Brasil 247 Para a revista Veja, a prisão de José Dirceu, assim como seu aniquilamento e a destruição completa de sua biografia, é uma questão de honra

Não fosse assim, a revista não teria recorrido aos serviços do bicheiro Carlos Cachoeira para tentar seguir – ilegalmente – todos os seus passos no Hotel Naoum, em Brasília. Da mesma forma, a revista não teria feito uma capa com fogos de artifício, quando o Supremo Tribunal Federal definiu as penas dos réus da Ação Penal 470.

Dirceu é um alvo especial para a revista porque ocupa um papel simbólico na história da esquerda brasileira. Transformá-lo em bandido, em personagem inescrupuloso ou numa espécie de monstruosidade moral é uma maneira, também, de criminalizar a própria esquerda.

É nesse contexto que se insere a biografia não autorizada "Dirceu", escrita pelo jornalista Otávio Cabral, editor de Veja. Até algumas semanas atrás, divulgava-se que o livro não seria mais lançado, diante dos receios da editora LeYa. Agora, "de surpresa", o livro chega às livrarias pela Record e também à capa de Veja desta semana, cuja imagem é simbólica: o "monstro" pragmático Dirceu tira a máscara do "herói" sonhador, que ele usara na juventude. Abaixo disso, chamadas impactantes como num thriller policial: "Uma biografia não autorizada conta a transformação do jovem militante em um exímio manipulador político, homem de negócios e condenado que SEQUESTROU - TEVE MÚLTIPLAS IDENTIDADES - CHANTAGEOU LULA.


Sobre o livro em si, poucas revelações bombásticas, a julgar pelo que está contido na reportagem de Veja. Uma das revelações é a de que, enquanto viveu no Paraná com Clara Becker e assumiu a identidade do empresário "Carlos Henrique", Dirceu não mantinha apenas uma vida dupla, que ocultava da própria mulher. Ele também teria tido uma amante em São Paulo, onde comprava roupas para sua loja, e, portanto, tinha uma "vida tripla", segundo Veja.

Amor Maior

Não existe amor maior...
Que o meu, que não sossega sem a mulher amada,
E quando se sente só, fica triste

E se vê descontente, clama por você.

E que só fica em paz quando te têm

Meu coração apaixonado, que se contenta

Com um simples sorriso teu,

Que dê um simples olhar, se faz escravo.

Meu amor é louco, que quando te toca, te sente

E quando te sente vibra, mas prefere

Te amar e te querer do que viver a esmo

É fiel ao momento,

Apaixonante, doido, delirante

Numa entrega de tudo e de si mesmo.

Roberto Ferrari - direitos reservados

Mensagem do dia

Veja: Dirceu chantageou Lula

Biografia de Dirceu feita pela Veja? Nem li
Por: Fernando Brito
Francamente, gastar 10 reais e a manhã de sábado lendo a biografia de José Dirceu escrita pela Veja, nem eu mereço.
Esperei até agora para ver se algum herói se aventurava a comentar – disse herói, não Reinaldo Azevedo ou Augusto Nunes, que se esmeram em agradar as “matérias da casa” contra o Governo.
Olhei só a capa e as páginas de abertura da matéria. Nojentas.
A capa está aí e dispensa comentários.
A abertura tem uma montagem das fotos de Dirceu, dos 10 aos 60 e poucos anos que deve ter hoje. As mudanças faciais seriam óbvias, mas a exposição ainda fica mais conspiratória quando se recorda que ele teve de mudar o rosto, com uma plástica para voltar, clandestinamente, ao seu país, do qual havia sido banido pela ditadura e seria morto se encontrado.
Agora, o simpático Esmael de Moraes, do Paraná, faz o sacrifício.
Seus comentários, acrescidos dos meus:
1 – A capa é igual daqueles jornais sensacionalistas, dos que um programa de rádio antigo dizia que, torcidos, saíam sangue: “Uma biografia não autorizada conta a transformação do jovem militante em um exímio manipulador político, homem de negócios e condenado que SEQUESTROU – TEVE MÚLTIPLAS IDENTIDADES – CHANTAGEOU LULA.”;
2 - A maior “bomba”: a informação de que, quando era casado com Clara Becker, no interior do Paraná, tinha uma namorada em São Paulo. Puxa! Que coisa! Ainda se fosse em Paris, com um filho escondido por quase 20 anos, vá lá;
3 - Depois, Esmael descreve a suposta chantagem: “o livro conta que Dirceu obteve a presidência do PT depois de uma conversa tensa – e sem testemunhas – com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dirceu teria ameaçado abandonar o PT e revelar esquemas de caixa dois do PT com empreiteiras, caso Lula não o apoiasse” . E pergunta, se a conversa foi sem testemunhas, quem a contou: Dirceu ou Lula? Ou seriam câmeras clandestinas daqueles moldes de que se serviu a revista para espionar o hotel onde Dirceu se hospedava? Não sei como o Obama não contrata a redação de Veja no lugar do FBI, não ia passar por todo este desgaste com os grampos telefônicos do FBI. Será porque teria de levar junto o Policarpo e o Cachoeira?
4 - Mas aí é que vem o ponto: descaradamente, a revista pede – com o jeitinho com que Veja sabe pedir – que os novos ministros do STF – Teori Zavascki  e Luiz Roberto Barroso não livrem os réus (do “mensalão”) da cadeia. Pressão “na veia”.
É verdade que Otávio Cabral tem um texto melhor que o do seu antecessor Merval Pereira na “pressão literária” sobre o STF para não exercer sua soberania no julgamento dos recursos. E que teve mais trabalho do que copiar e colar as colunas de jornal com que Merval conquistou um tamborete na Academia Brasileira de Letras.
Quem sabe vai pra lá também, com aquele fardão engalanado, fazer companhia a Merval?

