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Brasil 247 - Papa Francisco vai reparar injustiça contra Leonardo Boff

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O Papa Francisco vai convocar Leonardo Boff ao Vaticano para promover o que ele considera uma “reparação” à perseguição sofrida pelo teólogo brasileiro; o teólogo foi interrogado pela igreja para dar esclarecimentos sobre a Teologia da Libertação, da qual ele é um dos ideólogos, e forçado a largar a batina em 1991.
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A oração que Deus entende

Nos idos de 1500, durante a conquista das Américas, um Missionário espanhol visitando uma ilha próxima do México, se encontrou com três sacerdotes astecas. E depois das apresentações, perguntou-lhes:

- Como vocês rezam?
- Rezamos assim: 
"Ó nosso Deus, Tu és três, e nós somos três. Tem piedade de nós".
- É uma bonita prece, mas Deus não entende, e portanto não escutará. Vou ensinar-lhes uma que Deus entende e por isso lhes atenderá". 

E antes de seguir sua viagem, fez os sacerdotes astecas decorarem uma oração católica.
O missionário evangelizou vários povos, e cumpriu sua missão com um zelo exemplar. Depois de muito tempo pregando a palavra da Igreja na América, chegou o momento de retornar à Espanha. No caminho de volta, passou pela mesma ilha onde estivera alguns anos antes. Quando a caravela se aproximava, o padre viu os três sacerdotes, caminhando sobre as águas, e fazendo sinal para que a caravela parasse.
- Padre! Padre! - gritavam eles. - Por favor, torna a nos ensinar a oração que Deus entende e por isso nos atenderá, esquecemos e não conseguimos lembrar!
- Não importa - respondeu o missionário, ao ver o milagre. E pediu perdão a Deus, por não haver entendido que Ele entendia, escutava, falava e atendia em todas as línguas.

Religião é ideologia

[...] Ideologia é religião.

Não é que a religião seja um tipo de ideologia. Não é que a ideologia funcione como se fosse uma religião.

É que religião e ideologia são a mesma coisa: teorias abrangentes que utilizamos para fazer sentido da realidade, sejam elas o cristianismo ou o candomblé, o neoliberalismo ou o marxismo, o método científico ou a psicanálise freudiana.

Todas as pessoas, inclusive eu e você, enxergamos o mundo através de uma ou mais ideologias, e não há nada de errado nisso. (Pelo contrário, é impossível ser a-ideológico.)

É só quando não conseguimos enxergar além das barras de nossa ideologia que ela pode se tornar uma prisão.

Infelizmente, quase ninguém consegue: a gente não acredita no que quer, mas no que PODE.




Um telescópio pode ser usado para enxergar galáxias a milhares de anos-luz de distância, mas nunca poderá ser usado para enxergar a si mesmo. Toda ideologia/religião dá conta de explicar o universo, mas não dá conta de explicar a si mesma.

A solução, como sempre, é mais empatia.

por Alex Castro - Papo de Homem

Sou Deus

Por que a maioria das pessoas não aceitam os ateus? Eu amo minha mãe Eu amo meus irmãos Eu amo meus filhos Eu amo meus amigos Eu amo minha Lú Qual importância de Eu não crer em Deus? - creio no São Briguilino - Deus não é amor? Pois então quem ama é Deus! Eu sou Deus! Joel Neto

A vida como ela é

Com orgulho
Sem amor
Com afeto
Por que?...
Quem amo, detesta minha descrença?
Será, que todos pensam que tenho de concordar, com as "vwedades" com as "mintiras"?

O sagrado, o profano e a alegria

Dos dezessete aos vinte um anos, decidi que me dedicaria a vocação religiosa e fiz um voto secreto de pobreza, humildade e castidade, tal como Francisco de Assis.
Imaginava uma vida monástica fora de um mosteiro e me alegrava com a ideia de dedicar a minha vida — de corpo e alma — para algo que fizesse muito sentido e beneficiasse os outros. O tempo passou, minhas noções de espiritualidade se expandiram e notei que ainda carregava muitos preconceitos e enganos filosóficos sobre contrapontos entre o desejo e a fé.
A ideia de vida monástica acabou e comecei a me relacionar com minha primeira namorada aos 22 anos. Daquele tempo em diante, a noção de espiritualidade seguiu outras direções e comecei a perguntar porque eu havia me disposto a abnegar de prazeres sensoriais para uma maior conexão com o divino.
As respostas não foram fáceis mas instigastes.

