Cultura Viva completa 10 anos com mais de 4 mil Pontos de Cultura implantados

O governo comemorou nesta semana os 10 anos do Programa Cultura Viva, que investiu cerca de R$ 48 milhões em projetos e implantou mais de 4 mil pontos de cultura no Brasil inteiro. O programa tem o objetivo de promover acesso aos meios de produção e difusão da cultura brasileira, além de ampliar e construir novos valores de cooperação entre União, estados e sociedade.

O principal instrumento do Cultura Viva são os Pontos de Cultura, entidades não governamentais sem fins lucrativos que desenvolvem ações culturais continuadas nas comunidades locais. Mas, além disso, o programa trabalha também com os Pontões de Cultura e com o Cadastro Nacional de Pontos e Pontões de Cultura.

A ministra da Cultura, Marta Suplicy, destacou a importância dos Pontos de Cultura e do Cadastro Nacional: “É preciso que os pontos de cultura consigam realizar seus compromissos sem precisar contratar nenhum tipo de serviço, os pontos de cultura devem começar como pontos e voar cada vez mais”, aponta.

Marta afirmou as expectativas a respeito dos pontos de cultura e sua independência: “Queremos que eles tenham o perfil para aceitar o Vale-Cultura e que possam se beneficiar disso. Que levem cultura aos trabalhadores, além do programa Cultura nas Escolas”, finaliza.

Vale-Cultura
Iniciativa criada para facilitar e estimular acesso a produtos e serviços culturais, o Vale-Cultura oferece benefício de R$ 50,00 mensais ao trabalhador que tenha seus direitos regidos pela CLT e ganhe até cinco salários mínimos.

O beneficiário pode usar seu cartão do programa para ir ao teatro, cinema, museus, espetáculos, shows, circo ou mesmo comprar CDs, DVDs, livros, revistas, jornais, instrumentos musicais, além de pagar mensalidade de cursos relacionados a artes.

Até o fim de julho, o Vale-Cultura já emitiu 223 mil cartões e R$ 20,3 milhões já foram gastos pelos usuários em 13 mil estabelecimentos.


Promessas da blablablá e do Rolandolero são pura demagogia

Em visita a Jales, no interior paulista, a Presidenta Dilma Rousseff não poupou críticas às propostas dos adversários na corrida presidencial. “Numa democracia, quem não governa com partidos está flertando com o autoritarismo”, disse a candidata à reeleição neste sábado (30), em referência ao discurso de Marina Silva, do PSB, de que governará “só com os melhores”.

“Sem ajuda do parlamento, nós não tínhamos aprovado a destinação dos royalties para educação e saúde”, completou Dilma para plateia de prefeitos do Estado.

Ao reforçar o papel da Petrobras no desenvolvimento do país, a Presidenta reprovou os planos dos concorrentes para a empresa. “Tem candidato querendo acabar com a possibilidade de transformar petróleo em educação, que quer diminuir o papel da Petrobras. Quanto significa dos royalties do petróleo para educação e saúde? Mais de R$ 1 trilhão”, lembrou.

Sem citá-lo, Dilma comentou o programa de governo de Marina Silva, que defende mudança na política de crédito. “Querem acabar com o subsídio. O subsídio ajuda as pessoas a comprarem um casa. Não só a Petrobras vai perder importância, como colocaram na pauta a restrição ao BNDES, a Caixa e ao Banco Central”, esclareceu, para continuar: “Se diminuir o crédito do banco público, acaba o Minha Casa Minha Vida. “Então, vocês começam a ver a gravidade das propostas que estão aí. O mais grave é que não vai ter Plano Safra para o agronegócio e nem pra agricultura familiar”.

A Presidenta prosseguiu: “Sem subsídio do governo federal não tem nenhum investimento no desenvolvimento do Brasil”, discursou. “Sabe o que significa essas propostas obscurantistas, aparentemente avançadas? São demagógicas”. E finalizou:

“Não há financiamento no Brasil acima de 10 anos sem o governo federal subsidiar. Estou afirmando isso e gostaria que alguém me desmentisse”.

Alisson Matos, editor do Conversa Afiada


Teste: qual sua orientação política?

