Dilma: Eu tenho lado
Minha filha, meu filho, esse povo da autonomia do Banco Central quer é o modelo anterior. Quer é (…), aumentar os juros pra danar, reduzir emprego e reduzir salário, porque emprego e salário não garantem a produtividade, segundo eles. Eu sou contra isso, eu tenho lado.
Paulo Moreira Leite: alguns números não mentem
É bom não desprezar a importância das estratégicas de marketing numa campanha eleitoral dirigida a uma massa de mais de 100 milhões de eleitores. Convém colocar os pés na realidade, porém.
Há duas semanas que os índices de intenção de voto de Dilma Rousseff estão em alta. Sobem em todos os institutos, em todos os itens, em todas comparações. Conforme os dados mais recentes, Dilma lidera a campanha no primeiro turno e alcançou um empate técnico com Marina Silva em pesquisas para o segundo turno. Se você olhar a curva, pode até enxergar mais crescimento de Dilma pela frente. Se olhar para trás, irá lembrar que há exatamente um mês Dilma era candidata — matematicamente — a vencer a eleição no primeiro turno. O que mudou mesmo?
O que mudou foi a morte de Eduardo Campos, até então um concorrente secundário. Marina chegou com 21 pontos, o mesmo número que possuía em 2010, deslocou Aécio Neves e tornou-se a primeira desafiante real. Os números de ontem mostram que os benefícios emocionais das primeiras semanas começam a esgotar-se. O eleitor olha para a concorrente com atenção e quer saber o que ela representa como candidata. Marina foi adotada pela herdeira de um dos grandes bancos privados do país e assumiu uma proposta que o cidadão comum pode não entender — independência do Banco Central — mas compreende o que significa: deixa o controle da política econômica nas mãos do mercado, sem respeitar autoridades eleitas pelo povo. Sua assessoria econômica produz cenas frequentes de opera-bufa. Em sucessivas demonstrações de fraqueza, a candidata corrige o programa de governo depois de quatro tuítes, o que é deprimente. Depois anuncia que irá formar um comitê para recrutar “homens de bem” para formar sua equipe, o que é ridículo. Seu programa de governo não trazia uma linha sobre o pré-sal, o que surpreendeu até os adversários, pois demonstra uma dificuldade imensa para pensar seriamente o futuro do país.
Para infelicidade de quem anunciou a morte do PT em tantas oportunidades, a campanha de 2014 mostra o oposto e se move em torno do universo político nascido em torno de Luiz Inácio Lula da Silva. A soma das intenções de voto de petistas e ex-petistas — Dilma, Marina, Luciana Genro e Eduardo Jorge — se aproxima de 75% do total do eleitorado, o que é até comum em ditaduras, mas configura um recorde sob regimes democráticos. Estamos falando de um movimento político das maiorias, que nasceu ligado a luta em defesa dos direitos dos trabalhadores, a denúncia da má distribuição de renda, ao alargamento da democracia, questões que permanecem atuais até hoje porque refletem uma realidade de classe. A força de Dilma reside no fato de que, neste terreno, onde caminha a maioria dos brasileiros, seu governo tem o que mostrar — o que explica a dificuldade dos adversários para enfrentar um debate racional.
Não se trata de achar que o governo é bom ou ótimo, ruim ou péssimo. Mas de perguntar se o país não irá ficar pior se Dilma não for reeleita. Essa é a pergunta da campanha. A reação de aliados reticentes e distanciados, que nas últimas semanas se reagruparam em apoio ao governo, demonstra aonde está a força de gravidade e explica a retomada de Dilma nas pesquisas.
Incapaz de questionar o governo onde importa para as pessoas que vivem do próprio trabalho, a oposição dá um valor exagerado, com traços de comportamento obsessivo-compulsivo, a operações especulativas da Bolsa de Valores, que por si só não sinalizam grande coisa na economia.
A dificuldade de Aécio Neves reside aí. Ele está excluído da campanha porque foi excluído da vida real da maioria dos brasileiros. O PSDB pode reivindicar os méritos de ter derrubado a inflação em 1994, mas não participou das transformações de fundo que vieram depois, e que criaram um país onde a periferia social não se encontra no poder, mas faz-se ouvir como nunca antes em 500 anos de história. E isso é realmente novo, por mais que muita gente já esteja habituado.
Depois de tentar, inutilmente, denunciar as mudanças promovidas por Lula como manobras eleitoreiras, o PSDB acabou falando sozinho — num prenúncio da posição de Aécio no último debate.
