Futuro ex-papa deu seu recado quarta-feira de cinzas e deixou seus cardeais com as barbas de molho


"O mundo moderno se apresenta aos nossos olhos não como uma casa a construir, mas como um organismo a ser curado. Ora, se um edifício pode ser reparado do exterior, um organismo só pode ser curado a partir de dentro".
Padre Louis-Joseph Lebret (1897 -1966), autor do livro Suicídio ou Sobrevivência do Ocidente,
            que teve grande participação no Concílio Vaticano II.adre Louis-Joseph Lebret (1897 -1966), autor do l ivro Suicídio ou Sobrevivência do Ocidente,            que teve grande participação no Concílio Vaticano II.
 
Alusão a "hipocrisias religiosas" foi mais uma surpresa de Bento XVI
 
Renunciou para fazer o sucessor. Nada mais despropositado, porém nada mais verdadeiro. Nada mais sintonizado com a personalidade de Joseph Alois Ratzinger, adestrado na Juventude Hitlerista em sua fogosa juventude.
 
Foi o que restou ao irascível papa germânico, ao se sentir totalmente isolado desde que entrou em choque com sua principal aliada e "monitora", a obscurantista Opus Deicomo consequência do afastamento do representante do Banco Santander em Roma desde 1992, Ettore Gotti Tedeschi, da direção do Instituto para Obras de Religião - o Banco do Vaticano, em meio a uma saraivada de denúncias protagonizadas pelo cardeal Carlo Maria Viganò, ex-secretário geral do Vaticano, aos mil documentos contrabandeados pelo mordomo Paolo Gabriele e um fogo cruzado incontrolável de mexericos.
 
Tedeschi é um "supernumerário" da poderosa organização de 90 mil seguidores fanáticos,  cognominada como "o Exército do Papa", numa reportagem de novembro e 2008 da revista Superinteressante. Fundada em 1928 e reconhecida em 1982 como uma "Prelazia Pessoal" (a única na estrutura da igreja romana) pelo confessor do ditador Francisco Franco, o espanhol Josemaría Escrivá Balaguer, que morreu em 1975 e foi declarado santo em 2002 pelo Papa João Paulo II, num rito sumário,  a Opus Dei foi a principal articuladora das escolhas dos dois últimos papas, como demonstrou o jornalista espanhol Juan Bedoya, no El País, de Madri e como sabe muito bem qualquer repórter setorista do Vaticano.
 
Numa "vingança perfeita", nas palavras de um diplomata credenciado na "Sana Sé",segundo relato de Paolo Ordaz, outro jornalista doEl País, o ex-futuro Papa pegou pesado na missa da quarta-feira de cinzas ao apontar a "hipocrisia religiosa"  e a luta interna pelo poder, como causas da crise que o levou a um gesto dramático, que desautoriza o dogma da infalibilidade de um sumo pontífice.
....
Qualquer clérigo ou seminarista sabe que a intriga é o caminho das pedras no reino de São Pedro. E sabe mais ainda que tantoKarol Józef Wojtyła como Joseph Alois Ratzinger só se tornaram papas no estuário dos conflitos dentro da Corte (cúria em latim) vaticana, devidamente manipulados por influentes cardais "numerários" ou aliados da Opus Dei.
......
 
Como demonstração de gratidão pelo apoio recebido na sua eleição, após 8 votações, João Paulo XXII concedeu a esse grupo, em 1982, o status de "Prelazia Pessoal", que a subordina diretamente ao Papa e fez do seu fundador santo, num dos processos mais sumários de canonização, só superado pelo de madre Tereza de Calcutá.
Estátua de 5 metos do fundador do Opus Dei na
Basílica de São Pedro, com a benção de Bento XVI
Bento XVI não fez por menos: em 2005 mandou instalar uma estátua de 5 metros do agoraSão Josémaria Esquivá na fachada exterior da Basílica de São Pedro, que benzeu pessoalmente numa festiva solenidade religiosa em 14 de setembro daquele ano.
Além disso, chamou dois influentes cardeais do Opus Dei para seu primeiro escalão: Julián Herranz, presidente emérito do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, e o secretário da Pontifícia Congregação para os Bispos, arcebispo Francesco Monterisi. Há quem garanta que o cardeal Tarcísio Bertone, principal homem na cúpula vaticana e pivô da crise que levou à inesperada renúncia, também tenha o respaldo da organização, razão pela qual Bento XVI não conseguiu livrar-se de sua incômoda companhia.  

CLIQUE AQUI, LEIA MATÉRIA COMPLETA NO BLOG DO PORFÍRIO

Não é ironia



Não é ironia, F. L.V., quem não entende uma verdade vai entender o que? Aproveita-se a ironia para destacar as verdades.

Que precisamos mudar e fazer uma revolução ética no Brasil é verdade, não é ironia.

Que o PT não tem projeto de governo e sim um projeto de poder, é verdade, não é ironia.

Que o PT se uniu ao que há de mais podre na política brasileira, o coronelismo de José Sarney, Renan Calheiros, Jader Barbalho e outros é verdade, não é ironia.