Para obter o resultado correto você tem de ser sincero:

1. Você está com tempo livre. O que você faz?
a) Entra no Facebook e manda a real para os petralhas
b) Auxilia as populações ribeirinhas
c) Entra no Facebook e manda a real para a tucanalha
d) Descobre quem está fazendo aniversário e liga para dar parabéns

2. Quais são suas estratégicas na hora da paquera?
a) Paquera? O que é isso?
b) Discorre sobre a necessidade de novas demarcações indígenas para proteger quem não tem voz nessa sociedade injusta
c) Oferece um baseado
d) Antes de qualquer investida, descobre quais são suas reais chances de sucesso

3. Qual seu ator favorito?
a) Clint Eastwood
b) Marcos Palmeira
c) José de Abreu
d) Toni Ramos

4. Qual sua feminista favorita?
a) Regina Duarte
b) Leila Diniz
c) As meninas do Pussy Riot
d) Susana Vieira

5. O que você pretende fazer nas próximas férias?
a) Defender Israel dos terroristas
b) Acompanhar os Médicos Sem Fronteiras em Serra Leoa
c) Integrar a heroica resistência do povo palestino
d) Visitar uma cidade em nosso país culturalmente rico e com uma natureza exuberante

6. Você morre de preguiça só de pensar em...
a) Bolsa Esmola
b) Agronegócio
c) Mercado de derivativos
d) Ficar de fora de uma festa

7. A melhor coisa do final de semana é...
a) Lavar o carro
b) Louvar as fases da lua
c) Acampar com o MST
d) Fazer novas amizades e estabelecer sólidas alianças

8. Você não entra numa viagem longa de avião sem levar...
a) Um livro do Olavo
b) Um documentário visceral de José Padilha
c) O Manifesto Comunista
d) Uma boa companhia para bater papo

9. Se você encontrasse Deus, o que diria?
a) O Lula não vai pro céu, né?
b) Onde foi que eu errei?
c) Onde foi que Você errou?
d) Por onde eu entro?

10. Onde você compra suas roupas?
a) Em Miami
b) Numa cooperativa de tecelãs composta por mulheres carentes das populações ribeirinhas
c) Sou contra a troca de capital por bens de consumo
d) Na loja de um amigo

11. Qual seu chapéu preferido?
a) Panamá
b) Boné do MST
c) Boina do Che Guevara
d) Depende da ocasião

12. Qual seu ditado favorito?
a) O importante não é dar o peixe, mas ensinar a pescar
b) Uma andorinha só não faz verão
c) Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás
d) De grão em grão, a galinha enche o papo

13. Qual dessas palavras mais descreve sua melhor amiga?
a) Gostosa
b) Sonhática
c) Companheira
d) Mãe

14. O que você vai pedir para o Papai Noel neste Natal?
a) Uma caixa de perfumes Ferrari livre de impostos
b) Um bambolê
c) Tá de sacanagem, né?
d) Camisas brancas

15. Qual superpoder gostaria de ter?
a) Raio privatizador
b) O de convocar o Capitão Planeta
c) Escudo anti-imperialista
d) Multiplicador de Ministérios

16. Como você gostaria de voltar na próxima encarnação?
a) Por meritocracia, seria um predador
b) Como Zeitgest, o espírito do tempo
c) Sou ateu
d) Um parlamentar do PMDB

17. Qual seu ditador favorito?
a) Médici
b) Deus
c) Fidel Castro
d) Sarney

18. Quem é você no circo?
a) Domador
b) Conga, a mulher gorila
c) Mulher Barbada
d) Marcos Frota

19. Que princesa da Disney é você?
a) Cinderela depois da abóbora
b) Pocahontas, mulher de luta
c) Cinderela antes de abóbora
d) A Bela Adormecida

20. Qual foi seu primeiro emprego?
a) Estagiário na empresa do papai
b) Voluntário em Feira de Filhotes
c) Camponês
d) Diretor da Petrobras

21. Qual a trilha sonora da sua vida?
a) Inútil, do Ultraje a Rigor
b) Ouro de Tolo, do Raul Seixas
c) A Internacional Socialista
d) Eu quero ter um milhão de amigos, do Roberto Carlos

Resultado>>>

do The i-piauí Herald

Resultado do teste

Resultado

Maior número de respostas A
Soldado de Reynaldo Azevedo
Você é um lutador incansável da meritocracia, da heterossexualidade, da vergonha na cara e do maniqueísmo. Servo de Deus, sua missão é livrar os jovens da lavagem cerebral perpetrada nas faculdades públicas para, sub-repticiamente, desmascarar o Golpe Comunista que se agiganta.