Aécio não tem o lastro popular de Marina — comprometido agora com o apoio até de parentes do assassino de Chico Mendes — e também não tem discurso. Fez campanha como garoto mimado, lembrando sempre quem foi seu avô mas sem ter o que dizer para netos menos afortunados. Continua com muitos amigos na mídia, capazes de escrever que caiu em terceiro lugar em Minas Gerais por um “descuido” na própria estratégia de campanha. Mas sua última esperança é um lance de sorte, um evento extrapolítico.
Neste ambiente inteiramente desfavorável, os adversários do governo imaginam que será possível confundir o eleitorado, na reta final, com a produção de um escândalo político midiático em torno da delação premiada de Paulo Roberto da Costa. Não se trata de um debate ético, nem de uma discussão produtiva — quando seria mais conveniente discutir reforma política e financiamento de campanhas — mas de uma iniciativa seletiva, a mesma que produziu a AP 470 e escondeu o mensalão PSDB-MG e o propinoduto tucano do metrô paulista. Incapaz de vencer um partido nas urnas, seus adversários contam com ajuda externa para a carta da criminalização.
Ainda assim, os números traduzem uma situação clara: no debate político de 2014, a oposição está sendo vencida pela quarta vez consecutiva.
Há duas semanas que os índices de intenção de voto de Dilma Rousseff estão em alta. Sobem em todos os institutos, em todos os itens, em todas comparações. Conforme os dados mais recentes, Dilma lidera a campanha no primeiro turno e alcançou um empate técnico com Marina Silva em pesquisas para o segundo turno. Se você olhar a curva, pode até enxergar mais crescimento de Dilma pela frente. Se olhar para trás, irá lembrar que há exatamente um mês Dilma era candidata — matematicamente — a vencer a eleição no primeiro turno. O que mudou mesmo?
O que mudou foi a morte de Eduardo Campos, até então um concorrente secundário. Marina chegou com 21 pontos, o mesmo número que possuía em 2010, deslocou Aécio Neves e tornou-se a primeira desafiante real. Os números de ontem mostram que os benefícios emocionais das primeiras semanas começam a esgotar-se. O eleitor olha para a concorrente com atenção e quer saber o que ela representa como candidata. Marina foi adotada pela herdeira de um dos grandes bancos privados do país e assumiu uma proposta que o cidadão comum pode não entender — independência do Banco Central — mas compreende o que significa: deixa o controle da política econômica nas mãos do mercado, sem respeitar autoridades eleitas pelo povo. Sua assessoria econômica produz cenas frequentes de opera-bufa. Em sucessivas demonstrações de fraqueza, a candidata corrige o programa de governo depois de quatro tuítes, o que é deprimente. Depois anuncia que irá formar um comitê para recrutar “homens de bem” para formar sua equipe, o que é ridículo. Seu programa de governo não trazia uma linha sobre o pré-sal, o que surpreendeu até os adversários, pois demonstra uma dificuldade imensa para pensar seriamente o futuro do país.
Para infelicidade de quem anunciou a morte do PT em tantas oportunidades, a campanha de 2014 mostra o oposto e se move em torno do universo político nascido em torno de Luiz Inácio Lula da Silva. A soma das intenções de voto de petistas e ex-petistas — Dilma, Marina, Luciana Genro e Eduardo Jorge — se aproxima de 75% do total do eleitorado, o que é até comum em ditaduras, mas configura um recorde sob regimes democráticos. Estamos falando de um movimento político das maiorias, que nasceu ligado a luta em defesa dos direitos dos trabalhadores, a denúncia da má distribuição de renda, ao alargamento da democracia, questões que permanecem atuais até hoje porque refletem uma realidade de classe. A força de Dilma reside no fato de que, neste terreno, onde caminha a maioria dos brasileiros, seu governo tem o que mostrar — o que explica a dificuldade dos adversários para enfrentar um debate racional.
Não se trata de achar que o governo é bom ou ótimo, ruim ou péssimo. Mas de perguntar se o país não irá ficar pior se Dilma não for reeleita. Essa é a pergunta da campanha. A reação de aliados reticentes e distanciados, que nas últimas semanas se reagruparam em apoio ao governo, demonstra aonde está a força de gravidade e explica a retomada de Dilma nas pesquisas.
Incapaz de questionar o governo onde importa para as pessoas que vivem do próprio trabalho, a oposição dá um valor exagerado, com traços de comportamento obsessivo-compulsivo, a operações especulativas da Bolsa de Valores, que por si só não sinalizam grande coisa na economia.