O incômodo de se tornar religioso

Existem três tipos de pessoas, no que se refere à religiosidade: os fanáticos-militantes, os aversivos e os indiferentes.
Aqueles que tem aversão não conseguem conceber um tipo de vida restrita ou castrada e sentem a religiosidade como um coito interrompido. A decisão de assumir regras e restrições físicas ou emocionais por causa de uma conversão religiosa pode parecer impensável para algumas pessoas, já para outras é quase um remédio para um sentimento de inadequação ou perturbação pessoal.
Lembro de ter me tornado radical em meus posicionamentos pessoais, chegando a exigir que minha família adotasse certos preceitos sob pena de mau humor ou esfriamento da relação. Em resumo, fiquei muito chato.
Hoje noto que não foi a religião que me deixou irritante, mas minha impertinência que usou da religião para garantir espaço em uma família que estava em crise e eu sentia medo de que tudo se desestruturasse. A força da minha insistência para que meu pai rezasse pela sua doença ou se tornasse alguém menos amargurado era resultado de uma necessidade de controle associada com temor pela sua morte iminente.
De alguma maneira, a minha adequação ao universo religioso era uma forma silenciosa de barganha com a divindade, pois eu queria garantir um lugar especial no coração de Deus e, de quebra, descolar alguns favores especiais com efeito de vida e morte.
Provavelmente é esse tipo de infantilidade a que os aversivos religiosos se apegam para atacar os religiosos, mas talvez esqueçam a quantidade de pessoas desesperadas, sem rumo ou autonomia emocional e moral para conduzir suas próprias vidas.
Eu desenvolvi isso com o tempo e passei a decidir meus dilemas éticos por conta própria e já não me vejo passivo na vida, mas sei que uma grande parcela ainda segue cheia de temores pela ausência de respostas filosóficas da existência humana finita.

O amargor da restrição

Os indiferentes e aversivos da religião têm uma objeção típica que é o da religião se opor ao agir natural delas no que se refere ao estilo de vida. Notam certo amargor nas pessoas que deixam de comer certos alimentos ou praticar algumas atitudes.
É bem verdade que existem muitas pessoas amargas nos ambientes religiosos, mas são aquelas que possuem uma estrutura de personalidade meio obsessivas, mesquinhas e escassas, que encontram na religião um artifício racional ou social para justificar seu moralismo ou rigidez emocional.
Mas sei também que, para algumas pessoas com total descontrole psicológico, a religiosidade tem um papel fundamental para substituir, provisória ou definitivamente, o papel de um sensor moral que não tem introjetado.
Imagine uma pessoa completamente viciada em altas doses etílicas — ou de heroína ou crack — e suas sensações relaxantes e excitantes respectivamente. Como oferecer uma transição menos dolorosa para que se adeguem ao cotidiano cheio de normalidade e muitas vezes nada eufórico?
O êxtase fervoroso ou a ritualística mística vem bem a calhar nesses casos.
Outras pessoas que mal conseguem fazer uma planilha financeira ou se estabilizar em um emprego podem começar a alinhar seus ganhos e gastos por conta de uma indução religiosa e seus dez por cento de contribuição.
Olhando de fora, para quem tem vinte anos planilhados pela frente, pode parecer a maior estupidez ser conivente com algum tipo de pensamento religioso que exploraria a boa vontade dos fracos e oprimidos. Em alguma medida, sim, há abuso, mas da perspectiva de quem tenta se alinhar com sua própria bagunça pessoal, pode parecer proveitoso. Pode ser um “ópio do povo”, mas um ópio menos devastador do que outros tipos.
Justificável ou não, cabe a cada pessoa saber do seu nível de aperto ou maturidade e desenvoltura pessoal, nem tudo é preto no branco.

Coisas de deus vs. coisas do mundo

De todo tipo de expressão religiosa que já transitei ou conheci por proximidade, todas têm — ainda que não declaradamente — uma oposição entre dois clubinhos: àqueles que fazem parte do mesmo time e os demais.
Existe uma função psicológica bem clara nesse senso de comunidade (mais radicais em uns e menos em outros). A existência humana pode parecer muito árida se vivida de modo isolado e existem algumas pessoas que não conseguem ou sabem se inserir em nenhum time.
Uma possibilidade seria seguir caminhando sem rumo e sem um senso de pertencimento sólido, já que foram expulsas dos clubinhos mais populares. Apesar de não terem muito dinheiro, beleza, status ou equilíbrio emocional, essas pessoas querem saber que alguém se importa com elas e que não serão invisíveis.
Só quem já foi invisível sabe o quão doloroso é não ser considerado nem no próprio dia de aniversário. Para muitas dessas (não todas) a religiosidade as insere numa comunidade que usa a mesma língua e tem os mesmos códigos. A socialização surge de cima para baixo, sem grandes esforços e em uma tentativa de integração mínima. No mundo ideal, as muletas deveriam ser deixadas de lado (trabalho como psicólogo para isso), mas, na vida possível e real — que eu defendo — muletas são necessárias e bem-vindas sem nenhum pudor ou heroísmo.
É só de aconchego pessoal que muitas pessoas tentam se cercar quando buscam um clamor fervoroso pelo seu deus exclusivo.

