Meme do dia


Subversão! PF está de luto

Editorial O Globo

São nítidos os limites do ministro da Justiça

Sabia-se que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, desejava sair do cargo, cansado das pressões constantes de companheiros petistas a fim de, como superior hierárquico da Polícia Federal, evitar mais dissabores para o ex-presidente Lula, personagem de pelo menos quatro inquéritos (o sítio de Atibaia, o tríplex de Guarujá, tráfico de influência em favor da Odebrecht e o caso da negociação de medidas provisórias desvendado pela PF ao vasculhar o esquema de corrupção no Carf, câmara de recursos tributários).

Ex-deputado federal pelo PT de São Paulo, Cardozo explicava ser impossível o ministro da Justiça intervir em operações. Cabe a ele zelar por direitos constitucionais, e não favorecer ou prejudicar alguém por meio da PF, algo digno de velhas ditaduras latino-americanas.

Até que, no início da semana passada, um grupo de deputados do PT — entre eles, Wadih Damous (RJ), ex-presidente da OAB-RJ, ativo militante do lulopetismo — foi ao gabinete de Cardozo preocupado com rumores de que o juiz Sérgio Moro estaria prestes a decretar a quebra de sigilos de Lula. Pressionaram novamente para o ministro controlar a PF, reivindicação repetida algumas vezes pelo próprio Lula. No fim de semana, Cardozo acertou a saída com Dilma, e esta, para mantê-lo por perto, transferiu-o para a Advocacia-Geral da União (AGU), onde continuará com o status de ministro.

Herda o Ministério da Justiça, o qual o lulopetismo quer aparelhar, o baiano Wellington Cesar Lima e Silva, procurador-geral de Justiça da Bahia no governo de Jaques Wagner, chefe da Casa Civil de Dilma. Terá um trabalho árduo para, com a ajuda de Wagner, conter o avanço lulopetista a fim de tentar barrar investigações sobre Lula e, certamente, a própria Lava-Jato.

Se for leniente, será centro de novo escândalo, também com repercussões internacionais. Porque não seria notícia trivial que o PT conseguiu induzir o novo ministro da Justiça de Dilma a manietar a PF, num caso acompanhado de perto pela grande imprensa estrangeira.

Mas Wellington, por óbvio, não poderá agir sem o aval da presidente, porque, nessa história, estará em questão a própria autoridade dela sobre seu governo. A última palavra terá de ser de Dilma, sobre se ela aceita correr o risco de ser considerada um fantoche de Lula para abafar investigações da PF.

É sintomático que ontem mesmo a Associação dos Delegados da Polícia Federal tenha divulgado nota preocupada com o risco de intervenções espúrias na PF e pedindo “apoio do povo brasileiro” à instituição. Pode ser um exagero, porque a atuação da PF não é um caso isolado. Vem dentro de um movimento histórico de consolidação de instituições republicanas, como a Justiça e o Ministério Público. Daí as cabeças lulopetistas precisarem refletir com equilíbrio se compensa arriscarem-se numa manobra que pode causar ainda mais dissabores.



Briguilinks do dia




Belas mensagens para o dia todo

MPF a serviço da mídia e do Psdb para acusar Lula

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 Ao confirmar pela primeira vez que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é investigado pela Operação Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol também divulgou o fato que motivou a abertura de inquérito; a representação inicial foi apresentada por um parlamentar tucano, o deputado Major Rocha (PSDB-AC), a partir de uma reportagem da revista Veja sobre uma suposta delação de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, que não se materializou; a partir daí, a representação foi rejeitada pelos Ministérios Públicos de São Paulo e do Distrito Federal até ser encaminhada pelo procurador-geral Rodrigo Janot à força-tarefa paranaense; no fim de semana, na festa de 36 anos do PT, Lula afirmou que MP se subordina aos interesses políticos de alguns veículos de comunicação