A dificuldade de Aécio Neves reside aí. Ele está excluído da campanha porque foi excluído da vida real da maioria dos brasileiros. O PSDB pode reivindicar os méritos de ter derrubado a inflação em 1994, mas não participou das transformações de fundo que vieram depois, e que criaram um país onde a periferia social não se encontra no poder, mas faz-se ouvir como nunca antes em 500 anos de história. E isso é realmente novo, por mais que muita gente já esteja habituado.
Depois de tentar, inutilmente, denunciar as mudanças promovidas por Lula como manobras eleitoreiras, o PSDB acabou falando sozinho — num prenúncio da posição de Aécio no último debate.
Aécio não tem o lastro popular de Marina — comprometido agora com o apoio até de parentes do assassino de Chico Mendes — e também não tem discurso. Fez campanha como garoto mimado, lembrando sempre quem foi seu avô mas sem ter o que dizer para netos menos afortunados. Continua com muitos amigos na mídia, capazes de escrever que caiu em terceiro lugar em Minas Gerais por um “descuido” na própria estratégia de campanha. Mas sua última esperança é um lance de sorte, um evento extrapolítico.
Neste ambiente inteiramente desfavorável, os adversários do governo imaginam que será possível confundir o eleitorado, na reta final, com a produção de um escândalo político midiático em torno da delação premiada de Paulo Roberto da Costa. Não se trata de um debate ético, nem de uma discussão produtiva — quando seria mais conveniente discutir reforma política e financiamento de campanhas — mas de uma iniciativa seletiva, a mesma que produziu a AP 470 e escondeu o mensalão PSDB-MG e o propinoduto tucano do metrô paulista. Incapaz de vencer um partido nas urnas, seus adversários contam com ajuda externa para a carta da criminalização.
Ainda assim, os números traduzem uma situação clara: no debate político de 2014, a oposição está sendo vencida pela quarta vez consecutiva.
Wagner Iglecias: Campanha presidencial: nem toda crítica é ataque
O horário eleitoral desta 5ª feira trouxe uma novidade importante: a candidata Marina Silva na defensiva. Ela posicionou-se em relação a políticas públicas tipicamente petistas, construídas ao longo dos governos Lula e Dilma: Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e Pré-Sal. Prometeu manter os dois primeiros e disse que vai direcionar o dinheiro do Pré-Sal para saúde e educação, e não para a corrupção. Nem poderia ser diferente, até porque já foi aprovada lei neste sentido. Tratou ainda de outro tema que lhe tem sido espinhoso nesta corrida eleitoral: a autonomia do Banco Central. Marina afirmou que sua proposta de BC independente refere-se ao fato de que com ela “nenhum partido ou político vai usar o sistema bancário para se beneficiar”. Cabe perguntar se há tantos políticos assim beneficiando-se de uma agência super insulada como o BC e, mais especificamente, do seu ultra restrito Comitê de Política Monetária (Copom), que define uma das políticas mais estratégicas do país, o preço do dinheiro na economia. A qual tem consequencias nos níveis de consumo, investimento privado, inflação, arrecadação, emprego e também no nível de lucro dos credores da dívida pública. Ou seja, em toda a economia.
Os temas que Marina tratou neste seu programa de TV são exatamente os que têm provocado mais dissabores a sua campanha. O BC com Dilma, convenhamos, é semi-independente. E os bancos e demais credores da dívida pública ganharam muito dinheiro com os governos petistas. Marina propõe, em seu programa de governo, tornar a instituição independente. O que tende a beneficiar ainda mais a eles, os credores. Já os marinistas têm demonstrado grande irritação com as críticas que têm sido dirigidas à proposta. Sim, o discurso do PT hoje rejeita o que classifica como aventura e bate bumbo em palavras de ordem como estabilidade, continuidade e segurança. Algo irreconhecível se comparado a campanhas petistas do século passado. Por outro lado, porém, político algum está acima do bem e do mal. Nem mesmo Marina Silva. Qual o problema em se levar a discussão da independência do BC para o horário eleitoral, para os debates na tv e para as ruas?
