O sucesso da hora

Anotem

É

Será

Eduardo.

E que vocês venham receber o pão

Gregório Duvivier - [Temer] não se mate ainda, não

[Ainda não antes da Dilma voltar ao Palácio do Planalto. Ah, e nem depois. Roa, remoa sua imensa traição e covardia. Verme]

O pessimista fica feliz duas vezes: quando acerta e quando erra." Por incrível que pareça, Millôr foi das pessoas mais otimistas que conheci. Nunca me esqueço um dia em que alguém contou um caso bárbaro de violência televisionada, concluindo que "o mundo tá a cada dia mais violento". Ao que o Millôr retrucou: "Você já ouviu falar na técnica de empalamento? Já ouviu falar no genocídio armênio? Já viu fotos de um gulag? O mundo nunca foi tão pouco violento; a gente é que nunca foi tão bem informado."

Não se mate ainda, não. Apesar de tudo de ruim que pode haver no mundo, dos Bolsonaros e Temers e Trumps, é sempre bom lembrar que, salvo exceções, o mundo está progredindo, sim. Devagarinho, claro. Mas está. Claro que está.
Quem acha que a juventude está perdida não frequentou nenhuma escola ocupada. Quem acha que o machismo venceu não está acompanhando a multiplicação de blogs feministas bons. Quem acha que o Rio não tem jeito ainda não deve saber que o Freixo vai para o segundo turno, e vai ganhar.
Quem acha que não se faz mais música boa não ouviu o último disco da Elza Soares. Também não deve ter ouvido o da Clarice, nem o do Tibério, nem o da Teresa Cristina cantando Cartola. Nunca ouviu o piano do Vitor Araújo, o violão do Vinícius Sarmento, a rabeca do Beto Lemos. Tudo com menos de 30 anos, ou um pouquinho mais.
Quem não vê mais graça em poesia não está lendo Alice Sant'Anna, Angélica Freitas, Ana Martins Marques, Corsaletti. Procure ler. Tudo com menos de 40 ou um pouquinho mais.
Quem acha que cinema brasileiro não presta não viu "Que Horas Ela Volta?", "O Som ao Redor", "Tatuagem", "Casa Grande", "Entre Abelhas", filmes feitos no Brasil e nos últimos anos -com recursos públicos, claro. Catchim, catchim (som do dinheiro batendo na minha conta).
Quem acha que não se faz mais teatro que preste não viu "In on It" (em cartaz às quartas e quintas em São Paulo; corra), não viu "Gabriela" (também não vi, mas sei que é lindo, acabou de estrear; corra), não viu "Estamira", "Mamãe", "Incêndios", "Tragédia Latino-Americana" e tanta coisa que não cabe aqui.
Claro. Nem tudo são flores. O mundo nunca foi tão chato -isso sem dúvida, se você não quiser abdicar do direito de ser machista. Nunca foi tão caro, se você quiser ter vários empregadas. Nunca deu tanto trabalho, se você quiser repetir racismos.
A vida do presidente interino, por exemplo, deve estar um inferno. E, quanto a isso, para ele não há otimismo possível. Vai piorar.

55ª edição do International Cartoon Festival de Knokke Heist


Vencedor da 55ª edição do Festival realizado na Bélgica foi o brasileiro Dalcio Machado.

Grande cartum 

Fez por merecer

Parabéns!

Terrorismo yanque


Nasceu nos Estados Unidos da América
Cresceu nos Estados Unidos da América
Estudou nos Estados Unidos da América
Trabalhou nos Estados Unidos da América
Comprou armas nos Estados Unidos da América
Matou mais de 50 pessoas, feriu outras tantas e foi morto nos Estados Unidos da América e?...

É um terrorista islâmico!

Entender como há de?


A gRoubo como ela é


Falando Verdades 2

Charge do dia


Também leia: 

Carta aberta a Dilma Rousseff, por Paulo Nogueira


Invencibilidade moral

Cara Dilma:

O que mais me impressiona no drama que você está enfrentando é sua força moral, sua invencibilidade espiritual.

Montaigne escreveu que o real teste da estatura de alguém é sua atitude diante da morte. Sócrates tomou a cicuta consolando seus discípulos. Sêneca cortou os pulsos, a mando de Nero, consolando também seus discípulos.

Força na adversidade. Quantos de nós temos isso?

Não deram a você cicuta e nem uma lâmina para se sangrar até a morte, mas não foi muito diferente disso quando se pensa no universo da política.

E você reagiu com bravura extraordinária. Seus algozes certamente imaginavam que você iria se vergar para facilitar seu trabalho sujo, mesquinho, indecente. Isso jamais aconteceu.

Percebe-se, agora, como foram duros seus breves dias no segundo mandato. A seu lado, um traidor que tramava enquanto produzia mesóclises ancestrais.

Pouco adiante, no Congresso, dois tipos abomináveis. Um deles, Eduardo Cunha, fazendo seu jogo criminoso para derrubá-la enquanto ganhava dinheiro imundo.

Outro, Aécio Neves, um playboy inútil e corrupto, se comportava como um perdedor desprezível, pusilânime, destituído de caráter, honradez e coragem para lidar com a derrota.

Por cima de tudo, pairando como um corvo sobre a democracia e sobre o país, a mídia plutocrata. Os Marinhos, os Frias, os Civitas — os coroneis da imprensa massacraram você desde que anunciada sua vitória para um segundo mandato.

Jamais entendi como você, e aqui vai um reparo que fiz várias vezes, continuou a encher de dinheiro público os bolsos de seus algozes. Caberá aos historiadores do futuro elucidar por que a TV Globo, ano após ano, continuou a levar 600 milhões de reais de seu governo, assim como ocorrera com o seu antecessor.

Mídia nenhuma é obrigada a apoiar ninguém. Mas governo nenhum também é obrigado a anunciar em veículos que, no seu entender, mentem, manipulam, inventam, distorcem todos os dias, todas as horas.

Os 54 milhões de votos que a senhora teve lhe deram autoridade plena para comandar as verbas de publicidade federal. É um dos direitos sagrados de quem vence eleições presidenciais.

Os bilhões torrados em empresas como a Globo e a Abril, a senhora há de concordar, teriam sido infinitamente mais bem empregados para construir escolas, hospitais, portos, estradas, casas populares e por aí vai.

Na história moderna brasileira, a torrencial publicidade do governo serviu apenas para selar um pacto entre políticos corruptos e conservadores e os donos das companhias jornalísticas. Você me enche de dinheiro e eu dou cobertura amiga para você: este o pacto.

Nem Lula e nem a senhora mudaram isso. Uma pena, uma desgraça e, para mim, também um mistério.

Mas de volta ao sítio que lhe impuseram.

Por último, se tudo que foi exposto acima não bastasse, vieram Moro e sua Lava Jato dispostos a erradicar não a corrupção, como se vê pela tranquilidade com que Cunha se movimentou até que os suíços — repito: os suíços, não os delegados da PF — provassem cabalmente o tamanho da sua ladroagem e a enormidade de suas mentiras.

A plutocracia a imobilizou e, suprema canalhice, a acusou depois de imobilidade.

Getúlio meteu uma bala no peito sob um cerco parecido. A senhora decidiu combater o bom combate.

A história haverá de reconhecer o que homens corruptos tentam de todas as formas negar-lhe.

Com admiração.

Paulo