Meu Neto Gabriel








Boa tarde





Governo Dilma anuncia reformas

por Luana Lourenço
O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, anunciou nesta segunda-feira 24 que o governo vai reduzir o número de ministérios do governo, baixando de 39 para 29 o total de pastas. A medida faz parte de um pacote de reforma administrativa apresentado hoje (24) a ministros durante a reunião da coordenação política com a presidenta Dilma Rousseff.
Os ministérios que serão extintos serão definidos até o fim de setembro por uma equipe do governo. "Nosso objetivo é chegar a uma meta de dez [ministérios]. Existem várias propostas possíveis para atingir essa meta. Precisamos ouvir todos os envolvidos, não tem nenhum ministério inicialmente apontado para ser extinto", disse Barbosa.
A reforma também inclui cortes em estruturas internas de órgãos, ministérios e autarquias – com a redução de secretarias, por exemplo; a diminuição dos cargos comissionados no governo, os chamados DAS; o aperfeiçoamento de contratos da União com prestadoras de serviços, entre eles de limpeza e transporte; e a venda de imóveis da União e a regularização de terrenos.
O ministro não apresentou a estimativa da economia do governo com as medidas, mas disse que a reforma é necessária para a nova realidade orçamentária do país e vai melhorar a produtividade do governo. "Com o melhor funcionamento da máquina, você vai aumentar a produtividade do governo. É vital e crucial aumentar a produtividade dentro do governo", disse.
Nelson Barbosa lembra que as medidas da reforma administrativa dependem de projetos de lei, decretos ou portarias para entrarem em vigor.
na  Agência Brasil



Fernando Brito: o que eu tenho a ver com aquele velhos gaúcho que se matou a 61 anos atrás?

Há 61 anos, numa manhã como esta em que escrevo, o país estava boquiaberto com a notícia de que Getúlio Vargas tinha dado um tiro no próprio peito e acabara de morrer, em seu quarto no palácio do Catete.
Mais tempo, portanto, do que eu e a quase totalidade dos que me leem tenhamos visto o impacto, a dor e as consequências daquele gesto.
Será?
O impacto, sim, porque não é o mesmo ver as velhas fotos da multidão em desespero, entre o choro e a revolta, espraiando sua fúria como uma onda nas grandes cidades.
Quanto à dor, ainda pude vê-la – já seca, então – nos olhos dos homens mais velhos, sobretudo lá, no bairro operário de Realengo,no IAPI onde viviam meus avós.
Mas as consequências, mesmo sem saber por muito tempo- ah, a arrogância própria da juventude! – as vivi todas.
Mas, há uns trinta anos, numa conversa de amigos, um deles, Sérgio, um médico, disse algo que me deixou em silêncio pensativo: “somos netos da escola pública”.
Sérgio, ele próprio filho de um trabalhador têxtil, tinha razão, mas não toda.
Éramos, ali, filhos e netos de um país onde o povo passou a existir, como sujeito e não mais como mero objeto, de sua trajetória.
Getúlio tinha gestado este sentimento de Nação e o pariu, finalmente, tendo um tiro como vagido inaugural.
Sim, talvez falte aqui a coisa que eu mais admiro nos norte-americanos (e que, ao que parece, também começa a escassear por lá): o orgulho por nossa caminhada comum, por nossos antepassados, pelos que nos trouxeram ao que somos hoje.
O atraso e as carências de nosso país, decerto, são responsáveis por isso, por tantos que acharam ou acham que tudo o que se fez aqui é fracasso e não parte e pedaço de nossa tentativa de sermos uma flor tardia da civilização.
Por isso, quem sabe, tenham a tentação desta bobagem que é “refundar” uma esquerda livre dos “erros e pecados”, como num inconsciente arremedo do discurso “moralizador” da direita.
Não se percebe que o único que ela pode fazer, porque tudo o mais nela é imoral ee abjeto : o atraso, a fome, a degradação das massas humanas, os luxos e privilégios que, mesmo sendo de pouquíssimos, são a razão de viver para tantos.
O que somos é fruto do que pudemos ser e o que seremos é algo que não se pode prever, mas que nunca se deve parar de sonhar.
Nem há dois séculos somos um país, nem há um só somos uma Nação, e é por isso que há tanta e tão barulhenta e arrogante gente que veja ainda como colônia, por incapazes, e a si mesma como capatazes.
Não querem que o povo seja independente, escreveu Vargas em sua carta-testamento.
E isso não mudou, ainda, depois de tantos anos.
Ainda vale nossas vidas.
no Tijolaço


