Janio de Freitas

O efeito político da redução de ministérios
Os ministérios que serão desfeitos foram criados para atender aos partidos. Foram peças de resgate no chantagismo de cargos e verbas por apoio que tem caracterizado as relações entre bancadas parlamentares e os governos, desde Collor e com intervalo só no de Itamar. Logo, a redução do número de ministérios, além de não assegurar, por si só, a "melhor gestão" invocada, tem efeito primordialmente político. Sob a forma de novos atritos.
É mesmo porque meia dúzia de petistas o atacam pelas costas que o vice Michel Temer se afasta da intermediação de governo e Congresso?
Com Dilma, a chantagem chegou ao paroxismo. No passado houve casos escabrosos, como a nomeação de Renan Calheiros para ministro da Justiça (!) do governo Fernando Henrique, no toma lá/dá cá com o PMDB. Ou, para o mesmo cargo e pelo mesmo motivo, a do primário Iris Resende. Mas Dilma aceitou, desde o início, a redução das relações, com partidos e parlamentares, às exigências surgidas em um Congresso de baixo nível ético, cultural e político.
Não haveria verbas e ministérios para tão farta concepção de política como meio de obter proveitos, fáceis e velozes. Se não faltarem verbas, sempre desviáveis de uma finalidade útil, altos cargos voltarão a faltar, na certa. Joaquim Levy e Nelson Barbosa não sabem o que estão criando no ambiente político. Michel Temer sabe. E tem motivos para não se envolver nos previsíveis choques.
No PMDB, não é só jogo de valorização a ideia de que deve ter candidato próprio na sucessão presidencial. Só mesmo a mediocrização dos quadros explica que um partido de presença tão forte, em âmbito nacional, não passe de papel secundário nas sucessões. No PMDB de hoje, há dois reconhecidos como em condições de incluí-lo na disputa.
Citado dentro e fora do peemedebismo, o prefeito Eduardo Paes não é (ainda) um nome nacional. Mas tem uma obra incomum para apresentar e qualidades que se têm comprovado com o passar do tempo. Arrojado, transforma grande parte do Rio com um processo modernizador surpreendente, no qual se mostra um administrador de competência técnica e lucidez. Atento, sem interrupção, a tudo o que deve merecer atenção de um prefeito, trabalha para valer. Feliz. E não gasta com ilusionismos de propaganda.
Na ocasião propícia, as circunstâncias podem indicar a Eduardo Paes a preferência pela disputa ao governo do Rio. Essa, tudo indica, não seria uma solução para Michel Temer em São Paulo. Mas, para entrar na campanha pela sucessão presidencial, é o outro nome de que o PMDB dispõe hoje. Por isso, não lhe convém entrar em jogos desgastantes, como o toma lá/dá cá. Assim como também a ele, não para Dilma, é vantajoso manter ligação com o governo para as tais "macronegociações", que o projetem e prestigiem. Temer ganhou tanto quanto o governo com suas bem sucedidas intermediações recentes no Congresso.
Quem vai substituir Michel Temer e seu habilidoso coadjuvante Eliseu Padilha nas negociações canibalescas é um problema difícil. Sabe-se apenas que a solução não virá de Joaquim Levy e Nelson Barbosa, especialistas só em criar problemas para os outros, sobretudo se pessoas que não batalham por um cargo de governo, mas pela vida.
na Folha de São Paulo


Charge do dia

Arrecadação

Mensagem da madrugada

Mais tarde o sol nasce
Vai esquecer das estrelas?

Esqueça não
De tudo lembre
Dos bons e maus momentos.

A vida é isso
O mais
É
Morrer!

Joel Neto

O país sob a toga de um corrupto

Acharam pouco obrigar José Dirceu ser submetido a:

  • Foro privilegiado
  • Deturpar a teoria do domínio do fato
  • Subverter a ordem do ônus da prova
  • Condena-lo baseado em literatura
Eis que agora outro corrupto de toga manda prende-lo com a desculpa esfarrapada de interroga-lo. 

Hoje são 21 dias que Dirceu está preso e sequer o dia do seu depoimento foi marcado.

Isso é tortura.
  • Cadê o PT?
  • Cadê a OAB?
  • Cadê as ongs?
  • Cadê a CNBB?
  • Cadê o "Tortura Nunca Mais"?
  • Onde estão os que dizem lutar pelos Direitos Humanos?
Todos escondidos, escolhidos feito ratos amedrontados por os ditadores de toga e as famiglias midiáticas do Brasil.

Covardes!



Moro tu me conhece?

Num julgamento na cidade de CORRENTE - PI, o Promotor de Justiça chama sua primeira testemunha, uma velhinha de idade bem avançada. Para começar a construir uma linha de argumentação, o Promotor pergunta à velhinha:


- Dona Genoveva, a senhora me conhece, sabe quem sou eu e o que faço? 
- Claro que eu o conheço, Marcos! Eu o conheci bebê. Só chorava, e francamente, você me decepcionou. Você mente, você trai sua mulher, você manipula as pessoas, você espalha boatos e adora fofocas. Você acha que é influente e respeitado na Cidade, quando na realidade você é apenas um coitado. Nem sabe que a filha esta grávida, e pelo que sei, nem ela sabe quem é o pai. Ah, se eu o conheço! Claro que conheço! 

