Leandro Fortes: a Operação Zelotes jamais teria acontecido num governo tucademo
Sociólogo derruba teses golpistas da Rede Globo, ao Vivo
Num telejornal ao vivo na televisão o "debate" acontece com a participação de um convidado "especialista", as vezes da própria casa, que basicamente concorda com as todas as teorias que o entrevistador apresenta, acrescenta algum dado e sai de cena. Nas raras vezes que vemos um debate de ideias com possibilidade em ouvir o contraditório o resultado é como este exibido pelo programa Bom Dia ES, a sensação é: alguma coisa está fora da ordem.
Esse Doutor nunca mais será convidado pela Rede Golpe!
Pra desopilar
José Dirceu tem suspeita de AVC e milhares pedem a sua morte, por Lino Bocchini
- “Você vai conseguir vencer essa! Força AVC!!”
- “Estamos juntos AVC. Não mata não por favor, só deixa ele vegetativo, cagando na cama.”
- “Morre que passa.”
- “#SomosTodosAVC”
- “O demônio tá vindo buscar!”
- “A Dilma leva vantagem pois como não tem cérebro nunca vai ter AVC!!!”
- “Que morra e volte para buscar Dilma e Lula.”
- “A chapa quente do inferno tá prontinha pra ele a para o molusco.”
- “Glória a Deus, minhas preces foram atingidas.”
- “Deus é pai, aqui se faz, aqui se paga.”
- "DEUS. Faça ele ser atendido no SUS por um dos médicos cubanos que dará o diagnóstico de virose e ele será enviado para casa e morrerá dentro de poucas horas. Amém!"
Renato Janine Ribeiro: Tem razão quem se revolta
"On a raison de se révolter", dizia o filósofo francês Jean-Paul Sartre no fim da vida, quando, depois de maio de 1968, se cansou de esperar que o Partido Comunista se consertasse e fez causa comum com os maoistas. Não é fácil traduzir a frase de Sartre. Seria algo como "tem razão quem se revolta".
Mas qual razão, quanta razão? Eu diria que é a razão do sintoma: sente-se a dor, procura-se a infecção, mas queixar-se não é diagnosticar a doença, menos ainda curá-la. O último dia 15 de março foi isso. A queixa é correta, o tecido social está sofrendo, mas diagnóstico e prognóstico ficaram pela metade.
A queixa: não se aguenta mais a corrupção. O caso da Petrobras mostra uma crise grave em uma de nossas maiores empresas. Pior, uma empresa que pertence a todos nós. Muito resta a explicar, da falta de controle à pura indecência. Como o PT foi entre tolerante e partícipe do processo, ele se torna a bola da vez.
A dor: como fizeram isso com nosso país? E o erro: fizeram, quem? Isso, o quê? Nosso, de nós, quem? Aqui está o problema.
Quem "fizeram" é só o PT ou, mais que ele, o PP ou, ainda mais, um sistema político que se acostumou a ser eficiente pela via da desonestidade? Porque há um subtexto em nossa sociedade que diz: resolva o problema, "não quero saber como".
Não queremos saber como funcionam as coisas, desde que elas funcionem. Vejam o que chamamos de "segurança pública". Ela depende muito da violência policial contra inocentes. Não queremos saber a que custo reina alguma paz em nossos bairros. O preço dessa paz é a violência contra três Ps: pobres, pretos e putas.
Ainda que insuficiente, a eficiência que o Estado consegue deve-se, em vários casos, ao "não quero nem saber". Só que agora está emergindo o iceberg inteiro. Nós nos acostumamos ao "por fora bela viola, por dentro pão bolorento"; fingíamos que não havia bolor, mas ele está aparecendo. Tanto no Metrô de São Paulo como na Petrobras.
O avanço da democracia desnuda esse preço, esse bolor. Há uma reação tola: não quero saber do preço. Um dos modos dessa reação é carimbar um culpado bem afastado de nós. O PT cumpre hoje esse papel de demônio, que já foi de Getúlio Vargas. Assim se afasta de nós esse cale-se. Somos poupados.
As manifestações do dia 15 de março, legítimas na medida em que "tem razão quem se revolta" (mas alguma razão, não toda), caíram no engodo de construir um Outro demoníaco, aquele que acabou com o que era doce. O passado fica como uma idade, senão de ouro, pelo menos de prata.
Um teste simples: se alguém contesta os males atuais em nome de um passado que teria sido melhor, essa pessoa está pelo menos mal informada. Nossa história tem podres que mal começamos a enxergar.
O presente pode parecer horrível, mas só porque expôs a chaga purulenta. O bom que era doce se assentava em mentiras. Aumentaram as mentiras? Ou, na sociedade da informação, é mais fácil descobri-las do que antes? O mensalão do DEM teria sido exposto, não fosse uma microcâmera escondida? Delações premiadas funcionariam se os cúmplices mantivessem a lealdade dos mafiosos, que morrem, mas não falam?
Sem uma força-tarefa como a da Operação Lava Jato, teriam sido pegos? Quem deve teme. Por que tantos querem que a investigação foque só o PT? A apuração não deve ser ampla, geral e irrestrita?
Tratar o sintoma não é a solução. Meias medidas são meros paliativos. É preciso chegar às causas. Venceremos a corrupção quando ela parar de servir de pretexto político de um lado contra o outro e for mesmo repudiada pela maior parte da população. Não é o caso –ainda.
PS. Se não bastassem as qualificações acadêmicas de Janine, ele tem uma enorme virtude. A ignorância o odeia, como você pode ver pelo número de posts em que Reinaldo Azevedo o atacava, mesmo fora do Govern0.
Mensagem da Vovó Briguilina
Cada palavra
Cada frase
Cada parágrafo
De cada página
Se precisar, releia
Depois, vire a página e continua a leitura
Quando terminar de ler o livro, tem de ter extraido dele alguma lição
Se não aprendeu nada, então releia o livro com mais atenção, porque sempre podemos aprender alguma coisa.
Oraite?