O DAY AFTER: IMPLICAÇÕES DE UMA VITÓRIA

A vitória superlativa das ruas com a reversão do reajuste tarifário em SP foi saboreada pelos dirigentes do MPL com um misto de euforia e alívio. A continuidade dos protestos evidenciava uma crescente diluição do movimento nas tinturas  de uma desqualificação do governo federal e das  conquistas econômicas e sociais dos últimos dez anos. A jovem liderança do MPL, que se declara de esquerda, admite que já não sabia como reverter a usurpação martelada pela emissão conservadora. Há atitudes óbvias. Incompreensivelmente ainda não adotadas por quem dispõe de todos os holofotes da boa vontade nesse momento. Uma sugestão prosaica: convocar uma entrevista coletiva e desautorizar  o dispositivo midiático conservador, que surfa na onda dos novos cara-pintadas para rejuvenescer a narrativa de um antipetismo histórico. A abusada antecipação da campanha de 2014 inclui cenas -e ameaças--  de invasão de palácios, mesmo quando ocupados por governantes já comprometidos com a redução tarifária. Essa era a agenda da 'comemoração' no RS, nesta 5ª feira. Qual o propósito dessa sessão de fotos com data e hora marcada? Aos integrantes do MPL  não cabe o bônus da ingenuidade. Embora jovens, souberam fixar um alvo de notável pertinência histórica. A  mobilização de massa em defesa da tarifa zero e por uma cidade dos cidadãos carrega a promessa de um chão firme do qual se ressente  o planejamento democrático no país. Só um movimento urbano forte, capaz de disputar a construção da cidade com a lógica do lucro imobiliário poderá reverter o caos das grandes metrópoles. Se for a semente disso, o batismo de fogo do MPL, com todas as suas lacunas, já terá valido a pena. Antes, porém, precisa se desvencilhar da carona oportunista que hoje embaralha a sua extração histórica e pode ferir de morte a credibilidade conquistada nas ruas. (Leia mais aqui) 

Dilma passando pelo 10º andar: Até aqui tudo bem

por Carlos Chagas
Está o governo Dilma, melhor dizendo, além do Executivo, estão também o Legislativo e o Judiciário  na situação daquele personagem que caiu do vigésimo andar de um edifício e, ao passar pelo décimo andar, comentou: “até aqui, tudo bem”.  Tudo bem coisa nenhuma. Adianta muito pouco exaltar as excelências da democracia e afirmar que os protestos de rua exprimem o direito de o povo manifestar-se. Porque as manifestações se fazem contra as autoridades públicas. Contra o governo, contra Dilma, contra o Congresso e contra o Judiciário. Sem esquecer, também contra  a ordem política, a ordem econômica  e  a ordem social.
                                                              
O risco do colapso de nossas instituições parece à vista. Só que o país já sabe porque os jovens protestam, mas os jovens não sabem como dar seqüência aos protestos. Querem  acabar com a corrupção, mas como? Melhores condições de ensino e saúde pública, fazendo o quê? Falta-lhes um programa, um  roteiro.
                                                              
Demos notícia, ontem, de uma idéia que se não fosse doida seria genial: adaptar parte dos elefantes brancos construídos por bilhões de reais para  funcionarem, também, como escolas, universidades, centros de saúde e hospitais. Algo capaz de sensibilizar e empolgar  todo mundo. Mas terá o governo coragem para tanto? Recursos? Ora, os lucros dos bancos, as remessas de milhões  de dólares para o exterior, a parceria de grandes hospitais como o Sírio-Libanês e o Albert Einstein.
                                                              
Uma conclusão surge inevitável: ou o governo sai na frente, combatendo o vandalismo e interrompendo a sanha dos baderneiros, ou o movimento pacífico logo amargará a rejeição do cidadão comum. Mesmo assim, faltará um plano de mudanças fundamentais, muito acima e além do PAC. Que tal começar pela ampla reforma do ministério, com a diminuição do número de pastas e sua entrega a técnicos de renomada competência, mandando passear os representantes de partidos desmoralizados?

