Pig não aceita regulação para si. Mas, exige para os outros

Neste domingo, a Folha de S.Paulo publicou um editorial com ressalvas ao jornalismo feito nas redes sociais e criticando a forma como elas disseminam produtos jornalísticos que não criaram (sem pagar aos veículos de imprensa). Por fim, o jornal diz que esses pontos precisam ser enfrentados pelo projeto do Marco Civil da Internet, em tramitação na Câmara. Em resumo, a Folha defende a regulação das mídias sociais (lembrando que o jornal rejeita essa mesma regulação para a imprensa).

O editorial da Folha reflete uma realidade que já se expressou na aprovação da regulação da TV a cabo, que contou com apoio da Globo, única e exclusivamente para impedir que as teles produzissem conteúdo.

Naquela ocasião, a mídia aceitou a regulação da TV a cabo, e não da TV aberta. A realidade se impôs, e agora começa a se repetir. Primeiro foi a Globo – ela de novo – com os documentos que revelam a espionagem institucionalizada dos Estados Unidos mundo afora; mas o alvo eram os grandes monopólios como o Google e o Facebook.

A mídia tupiniquim tem vários desafios; não só as teles, mas também o capital estrangeiro que está chegando à publicidade e ao audiovisual, a internet que muda toda a composição dos gastos em publicidade e revoluciona a comunicação e o jornalismo. Mas essa mídia preferiu impor a estupidez, para não dizer burrice, de que regulação é censura, como fez no começo do governo Lula com o Conselho Federal dos Jornalistas e a Ancinav (Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual), para aceitar a Ancine como agencia reguladora na TV a cabo.


Assim como vai pedir a regulação, como já fez a Folha, regulação com objetivos corporativos, palavra bonita para dizer interesses comerciais e políticos, já que a mídia é essencialmente um ator político – no nosso caso, agravado pelo monopólio e pela ausência total de regulação segundo o que manda a nossa Constituição –, e não apenas para defender a “imprensa brasileira e o conteúdo nacional”.

Quando interessa aos barões da mídia nativa, clamam contra a invasão estrangeira e a inevitável hegemonia da internet e das redes sociais, contra o fim de sua importância e sua relevância política como instrumento de pressão sobre os governos e suas políticas de acordo com os interesses de seus donos, de seus negócios e ideologias, de suas preferências políticas e partidárias.

Ontem, foi a regulação da TV a cabo; hoje é das redes sociais. Mas a da própria mídia é tratada como censura, o que evidentemente é insustentável até do ponto de vista ético.
by José Dirceu

Papa Francisco pede que missionários ocupem a periferia

Em discurso para bispos da América Latina, o Papa Francisco defendeu ontem uma grande reforma na Igreja capaz de ampliar o diálogo com as novas gerações e, assim, renovar uma base de fiéis que encolhe em todo o continente. 

O Pontífice convocou os religiosos a amar a pobreza e a austeridade, e disse que a Igreja deve sair do centro e caminhar para as periferias. Condenou a postura reativa dos padres e pediu que eles abandonem a "psicologia de príncipes" saindo das sacristias para a rua. 

O Papa pediu uma Igreja menos ideológica, que evite "desde o liberalismo de mercado até a categorização marxista" Na manhã de ontem, durante a Missa de Envio, que reuniu em Copacabana três milhões de pessoas — um evento que concentrou o maior público em toda a História da cidade —, o Papa Francisco convocou os jovens a espalhar as palavras do Evangelho pelo mundo. Cracóvia, na Polônia, é a cidade que receberá a próxima Jornada Mundial da Juventude, em 2016. 

Ao se despedir do Brasil, agradeceu a hospitalidade dos cariocas, disse já começar a sentir saudades e afirmou: "Rezem por mim e até breve"
O Globo

Poesia do dia

Uns, outros e eu

Uns vivem do passado.
Outros vivem do futuro.
Eu vivo de presentes.
Joel Neto

Quem é o idiota?

Todo os sábados Briguilino ia a feira do mercado central em Iguatu, fazer papel de tolo. A tolice consistia no seguinte: mostravam uma moeda de 10 centavos e a outra de 1 real... Briguilino sempre escolhia a de 10 centavos.

A história se espalhou pela cidade. E sábado após sábado, grupos de homens e mulheres mostravam as duas moedas, e Briguilino sempre ficava com a de 10 centavos.

Até que um dia seu primo Cleóbulo, cansado de ver Briguilino  ridicularizado daquele jeito. Chamou-o num canto e aconselhou:

- Sempre que lhe oferecerem duas moedas, escolha a maior. Assim terá mais dinheiro, e não será considerado idiota.

- Eu entendo a tua lógica Cleóbo. Parece ser a certa. Mas, preste atenção, se eu escolher a moeda de 1 real, as pessoas vão deixar de me oferecer dinheiro, para provar que sou mais idiota que elas. Você não sabe quanto dinheiro já ganhei, usando esta estratégia que aprendi com Inseto. Por favor, não conte isso a ninguém. 


Moral da estória:

Não há nada de errado em deixar pessoas "inteligentes" pensarem que você é um idiota. 



Rafael Patto: Imperdível: verdadeiro show de Evo Morales na Europa!!!


Presidente boliviano intima Chefes de Estado europeus a quitarem a dívida estratosférica que a Europa possui com a América Latina.

Com linguagem simples, que era transmitida em tradução simultânea a mais de uma centena de Chefes de Estado e dignitários da Comunidade Européia, o Presidente Evo Morales conseguiu inquietar sua audiência quando disse:
"Aqui eu, Evo Morales, vim encontrar aqueles que participam da reunião.

Aqui eu, descendente dos que povoaram a América há quarenta mil anos, vim encontrar os que a encontraram há somente quinhentos anos.

