Rir é o melhor remédio

"Querida esposa: você entenderá que agora que tem 54 anos, eu tenho certas necessidades que você já não pode satisfazer. Sou muito feliz contigo, te considero uma esposa maravilhosa e sinceramente, espero que não te sintas magoada ou ofendida ao saber que quando receberes este e-mail, vou estar fazendo sexo no hotel  com a Vanessa, a minha secretária, que tem 18 anos. No entanto, estarei em casa antes da meia-noite ".

Quando o homem volta a sua casa, encontra um bilhete sobre a mesa da sala em que está escrito:

"Querido marido, recebi o teu e-mail e não posso deixar de te agradecer pelo aviso. Aproveito a oportunidade para te lembrar que tu também tens 54 anos. Ao mesmo tempo, informo-te que quando leres esta mensagem, estarei com o Miguel, o meu professor de tênis que, tal como a tua secretária, também tem 18 anos.
Além de ser um empresário de sucesso, você é licenciado em matemática, então poderá compreender facilmente que estamos nas mesmas circunstâncias, mas com uma pequena diferença:
18 entra mais vezes em 54, do que 54 em 18. portanto, não me espere esta noite, chegarei amanhã."

Confiança

Peçamos ao Senhor nos sustente as forças na desincumbência dos compromissos assumidos e prossigamos adiante,
no campo de nossas abençoadas lutas, na certeza de que o Divino Benfeitor jamais nos abandona.
- Chico Xavier
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Ciro: vou discutir os lucros exorbitantes

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Porque assistir O Processo, documentário sobre o golpe, por Cíntia Alves



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As reuniões de bastidores flagradas pela câmera de O Processo mostram que o PT tinha uma leitura bem clara do que estava acontecendo, ao contrário do que muitos analistas e políticos avaliaram à época
Jornal GGN - Há pelo menos dois bons motivos para ir ao cinema assistir O Processo, documentário de Maria Augusta Ramos que aborda o impeachment de Dilma Rousseff.
Se você é do time que acompanhou o julgamento pela grande mídia e conhece pouco dos detalhes, terá a oportunidade de ver as batalhas travadas entre PT e oposição, no Congresso, em torno dos argumentos técnicos e políticos. Os trechos escolhidos são ora dramáticos, ora bem humorados, mas sempre claros o suficiente para que até os mais leigos entendam o que estava em jogo ainda que não conheçam todos os personagens envolvidos.
O documentário faz um grande esforço nesse sentido: permite que uma fala da oposição seja sempre confrotada por uma da situação, numa clara tentativa de gerar equilíbrio na discussão, algo que simplesmente não existiu na cobertura feita pela imprensa tradicional - que, aliás, se comportou como parte do golpe.
Essa busca por um equilíbrio não significa, contudo, que o filme perca tempo tentando criar uma isenção descabida. Se tem alguém que ainda acha que o impeachment não foi um golpe parlamentar, este sairá bem irritado da sala de cinema.
Já se você é do time que acompanhou o xadrez político, provavelmente vai perceber que uma das principais virtudes do documentário é avançar sobre os bastidores do lado do antigo governo.
Como nenhum político relevante do arco que garantiu a destituição de Dilma quis dar entrevista à equipe de Maria Augusta, o filme segue, na maior parte do tempo, os passos dos senadores Gleisi Hoffmann e Lindbergh Farias, ambos do PT.
As reuniões de bastidores flagradas pela câmera de O Processo mostram que o PT tinha uma leitura bem clara do que estava acontecendo, ao contrário do que muitos analistas e políticos avaliaram à época.
Para a situação, o impeachment era um jogo de "cartas marcadas". Os governistas sabiam que pouco importava se a denúncia pudesse ser desmontada de várias maneiras, com o trabalho da árduo da equipe jurídica de José Eduardo Cardozo. A maioria dos senadores da Comissão daria os votos para que Dilma fosse afastada em definitivo.
"NÃO TEM MAIS CONDIÇÕES"
O que surpreende é que a lucidez no lado petista era tão grande que fez com que Gleisi, em um dos encontros no QG, disparasse a seguinte frase: "Cá entre nós, se ela voltar, não tem mais condições de governar."
À época, petistas negaram com veemência as notícias dando conta de que pudesse existir qualquer intenção de capitalizar a queda de Dilma. Parte da militância encarou isso como abandono.
No QG foi discutido ainda que era providencial se dedicar à aproximação com o povo que estava indo às ruas protestar em favor da "democracia"; um povo com anseios que o PT ainda não sabia interpretar muito bem, mas que via em Dilma um "símbolo de resistência", e nessa resistência, uma janela para pautas maiores.
Àquela altura (segundo semestre de 2016), a leitura era de que a Lava Jato estava começando a mudar de alvo, desgastando mais o PMDB e o PSDB, pelo fato de Temer e seus aliados terem sido alçados ao Planalto. Isso favoreceria o PT a médio e longo prazo. Mas os parlamentares petistas não deixaram de aventar a possibilidade de Lula ser preso como o pior dos cenários.
Em outra dessas reuniões de bastidores, Dilma foi apontada como uma presidente que fez um governo "muito conservador" para as mulheres, apesar de ter nomeado várias ministras. Mas o distanciamento do governo com pautas à esquerda não era um problema só da Presidência. 
MEA CULPA
Em outro momento, Gilberto Carvalho aparece fazendo um mea culpa pelo fato de o PT não ter levado adiante a proposta de democratizar a comunicação. Ao contrário disso, a política foi de "encher os bolsos" dos oligopólios de mídia. Outro cutucão foi dado em ministros do partido que simplesmente se recusavam a receber movimentos sociais em seus gabinetes.
Carvalho citou esses deslizes do PT que "abriram o caminho" para o golpe de 2016 com a "clareza de que é preciso romper com estes erros".
Maria Augusta, ao contrário do que se poderia esperar, também não teve passe livre com a Presidência. Os momentos em que Dilma aparece no filme foram gravados durante coletivas com a imprensa ou outras aparições públicas. Ela se auto-introduz, a princípio, como uma mulher alvejada pelo machismo da imprensa. Depois, cresce e mostra capacidade técnica de enfrentar o processo tanto do ponto de vista jurídico quanto no discurso político, habilidade evidente quando responde às questões no Senado ou faz seus últimos pronunciamentos.
Do lado do golpe, a estrela é a professora de Direito da USP Janaína Paschoal, cujos traços pitorescos parecem ainda maiores na tela do cinema. Quando não está usando o microfone para debulhar o governo do PT e acusar "estelionato eleitoral" como justificativa para o impeachment, Janaína sempre aparece nos bastidores sendo procurada por representantes de movimentos extremamente conservadores. 
LINGUAGEM
O filme de Maria Augusta Ramos é construido sobre uma linguagem cinematográfica bem crua. Os personagens praticamente se apresentam sozinhos, em polos opostos. A ausência de um narrador facilita o mergulho do espectador na história sem um intermediário. Essa ausência é compensada com inserções textuais nos momentos que pedem contextualizações.
CONTINUAÇÃO
É de se perguntar se a cineasta pretende continuar a história do golpe em outro filme, já que O Processo termina citando o julgamento do habeas corpus de Lula pelo Supremo Tribunal Federal e sua prisão na Lava Jato em função do caso Triplex. Com isso, deu margem às teorias que de que o impeachment foi só o começo de um atentado maior contra a democracia, que visava tirar das urnas o principal líder do PT.
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A única discordância que tenho deste texto da jornalista Cíntia Alves (GGN), é o uso da palavra impeachment. A palavra correta e que deve ser usada é: Golpe!