A FALÊNCIA DO ESTADO

Unidos contra Dilma

por João Domingos
Prováveis candidatos de oposição na disputa presidencial do ano que vem, os presidentes do PSDB, senador Aécio Neves (MG), do PSB, Eduardo Campos, e a ex-ministra Marina Silva uniram esforços contra um adversário comum, o PT. E vêm conversando sobre uma estratégia única de atuação desde que a Câmara votou e aprovou em regime de urgência, em abril, o projeto de lei que cria obstáculos ao acesso de novos partidos ao Fundo Partidário e ao tempo de propaganda política na TV.
De acordo com informações de auxiliares dos três, eles têm trocado telefonemas pelo menos uma vez por semana. Falam da necessidade de manter a união entre si, fixando-se principalmente no combate à proposta que cria a dificuldade para criar novos partidos. A ideia é atrasar a votação no Senado até outubro, quando a lei, mesmo aprovada, não valeria para 2014.
Nessa estratégia, eles conseguiram retardar a votação da proposta no Senado e ganharam quase um mês e meio de prazo. Ação do líder do PSB, senador Rodrigo Rollemberg (DF), levou o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a suspender liminarmente no dia 24 de abril a votação da proposta pelos senadores. Na semana passada, o STF começou a votar o mérito da ação, suspendendo a sessão quando o placar estava em 5 a 4 pela autorização para que o Senado possa votar o projeto. Mas os ministros deixaram no ar a opinião de que no mérito o texto é inconstitucional.
Gilmar Mendes insistiu na inconstitucionalidade do projeto. Durante o lançamento do Broadcast Político, na terça-feira, no Congresso, ele disse não ter dúvidas de que a proposta que dificulta a criação de novos partidos vai ser derrubada quando for apreciado o mérito. "Ficou muito claro que o projeto é dirigido para atingir determinada situação. É casuístico", disse ele. A proposta, apresentada pelo deputado Edinho Araújo (PMDB-SP), foi apoiada pelo Palácio do Planalto. Seu efeito será sufocar o Rede Sustentabilidade, de Marina Silva.
"Pensaram que iam nos dividir. Mas nós nos unimos", disse ao Estado o senador Aécio Neves, que se encontrará na segunda-feira com Eduardo Campos, no Recife. A reunião entre os dois está sendo comemorada como um marco nas relações entre os prováveis candidatos, pois ocorrerá no Palácio das Princesas, sede do governo de Pernambuco. Portanto, será um encontro oficial. As assessorias de Aécio e Campos lembraram que há meses o ex-ministro José Dirceu tenta um encontro com o governador de Pernambuco. Sem êxito. A intenção de Dirceu é convencer Campos a não ser candidato em 2014.
A partir de julho, Aécio Neves pretende fazer duas viagens para São Paulo e duas para os Estados, a cada mês. "Em São Paulo, primeiro vou fazer uma reunião com a bancada estadual do PSDB. Depois, vou seguir um cronograma que está sendo planejado, para visitas às cidades", antecipou Aécio Neves.

Nunca uma banalidade foi tão bem escrita

Para coincidir com o lançamento do filme, que abriu o festival de cinema de Cannes deste ano, inaugurou-se uma espécie de indústria de Grandes Gatsbys. Várias editoras aproveitaram o estardalhaço para publicar suas versões do livro de Scott Fitzgerald.
Nas diversas edições em inglês só o que muda de uma versão para outra, claro, é a apresentação gráfica (com ou sem Leonardo Dicaprio na capa, por exemplo), mas nas novas traduções que pipocam pelo mundo imagina-se que a qualidade do texto de Fitzgerald nem sempre sobreviva.
No Brasil há umas quatro ou cinco traduções do “Gatsby”, entre antigas e novas. A melhor das novas no mercado deve ser a que a excelente Vanessa Barbara fez para a Companhia das Letras.
Essa variedade de versões espelha, de certa forma, a variedade de interpretações possíveis do livro. Não que ele seja um texto obscuro a ser decifrado. Pode-se até dizer que é uma lição de narrativa clara, junto com “Suave é a noite”, exemplos máximos do estilo elegante de Fitzgerald e do romance tradicional.
Costuma-se comparar a literatura de Fitzgerald com a do seu contemporâneo Ernest Hemingway, cujo estilo lacônico, “seco”, em contraste com a prosa fluente de Fitzgerald, seria o futuro da literatura moderna. No entanto hoje rele-se “O grande Gatsby” com o mesmo prazer da primeira leitura, enquanto reedições do Hemingway mostram um autor a caminho da pior armadilha que espera um escritor que se repete, a da autoparódia.
Mas, se “O grande Gatsby” não “quer dizer” nada além do que diz com perfeição, o que, exatamente, simboliza aquele estranho personagem enfeitiçado pela luz verde do outro lado da baía que separa o velho do novo dinheiro, a classe legitima da classe comprada, o seu mundo de negócios suspeitos e escroques do mundo encantado da sua amada Daisy?