Aqui pois, nos encontramos todos. Sabemos o que somos, e é o bastante. Nunca pretendemos outra coisa.

O irmão aduaneiro europeu me pede papel escrito com visto para poder descobrir aos que me descobriram. O irmão usurário europeu me pede o pagamento de uma dívida contraída por Judas, a quem nunca autorizei a vender-me.

O irmão rábula europeu me explica que toda dívida se paga com bens ainda que seja vendendo seres humanos e países inteiros sem pedir-lhes consentimento. Eu os vou descobrindo. Também posso reclamar pagamentos e também posso reclamar juros. Consta no Archivo de Indias, papel sobre papel, recibo sobre recibo e assinatura sobre assinatura, que somente entre os anos 1503 e 1660 chegaram a San Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América.

Saque? Não acredito! Porque seria pensar que os irmãos cristãos pecaram em seu Sétimo Mandamento.

Expoliação? Guarde-me Tanatzin de que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue de seu irmão!

Genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomé de las Casas, que qualificam o encontro como de destruição das Indias, ou a radicais como Arturo Uslar Pietri, que afirma que o avanço do capitalismo e da atual civilização europeia se deve à inundação de metais preciosos!

Não! Esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata devem ser considerados como o primeiro de muitos outros empréstimos amigáveis da América, destinado ao desenvolvimento da Europa. O contrário seria presumir a existência de crimes de guerra, o que daria direito não só de exigir a devolução imediata, mas também a indenização pelas destruições e prejuízos. Não

Eu, Evo Morales, prefiro pensar na menos ofensiva destas hipóteses.

Tão fabulosa exportação de capitais não foram mais que o início de um plano ‘MARSHALLTESUMA’, para garantir a reconstrução da bárbara Europa, arruinada por suas deploráveis guerras contra os cultos muçulmanos, criadores da álgebra, da poligamia, do banho cotidiano e outras conquistas da civilização.

Por isso, ao celebrar o Quinto Centenário do Empréstimo, poderemos perguntar-nos: Os irmãos europeus fizeram uso racional, responsável ou pelo menos produtivo dos fundos tão generosamente adiantados pelo Fundo Indoamericano Internacional?Lastimamos dizer que não. Estrategicamente, o dilapidaram nas batalhas de Lepanto, em armadas invencíveis, em terceiros reichs e outras formas de extermínio mútuo, sem outro destino que terminar ocupados pelas tropas gringas da OTAN, como no Panamá, mas sem canal. Financeiramente, têm sido incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, tanto de cancelar o capital e seus fundos, quanto de tornarem-se independentes das rendas líquidas, das matérias primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo. Este deplorável quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar e nos obriga a reclamar-lhes, para seu próprio bem, o pagamento do capital e os juros que, tão generosamente temos demorado todos estes séculos em cobrar. Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus as vis e sanguinárias taxas de 20 e até 30 por cento de juros, que os irmãos europeus cobram dos povos do Terceiro Mundo. Nos limitaremos a exigir a devolução dos metais preciosos adiantados, mais o módico juros fixo de 10 por cento, acumulado somente durante os últimos 300 anos, com 200 anos de graça.

Sobre esta base, e aplicando a fórmula europeia de juros compostos, informamos aos descobridores que nos devem, como primeiro pagamento de sua dívida, uma massa de 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, ambos valores elevados à potência de 300. Isto é, um número para cuja expressão total, seriam necessários mais de 300 algarismos, e que supera amplamente o peso total do planeta Terra.

Muito pesados são esses blocos de ouro e prata. Quanto pesariam, calculados em sangue?

Alegar que a Europa, em meio milênio, não pode gerar riquezas suficientes para cancelar esse módico juro, seria tanto como admitir seu absoluto fracasso financeiro e/ou a demencial irracionalidade das bases do capitalismo.

Tais questões metafísicas, desde logo, não inquietam os indoamericanos. Mas exigimos sim a assinatura de uma Carta de Intenção que discipline os povos devedores do Velho Continente, e que os obrigue a cumprir seus compromissos mediante uma privatização ou reconversão da Europa, que permita que a nos entregue inteira, como primeiro pagamento da dívida histórica."

Joaquim Barbosa: " O Brasil não está preparado para ter um presidente negro"...

Acho essa declaração de um racismo extremo, além de ser uma forma torta de dizer que o país não está preparado para uma pessoa como ele: bom como ele, sério como ele, culto como ele, honesto como ele. O que há aí é uma imensa arrogância, que em geral nada mais é que a face inversa de profundo sentimento de inferioridade.
Me assusta que uma pessoa como JB possa encantar brasileiros como um possível presidente. Posso imaginar o país sob o governo de um homem assim, que se acha o máximo dos máximos, mas ao mesmo tempo não consegue ter a compreensão básica do que seja a democracia. O contraditório, os conflitos, as negociações necessárias para se governar, tudo seria o mais completo desastre. Pessoas como ele acham que podem tudo, que suas posições e ideias são o que há de melhor, não veem o outro, não escutam o outro, não respeitam o outro.
A humanidade tende, cada vez mais, a ungir líderes com pés de barro, gente que não vê nada no mundo além de seu próprio umbigo. O desencanto e a falta de perspectiva em que se afundam países outrora tidos como lideranças do mundo revelam o retrocesso que vivemos no processo civilizatório.

Criança tem cada uma


Théo, ao me explicar porque ele entendia o que a Nina tenta dizer quando balbucia:
- Pai, sabe por que eu entendo quando a Nina fala em bebesês? Porque eu já a conheço desde antes d'eu nascer.
- Como assim, filho? 
- É pai! Lá no planeta dos bebês a gente já se conhecia. Eu já sabia que ela ia ser minha irmã.

Chorei!