A 14 de Maio de 2012 perguntamos aqui: "Como um assessor acumula R$ 50 milhões e Kassab não desconfia?"

À época, flagrado o assessor, Aref Saab, o comentário abordava a vasta corrupção na prefeitura.

Pergunta feita há um ano e meio: "O prefeito Kassab não ouve murmúrios de empresários, de comerciantes, sobre o que se passa em algumas subprefeituras? Ninguém ainda mandou uma carta anônima?"

Ainda perguntas, há um ano e meio: "O prefeito, sua assessoria, ao longo de sete anos, não desconfiaram de nada? Não desconfiaram nem diante das numerosas, óbvias, escandalosas agressões imobiliárias à cidade? "

Um ano e meio depois outro escândalo, esse de agora, o do meio bilhão. Ronilson Rodrigues era o Subsecretário da Receita de São Paulo. Em telefonema gravado ele acusa: "Kassab mandou arquivar denúncia contra mim".

Em outro telefonema Ronilson cobra: "Chamem o secretário e o prefeito, eles sabiam de tudo".

O prefeito ao qual Ronilson se refere é Kassab. O secretário é Mauro Ricardo, que trabalhou com Serra também no governo do estado. E que hoje está com ACM Neto na prefeitura de Salvador.

Um telefonema é prova? Não, não é. É um indício a mais a ser apurado. Nessa e em qualquer outra investigação.

Foi Haddad quem criou a Controladoria e iniciou essa devassa nos esgotos da Prefeitura. Não há manchete Mandrake ou guerra de marketing que possam contestar esse fato.

Por isso mesmo seu secretário de governo, Antonio Donato, já deveria ter sido afastado. Deveria ter deixado o cargo logo que surgiu o telefonema em que era citado.

Nesta terça, 12, Donato, enfim, pediu afastamento. Donato é citado como alguém que teria recebido R$ 200 mil para campanha.

Não há prova, mas há citação em telefonema e em conexões. E se telefonemas valem para os auditores acusados, se valem as citações a Kassab e a Mauro Ricardo, telefonemas devem valer também como indício no caso de Donato.

Haddad abriu a tampa dos esgotos e do propinoduto de meio bilhão em São Paulo. Já vieram e virão as pressões. Uma delas, a ameaça do PSD de Kassab de rompimento da aliança para as eleições presidenciais de 2014. Outra, o peso dos corruptores. Ou seja, das construtoras.

Os esgotos e o propinoduto estavam ai, a céu aberto. Não viu quem não quis ver. A política à brasileira exige cautela, sempre...mas, espera-se que Haddad não seja mais um a recuar, mais um a entregar a rapadura
BOB FERNANDES

E o tema do meio ambiente, sensibiliza o senhor?

Eu não acredito que o meio ambiente seja uma forma de fazer política.
A Marina Silva está aí lançada.
Ela não tem nada a dizer sobre o capitalismo?
Será?
Será que a política ambiental é ruim?
Ou é o capitalismo que é ruim?
Ela não diz nada disso.
Então, para mim a Marina Silva é uma freira trotskista (risos). Cheia de revolução sem botar o pé no chão.
Ela juntou com o Eduardo Campos, uma jogada política importante. Mas nenhum deles tem proposta nenhuma.
A Marina fica com esse ambientalismo démodé, não diz o que quer. Criticar a política de meio ambiente é fácil.
Quero ver ela criticar o sistema capitalista nas formas em que ele está se reproduzindo no Brasil.
Aí é botar o dedo na ferida.
Mas ambientalismo...

FRANCISCO OLIVEIRA

Campanha da APAE contra educação inclusiva suja a história da entidade

Ainda é um tabu, no país, discutir a atuação das Apaes (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais). Mas sua atuação política ultrapassou os limites do razoável, tornando-se uma organização de duas caras.

O lado positivo é de estímulo à solidariedade dos pais, o atendimento a deficientes. Mas ajuda a blindar o lado deletério: uma politização absurda.

A campanha movida pela Federação das Apaes contra a educação inclusiva é um dos capítulos mais vergonhosos da longa caminhada civilizatória do país rumo à inclusão social.

Há cerca de trinta anos, um grupo de pais de crianças com deficiência constatou que o melhor ambiente para seu desenvolvimento seria junto a não deficientes.

