Para emagrecer

Suco de goji berry

Ela promete milagres! A goji berry virou febre entre aqueles que lutam incansavelmente contra a balança. Este é o seu caso? Então, confira as dicas do Universo Jatobá de hoje, além de receitas de suco deliciosas.

Estudo internacional publicado em 2008 relatou que o consumo regular da fruta está associado ao aumento de energia e do desempenho físico, qualidade do sono e concentração. “Essas são funções importantes para quem deseja emagrecer, por isso, além do valor calórico favorável, a fruta pode auxiliar no emagrecimento, quando aliada a alimentação equilibrada e atividade física. Além disso, os aminoácidos da fruta auxiliam no enrijecimento muscular e combate à flacidez e celulite”, explica Cintya Bassi, nutricionista do Hospital e Maternidade São Cristóvão.

Segundo ela, estudos não relacionaram até então o consumo da fruta ao emagrecimento, mas sim ao aumento na disposição e fatores que podem colaborar para isso.

Benefícios da fruta

A Goji Berry possui aminoácidos, magnésio, vitamina C, cálcio, ferro e zinco, e moderado valor calórico. Tem vitamina C, que além de ser responsável pela ação antioxidante, fortalece as defesas do organismo. Também tem zinco, selênio e vitaminas do complexo B, que auxiliam o equilíbrio hormonal e também fortalecem o sistema imunológico.

Os polissacarídeos, também presentes na Goji Berry, ajudam na manutenção da glicemia e aminoácidos, que estimulam a produção de hormônios do crescimento e a manutenção da saúde do fígado. “Já as substâncias ricas em antioxidantes, como flavonóides, combatem o envelhecimento; beta-sisterol auxilia no equilíbrio do colesterol sanguíneo; luteína, zeaxantina e vitamina A, atuam na proteção da visão e combatem problemas de pele”, reforça Cintya.




Contraindicações

Um estudo recente publicado na revista Ann Allergy Asthma Imunology mostra que o consumo da Goji Berry pode provocar reações alérgicas em indivíduos que possuem alergia ao látex. Além disso, pessoas que usam medicamento anticoagulante também têm o consumo contraindicado, já que estudos americanos apontaram que o consumo está associado à inibição da ação do medicamento.

Dicas de consumo

A goji berry é levemente amarga e pode ser incluída em saladas de folhas ou de frutas, iogurtes e sucos, “O consumo diário recomendado para obter os benefícios é de 15 a 45 gramas da fruta ou 120 ml do suco. É importante evitar a adição de açúcar, especialmente se a intenção for emagrecer”, diz ela, que indica o consumo da fruta pela manhã ou antes do exercício físico.

Anote uma receita de suco:

Junte 1 colher de sopa de goji berries desidratadas, 200 ml de água de coco, 1 colher de sobremesa de chia e lascas de gengibre à gosto.

Bata tudo no liquidificador e beba na hora, de preferência, sem coar.

As goji berries podem ser encontradas em lojas de produtos naturais.


A LG decidiu utilizar um marketing agressivo para promover o LG G3

O seu novo smartphone top de linha, nos Estados Unidos. A coreana decidiu atacar diretamente a rival Samsung em sua campanha, utilizando o slogan “There's Life Beyond the Galaxy”, ou, em bom português, “Há vida além da Galáxia”, com um trocadilho mais que óbvio com a linha de celulares da concorrente.

O perfil no Twitter da filial americana da LG utiliza repetidamente a hashtag #LifeBeyondGalaxy e chega a contar historinhas sobre como “a Galáxia será superada”.




“Em um tempo não muito distante do presente há uma Galáxia que em breve estará muito, muito distante”

Em relação a hardware, o G3 realmente é capaz de superar o Galaxy S5, já que aposta em uma tela quad-HD, superiro à Full HD do S5, 3 GB de memória RAM contra 2 GB do concorrente. O aparelho é o Android mais potente no mercado, mas ainda não chegou ao Brasil. Resta saber se todo esse poder se traduz em uma boa experiência e se a LG é capaz de convencer o público disso.