Em 1989 a campanha de Fernando Collor dizia que Lula faria o sequestro da poupança se fosse eleito. Quem fez foi Collor. Lula faria? Não se sabe, talvez fizesse, nunca saberemos. Mas efetivamente não estava escrito no programa de governo de Lula naquele ano que ele faria o enxugamento da liquidez, visando o combate à inflação, por meio do represamento dos ativos financeiros da população. Já Marina colocou em seu programa de governo que quer o BC independente. E se isso ocorrer haverá consequencias concretas na vida da população. Por que não se pode tocar neste assunto, então? E por que não se pode defender ou criticar a proposta de Marina? Ela está acima do bem e do mal? Não, definitivamente não está. Nem ela, nem Dilma, nem Aécio nem qualquer outro. Obviamente críticas que têm sido feitas a Marina que se dão no plano pessoal ou relativas a sua fé religiosa são deploráveis. Mas as propostas de governo dela podem e devem ser debatidas, criticadas ou defendidas. E as de Dilma e Aécio também. E isso, o debate sobre propostas, definitivamente não é ataque. É do jogo e é da democracia. Porém o marinismo parece vitimizar-se diante de qualquer senão que lhe é dirigido pelos adversários, jogando no mesmo balaio as críticas ao programa de governo e à candidata. Como estratégia eleitoral faz sentido. Mas o que agrega ao debate público?
A lógica da criminalização da política e dos políticos, por sua vez, não começou agora, vem já de muito tempo. Lula tem sido achincalhado por opositores há anos ou mesmo décadas. Bêbado, analfabeto e "nunca trabalhou" são alguns dos impropérios mais suaves que lhe foram dirigidos inúmeras vezes. Tem sido chamado há anos de apedeuta por um blogueiro de direita e chegou mesmo a figurar como anta no título de um livro de outro blogueiro da mesma linhagem. De Dilma fala-se até de sua sexualidade (como de resto de qualquer mulher que se "atreva" a fazer política neste país). Aécio, Serra e Alckmin também foram ou têm sido vítimas de desqualificações pessoais, cada qual a seu modo. Alguém esperava que com Marina seria diferente? Durante muito tempo a prática da desqualificação de opositores ocorreu em nossos sistema político e o que se viu foi o silêncio de muita gente séria, que achou tudo normal enquanto os alvos fossem os adversários.
A discussão das propostas dos candidatos é não somente saudável como desejável. Já acusações levianas dirigidas ao campo pessoal tornam o debate público cada vez mais envenenado. Marina, se se sente atacada no plano pessoal, deve rebater as críticas. Mas se tem suas propostas de país questionadas, deve debater as alternativas. Quem quiser acreditar em purismo dos seus e em maldade dos adversários, que acredite. Mas que as coisas são bem mais complexas do que esse bem contra o mal que virou essa campanha, com certeza são.
Wagner Iglecias é doutor em Sociologia e professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP.
Os temas que Marina tratou neste seu programa de TV são exatamente os que têm provocado mais dissabores a sua campanha. O BC com Dilma, convenhamos, é semi-independente. E os bancos e demais credores da dívida pública ganharam muito dinheiro com os governos petistas. Marina propõe, em seu programa de governo, tornar a instituição independente. O que tende a beneficiar ainda mais a eles, os credores. Já os marinistas têm demonstrado grande irritação com as críticas que têm sido dirigidas à proposta. Sim, o discurso do PT hoje rejeita o que classifica como aventura e bate bumbo em palavras de ordem como estabilidade, continuidade e segurança. Algo irreconhecível se comparado a campanhas petistas do século passado. Por outro lado, porém, político algum está acima do bem e do mal. Nem mesmo Marina Silva. Qual o problema em se levar a discussão da independência do BC para o horário eleitoral, para os debates na tv e para as ruas?
Em 1989 a campanha de Fernando Collor dizia que Lula faria o sequestro da poupança se fosse eleito. Quem fez foi Collor. Lula faria? Não se sabe, talvez fizesse, nunca saberemos. Mas efetivamente não estava escrito no programa de governo de Lula naquele ano que ele faria o enxugamento da liquidez, visando o combate à inflação, por meio do represamento dos ativos financeiros da população. Já Marina colocou em seu programa de governo que quer o BC independente. E se isso ocorrer haverá consequencias concretas na vida da população. Por que não se pode tocar neste assunto, então? E por que não se pode defender ou criticar a proposta de Marina? Ela está acima do bem e do mal? Não, definitivamente não está. Nem ela, nem Dilma, nem Aécio nem qualquer outro. Obviamente críticas que têm sido feitas a Marina que se dão no plano pessoal ou relativas a sua fé religiosa são deploráveis. Mas as propostas de governo dela podem e devem ser debatidas, criticadas ou defendidas. E as de Dilma e Aécio também. E isso, o debate sobre propostas, definitivamente não é ataque. É do jogo e é da democracia. Porém o marinismo parece vitimizar-se diante de qualquer senão que lhe é dirigido pelos adversários, jogando no mesmo balaio as críticas ao programa de governo e à candidata. Como estratégia eleitoral faz sentido. Mas o que agrega ao debate público?