Seguiram uma tendência mundial. Em 2006, a própria Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, da ONU (Organização das Nações Unidas), consagrou esse princípio.

Em depoimento histórico, pouco antes de morrer a própria fundadora da Apae, dona Jô Clemente disse que, se fosse hoje em dia, seu filho estaria em uma escola inclusiva.

***

Quando o MEC (Ministério da Educação) lançou a política de educação inclusiva, em 2009, destinou papel especial para as Apaes.

Poderiam ser as instituições a auxiliar no preparo da rede escolar, a fiscalizar a adaptação das escolas denunciando aquelas que relutassem em se preparar para a inclusão.

Para estimulá-las, criou a figura da segunda matrícula no âmbito do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). Por cada aluno com deficiência na rede escolar, o Fundeb paga 1,3 matricula. Se houver atendimento especial, paga uma segunda matrícula, que poderia ser destinada à Apae.

A resposta das Apaes foi de dar engulhos no mais empedernido politiqueiro: se a rede escolar convencional fosse preparada para a inclusão, as Apaes perderiam a influência sobre os novos alunos com deficiência. Passaram a combater a inclusão e a disputar não apenas a segunda matrícula, mas as duas. Atrasaram em três anos a aprovação do PNE (Plano Nacional de Educação).

 ***

Nos últimos anos, as políticas de educação inclusiva lograram preparar 39 mil instituições públicas para a inclusão, 800 mil matrículas, cerca de 5.000 municípios com salas multifuncionais, com toda espécie de equipamento para pessoas com deficiência, 88 mil professores que se declaram formados em educação especial.

No Paraná, o vice-governador e secretário da Educação Flávio Arns anunciou, em agosto, um programa de R$ 420 milhões para atendimentos aos deficientes. Não era para reforçar a rede estadual. Toda a verba destina-se às Apaes, para impedir que possam ficar inferiorizadas perante a rede escolar.

O jogo paroquial paranaense envolveu a ministra-chefe da Casa Civil Gleise Hoffmann, que valeu-se de seu cargo para pressionar parlamentares a atender às demandas da Apae. A ponto de provocar reação do próprio ministro da Educação Aloizio Mercadante.

Que tentem explorar politicamente uma causa nobre, é questão de pudor. Que coloquem seus interesses políticos acima dos interesses das pessoas com deficiência, é um crime contra a cidadania.

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Governantes petistas são masoquistas

Pagam a garotas e garotos de programa - torna-listas - para lhes bater.

Os sadicos são terceirizados, recebem a remuneração dos grandes meios de comunicação - Globo, Abril, Folha, Estadão -, o GAFE.

É, tem gosto para tudo...

Começa nesta quarta a exumação, no Rio Grande do Sul, do corpo do ex-presidente João Goulart

Seus restos mortais serão levados de São Borja a Brasília, onde uma equipe internacional de peritos investigará se de fato Jango morreu de “doença”, como diz o atestado feito na Argentina, onde o ex-presidente brasileiro se encontrava, ou se foi envenenado pela Operação Condor quando se preparava para retornar ao Brasil em 1976.
Se se consumassem, a volta de Jango e o exercício dos seus direitos políticos retomados dariam um xeque-mate na ditadura empresarial-militar que o depôs em 1 de abril de 64 e nove dias depois o cassou por 10 anos.
Ao se abrir o caixão pela primeira vez (a urna chegou lacrada, sem que a própria família pudesse ver Goulart), dúvidas cruciais poderão ser sanadas. Há de fato um corpo dentro da urna funerária? É o de Jango? Ele foi assassinado pela Condor, uma rede de repressão política que os governos do Cone Sul montaram com apoio dos EUA?
Porém, por mais importantes que sejam as respostas a estas perguntas, elas ainda estão longe de esgotar as questões levantadas pela morte de Goulart. À Justiça cabe autorizar o interrogatório no presídio de segurança máxima em Charqueadas (RS), onde se encontra há mais de 10 anos, de Mário Neira Barreiro, do ex-agente secreto uruguaio que diz ter informações sobre a morte de Jango.
O Judiciário também precisaria inquirir, nos EUA, o ex-Secretário de Estado Henry Kissinger e os agentes da CIA Frederick Latrash e Michael Townley, que alimentaram a caça articulada aos opositores políticos na América do Sul. E à Dilma cabe solicitar aos Estados Unidos os documentos secretos daquele país que ajudem a explicar a morte de Goulart.
Movimentos do mesmo naipe fez o juíz espanhol Garzón, que mandou prender o ex-ditador chileno Pinochet pelas mortes de cidadãos espanhóis após o golpe que assassinou Allende no Chile. O general desfrutava na Inglaterra das benesses proporcionadas pela corrupção que engordou toda a alta cúpula militar das ditaduras da região.
E, para realmente seja consequente uma ampla revisão da historiografia e da Lei que Anistiou os torturadores do Estado, deve-se exumar também o corpo de outro presidente, Juscelino, que em agosto daquele fatídico 1976 faleceu em um mal esclarecido acidente automobilístico.
Urge, portanto, caminhar a passos largos para desmentir a história oficial de que o golpe foi dado por militares com apoio civil; que começou naquele 64; e que foi tramado por nacionalistas.
Documentação farta prova que empresas participaram da concepção do golpe e do financiamento à tortura e que golpistas se articulavam desde 54; pesquisas de opinião agora reveladas indicam apoio popular a Jango superior a 60%; e documentos desclassificados como secretos nos EUA mostram que Lyndon Johnson e seus maiores grupos econômicos foram tão protagonistas dessa história quanto Castelo Branco e a Fiesp.