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A poesia de tudo quanto é morto, por Leda Cartum

No aniversário de cem anos do poeta Augusto dos Anjos, um convite aos versos que ecoam a tragédia irônica da condição humana

Eu sou aquele que ficou sozinho/Cantando sobre os ossos do caminho/A poesia de tudo quanto é morto!” Assim se define Augusto dos Anjos em O Poeta do Hediondo. A palavra “hediondo”, que dá título ao soneto, significa aquilo ou aquele que nos causa horror, espanto, indignação. E é justamente dessa forma que o poeta Augusto dos Anjos (1884-1914), cujo centenário de morte é comemorado neste ano, ficou conhecido na história da poesia brasileira: aquele dos versos repletos de vermes, de morte e de decomposição. Versos de um solitário autor de apenas um livro, Eu (1912), que só pôde ser publicado porque contou com a ajuda financeira do irmão e que mal foi notado pelos críticos da época, parado nas livrarias e rapidamente esquecido por quase todos.

Somente dois anos depois da publicação desse primeiro e único livro, em 1914, o poeta morreu de pneumonia, muito precocemente, com não mais do que 30 anos. Morreu antes de conhecer o sucesso que faria no futuro: poucos o valorizavam e sua morte quase não teve repercussão na imprensa. Francisco de Assis Barbosa conta que poucos dias depois do falecimento de Augusto dos Anjos, na cidade de Leopoldina, em Minas Gerais, seus grandes amigos Orris Soares e Heitor Lima andavam pelo Rio de Janeiro e se detiveram na frente da Casa Lopes Fernandes, onde estava o grande poeta parnasiano Olavo Bilac, conhecido já na época como o Príncipe dos Poetas. Ao ser informado sobre a morte recente, ele perguntou: “E quem é esse Augusto dos Anjos? Grande poeta? Não o conheço. Nunca ouvi falar seu nome. Sabem alguma coisa dele?” Heitor Lima disse, de cor, o soneto Versos a um Coveiro. Bilac, em silêncio, ouviu até o fim e, depois, deu um sorriso de desprezo e disse: “Era esse o poeta? Ah, então fez bem em morrer. Não se perdeu grande coisa”.

De fato, do ponto de vista dos eruditos da época, que tratavam a obra de arte como “o sorriso da sociedade”, um objeto belo e simétrico, a poesia de Augusto dos Anjos não era bem-vinda. Em contraste com o otimismo dessa belle époque brasileira, seus versos eram cheios de “esterco” e de “escarro” e o poeta não hesitava em dizer coisas como “Mostro meu nojo à Natureza Humana/A podridão me serve de Evangelho…” Até mesmo a concepção de arte de Augusto distanciava-se, em muito, daquela dos parnasianos: se para esses a Arte era considerada, sobretudo, como o elogio a um objeto imaculado e de formas perfeitas, nos poemas de Augusto dos Anjos, ao contrário, o que é chamado de Arte é “a mais alta expressão da dor estética” – e somente ela é capaz de esculpir “a humana mágoa” (trechos de o Monólogo de Uma Sombra). É como se Augusto tivesse, com sua linguagem e conteúdo tão fortes, descido do Monte Parnaso dos artistas para ir de encontro às camadas inferiores da humanidade, nas quais o que se vê não é tão limpo e brilhante como são as estrelas evocadas por Olavo Bilac.

Uma linguagem baixa, com que a poesia não estava acostumada, começou a se revelar em Augusto dos Anjos. Palavras sujas convivem com um vocabulário científico, criando uma abordagem do mundo muito própria, em que se misturam aspectos de um realismo cortante, de raízes de um simbolismo e, até, de certa modernidade que só se manifestaria com força alguns anos depois na história da poesia brasileira. Foi ao aproximar a linguagem poética da realidade cotidiana, das experiências vividas, que Augusto trouxe uma renovação para a lírica e se tornou, mais tarde, uma das principais influências do Modernismo brasileiro – que valoriza, justamente, esses aspectos do dia a dia, da fala comum, para construir a partir deles um universo poético. É por isso que Ferreira Gullar, por exemplo, considera Augusto dos Anjos “um dos nossos primeiros poetas modernos”: uma série de elementos que serão recuperados e intensificados a partir dos anos 1920 e 1930 já estão nos poemas de Augusto, que só foi reconhecido vários anos depois de sua morte.

