PGR x STF: briga de ratos imensos


E tudo começou com o "domínio do fato" de Joaquim Barbosa e "não tenho prova cabal. Mas, condeno porque a literatura jurídica me permite" de Rosa Weber. Depois disso veio a farsa jato e a quadrilha de Curitiba. Agora chegamos a briga entre o STF e a PGR, briga de ratos gigantes,

"Quando as grandes ondas de calúnias impulsionaram o golpe de estado, os tribunais, a que todos acorreram, olharam para o outro lado, como convinha. Mandaram a Constituição às favas – no caso da prisão em segunda instância, por exemplo, ou em condenações declaradamente “sem provas”. Deixaram correr solto o palavrão, o falso humor, o desrespeito e a pregação de ódio.
Chegamos assim ao impasse em que a calúnia é forma de fazer política e calar as liberdades públicas parece ser a forma de silenciar os insultos que se voltam, agora, contra os que os toleravam." Nílson Lage
"Cria corvos, que lhe arrancarão os olhos”"
Vida que segue

Mensagem da Vovó Briguilina: Perdão


Das coisas que eu não acredito de maneira alguma, é que alguém perdoe.

O que as pessoas falam de perdoar não passe de desculpa, a pessoa desculpa uma ofensa, uma agressão e banalidades que em algum momento levou a sério. Mas, perdoar... existe isso não.

Alguém perversamente mata teu pai, tua mãe, teu filho, uma pessoa que você realmente ama e você perdoa?...

Acredito nisso não.

Eu não perdoo nem peço perdão!

Vida que segue

José Padilha: pacote anticrime de Moro é pró-máfia


(...) Sergio Moro finge não saber o que é milícia porque perdeu sua independência e hoje trabalha para a família Bolsonaro. Flávio Bolsonaro não foi o senador mais votado em 74 das 76 seções eleitorais de Rio das Pedras por acaso…
O pacote anticrime que Sergio Moro enviou ao Congresso —embora razoável no que tange ao combate à corrupção corporativa e política— é absurdo no que se refere à luta contra as milícias. De fato, é um pacote pró-milícia, posto que facilita a violência policial.
Se Sergio Moro tivesse estudado os autos de resistência no Brasil teria descoberto que:
1 – Apenas no Rio de Janeiro, a cada seis horas, policiais em serviço matam alguém;
2 – A versão apresentada por esses policiais costuma ser a única fonte de informações nos inquéritos instaurados em delegacias para apurar os homicídios;
3 – Como policial tem fé pública, a sua versão embasa a excludente de ilicitude, evitando a prisão em flagrante;
4 – A Polícia Civil, além de raramente escutar testemunhas ou realizar perícias no local dos assassinatos, tem mania de desfazer as cenas do crime para prestar socorro às vítimas, apesar de a maioria delas morrer instantaneamente em decorrência de disparos no tórax;
5 – Desde 1969, quando o regime militar editou a ordem de serviço 803, que impede a prisão de policiais em caso de “auto de resistência”, apenas 2% dos casos são denunciados à Justiça e poucos chegam ao Tribunal do Júri.
Aprovado o pacote anticrime de Sergio Moro, esse número vai tender a zero. Isso porque o pacote prevê que, para justificar legitima defesa, bastará que o policial diga que estava sob “medo, surpresa ou violenta emoção” —ou, ainda, que realizava “ação para prevenir injusta e iminente agressão”.
O hábito que os policiais milicianos têm de plantar armas e drogas nos corpos de suas vítimas para justificar execuções é tão usual que deu origem a um jargão: todo bom miliciano carrega consigo um “kit bandido”. Aprovado o pacote de Moro, nem de “kit bandido” os milicianos precisarão mais.
Sergio Moro nunca sofreu atentados e nunca lidou com a máfia. Mas o juiz Giovanni Falcone, em quem o ministro diz se inspirar, foi morto aos 53 anos de idade na explosão de uma bomba colocada pela máfia em uma estrada. Sua mulher e três seguranças morreram com ele.
O crime foi uma reação da máfia à operação “Maxiprocesso”, que prendeu mais de 320 mafiosos na década de 1980. Ela deu origem à operação “Mãos Limpas”, que mostrou que a máfia elegia e controlava políticos importantes na Itália.
Ora, no contexto brasileiro, é obvio que o pacote anticrime de Moro vai estimular a violência policial, o crescimento das milícias e sua influência política. Sergio Moro foi de “samurai ronin” a “antiFalcone”. Seu pacote anticorrupção é, também, um pacote pró-máfia.

