Marcio Valley: TRF da 4ª Região selará o destino da Nação

A recente pesquisa encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) ao Instituto MDA Pesquisa deveria ser objeto de profunda reflexão pelos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Por quê? Vejamos.
Segundo a pesquisa CNT/MDA (1), no 1º turno, Lula venceria em todos os cenários, contra todos os principais candidatos, sempre obtendo cerca de um terço da preferência do eleitorado. Da mesma forma, em todos os cenários Bolsonaro figura em segundo lugar e Marina da Silva em terceiro. Ciro Gomes aparece em quarto, quando Aécio Neves é o candidato do PSDB, ou em quinto, quando os tucanos vêm de Alckmin ou Dória.
No 2º turno, Lula também vence em todos os cenários, contra todos os principais candidatos, com votação na faixa de 40% a 42% dos eleitores, com o candidato em segundo, seja quem for, obtendo cerca de 23 a 28% dos votos, exceto Aécio Neves, que obtém míseros 14,8% dos votos. Para um candidato que obteve 48% dos votos no segundo turno da eleição presidencial de 2014 e, por isso mesmo, deveria contar com um excelente recall, trata-se de uma queda vertiginosa, decorrente, claro, das incríveis barbeiragens políticas perpetradas pelo político mineiro, que demonstrou nada ter herdado da sabedoria política do avô Tancredo. Tais barbeiragens foram as catalalisadoras do golpe midiático-jurídico-parlamentar sofrido pelo país que devolveu aos pobres e miseráveis o seu lugar na história: a sarjeta da sociedade.

EUA, guerras e quebradeira

A derrota militar dos EUA - Estados Unidos da América - na Síria: gatilho para o colapso financeiro, por Dmitry Orlov

Nos idos de 2007, escrevi Reinventing Collapse, onde comparei o colapso da URSS e o iminente colapso dos EUA. Há dez anos passados escrevi o seguinte:

"Os EUA que continuem imaginando que levar ao colapso uma moderna superpotência militar-industrial seria como fazer sopa: pique alguns ingredientes, aqueça e mexa. Os ingredientes que gosto de usar na minha sopa de colapso de superpotência são: déficit severo e crônico na produção de petróleo cru (esse elixir viciante mágico das economias industriais); severo e sempre crescente déficit na balança de pagamentos; orçamento militar descontrolado e crescente dívida externa. Obtêm-se o aquecimento e a mexida, muito eficientes, com alguma humilhante derrota militar e medo disseminado de catástrofe que se aproxime" (p. 2).


Uma década depois, todos esses ingredientes estão reunidos, com alguns pequenos acertos. A falta de petróleo não é, no caso dos EUA, falta de petróleo físico, mas falta de dinheiro: no cenário de declínio terminal do petróleo convencional nos EUA, o único aumento significativo na oferta vem do fracking, mas foi financeiramente ruinoso. Ninguém jamais fez dinheiro vendo petróleo extraído por fracking: o processo é caro demais.

Ao mesmo tempo, o déficit na balança de pagamento só faz alcançar recordes e mais recordes, o gasto da Defesa só faz aumentar, e os níveis da dívida não só já são estratosféricos como, além disso, continuam a aumentar. O medo da catástrofe advém dos furacões que acabam de pôr debaixo d'água partes significativas do Texas e da Flórida, dos incêndios de proporções jamais vistas no ocidente, dos aterradores rugidos do supervulcão de Yellowstone e da compreensão de que toda uma densa espuma de bolhas financeiras pode começar a espoucar a qualquer momento. Só faltava um ingrediente nos EUA: uma humilhante derrota militar.