Se, em 1912, a primeira edição do seu livro, de apenas mil exemplares, quase não surtiu efeito no público e permaneceu encalhada, a passagem dos anos ajudou a fazer com que o livro e seu autor crescessem e ganhassem espaço. A obra foi relançada em 1920 sob o título de Eu e Outras Poesias, acrescida postumamente por outros poemas reunidos, e organizada pelo amigo Orris Soares, que também escreveu o prefácio do volume. Ainda assim, a maior parte da crítica não considerou o livro, e poucas vozes o reconheceram como grande poeta. José Oiticica, filólogo e poeta, foi um dos únicos dessa época a voltar os olhos para Augusto dos Anjos, afirmando que, no futuro, ele seria, sem dúvida, “o mais assinalado poeta brasileiro de seu tempo”. Mas foi somente em 1928, quando a Livraria Castilho publicou a terceira edição do livro, que a recepção do poeta deu a virada decisiva: 3 mil exemplares esgotaram-se em 15 dias, e duas reedições foram feitas ainda em 1928-1929. A partir daí, não parou mais: contam-se pelo menos 50 edições diferentes do livro até hoje e, cem anos depois de sua morte, ele continua a ser lido e estudado pelos mais diversos públicos.

Voz política

“São versos que ficaram nos ouvidos de gerações de adolescentes, pois de adolescentes conservam um quê de pedantismo dos autodidatas verdes, em geral acerbos e solitários”, diz, a respeito do poeta, Alfredo Bosi, em História Concisa da Literatura Brasileira. Realmente, a tragicidade irônica que atravessa os temas de Augusto dos Anjos marca essa fase da vida em que tudo carrega mais gravidade e, por isso, não é raro que seus poemas sejam muito lidos por adolescentes, que fazem destes versos uma espécie de manifesto: Apedreja essa mão vil que te afaga,/Escarra nessa boca que te beija! Ou, então: Escarrar de um abismo noutro abismo,/ Mandando ao Céu o fumo de um cigarro,/Há mais filosofia neste escarro/Do que em toda a moral do cristianismo!

Mas basta mergulhar um pouco mais a fundo no universo de Augusto dos Anjos para compreender que essas palavras muito ultrapassam o estereótipo no qual poderiam ser enquadradas em um primeiro momento. Não é ódio gratuito ou ironia vazia que fundamentam esses versos: pelo contrário, cada poema é profundamente político, e muitos deles fazem críticas severas ao País e à exploração dos homens pelos homens. Enquanto a maioria dos artistas se contentava em elogiar e exaltar a fauna e a flora brasileiras, Augusto afastava-se das imagens da natureza tropical, inspirado antes pelas cinzas e pelos abutres que também participam do cenário do Brasil: uma das únicas ocorrências do vocábulo “pátria” em seus versos é no título do poema O Lázaro da Pátria, que trabalha justamente com a vitimização e o sofrimento de um índio. Também no longo poema Os Doentes, o que se lê em certa passagem é a terrível imagem de um índio morto em meio à floresta, cujo ruído é a vibração “mais recôndita da alma brasileira”: Aturdia-me a tétrica miragem/De que, naquele instante, no Amazonas,/Fedia, entregue a vísceras glutonas,/A carcaça esquecida de um selvagem.

O quadro político da época era bastante complicado: entre uma burguesia ascendente, a imigração decorrente do desenvolvimento industrial, grandes revoltas e greves de operários, era como se o País estivesse em confronto consigo mesmo. As forças agrárias e tradicionais, maiores detentoras do poder, entravam em conflito com a industrialização e a urbanização que pediam por mudanças e pela modernização do Brasil.

Também o cenário internacional mostrava-se cada vez mais preocupante, com as batalhas que preparavam aquilo que viria a ser Primeira Guerra Mundial – que teve início três meses antes da morte de Augusto dos Anjos.

Assim, é compreensível que o poeta abra espaço para a expressão de seu estranhamento e indignação, fazendo deles matéria-prima para os versos: A passagem dos séculos me assombra./Para onde irá correndo minha sombra/Nesse cavalo de eletricidade?! Foi a partir dessas incertezas que nasciam com o novo século que Augusto compôs seus poemas, repletos de cores escuras, da morte iminente e de desintegração.

Singularíssima pessoa

Conta-se que Augusto dos Anjos era franzino e recurvo, tinha um bigode mínimo e um andar inseguro, como se estivesse sempre na ponta dos pés. Passava tardes andando pela sala e falando sozinho, gesticulando – comportamento que, para quem visse de fora, poderia ser considerado o de um louco. Na verdade, como conta Orris Soares, era esse o seu processo de criação: “Toda arquitetura e pintura dos versos, ele as fazia mentalmente, só as transferindo ao papel quando estavam integrais”.




Nascido em Engenho de Pau d’Arco, na Paraíba, em 1884, dentro de uma família de proprietários de engenho, Augusto dos Anjos era descendente de senhores rurais e latifundiários. Foi seu pai, homem de ideais abolicionistas, que educou o poeta na primeira infância – e dizem que ele começou a escrever versos já com 7 anos de idade.