Maior número de respostas B
Alma gêmea de Eliane Brum
Agradecemos que você tenha parado, por um instante, de ajudar as populações ribeirinhas para responder a este questionário. Você é filho de Gandhi, sonhático, semeador Poliamor e comedor de quinoa. Sua vida gira como um bambolê em prol de um mundo melhor. Você compreende inteiramente os versos de Djavan e Gilberto Gil.

Maior número de respostas C
Militante do PSTU
De pé, ó vítimas da fome. De pé, famélicos da terra. Sua religião, companheiro, é o Manifesto Comunista. Sua luta é a favor dos campesinos e operários. Sua missão é despertar as multidões silenciosas contra a opressão das elites e da burguesia.

Maior número de respostas D
Correligionário de Michel Temer
Conciliador e diplomático, você não mede esforços para permanecer ao lado de quem está no comando. É capaz de elogiar Mussolini e Kim Jong Il em diferentes fases da lua.


Por que culpamos a infância por nossos problemas?

por Frederico Mattos

Desde que Freud, criador da Psicanálise, atribuiu à infância a causa de todos os problemas da vida adulta, lentamente nossa cultura passou a adotar uma perspectiva causalista para resolver os próprios problemas.

É verdade que muitas coisas começaram na infância e criaram marcas que, com o tempo, se sedimentaram no nosso comportamento. Por exemplo, a seriedade excessiva do pai influencia na maneira austera de olhar para as próprias falhas e a super-proteção da mãe parece ter ter estimulado uma tendência a se sentir frágil diante das pressões da vida.

Mas até que ponto essa tendência remissiva a buscar eventos originais realmente solucionam um problema, quando identificadas?

Nunca deixo de lembrar que Freud, por ser médico, tinha uma tendência a identificar o agente infeccioso para debelar a doença e seus sintomas. Provavelmente, por não haver um modelo diferente do mecanicista, foi mais plausível transferir o conhecimento de uma área consagrada para outra iniciante, como a psicologia.

Quando essa perspectiva científica se dissemina na nossa cultura, o resultado é que ela passa a ser mal utilizada e interpretada como meio de reforçar uma visão que superestima o indivíduo como causador de seus problemas, ignorando que existe uma complexidade de fatores biológicos, culturais, sociais, além dos psicológicos.

Até mesmo na esfera dos fatores psicológicos existe muita atribuição enganosa de uma pessoa ao alegar para si mesma “sou culpada disso, e tudo isso se deve porque meu pai/mãe fez xyz”.

Existe um pouco de engano e prepotência nessa visão.

O engano é por ignorar a complexidade da vida, simplificando o motivo de uma ação atual por causa de uma cadeia de acontecimentos anteriores. E, em especial, o equívoco de imaginar que em nenhum momento o agente da ação atual teve escolha, pois foi movido por aspectos inconscientes a ele mesmo. É como se o passado fosse o mandante irrecusável de toda e qualquer ação, escondido na nossa mente, sem que possamos acessá-lo diretamente. Mas até que ponto não temos domínio sobre nosso comportamento?

Se fôssemos bem detalhados e descritivos ao analisar uma ação, já teríamos bons indicativos para flagrar o padrão supostamente inconsciente. No processo de terapia, o profissional em questão só está um pouco mais isento de intenções e de automanipulações, de forma que consegue perceber algo que todos vêem, menos o sujeito da ação. Mas, em essência, ele não tem uma varinha de condão, portanto, precisa da colaboração do agente para desvendar em conjunto o mecanismo de uma ação, muito mais do que sua causa.

Descobrir que o pai bateu ou a mãe fugiu só ajudará a pessoa a encontrar um suposto culpado, mas mesmo assim, o pepino segue na mão dele, pedindo por uma mudança de rota.

A única pessoa capaz de fazer isso é o sujeito que se queixa.

Ao chegar num suposto novo insight de “sim, eu sou o culpado pelo meu comportamento ruim”, ele também não está conseguindo mudar, mas só aumentar a autoacusação. Agora ele não culpa seu passado, sua infância ou seus pais, mas a si mesmo.

Essa prepotência remonta ainda uma falsa crença que ao dar algumas chibatadas na própria consciência ela irá ser domesticada e agir bem no futuro. Ou de que pode ter pleno controle de tudo o que lhe ocorre internamente a ponto de prevenir qualquer engano, erro ou confusão pessoal. Não irá.

É uma busca de infalibilidade e perfeição a qual nunca atingiremos.