Recado da Vovó Briguilina

Não há característica mais importante numa pessoa 
Que tratar a todos com gentileza
Carinho e atenção
Principalmente
A aquelas pessoas que não tem como lhe retribuir.
Lembre disso.
Boa noite!


A estratégia do PT e a realidade do projeto da esquerda, por Luis Felipe Miguel


Acho apropriada a estratégia do PT de manter a candidatura de Lula até o fim. A cada nova pesquisa eleitoral, fica mais evidente que, sem Lula, a legitimidade da eleição de outubro está ferida de morte. A manutenção da candidatura de Lula é a mais eloquente denúncia do Estado de exceção a que estamos submetidos.

A radicalidade desta defesa contrasta, porém, com todo o resto da coreografia eleitoral do PT, que insiste nas práticas dos últimos anos, vendo a eleição como um xadrez desconectado dos conflitos políticos fundamentais, pronto a se aliar com quem passe pela frente. Por vezes, sacrificando até seus melhores quadros. A pressão pela retirada da candidatura de Marília Arraes em Pernambuco, uma candidatura favorita ao governo, para dar apoio à reeleição de Paulo Câmara, é o exemplo mais dramático.

Defender o direito de Lula se candidatar é prioridade para qualquer democrata. Mas erra feio a parte da militância do PT que julga que optar por qualquer outro candidato é uma “traição”. A exigência de que o nome de Lula conste na urna é exatamente para permitir que o eleitorado disponha de efetiva possibilidade de escolha.

Da mesma forma, é legítimo que Ciro Gomes faça as movimentações que faz para ampliar seu arco de alianças e aproveitar a occasione para se firmar entre os candidatos a serem levados a sério. Mas não é razoável que parte dos ciristas conclua que, como seu candidato é hoje o que melhor pontua entre os de esquerda (na ausência de Lula, convém sempre lembrar), é obrigatório que todos o apoiem.

