própria história.
Acho que vou ter de procurar emprego de empacotador de caixa de supermercado. E se um dia algum candidato se aproximar de mim, entre um pé de alface e uma caixa de ovos, agradecerei cada migalha que os governos me oferecerem como dádiva. Ao menos assim, talvez, eu tenha alguma utilidade.
 MÁRIO CHIMANOVITCH

Mensagem do dia

Faça acontecer

Quase não existe diferença visível entre o atleta vencedor e o que chega por último. Ambos possuem o mesmo número de músculos para trabalhar. Ambos jogam com as mesmas regras e usam equipamentos semelhantes. Porém, o vencedor é o que tem a determinação de vencer. 
O vencedor é aquele que faz o que é preciso, treina dia após dia, esforça-se um pouco mais a cada treino, é capaz de visualizar sua passagem pela linha final à frente do resto. 
Tanto o vendedor melhor pago quanto aquele que raramente realiza uma venda possuem os mesmos talentos e recursos. A diferença está no que eles fazem com o que têm. 
Tanto o escritor que mais vende quanto o que nunca publicou nada possuem o mesmo dicionário cheio de palavras para trabalhar. A diferença está no que eles fazem com o que têm. 
Você já possui a matéria-prima para o sucesso e a realização. 
Você possui o necessário para atingir a grandiosidade em tudo que você quiser. 
Você tem dentro de si o potencial para conquistas extraordinárias. 
Ninguém é mais nem menos equipado para o sucesso do que você. Mas é você quem deve fazê-lo acontecer, e é quem tem que assumir o compromisso e fazer o que for necessário para atingir a grandiosidade de que é capaz. 
Você tem o que é preciso. Faça acontecer.
http://www.otimismoemrede.com/facaacontecer.html

Bom dia