O insight verdadeiro é saber-se passivo diante de forças que estão além do nosso controle e, ainda assim, olhar minuciosamente para as esferas onde podemos escolher mudanças de rota dos nossos padrões de comportamento.

Ao invés de dizer para si mesmo “seu burro, olha o que você fez” e ficar numa condição de espancamento pessoal estéril, seria mais interessante deduzir “parece que não captei completamente esse conhecimento e tenho a liberdade para aprender daqui para a frente”. Diante da burrice instituída não há nada o que fazer, mas diante do ponto cego pode haver um caminho.

Mesmo que eu tivesse problemas de memória e nunca fosse capaz de rememorar minha infância, não estaria aprisionado ao meu condicionamento, pois ele está aqui e agora disponível para investigação e pronto para ser recondicionado.

Saber do passado remoto virou um grande fetiche para pessoas que gostam de se sentir vítimas da vida, como se ao descobrir as causas estivessem livres do hábito.

Descobrir as causas é mais fácil do que mudar. Encontrar um culpado é mais fácil do que assumir a responsabilidade pela mudança.


Oposição: irresponsável e arrogante

do blog de Zé Dirceu

Os opositores dos governos do PT, seus assessores e conselheiros – alguns com décadas de poder sem resolver os problemas que agora apontam com um dedo acusador – apresentam fórmulas triviais para resolver as grandes questões do Brasil na atual conjuntura e etapa histórica.

Para alguns, basta a confiança imposta pela presença de um novo presidente da República, que respeitará as leis do mercado e tudo estará resolvido. Para outros, é suficiente vontade de um novo gestor no Planalto, que governará sem alianças e sem coalizões com partidos, e sim com a sociedade. Para ambos, basta respeitar o tripé macroeconômico, juros, câmbio e superávit. E ter responsabilidade fiscal e conceder independência para o Banco Central (BC).

Sem entrar no mérito se acreditam mesmo no que pregam, ou se apenas repetem fórmulas surradas de seus assessores e conselheiros, cabe uma pergunta: como a responsabilidade fiscal e a independência do BC vão resolver pois só os pontos de estrangulamento de nossa economia e aumentar os investimentos privados e públicos? Como vão abrir novos mercados para o Brasil, reduzir a inflação ao centro da meta e/ou aumentar a poupança interna e a eficiência do governo?

As dificuldades que o país enfrenta não foram provocadas por ações do governo, mas é decorrente do contexto internacional, marcado pela maior crise do capitalismo em 100 anos. Essa crise global, que foi enfrentada lá fora com a fórmula proposta pelos nossos opositores (corte de salários, benefícios sociais, entre outros receituários recessivos), levou ao desemprego e ao baixo crescimento na maior parte do mundo. É, portanto, uma crise recessiva de longo prazo, iniciada desde 2008 e até agora sem solução à vista.

Caminho próprio para evitar a saída clássica dos juros altos

Foi exatamente para evitar a saída clássica de juros altos, corte de gastos sociais, redução do valor dos salários, eliminação de direitos trabalhistas históricos, desemprego, venda de patrimônio e ativos públicos que optamos, governos do PT, por reduzir impostos (desonerações), aumentar os investimentos e os gastos públicos, liberar os depósitos compulsórios e usar nossas reservas cambiais. O foco primeiro, portanto, foi manter o emprego dos brasileiros.

E o mais importante: sem que isso tenha levado o país a abandonar a responsabilidade fiscal. Pelo contrário, nossa dívida pública se mantém estável com relação ao PIB e nossas reservas externas robustas. A inflação está abaixo da média dos governos FHC e Lula, os salários crescem acima da inflação e o desemprego é o menor da história do país – vivemos uma situação de pleno emprego.

A oposição critica as desonerações, os gastos sociais e a administração do preço da gasolina e das tarifas públicas, mas não aponta alternativas. Ninguém da oposição sugere uma saída consistente frente à combinação da crise externa com a maior estiagem vivida no país nas últimas décadas, e que é a causa principal da inflação de alimentos e da disparada dos preços da energia.

Na prática, o que a oposição aponta como erros do governo é o preço que pagamos por superar a crise sem afetar as condições essenciais para o crescimento do país, a preservação dos investimentos públicos, o mercado interno, as parcerias via concessões dos serviços públicos de infraestrutura, os investimentos no pré-sal, na educação e em inovação.