Que o PT aparelhou o estado brasileiro em benefício próprio é verdade, não é ironia.

Que o PT tem se locupletado e a seus integrantes e aliados com o dinheiro do povo é verdade, não e ironia.

Que o PT instituiu no Brasil a mais nefasta política de acobertamento de crimes cometidos contra o povo brasileiro /e verdade, não é ironia.

Que precisamos mudar para melhorar é verdade, não é ironia.

Que ou o Brasil acaba com o PT ou o PT acaba com o Brasil é uma verdade, não é uma ironia.

No meio de tantas verdades, onde está a ironia?

Zé Dirceu: o que querem os católicos?


Como nunca deixo de debater os assuntos mais palpitantes do momento, faço-me algumas perguntas que divido também com vocês: o que se passa com a Igreja Católica Apostólica Romana? Querem os católicos as mudanças que os tempos exigem? Querem uma nova reforma antes que outra cisão na Igreja a faça? Estas são perguntas que os católicos, inclusive os do ainda maior país católico do mundo, os do Brasil, precisam responder.

Mas como decidir se a Igreja é uma monarquia absolutista com uma corte decadente e envolvida em escândalos, intrigas e luta pelo poder que, tudo indica, levaram à renúncia do atual papa? Não há democracia na Igreja, nem controle, fiscalização e transparência dos atos de seus chefes. Pelo contrário, ela já é vista como uma das maiores redes de intrigas do mundo, que se desenvolvem nos subterrâneos da Cúria Romana, que tenta mantê-las no mais absoluto sigilo. Mesmo os sínodos e os concílios perderam poder.

A vida se impõe e o mundo caminha para novos tempos, sem que a Igreja acompanhe as radicais mudanças na sociedade civil e no poder Estatal. Enquanto isso as contradições da Igreja se acumulam: pedofilia, negócios ilegais, espionagem, luta pelo poder no Vaticano e na Cúria Romana.

A grande maioria dos católicos quer mudanças? Não me parece

Avança a pressão para o fim do celibato, do preconceito contra a mulher e do seu papel na Igreja. Mas a Igreja continua com a rejeição à camisinha e, pasmem, a já envelhecida politica de condenação dos homossexuais, já que cada dia mais – e felizmente – os países aprovam o casamento e as relações homoafetivas (Inglaterra, Estados Unidos e França acabam de tomar decisões a respeito).

Frase da noite

O amor é vivência. Jamais teoria.
Joel Neto

Eleição 2014: Mudar pra quê?

Se Marina, Campos ou Aécio vencer tudo continua como dantes no quartel de abrantes.

  • Primeiro: porque nenhum deles tem um "projeto de poder"
  • Segundo: porque nenhum deles vai "aparelhar o Estado"
Todos os ministros, secretários, presidentes de autarquias e cargos comissionados serão os mesmos. Marina, Aécio e Campos não nomearão ninguém.
O PSDB, o PSB e a Sigla da Marina também não terá nenhum espaço no governo, tudo continuará absolutamente igual. Então para que mudar?
Melhor mesmo deixar Dilma, o PT e o PMDB no Planalto.
Só eles tem "projeto de poder".
Só eles "aparelham o Estado".
Sendo assim, desde já aviso aos navegantes que voto outra vez na muié.

Artigo semanal de Delúbio Soares


NORDESTE, O BRASIL DOS VENCEDORES
O Nordeste brasileiro serviu durante muitíssimo tempo para a manutenção de uma estrutura social cruel, uma distribuição de renda injusta, a deplorável “indústria da seca”, além do constante fortalecimento de oligarquias medievais responsáveis pelo atraso secular da região.

Visto com os olhares preconceituosos de um sul “maravilha”, rico e esnobe, o Nordeste era bom provedor de mão-de-obra barata, lugar longínquo e dotado de praias atrativas e pessoas cordatas. Ou muito pouco mais que isso.

A elite do sudeste e do sul - arraigada em seus preconceitos, reconhecidamente mesquinha e nada disposta a integrar o Brasil ou aceitar as peculiaridades regionais, as identidades culturais de cada Estado da Federação e a valorizar os nossos milhões de irmãos da Bahia ao Maranhão – se esmerou em manter a situação dramática de desigualdade e pobreza. Teve, nesse mister tenebroso, o auxílio luxuoso de chefetes políticos provincianos e das oligarquias econômicas e sociais dos rincões nordestinos.

Josué de Castro, uma das grandes figuras de nossa história, retratou em todo o seu vasto e profundo trabalho, especialmente na insuperável “Geografia da Fome”, a realidade abjeta de uma região potencialmente rica e futurosa onde milhões de pessoas morreram vítimas da fome ao longo dos anos, tão vitimadas pela seca inclemente quanto pela estrutura social perversa. E as crianças mortas no ápice das secas, enterradas com “anjinhos” pelas sofridas família, eram – isso, sim - o mais pronto e acabado retrato de um Brasil miserável e perdedor.