Depois de se formar advogado na Faculdade de Direito do Recife, Augusto casou e tornou-se professor de escola: deu aulas no Liceu Paraibano, onde havia estudado, e depois no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Foi uma vida simples, sem grandes reviravoltas, e com poucos fatos a serem contados.
Algumas imagens de sua infância e da terra onde cresceu, no entanto, são retomadas nos poemas, com certa reminiscência, como se caracterizassem uma inocência perdida com a vida adulta.

O pé de tamarindo, árvore que ainda hoje continua a existir no Memorial Augusto dos Anjos, é personagem recorrente – tanto que é à sombra dele que Augusto deseja ficar depois de sua morte, como anuncia no soneto Debaixo do Tamarindo. Chamada de “Tamarindo de minha desventura”, a árvore parece representar uma natureza diferente daquela exaltada pelos parnasianos: mais íntima e melancólica, ela permanece como imagem visceral de uma realidade que não foi afetada pela crueldade humana e que pode ser a alternativa para uma harmonia que não existe entre os homens.

De onde ela vem?! De que matéria bruta/Vem essa luz que sobre as nebulosas/Cai de incógnitas criptas misteriosas/Como as estalactites duma gruta?!, pergunta-se Augusto dos Anjos no poema O Deus-Verme. Essa luz evocada, desconhecida e sombria, que vem de algum lugar não revelado, das “desintegrações maravilhosas”, é aquela que mostra, de viés, as diferentes faces de um poeta complexo que foge aos enquadramentos e às classificações.

Também nós nos perguntamos de onde surgiu essa singularíssima pessoa que estava à frente de seu tempo, e já antecipava os temas e imagens que viriam mais tarde. Quando Carlos Drummond de Andrade, em 1930, compôs os versos que viriam a se tornar o refrão da poesia brasileira: “Quando nasci, um anjo torto/Desses que vivem na sombra/Disse: Vai, Carlos! Ser gauche na vida”, talvez houvesse ali algo da voz de um poeta também solitário e angustiado que, 17 anos antes, havia escrito Ah! Um urubu pousou na minha sorte!

Publicado na edição 88, de julho de 2014 da Carta Capital



Brasil é um dos seis países do G-20 que registram superavit primário

Em Em cerimônia de posse das novas diretorias da Federação e do Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs/Ciergs) nesta sexta-feira (18), a presidenta Dilma Rousseff elencou motivos para empresários se manterem otimistas e confiantes no aquecimento da indústria e retomada do crescimento. Segundo ela, o desenvolvimento sustentável do Brasil só será possível com indústria forte e pujante. Dilma lembrou que a indústria brasileira teve a quinta maior taxa de expansão entre os países do G-20 em 2013 e que, em 2014, houve queda acentuada não somente no Brasil, mas no mundo inteiro.

“Temos mobilizado todos os instrumentos para preservar nosso crescimento, e principalmente, para garantir a continuidade da criação de empregos para os brasileiros. Perseguimos este objetivo, sem abdicar, um só instante, da robustez dos fundamentos macroeconômicos. (…) O Brasil, nesse momento, é um dos seis países do G-20 que registram superávit primário nas suas contas, junto com Arábia Saudita, a Itália, Alemanha, Turquia e a Coreia do Sul. Os demais não registram superávit primário.”

Durante a cerimônia, a presidenta detalhou conjunto de estímulos, já anunciados, para reduzir custos de produção em curto prazo, dando mais força à indústria. Dentre eles estão: a desoneração permanente da folha de pagamento; adoção do PSI (Programa de Sustentação do Investimento) com juros bem mais baixos; política de compras governamentais, priorizando produção no Brasil; estímulo ao desenvolvimento de cadeias produtivas; e incentivo ao aumento de exportações com o Reintegra. A presidenta aposta nas medidas somadas à questão da produtividade para dar mais fôlego à indústria nacional.




“Nós temos uma pauta de produtividade baseada em quatro pilares. Um é infraestrutura, o segundo é educação, o terceiro é inovação e o quarto é a construção de um Brasil sem burocracia.”

Na questão da infraestrutura, o investimento em ferrovias e em hidrovias ampliará a capacidade de escoar produção a menores custos. Na redução da burocracia, Dilma defende modelos regulatórios claros, com processos simplificados: “o princípio é que o cidadão é um só e o Estado que integre todos os guichês e o trate como um cidadão e um indivíduo.”