Ingenuidade e ilusionismo

Sempre há a alternativa de priorizar e se apoiar no mercado externo e nas exportações como motor de nosso crescimento e competitividade, mas pode ser uma aposta de alto risco num mundo em recessão e com baixíssimo crescimento do comércio internacional, com crescente protecionismo, câmbio administrado e com alta concorrência com os EEUU, Europa e China em busca de mercado para suas indústrias, serviços e tecnologia.

Como é arriscado, da mesma forma, pedir que abramos nossos mercados industriais e de serviços, de compra governamental e tecnologia, quando os países desenvolvidos nos fecham seus mercados e buscam os nossos.

Mais rápido, crível e prático é aumentar a integração sul-americana e disputar os mercados africanos, seja dentro das práticas estabelecidas pela Organização Mundial do comércio (OMC), seja por acordos bilaterais ou de blocos como os em andamento, do MERCOSUL com a União Europeia e com a Aliança do Pacifico. Criando um aparato institucional para o comércio exterior e um banco de importação e exportação, a exemplo dos países desenvolvidos. Nesse sentido, as sólidas relações com os BRICS constituem pilar estratégico para nossos interesses e movimentos em um tabuleiro internacional no qual o papel do Brasil tornou-se relevante. Sem essas perspectivas, não romperemos o círculo dentro do qual buscam nos acomodar.

Temos, sim, a oportunidade única e histórica de contornar os pontos de estrangulamento no país com as medidas e políticas que estamos adotando para aumentar nossa competitividade e produtividade. Crescendo para dentro e, ao mesmo tempo, para fora.

Apesar das dificuldades, Brasil enfrenta seus desafios

Apesar das dificuldades históricas do país e da herança de décadas sem investimentos na infraestrutura, em energia e petróleo, em inovação e educação, o fato é que o Governo vem enfrentando esses desafios para romper os pontos de estrangulamento que encarecem o custo de nossa economia e produção e travam nossa produtividade e competitividade.

Há poupança no país. E muita, demasiada até. Basta ver a dívida pública de mais de R$ 2 trilhões. Temos a poupança propriamente dita e os fundos de pensão, o mercado de ações e os fundos de renda fixa. Temos de tudo, portanto, em matéria de poupança.

No Brasil, os lucros das empresas e dos bancos são altos para a média mundial. Então, insistimos, temos sim mais capacidade de investimentos. E eles não se realizam não por falta de demanda. Esta existe, está aí na escassez de serviços públicos e infraestrutura social e urbana, na demanda por saneamento e habitação, de mobilidade urbana, de turismo e lazer, de esporte e cultura, de educação e saúde, de rodovias, portos, ferrovias, aeroportos, hidrovias, energia, gás e petróleo. Atendê-la é suficiente para fazer o país crescer por 10 e/ou 20 anos.

Mas, no Brasil a poupança não se transforma em investimento porque, apesar das oportunidades de segurança, das garantias, da demanda ante a escassez desses serviços públicos e privados, o sistema bancário-financeiro do país não cumpre seu papel de intermediário entre a poupança e o investimento.

Temos um spread bancário de 28% a 32%. Assim, parte substancial da renda nacional e da poupança é desviada para pagar juros e o serviço da dívida interna – juros que ficam nas mãos de uma minoria de 17 mil pessoas físicas e jurídicas que concentram a renda nacional entesourada nos títulos do governo, criando um circulo vicioso responsável, inclusive, pelos altos juros que pagamos. É hora de reorganizar o sistema bancário e financeiro público e mudar nossa política monetária, fiscal e cambial para reduzir os juros reais e conduzir nossa política cambial segundo os interesses e a defesa comercial do país.

Apenas 17 mil pessoas concentram a renda nacional

Diante dessa situação a pergunta que não cala é: quem fará o pacto político ou conquistará uma maioria para romper esse dilema histórico do país? Quem abrirá essa caixa de pandora? É possível fazê-lo sem uma aliança produtiva popular como a que levou o presidente Lula ao poder?

O fato é que sem maioria política e social, não fazemos nem a reforma tributária e nem a política, nem a urbana e nem a bancária. Continuaremos pagando juros reais de 10% no serviço de nossa dívida interna, correspondentes a R$ 200 bi ao ano desviados do Orçamento Geral da União.

O Brasil não pode retroceder e não pode se submeter aos mercados financeiros internacionais e a hegemonia norte-americana na política externa. Nem renunciar a seu papel externo de liderança apoiada em seu potencial interno. Tem de continuar buscando combinar a sua reindustrialização com sua extraordinária agroindústria e mercado interno, dando sequência às transformações sociais e educacionais iniciadas pelos governos Lula, mas aprofundando esse processo, para realizar de fato a revolução educacional e social que o país precisa.

