Jogaram em todos os cavalos


É conhecida a história daquele ãpostador que aos domingos chegava cedo no jóquei e comprava pules de todos os cavalos, em todos os páreos. Em casa, de noite, participava à família haver acertado na totalidade dos vencedores. Só que quando indagavam quanto tinha faturado, mostrava a carteira com o mesmo dinheiro que havia levado para o hipódromo. Não ganhara nada, mas também não perdera, pois apostara em todos os craques.

Com todo o respeito, mais uma vez repete-se a pantomima com os institutos de pesquisa eleitoral.

Tome-se São Paulo. Uma dessas empresas anunciou que Fernando Haddad teria 59% dos votos válidos e José Serra, 41%. Para garantir-se, acrescentou percentuais paralelos: 50% para Haddad, 35% para Serra, se computados os votos em branco e nulos.

Mas o instituto não ficou nisso. Acrescentou a tal margem de erro, 3 pontos para cima, 3 para baixo, para cada um dos concorrentes, em todas as simulações. Um estudante do primeiro ano de Estatística poderia fazer as contas. Junto com os 59% o resultado do favorito também poderia ser de 60%, 61% e 62%. Ou, cautelosamente, também 58%, 57% ou 56%. Quanto ao segundo colocado, por que não 42%, 43% e 44%? No reverso da medalha, 40%, 39% e 38%.

Cruzando-se todas as possibilidades, uma delas certamente bateria com os números anunciados pela Justiça Eleitoral, em especial porque foram duplicadas as chances em torno da outra equação, incluídos os votos brancos e nulos. A conclusão estará nos jornais de hoje, como esteve nas telinhas ontem à noite: o instituto anunciando que venceu, acertou o resultado, deve ser exaltado e elogiado, credenciando-se para conquistar novos clientes nas próximas eleições. Omite-se que em centenas de simulações, pelo menos uma dispunha da chance de sair vencedora. Agora, o diabo é se, mesmo assim, nenhuma saiu…
por Carlos Chagas


Nos palcos da vida

Três humoristas desempregados tentam buscar uma forma de voltar aos palcos. Um deles sugere que façam um número de teatro de revista. 

- Ouçam - diz ele. - O pano sobe, eu apareço e conto algumas anedotas. A seguir, o pano desce. Depois, o pano sobe e eu canto umas músicas. Em seguida, o pano desce. Então, o pano sobe e eu... Um dos outros dois o interrompe: 

- Peraí! E nós, o que fazemos? 

- Ora, ora... E por acaso acham que o pano sobe e desce sozinho? 

Estar certo é melhor do que ser coerente


por Elton Simões

Neste conjunto de coincidências, finitas ou infinitas que é a existência, o espaço para certezas parece sempre ser muito reduzido. Verdade permanente, imutável e incontestável é algo que nunca encontrei.
Um ex-chefe e atual amigo me disse, décadas atrás, que estar certo é melhor do que ser coerente. Ser coerente é compromisso com a certeza. Certezas, por serem imutáveis, quando tomadas como único e exclusivo critério de decisão, levam fatalmente a erros permanentes. Certezas desenvolvem a capacidade toxica de ignorar dificuldades e contradições.
Certezas são permanentes demais. Melhor sempre estar convicto do que ter certeza. Convicções são sempre temperadas pelas dúvidas. Dúvidas abrem os olhos; aguçam os sentidos; iluminam os caminhos; geram a critica permanente; garantem a fidelidade das ideias; servem de limite à coerência.
Dúvidas moldam o pensamento à semelhança da realidade. Dúvidas não têm compromisso com o erro.
Convicção é sempre transitória. A convicção precede a ação. Permite que se compare intenção e fato. E aceita o resultado com olhos abertos. A convicção admite mudança. Mudam os fatos, muda a realidade, mudam as convicções. A convicção não permite que a consciência seja escrava da coerência.
Convicção é crença com razão. É acreditar em algo para não acreditar em qualquer coisa. É adaptar o pensamento quando as razões se transformam. É a lembrança permanente, e sempre educativa, de que tudo é mais complexo do que somos capazes de perceber.
O que se faz sob pressão, quando as coisas não vão bem, define o que se é e no que se acredita. Crises testam o aço das convicções. Nelas, o conjunto de convicções orienta a ação. Na encruzilhada, é a convicção, não a certeza, o recheio das decisões acertadas.
Grandes desastres começam com certezas. Grandes realizações se alimentam de convicções.
Melhor estar convicto do que ter certeza.

Feliz aniversário

Você sabe que eu te amo.

Eu te amo porque te amo, não porque digo que te amo. Mas, porque te amo.

Te amo!!!

Mensagem da tarde

Quanto de nós cabe em 24 horas?


Uma história escrita por mulheres, mulheres normais, que tem entre 16 e 73 anos, sobre um dia da vida delas, 24 horas mesmo, numa reunião de dias únicos. Uma história contada em um lindo livro, editado pelas mãos da Estela Miazzi.
Projeto MariaLeia mais

A vitória petista em São Paulo é o fato mais importante dessa eleição


Fernando Haddad elegeu-se com 3.387.720 votos, (55,57% dos válidos) uma vantagem de quase 700 mil votos sobre os 2.708.768 (44,43%) obtidos pelo candidato tucano José Serra.

Pela terceira vez desde a redemocratização em 1985, o PT volta a comandar a maior cidade brasileira, o maior orçamento municipal (cerca de RS 41 bi) e o 6º maior orçamento do país. As duas outras gestões do PT na capital paulista foram presididas pelas prefeitas Luiza Erundina (1989-1992) e Marta Suplicy (2001-2004). Agora em aliança com o PC do B e o PSB, mais o apoio do PMDB no 2º turno, o PT volta a governar a cidade mais populosa do país.

Como afirmou o prefeito eleito, Fernando Haddad, é uma vitória dos presidentes Lula e Dilma Rousseff, do PT e da sua militância, que mais uma vez provou que é de luta e o que de mais valioso o partido dispõe tanto para sua atuação cotidiana, quanto para disputar eleições e governar.


por Zé Dirceu