No sentido da inovação e da educação, a presidenta tornou a defender a necessidade de formação de técnicos, universitários, pesquisadores e lembrou que isso só é possível com muito investimento, como os 75% dos royalties do petróleo e 50% do fundo social do pré-sal para educação.

“No Brasil, nós precisamos da educação por quê? Para não voltar atrás na desigualdade e estabilizá-la, torná-la perene, precisamos formar técnicos, universitários, pesquisadores, enfim, precisamos formar as pessoas em todas as áreas, mas basicamente, precisamos saber que é necessário gastar bastante com educação básica, tanto com creches, como educação em tempo integral, como alfabetização na idade certa. Por isso, propusemos ao Congresso que se dedicasse 75% dos royalties do petróleo e 50% do fundo social do pré-sal para educação.”


Confissão de um terrorista

Ocuparam minha pátria

Expulsaram meu povo

Anularam minha identidade

E me chamaram de terrorista

Confiscaram minha propriedade

Arrancaram meu pomar

Demoliram minha casa

E me chamaram de terrorista

Legislaram leis fascistas

Praticaram odiada apartheid

Destruíram,

dividiram,

humilharam

E me chamaram de terrorista

Assassinaram minhas alegrias,

Sequestraram minhas esperanças,

Algemaram meus sonhos,

Quando recusei todas as barbáries

Eles mataram um terrorista...

Mahmud Daewish - poeta palestino nascido em 1941 em Al-Birwah, 7 anos antes da grande invasão sionista. Mahmud Darwish é um dos maiores poetas árabes da atualidade.

O horário eleitoral não pode ser o Neymar da Dilma

O tambor rentista continua a manipular o noticiário econômico com o espectro de uma inflação ‘superior ao teto da meta’, enquanto os indicadores de atividade e emprego despencam num cenário de contração do crescimento que embaralha o calendário eleitoral.

O teto da inflação oficial (6,5%) foi superado em 0,3% (6,53%) no mês passado, exclusivamente por um efeito contábil na recomposição da série de 12 meses.

Algo semelhante poderá ocorrer agora em julho, por razões igualmente contábeis.
A variação deste mês substituirá a do seu equivalente em 2013, quando o IPCA subiu apenas 0,03%, favorecido pela corte no preço das passagens de ônibus, após protestos que tomaram as ruas do país.

Na vida real o comportamento corrente dos preços é de recuo quase generalizado.
O efeito da seca sobre os alimentos passou, desarmando o principal vilão irradiador das pressões altistas sobre os demais setores da economia.

No plano internacional, as boas perspectivas de produção e a pasmaceira econômica global esfriam as cotações das commodities. A FAO prevê um horizonte de estabilidade dos preços agrícolas para os próximos dois a três anos, em níveis bem abaixo dos picos especulativos registrados na antessala da crise de 2008.
O efeito do conjunto no Brasil é a deflação nos preços dos alimentos que se irradia para o restante da economia.

Os índices do setor agropecuário ensaiam sua quarta queda em julho.
Na segunda prévia do mês, o IBGE apurou uma diminuição de 2,04% dos preços no atacado.

O declínio chegou aos produtos industriais, que exibem deflação de 0,52%. O custo de vida ao consumidor começa a incorporar a mesma tendência baixista: subiu 0,14% no período --metade da taxa observada na prévia equivalente do mês passado.

A alta persistente na área dos serviços, impulsionada em grande medida pelas diárias dos hotéis e das passagens aéreas (mais 25% e mais 21%, respectivamente, em junho) perde força com o fim da Copa.

Portanto, a justificativa para o Banco Central brasileiro insistir na manutenção do maior juro real do mundo esfarela em praça pública.

O desaparecimento da causa não foi suficiente para inverter a consequência pilotada pelo BC.

Ciosa quando se trata de proteger a rentabilidade rentista, a autoridade monetária brasileira mostra-se negligente quando se trata de acudir uma economia com falta de ar.

Para combater a inflação, o BC elevou as taxas de juros no país durante nove vezes seguidas, desde abril de 2013, quando a Selic estava em 7,25% (era o menor juro real da história).

A série de altas sucessivas, a partir daí, jogou s Selic de volta ao pódio de campeã mundial. Fixada na estratosfera dos 11%, em abril último, assim foi mantida na reunião do Copom desta 4ª feira, indiferente às sirenes de uma economia que escorrega na ribanceira, arrastando junto os preços de toda a economia.

Em junho foram criados 25.363 postos formais de trabalho em todo o Brasil.

O dado representa quase 57% menos do que o observado no mesmo período de 2013 (Caged).