Tem, ao mesmo tempo, de buscar a integração sulamericana que nos garantirá a base para superar e suportar a atual crise internacional recessiva e o poder avassalador político, militar e financeiro que controla o mundo e busca enquadrar nosso Brasil em seus objetivos e interesses estratégicos e nacionais.

O governo Lula e as mudanças por ele iniciadas foram possíveis porque, dentro do bloco hegemônico industrial-agrícola e financeiro no Brasil, criou-se uma dissidência produtivista e nacionalista, que aceitou o desafio de se aliar – de novo, como no passado – aos trabalhadores, dirigidos pelo presidente Lula. Ele representava, naquele momento, o operariado industrial e as camadas populares, para retomar o fio da história do país.

Porque os governos Lula e Dilma foram de avanços e mudanças

As mudanças ocorreram porque aliados, governo Lula e essa dissidência conseguiram implantar um projeto de Brasil com desenvolvimento, apoiado na industrialização e distribuição de renda, no mercado interno e na reafirmação do país como nação democrática, independente e soberana em busca da justiça social contra a pobreza e a fome.

A questão agora é se o capital industrial e agrário, médio e grande, se submeterá ao canto de sereia do capital financeiro e de suas representações políticas – uma, representação tradicional, o tucanato; outra, uma miragem, Marina Silva, hoje aliada ao PSB, mas com um programa econômico assemelhado ao do PSDB.

Tão assemelhado que bebe nas mesmas fontes, tem os mesmos conselheiros e visa o mesmo objetivo: retroceder o pais à orbita norte-americana e as políticas ortodoxas que apenas atendem ao interesse dos rentistas e do próprio capital financeiro-bancário. E que é incapaz de expressar as maiorias, sejam empresariais, sejam populares do país.

O desafio da presidenta Dilma, avalizado pelo ex-presidente Lula e pelo PT, é recompor essa aliança e retomar esse projeto com coragem e mobilização social. Só assim ela poderá realizar as reformas postergadas e romper as cadeias que mantêm o Brasil submetido e preso em suas potencialidades aos interesses e desejos de uma minoria.

Minoria, insista-se, que aliada ao poder da mídia, pretende fazer um pais à sua semelhança cultural e política, sem dar às maiorias as oportunidades e as riquezas que monopolizam cada vez mais e mais.


RPM: nossos problemas acabaram

Mas bah, tchê. Com Marina agora crescendo nas pesquisas fiquei tranquilito no más.

Vou dormir como um poço de serenidade.

Antes era aquela guerra entre PT e PSDB.

Lula e FHC.

E agora, nossos problemas acabaram:

Os ecologistas poderão cultivar seus produtos com agrotóxicos.

Os índios poderão viver nas terras dos agricultores e estes plantarão nas suas aldeias.

Os sem terras serão bem recebidos nas estâncias e lá poderão viver em paz com os fazendeiros.

Aqueles que curtem um baseado poderão fumar nas igrejas evangélicas e as moças que fazem aborto serão acolhidas pelos pastores, que celebrarão casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Sem discriminação.

Os pacifistas tomarão um choquinho no fim de tarde com os fabricantes de armas.

Os patrões irão contratar seus empregados até o dia em que estes decidirem ir embora.

Os salários de todos os brasileiros e brasileiras será decidido numa grande assembleia, participando faxineiros, vigilantes, secretárias, procuradores, promotores, juízes, legisladores, gestores públicos e privados. Todos decidirão quanto vale o trabalho de cada um, o tempo de férias, folgas, horário de expediente, etc, e assim será repartido o tempo e os frutos do trabalho.

Nada de construir hidroelétricas, térmicas, parques eólicos e cobrar contas de luz. Cada um receberá uma placa solar e um catavento para gerar sua própria energia em casa.

Com suas bicicletas todos se deslocarão de casa para o trabalho sem poluição e congestionamento no trânsito. Quiçá cada um tenha seu próprio helicóptero movido a caldo de cana, dos Setubal, passando pelos Marinhos, pelo Eike, Luciano Huck até o gari João (do alto de sua vassoura) e a diarista Maria.

E assim será feito no sétimo dia de governo...

Mas báh tchê, que magavilha! Sem esses políticos desonestos e essa política suja.