As manifestações de ontem uniram a violência de pequenos grupos - não tão pequenos assim, basta assistir as cenas de Brasília e de outras oito capitais - organizados ou não, pouco interessa, com a adesão de uma minoria que tenta desestabilizar a democracia.
A maior parte dos manifestantes continua com as reivindicações por melhorias na saúde e educação, contra as tarifas e o péssimo transporte e os gastos nas Copas das Confederações e do Mundo, entre outras demandas. Mas há uma tentativa de setores políticos e sociais de tomar conta de alguns atos, deixando num segundo plano essas reivindicações majoritárias.
Com amplo apoio da mídia - que num primeiro momento taxou as manifestações de baderna e exigiu repressão -, esses setores procuram mobilizar abertamente sua base social de oposição para ir às ruas. Para tanto, inclusive explorando as palavras de ordem contra a corrupção, a PEC 37, contra os partidos, dando continuidade a uma agenda que a mídia alimentou esses últimos anos contra a política em geral, o que sempre acaba em ditadura.
Tentam cooptar a juventude que iniciou os protestos para esse rumo
Com cuidado e insistência, a Rede Globo – que é quem mais ganha com a Copa das Confederações – separa a violência que ontem se estendeu por todo país (como reconhece hoje a manchete da Folha), das manifestações. Mas faz isso sem condenar essa violência, como fazia no início. Apenas destacando que ela parte de minorias.