A vida é um livro


Resultado de imagem para livro aberto

A vida é um livro onde escrevemos nossa história a cada amanhecer
Há dias que escrevemos em cores
Em formas de versos
Prosa ou canção
Outras vezes
Em preto e branco
Vazio
Saudade
Solidão!
(Leônia Teixeira)

STF envia 2ª denúncia contra Temer para Câmara


funcionando

Para preservar o rabo, Michel Temer recomeça compra de votos com verbas de emendas parlamentares. Michê vai  vai redobrar o corpo a corpo com os deputados e mapear as insatisfações, que envolvem cargos e emendas não pagas;  mas uma reforma ministerial está descartada antes de março, quando os ministros têm que deixar os cargos para se candidata;  Em levantamento prévio feito pelo Valor aponta que pelo menos 16 dos 28 ministros devem se desincompatibilizar para concorrer às eleições de 2018.

Brasil 247

Pig tapa o sol com peneira

A patética cavalgada da mídia para
 esconder a liderança de Lula nas pesquisas. Por Miguel Enriquez


Com a divulgação da pesquisa CNT/ MDA, a perplexidade tomou conta dos QGs dos principais veículos da mídia brasileira.

A constatação de que a despeito da desapiedada campanha de difamação e mentiras envolvendo o seu nome, cotidianamente nos últimos três anos, Luiz Inácio Lula da Silva estava à frente na preferência dos eleitores para as eleições presidenciais de 2018, em todos os cenários avaliados, provocou o pânico e a desorientação entre seus adversários de todos os matizes na imprensa.
Como mostram os números, nem mesmo a condenação de Lula em primeira instância pelo juiz Sérgio Moro no processo do triplex do Guarujá e, mais do que isso, a delação do ex-ministro Antônio Palocci foram capazes de abalar o crescimento de seu nome entre o eleitorado.
Para desespero de seus detratores, Lula foi de 16,6 % para 20,2% na pesquisa espontânea entre fevereiro, quando foi produzida a pesquisa anterior da CNT em setembro.
Ao mesmo tempo, assumiu um folgado primeiro lugar em todas as simulações de segundo turno, superando amplamente todos os seus eventuais opositores – de Jair Bolsonaro a Marina Silva, passando por figuras do tucanato como  Geraldo Alckmin, João Doria e Aécio Neves.
A desorientação assumiu diferentes matizes. Na ala mais escrachadamente direitista, simbolizada pela rádio Jovem Pan, de São Paulo, uma emissora antilulista em tempo integral, o atordoamento chegou a assumir aspectos caricatos na terça feira.
No programa "Pingo nos Is", a apresentadora Joice Hasselmann, conhecida por sua estridência e desapreço pela verdade, se atreveu a questionar a pertinência da própria pesquisa e sua patrocinadora, a CNT.
Para Joice, punida pelo Comitê de Ética do Sindicato dos Jornalistas do Paraná por ter comprovadamente plagiado 65 reportagens escritas por 42 profissionais diferentes, era estranho que uma entidade de transportadores se preocupasse com esse tipo de coisa em vez de tratar de problemas de logística, de fretes e de condições das estradas, entre outros.
Folclore à parte, o que se viu, na verdade, foi uma repetição da postura da mídia tradicional em relação às caravanas de Lula pelo Nordeste. Na melhor das hipóteses, um registro burocrático. Na maioria dos casos, o silêncio puro e simples.