A seriedade da vida religiosa, sem riso, sem sexo

Quando vemos imagens ligadas a religiosidade ou ao sagrado, é possível notar com muita clareza a seriedade sisuda que é envolvida numa aura quase meditativa e desconectara do cotidiano. Claro que isso não cativa muitas pessoas que são movidas de modo sensorial, cinestésico e festivo.
Em contraponto, os apelos de outra ordem — em imagens de putari — glutonaria pode-se reparar na abundância, alegria e até certo êxtase. De alguma maneira, existe uma busca sagrada nessa vida carnal.
Os religiosos fervorosos poderiam se opor a essa afirmação apelando aos textos sagrados e restringindo o êxtase à busca espiritual, mas todo esse discurso ainda assim parece não considerar o tipo de pessoa que não teria a menor predisposição religiosa e ainda assim seria beneficiada por muitos princípios de sabedoria contidos na religião.
Seria possível um tipo de sabedoria recheada de festividade? Em algumas comemorações de povos menos ocidentalizados, parece haver um pouco dessa possibilidade. Algumas tradições africanas possuem esse caráter de alegria espiritual. Mas, de modo geral, parece existir uma indisposição para o riso, o gozo e a fé.

A fé, a putaria e a entrega

Talvez meu raciocínio possa soar radical, mas existe um ponto em comum em uma oração fervorosa e uma suruba. há certo elemento de entrega e rendição muito forte. Cada qual seguindo em direções distintas, a suruba buscando o relaxamento e a conexão com outra pessoa e a oração com uma realidade impalpável e abstrata.
A grande dificuldade de muitas pessoas, principalmente intoxicadas pelo pragmatismo utilitarista ocidental, é relaxar e desarmar suas barreiras pessoais e simplesmente apostarem em algo sem garantias ou resultados matemáticos.
Para elas, a fé é pouco clara, mensurável ou plausível, e podem até achar lindas as cerimônias e ter inveja de quem tem uma fé absoluta. Faltaria a elas essa confiança despretensiosa, que soa quase infantil de quem aposta num aparente impossível e por conta disso acaba vivendo uma profecia autorrealizada positiva.
É aquela convicção que se transforma em uma ação tão empoderada que rompe com qualquer temor habitual.
É plausível que Buda, Jesus, Maomé, Moisés, Confúcio e outros líderes tivessem um discurso tão tomado dessa certeza interna que magnetizaram as pessoas cambaleantes de seu tempo e as conduziram para um bom lugar. Ofereceram um caminho que se mostrou redentor na vida prática e deu sentido para uma existência que se percebia vazia.
No final das contas, para além das comprovações que os céticos avessos exigem, pode existir um lugar de coisas muito ricas e bonitas no meio da religiosidade, assim como bizarrices e exageros, como ocorre em qualquer aglomerado humano. E independente do tipo de partido que você tome ainda me parece mais madura alguma dose de entrega, que não é exclusividade da religiosidade, do que a desconfiança paranóica, que também não é exclusiva dos céticos.
Outros artigos escritos por 

Filosofia budista




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Papa Francisco: fofo e paciente

por Zuenir Ventura
O Papa Francisco, que por um engano de trajeto acabou nos braços do povo, vai encontrar um país onde há descrença na política e uma igreja às voltas com um preocupante declínio. Segundo pesquisa do Datafolha, os católicos ainda são maioria, mas já foram bem mais do que os 57% registrados agora. Em 2007, eram 64%, e há 20 anos, 75%, enquanto cresce o número dos evangélicos, uma concorrência difícil de enfrentar, já que eles praticam uma religião-espetáculo mais midiática, que oferece a preços variados recompensas imediatas aqui na Terra, não só no céu.
Em relação aos políticos, o seu choque cultural vai ocorrer quanto aos costumes. Habituado à simplicidade e à moderação, o Jorge Bergoglio, que como cardeal andava de ônibus, e o Francisco, que, como Pontífice, trocou os trajes alegóricos pela batina branca, o sapato vermelho pelo preto, a pompa pelo despojamento, vão estranhar que no Brasil parlamentares e governantes prefiram a mordomia de pegar carona em avião e helicóptero oficiais.