O Brasil opulento e supostamente desenvolvido do Sudeste/Sul, com sua cultura colonizada pelas grandes Nações ricas do hemisfério norte, aceitou como realidade consumada (rejubilando-se, até) as levas de milhões de irmãos nordestinos, transportados desumanamente nos tristemente históricos caminhões “pau-de-arara”. Esse autêntico gado humano, recrutado para os afazeres mais duros e primários, sem saúde ou instrução, tornou-se a mão-de-obra vigorosa que levantou edifícios e construiu cidades, prestou bom serviço e retribuiu com lealdade e honradez a paga escassa que lhes destinou o Brasil rico de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e outros Estados. Foi essa gente boa e explorada, longe de sua terra e de suas famílias, que se tornou a base sólida da transformação econômica do Brasil nos últimos 60 anos.

A asa branca batendo asas e voando para longe de um sertão calcinado pela seca ou a fé inquebrantável no apadrinhamento do Padre Cícero, foram mais visíveis na dura realidade do Nordeste do que a mão forte dos poderes públicos em socorro da região e seu povo. Uma pena.

Enquanto a diáspora sertaneja aumentava a olhos vistos com a concentração de milhões de baianos, cearenses, pernambucanos, potiguares, sergipanos, alagoanos, piauienses, paraibanos e maranhenses nas periferias da grandes metrópoles do Sul, com habitação deficiente e condições de vida sub-humanas, a oligarquia nordestina enriquecia, formando grupos de comunicação, indústrias têxteis e alimentícias, bancos e financeiras, explorando a indústria das secas e mamando nas tetas gordas do aparato estatal.

Quando na década de 60, em seu curto e digno governo, o presidente João Goulart encarregou o brilhante economista Celso Furtado de idealizar um organismo forte de fomento econômico e social para o Nordeste, a Sudene nascia como a primeira grande iniciativa de evolução, apoio e reconhecimento à região e seu extraordinário povo. Definiu-se uma política realista e específica para a vasta região que se inicia no árido Norte/Nordeste de Minas Gerais, englobando o desassistido Vale do Jequitinhonha, até os vales úmidos do Maranhão. Mobilizaram-se recursos e mentes, repensando e formulando propostas exequíveis e ações concretas para que o Nordeste superasse a miséria e a fome.

Muito se fez, mas ainda foi pouco diante de tanta pobreza, tanto abuso e dos enormes problemas encontrados. O golpe de 64 não só liquidou as lideranças populares e progressistas da região, como desmoralizou a Sudene, transformando-a em banca de financiamento à projetos tocados pelas oligarquias locais, que se chafurdaram no dinheiro barato e farto. Ficaram mais ricos e o Nordeste e seu povo ficaram mais pobres ainda. Se quisermos sintetizar em poucas palavras tanto o que os sucessivos governos da ditadura militar quanto o de FHC e dos tucanos, tão elitistas e anti-Nordeste, fizeram com a Sudene e com os sonhos dos nossos irmãos nordestinos, podemos dizer que foram absolutamente cruéis.

Foi com Lula, nascido no coração do Nordeste e que chegou ao Sul na carroceria de um caminhão pau-de-arara com sua mãe e seus irmãos - e continua com Dilma – que o Nordeste reassumiu seu sonho plenamente possível de redenção econômica e de igualdade social. Com a retomada do crescimento, o Nordeste mostrou a que veio no cenário de um novo e promissor Brasil, apresentando índices surpreendentes de crescimento em todos os seus Estados, e em alguns casos, como o de Pernambuco, por exemplo, chegando a mais de 16% ao ano.

Não houve milagre, houve trabalho. Trabalho lastreado em firme decisão política do presidente Lula e no apoio absoluto do povo nordestino, que superou grande parte de seus dramas e tem participado ativamente da construção de um país melhor e mais justo.

Iniciativas de toda ordem, que começaram com o programa de assistência às famílias, que – para terror de madames da elite paulistana e de colunistas da imprensa golpista – passaram a comer três vezes ao dia, com os filhos na escola e, enfim, com emprego e a possibilidade de revolucionar suas vidas. Essa potencialização do Nordeste continua com o incentivo ao turismo, com obras contra as secas, de saneamento básico, da construção de milhares de casas populares, hospitais, pontes, novas estradas e rodovias, além da obra monumental da Ferrovia Leste-Oeste.

Os governos do PT e dos partidos da base aliada tem demonstrado imensa sensibilidade para com o Nordeste e os nordestinos. Nada fazem, em verdade, mais do que reconhecer os direitos negados ao longo do tempo a uma região rica e a seu povo, extremamente trabalhador e talentoso.

O preconceito de uma elite perversa e preconceituosa tentou fazer do Nordeste um Brasil dos coitadinhos. A força dos nordestinos, aqueles que antes de tudo são uns fortes, tem feito da região o Brasil dos vencedores.

Castro Alves: Meu amor


Meu amor é um delírio...
É volúpia, que abrasa e consome...
Meu amor é uma mescla sem nome.
És um anjo, e minha alma - um altar.
Oh! meu Deus! manda ao tempo que fuja,
Que deslizem em fio os instantes,
E o ponteiro, que passa os quadrantes,
Marque a hora em que a possa beijar!