Briguilinas da manhã

O velho Lula de sempre


Não será power point nem as convicções da quadrilha de Curitiba que vai mudar a percepção que o Povo tem do ex-presidente e das melhorias conquistadas durante os governos dele.
***
As cem vidas de Lula, por Marcos Coimbra
Se dependesse dos adversários, Lula estaria morto. Se possível, teria morrido várias vezes. Tantas quantas as “balas de prata”, os “golpes fatais” e as “bombas atômicas” que acharam que o atingiram.
Semana passada, com as delações de Antonio Palocci, reencenaram o espetáculo da morte de Lula. O script foi rigorosamente cumprido: primeiro, o anúncio de “grandes revelações”; segundo, um interrogatório encenado; depois, a divulgação espalhafatosa, acompanhada da promessa de que o delator ainda tinha “muito a dizer”. No outro dia, o coro dos comentaristas, repetindo que, dessa, Lula não escapava.
Tudo velho. Perdemos a conta de com quantos desses espetáculos o País foi brindado de 2015 para cá.
Na variante adotada com Palocci, o roteiro envolve uma desmesurada prisão arbitrária, mantida até que se quebre a resistência do prisioneiro e ele “confesse”. Os mais sujeitos a ceder e concordar em dizer aquilo que os carcereiros determinam são os de poucas convicções e muito a perder. Quantos milionários já se prestaram ao papel de Palocci? Topam tudo para preservar a riqueza.
Existe outra variante, em que as teatralizações são personificadas diretamente por juízes, promotores e delegados. Vimos muitas, desde os interrogatórios a que o ex-presidente foi submetido à recente sessão de promulgação de sentença. Mas nenhuma superou o ridículo da mise-en-scène do PowerPoint.
Até agora, nenhuma dessas pantomimas foi eficaz. Lula sobreviveu às incontáveis acusações que sofreu da imprensa corporativa, às horas de denúncias do Sistema Globo, às capas de revistas e manchetes afirmando sua culpa. Não morreu a cada prisioneiro que tiraram da cela para recitar a “colaboração premiada”.
Está vivo depois de ser coercitivamente conduzido a depor e de ser objeto dos jogos de cena de promotores. Resistiu à condenação de Sergio Moro.
Todas as pesquisas mostram que Lula fez mais do que sobreviver. Do ano passado para cá, sua imagem melhorou e cresceram suas intenções de voto. O silêncio da mídia corporativa sugere que seus institutos apontam o mesmo. Terá sido a delação de Palocci a primeira a mudar esse panorama? Os antilulistas têm motivos para comemorar a lastimável exibição a que o ex-ministro se prestou?
Podemos repetir o que esta coluna afirmou em julho, logo após a sentença de Moro: “O mais provável é que, no fundamental, as intenções de voto para as próximas eleições tenham mudado pouco: quem se dizia propenso a votar no ex-presidente deve manter a opção. O que significa que o favoritismo de Lula deve permanecer”.
Para o antilulismo, grave não é somente constatar que não consegue erodir o apoio que Lula sempre teve em uma vasta parcela da opinião pública. Pior é perceber que só lhe resta seu próprio “núcleo duro”, a minoria mais conservadora e reacionária da sociedade.
A melhora de Lula em todos os indicadores revela que as pessoas menos politizadas e com menor definição partidária estão sendo a cada dia menos afetadas pelas encenações que lhes são apresentadas. Elas pararam de prestar atenção e de acreditar na cantilena que ouvem.
Uma das razões para isso é a incapacidade do antilulismo no Judiciário, na mídia e no sistema político de comprovar qualquer malfeito do ex-presidente. Falam em milhões e bilhões, mas o máximo que conseguem de concreto é insistir em um apartamento que não é dele e um sítio com churrasqueira e pedalinho. Enquanto isso, são malas de dinheiro correndo de cá para lá, empilhadas em apartamentos.
Lula está bem nas pesquisas e lidera com folga a corrida para a eleição de 2018 porque, para uma proporção majoritária do País, é bom e é melhor do que os outros políticos. A maioria gosta dele e o admira, de muito a alguma coisa, restando 30% que antipatizam com ele. Ao contrário de quase todos os políticos, o saldo entre o que fez de bom e de errado é visto como largamente positivo.
Apenas uma minoria supõe que enriqueceu e se afastou das pessoas comuns. A maioria sabe (ou sente) que sua vida desmente as acusações que os inimigos fazem e, a cada vez que restabelece o contato direto com o povo, como agora na caravana pelo Nordeste, volta a percebê-lo como seu igual.
Para a maioria da população, Lula continua a ser o velho Lula de sempre. Não há espetáculo de juízes e promotores, não há carnaval midiático que mude algo tão simples.