Senão num balcão de negócios, a campanha eleitoral transformou-se num daqueles armazéns do começo do século passado, onde se encontrava de tudo, desde fumo de rolo até tecidos, arroz, feijão, carretel e linha, pregos, martelos, brinquedos infantis, frutas, legumes e bebidas, finas ou não.
Quem manda é o freguês, quer dizer, se pertence a um veículo de comunicação que forma na oposição, vai haver segundo turno. Se integra uma revista simpática ao governo, não vai haver. Dividiram-se partidos, imprensa, institutos de pesquisa, sociedades corporativas e até dona Mariquinhas e dona Maricota, sem se falar há uma semana: uma aposta na eleição imediata de Dilma Rousseff e outra hesita entre José Serra e Marina Silva.
O pior é que, revelado o resultado das urnas, todos dirão que estavam certos, o povo é que mudou...
Carlos Chagas
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