A propósito, dificilmente um político brasileiro passaria pelo teste de popularidade a que foi submetido o Papa logo depois de chegar. Aconteceu quando o carro que o conduzia tomou uma pista errada no Centro da cidade e acabou preso no trânsito, ficando imobilizado por alguns minutos. Imediatamente cercado por uma multidão comovida e excitada, tentando tocá-lo de qualquer maneira, a cena deixou os seguranças tensos com o que poderia acontecer.

Assistiu-se, então, a um impressionante e inesperado espetáculo, nunca visto nas ruas do Rio. Sereno e sorridente, sem levantar o vidro que manteve o tempo todo aberto, Francisco parecia achar tudo natural, até mesmo quando, além de mãos e braços, enfiaram pela janela um bebê para que ele beijasse e benzesse.

A tolerância do Papa seria mais uma vez posta à prova no Palácio Guanabara, quando resistiu sem cochilar ao interminável discurso da presidente Dilma, que, em vez de dar rápidas boas-vindas a um viajante exausto, fez um relatório do tipo “olha, Santidade, como estamos trabalhando”.

A fala do nosso visitante foi mais curta e mais interessante, com tiradas dignas do grande comunicador que é. Foi muito aplaudido quando disse: “A juventude é a janela pela qual o futuro entra no mundo.” “Cristo bota fé nos jovens.” Por tudo isso, acho que a melhor definição dele foi dada por uma dessas garotas peregrinas que enfeitaram a cidade nestes dias: “O Papa é muito fofo.” E paciente.

Pela disposição à solidariedade e o gosto pela vida, a francesa Claude Amaral Peixoto foi uma das mais autênticas cariocas que conheci. O Rio do encontro e da celebração vai sentir muito a sua falta.

Papa Francisco é um Pastor Feliciano com mais poder

Os evangélicos estão sendo injustiçados. O tsunami de críticas que atingiu Marco Feliciano, Silas Malafaia e demais líderes evangélicos fundamentalistas se aplica ao papa Francisco e à Igreja Católica. Explico: as mesmas bandeiras conservadoras levantadas pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos do Congresso estão no centro da atuação da igreja católica há séculos. E o argentino Mario Bergoglio, agora chamado de Francisco, comunga destes ideais e não se mostra disposto a alterá-los. Pelo contrário.
Vamos por partes:
Primeiro, a homofobia
Muito se reclamou da atuação de Feliciano contra os direitos fundamentais dos homossexuais. A coleção de frases e a atuação do pastor não deixam dúvidas quanto à sua posição. Como é sabido, a igreja católica igualmente condena a homossexualidade, e considera pecado o amor da população LGBT.
O próprio Francisco, pessoalmente, demonstra preocupação com o que chama de “lobby gay” no Vaticano. Conforme revelou o site católico Reflexión y Liberación, o pontífice afirmou o seguinte em uma audiência recente com a diretoria da Confederação Latino-Americana e Caribenha de Religiosos: “Na Cúria há gente santa de verdade. Mas também há uma corrente de corrupção, é verdade. Fala-se de lobby gay, e é verdade, ele está aí... temos que ver o que podemos fazer”.
Em entrevista para o livro “Religiões e política”, o deputado do PSC-SP afirmou o seguinte: “Quando você estimula uma mulher a ter os mesmos direitos do homem, ela querendo trabalhar, a sua parcela como mãe começa a ficar anulada, e, para que ela não seja mãe, só há uma maneira que se conhece: ou ela não se casa, ou mantém um casamento, um relacionamento com uma pessoa do mesmo sexo; [assim] você destrói a família, cria-se uma sociedade só com homossexuais, e essa sociedade tende a desaparecer, porque ela não gera filhos”.

Paulo Coelho: uma historia do Islã


Sadi de Shiraz contava a seguinte história:
"Quando eu era criança, costumava rezar com meu pai, meus tios e primos". Todas as noites nos reuníamos para escutar um trecho do Corão.

"Numa destas noites, enquanto meu tio lia uma passagem, reparei que a maior parte das pessoas dormia. Então comentei com papai: "nenhum destes dorminhocos é capaz de ficar atento às palavras do profeta. Jamais chegarão até Deus!"

E meu pai respondeu: "meu filho querido, procura seu caminho com fé, e deixa cada um cuidar de si. Quem sabe, em seus sonhos, eles estão conversando com Deus. Eu preferia mil vezes que você estivesse dormindo como eles, a ter que escutar este seu julgamento duro, e esta sua condenação".

Sobre o novo Papa


Apesar de não ser um especialista no mundo católico, arrisquei essas mal-traçadas sobre o novo papa, sua trajetória e o papel que está chamado a cumprir. Meu ponto de vista é simples: tal como ocorreu em 1978, com a entronização de Karol Wojtyla, novamente o conservadorismo católico tem que se reinventar para sustar a sangria de sua influência nos assuntos mundanos e da fé. 