* A Globo é caloteira costumaz


barreiras

Tijolaço não falha: a agropecuária marinha de Paraty usa "fachada ambiental
[***] Agora que estou convencido de  que João Roberto Marinho, que pediu a publicação de esclarecimentos na condição de jornalista –  e, portanto, deve estar atento à nossa missão profissional de defender o bem e os bens públicos – estou me dedicando a reunir material, já imaginando aquela matéria longa no Jornal Nacional sobre a Agropecuária Veine Patrimonial,  uma picaretagem internacional destinada a encobrir a propriedade de uma mansão em Parati.
Pois  encontrei documentos oficiais – requerimentos junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial, a partir de uma dica dada por um leitor – que definem, afinal, para que se montou um empresa aqui, controlada primeiro por uma offshore panamenha e , depois, por uma empresa do “miniparaíso fiscal” do Estado de Nevada, nos EUA, montada pela mesma Mossack-Fonseca que a Lava Jato fiz que é uma oficina de lavagem de dinheiro.
Está sentado? Sente-se, se não está.
A Agropecuária Veine construiu uma mansão milionária em área pública, com heliporto, e operava o helicóptero Agusta 109 prefixo PT-SDA em parceria com a Brasif, que contratou Mírian Dutra para, segundo ela, pagar a pensão do “ex-pai” de seu filho,  porque “se dedica a serviços de preservação de animais silvestres, especialmente vieiras e mexilhões para preservação ambiental”.
Não, eu não estou maluco, não.
É a afirmação contida num documento em que a Agropecuária Veine pedia o registro da marca Santa Rita – nome da praia onde está a mansão e, por acaso, enfrentou no registro de marcas e patentes a oposição da Céu Azul Alimentos, que desde 1997 havia registrado Santa Rita a marca de frangos que produz.
Como se sabe, frangos não são marítimos, a não ser na Rua Miguel Couto, no Centro do Rio, onde os portugueses assim chamam a sardinha frita, deliciosa, que servem, embora os portugueses possam ser Vieira, também.
Mais ainda, é o que consta em seu contrato social, que que se diz que, além de explorar imóveis e prospectara investimentos financeiros, sua atividade é a “manutenção de  animais em cativeiro, para fins de preservação”, tudo registrado em cartório…
Que meigo, não é? Um anônimo quer preservar nossos animais silvestres e, para isso, constrói uma mansão e opera um helicóptero de luxo.
Parece piada, Dr. João?
O documento está aqui e tenho todos os outros, inclusive a cópia do contrato social da Veine, guardados comigo. É só pedir a um jornalista – jornalista, viu, não oficial de justiça – que forneço com o maior prazer.
Eu sei que o senhor e os leitores dos seus jornais, espectadores de sua televisão e ouvintes de suas rádios não  podem acreditar que uma empresa offshore, montada no Panamá, venha para o Brasil  para “defender os animais silvestres”, especialmente as vieiras – também conhecidas como coquilles saint-jacques – e mexilhões com uma mansão cinematográfica e se registrando como operadoras de helicóptero .
A alegação de cultivo de ostras e mariscos é picaretagem conhecida, tanto que Luciano Huck a usou – e tomou uma tunda na Justiça – para fechar a praia diante de sua mansão em Angra, como publicou a Folha, em 2011.
Essa gente está tripudiando das autoridades e do povo brasileiro, João Roberto.
Será que foram eles que disseram à Bloomberg que a mansão era de sua família?
Não sei, este pessoal que manipula informações e se esconde no anonimato é capaz de tudo.
Aliás, não sei porque o senhor mandou uma advogada me “notificar” com um pedido de esclarecimentos por e-mail, um troço sem valor jurídico nenhum.
Vou continuar procurando, João Roberto, e partilhando tudo aqui, porque imagino que,  esta altura, equipes inteiras da Globo procurem os donos de fato desta “agropecuária marinha”.
Se o senhor ajudar , disposto a revelar quem é o farsante que está usando a Agropecuária Veine, tenho certeza que iremos desmascarar esta turma de aproveitadores.
PS. Espero ter lembrado o colega de pagar aquela merreca devida à União, por ocupar um terreno público  de mais de 130 mil metros quadrados.
* O título da postagem é meu.



A poesia preferida da presidente Dilma Rousseff

Aos que não entendem o meu silêncio em certos momentos, aos que me xingam, aos que me tratam como a Geni - Joga pedra na Geni! Joga pedra na Geni! Ela é feita pra apanhar! Ela é boa de cuspir!... Maldita Geni -, peço que leiam e releiam essa maravilhosa poesia de Alberto Caeiro:

Quando vier a primavera, se eu já estiver morto, as flores florirão da mesma maneira e as árvores não serão menos verdes que na primavera passada. A realidade não precisa de mim. Sinto uma alegria enorme ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma.

Se soubesse que amanhã morria e a primavera era depois de amanhã, morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo; E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse. Por isso, se morrer agora, morro contente, porque tudo é real e tudo está certo.

Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem. Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.