Ciro tenta ser o Lula da era pós-Lula, mas sem o lastro social do líder petista. Não é e nunca foi um caminho para a esquerda brasileira. A meu ver, apoiá-lo representa abdicar da construção deste caminho, em nome de um possibilismo focado na eleição.

Por tudo isso, penso que Guilherme Boulos é a melhor opção para outubro. Ele encarna sem rodeios os valores ético-políticos da esquerda e está pronto para a fazer a disputa por eles. Sabe se comunicar e politiza o debate. Tem a preocupação de confederar as diferentes agendas emancipatórias, sem ignorar que o grande desafio é superar o capitalismo. Sua candidatura contribui para repensar o projeto da esquerda para o Brasil e as formas de lutar para realizá-lo. Boulos o candidato para quem sabe que a política não começa na urna, nem termina na apuração.

O submundo das delações premiadas

A imprensa acaba de revelar algo que muitos já sabiam: há um abjeto submundo nas delações premiadas, uma verdadeira indústria. Não só nas delações, mas também em alguns silêncios premiados. Segundo a imprensa, o advogado Figueiredo Basto, pioneiro das delações, cobrava propina para garantir silêncio seletivo de seus clientes, manipulando depoimentos. Eu e Paulo Bernardo sempre denunciamos que somos vítimas destas manipulações. Explico em seguida.
         Antes, porém, cabe registrar a grande ironia disso tudo. Acusado por delatores premiados, Figueiredo Basto agora diz que a palavra de delatores não deve ser considerada. Em outros termos: advogado de delatores descarta a palavra de delatores. Seria a piada pronta, mas é o trágico retrato de um sistema judicial envenenado e partidarizado.
          Figueiredo Basto deve ter amplo direito de defesa para (eventualmente) desconstituir a palavra dos delatores. Daqui a alguns anos poderá provar que não é o achacador que hoje estão dizendo na imprensa. Aviso ao advogado que será um tempo de muita dor.
         Há quase quatro anos, Paulo Bernardo e eu fomos acusados falsamente  de pedir e receber dinheiro ilícito para uma campanha eleitoral. A notícia ocupou e ocupa ainda hoje enorme espaço na imprensa. O caso deve ser resolvido em breve pelo Supremo. O que há contra nós está (só e só) nas palavras dos delatores que eram clientes do agora delatado Figueiredo Basto.
         Alberto Youssef afirmou que Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobrás, teria recebido um pedido de doação de campanha diretamente de Paulo Bernardo. Youssef, o delator original da Lava Jato, é defendido por Figueiredo Basto. Youssef (do Figueiredo Basto) está, portanto, na origem da denúncia.
         A delação começou a ruir quando Paulo Roberto Costa – que tem outro advogado – desmentiu Youssef e negou que Paulo Bernardo tivesse solicitado qualquer doação de campanha. E negou em inúmeros depoimentos (incluídas duas acareações com o próprio Youssef). Até hoje não há ninguém que diga ter recebido, de Gleisi ou Paulo Bernardo, o pedido de dinheiro. No entanto, estão considerando no processo, até aqui, que possa ter existido a entrega.
         Neste ponto, Youssef (do Figueiredo Basto) disse originalmente que ele próprio havia entregado o dinheiro, em parcela única, a um emissário de Paulo Bernardo, o empresário Ernesto Kugler. Depois alterou a versão para sustentar que teriam sido várias entregas. Afirmava que Kugler, com este objetivo, teria estado em seu escritório em São Paulo. Investigados os registros, ficou demonstrado que Kugler nunca havia estado no escritório mencionado. E Kugler sempre sustentou que nunca recebeu nada de ninguém. Até aqui, portanto, não havia prova alguma do pedido ou da entrega de dinheiro.
         Youssef (do Figueiredo Basto) altera outra vez o depoimento (já estamos na terceira versão...). Diz que outros “auxiliares” teriam cumprido a missão de entregar o dinheiro. No entanto, os “auxiliares” indicados por Youssef, ouvidos pela Polícia Federal, negaram (nenhum era cliente de Figueiredo).
         A estória seguia órfã de um pedido e de uma entrega de dinheiro. É neste momento que aparece (mais de um ano depois denúncia) outro cliente de Figueiredo Basto: Antônio Carlos Pieruccini. Trata-se de um velho conhecido da Polícia Federal. Foi sócio de Youssef no famoso escândalo da Copel/Olvepar. À época, os dois – Pieruccini e Youssef – também foram defendidos por Figueiredo Basto (e ambos também delataram).