Para quem quiser ler e compartilhar, abaixo segue o link:

Como se elege um Papa



1. A escolha de um Papa é feita pelos membros do Colégio de Cardeais. Têm direito a voto todos os cardeais com menos de 80 anos de idade.
2. O processo de votação, chamado Conclave, é secreto e feito a portas fechadas. Tornou-se secreto somente no início do século 20. 

3. Atualmente, há 115 cardeais habilitados a votar. 

4. Entre os cardeais que podem eleger o próximo chefe da Igreja Católica, 60 são europeus - dos quais 28 italianos -, 14 norte-americanos, 19 latino-americanos, 11 africanos, 10 asiáticos e um da Oceania.

5. O novo Papa somente estará escolhido depois que um nome, entre os cardeais, obtiver no mínimo dois terços dos votos dos participantes do Conclave.
6. A cada rodada de votação, feita a contagem, os votos são queimados. Se nenhum cardeal obtiver os dois terços de votos, uma fumaça cinza será expelida pela chaminé que fica dentro da Capela Sistina.
7. A fumaça da chaminé será branca para anunciar ao mundo que Habemus Papam. 

8. A tradição canônica alterna um pontificado curto e um longo. Se ela for respeitada, deverá ser eleito um cardeal menos idoso. O alemão Joseph Ratizinger foi eleito papa com 78 anos de idade em 2005. Seu pontificado durou menos de oito anos.

O que diria Jesus?

Zuenir Ventura

A revista “Visão”, de Portugal, fez uma enquete junto a personalidades da cultura e da política portuguesas para especular sobre o que Jesus diria se aqui voltasse. Com bom humor cristão, o romancista António Lobo Antunes desqualificou o trabalho: “Como voltar, se de cá ele nunca saiu?”

Mas digamos que Ele tenha dado uma saidinha e que viria não ainda para julgar os vivos e os mortos, mas numa visita rápida para ver como estão as coisas. Não se trata de um exercício de adivinhação, e sim de hipóteses com base nos textos bíblicos, o que nos permite entrar no jogo também fazendo nossas simulações.
Por exemplo, Cristo com certeza ficaria feliz de constatar que, em tempos de Twitter, nenhum líder tem tantos seguidores quanto Ele: de 2 a 3 bilhões. Por outro lado, em termos de qualidade, não ia ficar nada satisfeito com o que veria à direita e à esquerda, fora e dentro da igreja. A primeira decepção seria constatar que a sua pregação de paz e amor foi substituída pela violência urbana e pelas guerras praticadas em nome do Pai.
E o que Ele diria da crise atual — econômica, financeira e moral — e da má distribuição da riqueza, contra a qual tanto pregou? Certamente se indignaria ao saber que o número de pessoas que vivem com menos de 1 dólar por dia nos 49 países mais pobres do mundo duplicou nos últimos 30 anos, chegando a 307 milhões.

O Deus hipotético


Um religioso dirá que não faltam provas da existência de Deus e da sua influência em nossas vidas. Quem não tem a mesma convicção não pode deixar de se admirar com o poder do que é, afinal, apenas uma suposição.
A hipótese de que haja um Deus que criou o mundo e ouve as nossas preces tem sobrevivido a todos os desafios da razão, independentemente de provas.
Agora mesmo assistimos ao espetáculo de uma empresa multinacional às voltas com a sucessão no comando do seu vasto e rico império, e o admirável é que tudo — o império, a riqueza e o fascínio dos rituais e das intrigas da Igreja de Roma — seja baseado, há 2000 anos, em nada mais do que uma suposição.
Todas as religiões monoteístas compartilham da mesma hipótese, só divergindo em detalhes como o nome do seu deus. E todas têm causado o mesmo dano, em nome da hipótese.
Não é preciso nem falar no fundamentalismo islâmico, que aterroriza o próprio islã. Há o fundamentalismo judaico, com sua receita teocrática e intolerante para a sobrevivência de Israel.
O fundamentalismo cristão, que representa o que há de mais retrógrado e assustador no reacionarismo americano, e as religiões neopentecostais que se multiplicam no Brasil, quase todas atuando no limite entre o curandeirismo e a exploração da crendice.
A Igreja Católica pelo menos dá espetáculos mais bonitos, mas luta para escapar do obscurantismo que caracterizou sua história nestes 2000 anos, contra um conservadorismo ainda dominante. A hipótese de Deus não tem inspirado as religiões a serem muito religiosas.