Carlos Tautz, jornalista, é coordenador do Instituto Mais democracia – Transparência e controle cidadão de governos e empresas

E essa agora? O senador do PSDB e possível candidato à Presidência, Aécio Neves, defendeu ontem a reestatização da Petrobras

Justo eles, os tucanos, que tentaram privatizar a companhia no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Agora Aécio vem com a conversa de que a reestatização seria para reconquistar a confiança dos investidores estrangeiros no Brasil. Ele fez esse discurso ontem durante palestras para empresários em Porto Alegre.
Para ele, é preciso “tirar a empresas das garras do partido”, numa referência ao PT.
Aécio esconde o fato de que a Petrobras hoje é uma das maiores companhias do mundo, teve grande crescimento na última década, tornou-se referência mundial, ampliou seus investimentos, profissionalizou-se cada vez mais, encontrou o pré-sal, inovou em tecnologia e por aí vai. Tudo isso durante o governo do PT.
Muito diferente da época dos tucanos, que tentaram mudar até o nome da empresa para Petrobrax, para facilitar a sua venda.
A diferença em números
Em dez anos, a Petrobras quadriplicou seus investimentos. Em 2002, último ano de FHC, foram R$ 19 bilhões. Em 2012, R$ 84,1 bilhões.
Mais: a produção de petróleo da Petrobras foi de 700 mil barris por dia em 1995 e chegou a 1,5 milhão de barris por dia em 2003. De 2003 a 2012, a produção de petróleo da Petrobras subiu de 1,5 milhão de barris por dia para 2 milhões de barris por dia, e chegará a 2,5 milhões de barris por dia em 2016 e 4,2 milhões de barris por dia em 2020.
E quanto maior é o patamar de produção de uma companhia, maior é o desafio de manutenção e crescimento deste patamar. Isso porque a natureza dos reservatórios de petróleo é o declínio natural da produção.
Há muitos outros números que mostram como a Petrobras mudou – para muito melhor- neste período.
Quem vai acreditar nos tucanos se eles deixaram a Petrobras como deixaram?
José Dirceu

Ser vice para e/ou por quê?

Amigo e confidente de Marina Silva respondeu a pergunta acima. E baseado no que sabe da amiga - de longa data -, respondeu:

"Ela só aceitaria ser vice de Eduardo Campos ou qualquer outro candidato caso fosse assumido compromisso - documento resgistrado em cartório -, para apoiá-la a presidência em 2018. Esta é a condição".

Eduardo Campos aceitará ou prefere que ela seja candidata ano que vem pelo PSB com o compromisso de apoía-lo em 2018?

O medo de ambos é que Lula decida ser candidato em 2018.

Sabem que com ele no páreo, não tem para ninguém.

Como a presidente é favorítissima para ser reeleita ano que vem, os dois estão no mato sem cachorro.

Se correrem a Dilma pega.

Se ficarem o Lula come.