Pig: de costas para o Brasil

O colapso da mídia conservadora chegou antes da falência do país, vaticinada há mais de uma década pelo seu jornalismo. Estadão, Abril, Folha, Valor lideram a deriva de uma frota experiente na arte de sentenciar vereditos inapeláveis sobre o rumo da Nação, enquanto o seu próprio vai à pique. As corporações que fazem água nesse momento não são entes genéricos; não praticam qualquer  jornalismo; não reportam qualquer país, tampouco adernam num ambiente atemporal. Uma singularidade precisa ser reposta: o jornalismo dominante virou as costas ao país. Se a tecnologia envelheceu o suporte, o conservadorismo esférico mumificou a pauta. A saturação da narrativa antecedeu o esgotamento do meio. Ao ocupar diariamente suas páginas com a  reprodução da mesma matéria -- o 'fracasso do Brasil --, as corporações contraíram um  vírus fatal ao seu negócio: o bacilo da previsibilidade. Há quanto tempo as manchetes, colunas e reportagens disparadas do bunker dos Frias deixaram de surpreender o leitor? Existe algum motivo para ler amanhã um jornal que hoje tem a frase seguinte antecipada na anterior? E na anterior da anterior e assim sucessivamente? O golpe de misericórdia tecnológico,no caso brasileiro, talvez seja apenas isso. Uma gota d'água adicional em um galeão perfurado de morte pelos próprios artefatos. O naufrágio serve também de alerta à comunicação progressista.

São Paulo: eleição para governador em 2014

Eu revejo o passado e pré vejo no futuro próximo - 2014 - uma eleição de grandes novidades.

O passado que revejo é a eleição para prefeito de SP em 2012, o tucano José Serra (PSDB), favorito disparado venceria com um pé nas costas, logo no primeiro turno.

Agora o pig repete o esquema, o tucano Geraldo Alckmin vence de goleada. Dependesse da tchurma dos penas pagas, não deveria haver nem eleição. Eleição para que? Se o Datafraude, Ibopig e cia já constataram os números...

É gente, no final de 2014 vamos rir bastante. Como diz o ditado popular:

Rir melhor quem ri por último

Para guardar com carinho:

Obcecado pela ideia de derrubar a grande cidadela do PSDB, Lula tem afirmado em privado que chegou a hora do PT no Estado de São Paulo. Para ele, Geraldo Alckmin comanda um governo marcado pela “fadiga de material”. Os dados do último Datafolha indicam que Lula talvez tenha comprado óculos com lentes cor de rosa para ter melhor visão da realidade. No cenário com lentes normais, Alckmin venceria até Lula se a disputa fosse hoje. Leia aqui e repare nas ilustraçoes abaixo.

Prá desopilar