Trecho do artigo do cineasta José Padilha (Tropa de Elite), publicado no jornal Folha de São Paulo
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Helena Chagas: sem pão, não tem circo

Vai ficar difícil, para Jair Bolsonaro, mudar sua curva de popularidade decrescente nas pesquisas.
A prévia do PIB feita pelo Banco Central, o IBC-Br, mostra um tombo em fevereiro, com queda de 0,73% da atividade econômica em relação a janeiro. Segundo os analistas, o recuo é maior do que se esperava, o pior para um mês desde maio de 2018, que refletiu os efeitos da greve dos caminhoneiros.
Está certo, ninguém faz milagre na economia em dois meses, mas as expectativas têm papel importante no crescimento, e os índices de confiança dos consumidores e das empresas também estão indo ladeira abaixo.
O mínimo que se pode dizer é que vai perdendo velocidade um PIB que já crescia a ridículos 1% ao ano.
Juntando-se esse clima – um mix de desânimo dos investidores com a falta de dinheiro no bolso dos trabalhadores e desempregados – ao conjunto da obra do governo, fica claro que vai ser muito difícil convencer os setores que deixaram de considerar Bolsonaro bom ou ótimo a retornar.
Essa possibilidade fica a cada dia menor, sobretudo nas faixas de mais baixa renda, onde foi mais acentuada a queda da popularidade presidencial.
O anúncio, hoje, de que Bolsonaro acabou em definitivo com a política de aumento real do salário mínimo na Lei de Diretrizes Orçamentárias que está enviando ao ao Congresso é uma cereja no bolo indigesto do desmantelamento de programas sociais e de distribuição de renda.
O Minha Casa Minha Vida está praticamente paralisado pela falta de pagamento às construtoras, o Mais Médicos foi largamente reduzido depois da expulsão dos cubanos do país, escassearam as bolsas do FIES, acabou o Farmácia Popular, não se tem notícia da construção de uma só nova creche e, no governo, há quem trabalhe para desmontar o SUS e substituí-lo por planos de saúde particulares…
Ao mesmo tempo, a agenda de costumes e a reforma ideológica em curso têm duvidoso efeito na maioria da população.
Até porque a liberação do porte armas é rejeitada pela maioria das pessoas, a recriação da história nos livros didáticos não abre vagas nas escolas, a retirada dos pardais das estradas não salva vidas e esbravejar sobre a compra de bananas do Equador não bota banana na mesa das famílias.
A agenda de firulas populistas e ideológicas não enche a barriga de ninguém – o que só emprego e crescimento da economia conseguem. Sem pão, não haverá circo suficiente para Bolsonaro animar a plateia.

Bolsonaro gasta 63% a mais com publicidade


Na campanha eleitoral a promessa era de uma brutal redução dos gastos com publicidade. No governo fez exatamente o contrário, aumentou em 63%. Com destaque para a Rede Record, que passou a primeiro lugar em verbas. Além disso Jair Bolsonaro resolveu presentear Edir Macedo e a esposa com passaporte diplomático. 
Farsante!

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As madamas do fascismo, por Jota Camelo

- Ontem vi multidões de famintos
e esfarrapados andando e morando
nas calçadas e debaixo de pontes.
- Que lindo, Que beleza!
Já estava com saudade
dessa paisagem pré-Lula.

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Fortaleza: recordar é viver



Pequeno documentário da nossa Fortaleza em 1963. Bons e velhos tempos que não voltam nunca mais.
Quando o trânsito ainda era uma tranquilidade só.
Vida que segue