O Promotor fica petrificado, incapaz de acreditar no que estava ouvindo. Ele fica mudo, olhando para o Juiz e para os jurados. Sem saber o que fazer, ele aponta para o advogado de defesa e pergunta à velhinha:

- E o advogado de defesa, a senhora o conhece? A velhinha responde imediatamente:

- O Robertinho? É claro que eu o conheço! Desde criancinha. Eu cuidava dele para a Marina, a mãe dele, pois sempre que o pai dele saia, a mãe ia pra algum outro compromisso. E ele também me decepcionou. É preguiçoso, puritano, alcoólatra e  sempre quer dar lição de moral nos outros sem ter nenhuma para ele. Ele não tem nenhum amigo e ainda conseguiu perder quase todos os processos em que atuou.  Além de ser traído pela mulher. 

Neste momento, Moro pede que a senhora fique em silêncio, chama o promotor e o advogado perto dele, se debruça na bancada e fala baixinho aos dois:

- Se algum de vocês perguntar a esta velha filha da puta se ela me conhece, vai sair desta sala preso...Fui claro???

Não vem ao caso

por Ronaldo Souza

Sempre que surgem situações como a que agora envolve o juiz Sérgio Moro surgem também discussões do que é ilegal, imoral, não recomendável eticamente e coisas desse tipo.
Wadih Damous, advogado e Ex-presidente da OAB-RJ é um dos muitos juristas que dizem que o juiz Moro rasgou a Constituição Brasileira há muito tempo e desrespeita os seus princípios mais elementares

O salário de Juízes e integrantes do Ministério Público é limitado ao salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que hoje é de R$ 37,4 mil.

Segundo Wadih Damous, o juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, ganha R$ 77 mil por mês, numa violação flagrante ao ARTIGO 37 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

Cabe aqui a discussão do que é ilegal, imoral, não recomendável eticamente, ou o que quer que seja?

Talvez sim.

Entretanto, mais do que isso cabe discutir a questão sob outro aspecto.

O Juiz Moro ganhou as primeiras páginas da imprensa, prêmios, homenagens especiais e aplausos frenéticos onde quer que vá por ter encarnado a figura do juiz justiceiro, o que manda prender os corruptos sejam eles quem forem.

O juiz que diz que vai eliminar a corrupção no Brasil.

Essa história é antiga e também não é de agora o consenso de que pobre é a sociedade que precisa de heróis.

Mais cedo ou mais tarde, eles terminam se revelando.

Considere-se por outro lado que, independente da já óbvia ação seletiva do juiz, imagina-se que homens assim são imaculados.

No imaginário das muitas pessoas, quem sabe de todas, que idolatram justiceiros como o Dr. Moro, paira a imagem de homens sem pecados. A honestidade está acima de tudo.

Sendo assim, diante da recém descoberta do salário do referido juiz e sabendo-o bem acima do que lhe permitiria a Constituição Brasileira, a qual, como juiz, cabe a ele representar, defender e fazer ser cumprida, não posso crer que caibam discussões à luz fria do que seria recomendável ou não.

Não é assim que o povo vê as coisas.

Nunca foram bem vistas pelo povo, por exemplo, as vantagens que gozam os homens da lei.

Os aspectos técnicos do Direito deixam muitas brechas e podem permitir interpretações diversas, por onde costumam entrar os bons advogados.

Quem sabe o salário do juiz Moro entre por uma dessas frestas.

Reforcemos, porém, que é inconstitucional.

Mas salários em dobro conseguidos por “expedientes”, ainda que não possam ser tidos como ilegais, na visão do povo ganhará um nome; desonestidade.

Lembremos que desonestidade é a ausência de honestidade.

Da mesma forma que quem não tem honestidade não é honesto.

A desonestidade não é uma forma de corrupção?

O que é mesmo corrupção?

Por outro lado, o Dr. Moro já fez reiteradas críticas ao Sistema Jurídico Brasileiro por adotar como premissa básica a presunção da inocência.

A presunção de inocência diz que “todos são inocentes até que se prove o contrário”.

O Dr. Moro já sugere há algum tempo a modificação desse capítulo das normas jurídicas do país.

Segundo ele, o Brasil deve ser regido pelo “todos são culpados até que se prove o contrário”.

O Dr. Moro é juiz, portanto, jamais ousaria discordar dos seus conhecimentos e da sua autoridade.

Pelo contrário, recolho-me à minha ignorância para, entre atônito e perplexo, perguntar-lhe.

Diante do panorama em que se insere a sua questão salarial, o senhor é corrupto e terá que provar a sua inocência?

Ou não vem ao caso?

https://www.youtube.com/watch?v=uDK75S7lCwc

Twitter da Tarde

Morreu pedestre atropelado na ciclovia, proíbe a ciclovia.
Morreu motoqueiro e garupeiro atropelado na marginal, fecha a marginal.
Morreram dezenas de pessoas num acidente de avião, interditam os aeroportos.
Morreram centenas de pessoas num naufrágio de um navio de luxo, sequem o mar.

@MarceloRubens