De janeiro a junho, o Brasil acrescentou 588.671 novos empregos aos cerca de 20 milhões criados desde 2003.

O desempenho do mercado de trabalho brasileiro é infinitamente superior à média mundial, puxada por uma Europa onde 26 milhões de trabalhadores foram demitidos pelo ajuste ortodoxo que o conservadorismo quer replicar aqui.

Mas o resultado deste semestre ficou quase 30% abaixo do seu equivalente no ano passado.

O governo e algumas das principais lideranças do PT parecem convencidos de que a disputa de outubro será vitoriosa ancorando-se a reeleição no balanço das conquistas acumuladas nos últimos anos.

Descarta-se qualquer nova frente de conflitos –entre eles a regulação da mídia ou um corte significativo na ração dos rentistas.

Não sem uma boa dose de razão, imagina-se que o tempo da propaganda eleitoral –o de Dilma é três vezes maior que o de Aécio-- funcionará como um detox ao jogral do Brasil aos cacos, diuturnamente martelado no imaginário brasileiro.

A estratégia endossa o bordão futebolístico: não se mexe em time que está ganhando.

A rota de colisão observada na frente econômica coloca em xeque a opção pelo não enfrentamento dos torniquetes impostos ao país pela política monetária.

Se há dúvidas de que uma redução na taxa de juro agora seria suficiente para reavivar o crescimento, os indicadores do nível de atividade, ao contrário, são assertivos em proclamar sua capacidade de desgastar a propaganda do governo na boca da urna.

É uma corrida contra o tempo.

A candidatura Dilma tem números reluzentes para desautorizar a nostalgia em relação ao legado do PSDB em qualquer frente. Um dado resume todos os demais: em dezembro de 2002, 10,5% da população ativa sobravam no mercado de trabalho; hoje a taxa é inferior à metade disso.

O problema é saber até que ponto as conquistas incorporadas à rotina serão suficientes para equilibrar o discernimento do eleitor diante de reveses econômicos em curso.

Dilma terá 11 minutos diários para prova-lo, contra 6 minutos da dupla Aécio & Campos.

Parece confortável. Mas não se pode abstrair desse cálculo os 40 minutos subsequentes, engatados ao horário eleitoral pela escalada corrosiva do JN da Globo.

Carta Maior tem insistido que o antagonismo retórico não basta.

A luta pela reeleição se dá em condições de beligerância que prometem suplantar as de 2002, indo além do cerco estendido pelo coro do ‘mensalão’, em 2006.

É arriscado apostar tudo no horário eleitoral como se fosse uma espécie de Neymar da Dilma.

A insurgência conservadora joga no tudo ou nada para levar a disputa ao segundo turno --com o Datafolha dando a senha de largada ao plantar um ‘empate técnico’ entre Dilma e o tucano, em caso de confronto direto.

É preciso ir além da propaganda.




Significa dizer que um segundo governo Dilma terá que se tornar palpável desde já, na campanha eleitoral, para que tenha nos movimentos sociais um fiador engajado.

A transposição das palavras para os atos requer a largada de um processo de negociações do desenvolvimento, capaz de explicitar –desde já-- a nova identidade de um pacto progressista, seu método, prazos, salvaguardas, concessões, metas imediatas e objetivos críveis dos próximos anos.

Trata-se de dar consequência organizativa ao propósito de deslocar a correlação de forças rumo a uma democracia social ancorada em ganhos de produtividade, crescimento, distribuição de renda e melhor qualidade de vida.

Um requisito crucial dessa travessia é a referência de seu negociador.

Ademais da legitimidade própria, é imperativo que guarde inexcedível sintonia com a candidata-presidenta, que não pode exercer esse papel de forma direta e imediata, por força de sua dupla função.

Esse personagem-ponte existe; chama-se Lula; deveria entrar em cena imediatamente.

por Saul Leblon


Mensagem da Vovó Briguilina

A vida ensina - Gustavo Lacombe

Todo todo fim tem a parte ruim e a parte boa.
Nem tudo que fica pra trás é saudade, mas compensa a esperança em todo novo horizonte.
O término de um projeto apenas é a chance de se iniciar um novo.
Sendo uma pessoa nova num novo caminho também.
E que venham outros olhares, outras formas de lidar com o que nos cerca, e diferentes desafios.
Então, dentro da roda gigante que a vida parece ser - com suas subidas, descidas e paradas para se admirar a vista -, que nunca nos falte vontade de sempre ir mais alto e coragem para enfrentar as voltas que ela dá.