Scott Fitzgerald, escritor americano

“Os ricos são diferentes de nós” é a primeira frase de um conto de Fitzgerald, anterior ao “Gatsby“. “É, eles têm mais dinheiro”, teria comentado Hemingway. Mas Fitzgerald era fascinado pela diferença.
Gatsby é martirizado pela diferença, que o impede, com todo o seu dinheiro, de ter tudo o que quer — Daisy. Simboliza a mentira do sonho americano, pois há sempre pelo menos uma baía separando as categorias de ricos. Ou simboliza a moral mais banal possível, a de que o dinheiro não compra a felicidade.
Nunca uma banalidade foi tão bem escrita.
Luis Fernando Veríssimo

Moça honesta

Numa empresa de grande porte, era uma linda moça, uma baita gostosa, de seus 25 anos, que servia o cafezinho.
O chefão da Empresa era louco por ela.
Um dia, quando ela entrou em sua sala, com o cafezinho, ele pediu a ela que fechasse a porta à chave.
Tomou o cafezinho e excitado, disse:
- Não se ofenda, mas eu dou R$200,00 para você tirar a blusa. 
Ela guardou os R$200 e tirou a blusa.
O patrão continuou:
- R$300,00 para você tirar a saia.
Ela guardou os R$300 e tirou a saia, mostrando suas lindas coxas. Mais excitado disse:  
- R$500,00 para você tirar o sutiã.
Ela guardou os R$500 e tirou o sutiã, mostrando seus lindos e durinhos seios.
O patrão  que já estava doidão, disse:
-Agora mais R$700,00 para tirar a calcinha.
Ela guardou os R$700 e tirou a calcinha.
Com a voz trêmula, disse entusiasmado:
-Diga quanto você quer para transar comigo! Respondeu inocentemente a moça:  
- R$50,00, é o preço que eu cobro de todos aqui na empresa!

O prenúncio do fim de um ciclo político?


Minhas reflexões são precárias. Toda época que prenuncia alteração profunda de rota é, por definição, caótica. E a análise presente sobre esses acontecimentos tem a mesma natureza, obviamente.
Talvez um ciclo (político, não necessariamente econômico) esteja caminhando para o seu epílogo.
Afinal, ao término do mandato da Dilma terão passados 12 anos do PT na cabeça do Executivo Federal. Não digo que o PT e Dilma personificam o poder, porque ele – o poder - é bem partilhado, temos o pluralismo no Congresso e ainda o Judiciário, sem falar dos demais entes da federação – Estados, DF e Municípios, cada qual com sua fração de poder; há ainda o poder da mídia, o poder econômico (mercado) e o poder “invisível” a que se referiu o Bobbio (“os Dantas” da vida).
Eu defendo o governo Dilma, seus avanços na área social, e meu o voto vai para sua reeleição. Penso que a inclusão social ainda é um objetivo a ser perseguido.
Tenho para mim que toda essa movimentação dos jovens da classe média clama por mudanças, mesmo que não tenham bem claro para onde ir, se rumam à esquerda ou à direita.
A direita quer mudanças também. Assim, mesmo que por linhas tortas, há uma confluência de interesses.
A minha geração (da classe média) acompanhou e participou da luta para eleger Lula presidente. Depois, foi a Dilma.
Elegemos Lula/Dilma porque ...
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As manifestações e o quartel de Abrantes

O povo vai as ruas exigir passe livre, tarifas de ônibus mais barata e todos os mesmos clichês de sempre.

Qual a resposta dos governantes?

Retirar impostos para garantir menores preços.

Mexer nos lucros exorbitantes dos grandes banqueiros, empresários e agiotas? Nadica de nada.

Tudo continua como antes.

Amanhã o BC aumenta a selic e tira mais dinheiro da educação, da saúde, da segurança, transporte etc para encher as burras da corja.

E tenho dito!