Os três patéticos

por Ricardo Melo
Aécio Neves, Gilmar Mendes e Eduardo Cunha atuam como protagonistas de uma causa falida. Mesmo assim, não perdem uma oportunidade de expor em público sua estreiteza de horizontes. São golpistas declarados. Não importa a lógica, a política, a dialética ou mesmo o senso comum. Suas biografias, já não propriamente admiráveis, dissolvem-se a jato a cada movimento realizado para derrubar um governo eleito.

Presidente do PSDB, o senador mineiro-carioca pouco se incomoda com o ridículo de suas atitudes. Aécio sempre defendeu um programa de arrocho contra os pobres. Gabou-se da coragem de adotar medidas impopulares para “consertar o Brasil”.

Agora sobe em trios elétricos como porta-voz do povo. Critica medidas de ajuste, jura pensar no Brasil e usa qualquer artimanha com uma única finalidade: isolar a presidente. Convoca sabujos para atacar um jornalista que revelou o escândalo do aeroporto construído para atender a ele e à própria família. Maiores informações na página A3 desta Folha publicada ontem (23/08).

Seu ajudante de ordens, ou vice-versa, é o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. Sintoma da fragilidade do equilíbrio de poderes vigente no Brasil, Mendes emite toda sorte de opiniões fora de autos. Muda de ideia conforme as conveniências. De tão tendencioso e parcial, seu comportamento público seria suficiente para impugná-lo como síndico de prédio. Na democracia à brasileira, pontifica como jurista na mais alta corte do país. Quem quiser que leve a sério.

Mendes endossou as contas da campanha da presidente eleita alguns meses atrás. Coisas do passado. Esqueçam o que ele votou. De repente, detectou problemas insanáveis na mesma contabilidade e ruge ameaçadoramente contra o que ele mesmo aprovou. No meio tempo, acusa o Planalto de comandar um sindicato de ladrões financiado por empreiteiras envolvidas na roubalheira da Petrobras.

Bem, mas as mesmas empresas financiaram a campanha dos outros partidos. O que fazer? Vale lembrar: Mendes até hoje trava o julgamento favorável à proibição do financiamento empresarial de campanhas políticas. Seu pedido de vistas escancara um escândalo jurídico, legal e moral que o STF finge não existir. Ora, isso não vem ao caso, socorreria o juiz paladino Sergio Moro.

E aí aparece Eduardo Cunha, o peemedebista dirigente da Câmara. Terceiro na linha de sucessão presidencial, Cunha encenava comandar um exército invencível. Primeiro humilhou o Planalto na eleição para o comando da Casa. Depois, passou a manobrar o regimento para aprovar o que interessa a aliados nem sempre expostos. Tentou ainda se credenciar como alternativa golpista. Curto circuito total. Pego numa mentira de pelo menos 5 milhões de dólares, a acreditar no procurador geral, Cunha atualmente circula como um zumbi rogando piedade de parlamentares muito mais interessados em salvar a própria pele.

Cambaleante, o trio parece ter recebido a pá de cal com os pronunciamentos dos verdadeiros comandantes da nossa democracia. O mais recente veio do chefe do maior banco privado do país, Roberto Setubal. Presidente do Itaú Unibanco, Setubal afirmou com todas as letras não haver motivos para tirar Dilma do cargo. Tipo ruim com ela, pior sem ela “”que o digam os lucros pornográficos auferidos pela turma financeira.

Sem a banca por trás, abandonada pelo pessoal do dinheiro grosso e encrencada em acusações lançadas contra os adversários, à troupe do impeachment não resta muito mais que baixar o pano.

na Folha de São Paulo


Bom Dia

Levante e vá realizar teus sonhos!

Mensagem da Madrugada

(...) talvez porque a madrugada tenha sido feita não para dormir
E sim
Para
Sonhar