A lógica da criminalização da política e dos políticos, por sua vez, não começou agora, vem já de muito tempo. Lula tem sido achincalhado por opositores há anos ou mesmo décadas. Bêbado, analfabeto e "nunca trabalhou" são alguns dos impropérios mais suaves que lhe foram dirigidos inúmeras vezes. Tem sido chamado há anos de apedeuta por um blogueiro de direita e chegou mesmo a figurar como anta no título de um livro de outro blogueiro da mesma linhagem. De Dilma fala-se até de sua sexualidade (como de resto de qualquer mulher que se "atreva" a fazer política neste país). Aécio, Serra e Alckmin também foram ou têm sido vítimas de desqualificações pessoais, cada qual a seu modo. Alguém esperava que com Marina seria diferente? Durante muito tempo a prática da desqualificação de opositores ocorreu em nossos sistema político e o que se viu foi o silêncio de muita gente séria, que achou tudo normal enquanto os alvos fossem os adversários.
A discussão das propostas dos candidatos é não somente saudável como desejável. Já acusações levianas dirigidas ao campo pessoal tornam o debate público cada vez mais envenenado. Marina, se se sente atacada no plano pessoal, deve rebater as críticas. Mas se tem suas propostas de país questionadas, deve debater as alternativas. Quem quiser acreditar em purismo dos seus e em maldade dos adversários, que acredite. Mas que as coisas são bem mais complexas do que esse bem contra o mal que virou essa campanha, com certeza são.
Wagner Iglecias é doutor em Sociologia e professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP.
Fernando Brito: O Brasil vale isso, se vale!
Segunda, no Rio, com Lula para defender o pré-sal. Porque a gente é brasileiro
Segunda de manhã, às 10 horas, na Cinelândia, eu vou fazer o que meu avô fez, meus pais fizeram, meus filhos e meus netos fazem e farão.
Vou defender o Brasil.
Porque este país precisa que, finalmente, suas riquezas sejam para seu povo.
Que o nosso petróleo não seja para os outros povos, como foram o ouro, as esmeraldas, os bilhões de toneladas de café e cana que o Brasil Colônia mandou para fora.
Porque é isso que será, se deixarem que fique lá, deitado em berço esplêndido, em nome de uma energia “limpa” que nunca foi a energia do mundo , porque a energia do mundo é suja.
Suja de petróleo e suja de sangue dos povos que, por ele, se arrebata e mata por todo o globo terrestre.
Eu vou estar lá e este blog tentará transmitir, para os que estão longe e só podem estar lá em olhos, pensamentos e coração, porque sou um brasileiro.
E sou um brasileiro porque sou um entre 200 milhões, e não sou melhor que os outros.
Porque quero para todos a escola pública que tive, a universidade pública que tive e, antes dela, o curso técnico público que tive.
Porque quero um país que não viva ajoelhado, recolhendo migalhas de “créditos de carbono” para se conservar como o Jardim do Éden da “humanidade”, humanidade que se compõe apenas de algumas centenas de milhões de habitantes dos países ricos, que queimam o sujo petróleo como quem acende charutos com pelegas de cem, enquanto a nós nos querem convencer a fazer fogo esfregando gravetos.
Porque sou um que compreende que o peso deste ser brasileiro atravessa os tempos e cai sobre nossas costas, como caiu sobre Getúlio e sobre Lula e consertou todos os erros que pudessem ter cometido.
Porque a história é um fio caprichoso, que nem sempre se guia por nossas vontades, mas sem nossas vontades perde o rumo e nos ata a um nó cego por muitas gerações.
Pelo passado, pelo presente e, sobretudo, pelo futuro que provavelmente nem viverei, vou lá.
Os homens, disse Hugo, conforme sua natureza, rojam-se ao chão, procuram abrigo.
Ou põem-se de pé. E criam asas.
Segunda de manhã, às 10 horas, na Cinelândia, eu vou fazer o que meu avô fez, meus pais fizeram, meus filhos e meus netos fazem e farão.
Vou defender o Brasil.
Porque este país precisa que, finalmente, suas riquezas sejam para seu povo.
Que o nosso petróleo não seja para os outros povos, como foram o ouro, as esmeraldas, os bilhões de toneladas de café e cana que o Brasil Colônia mandou para fora.
Porque é isso que será, se deixarem que fique lá, deitado em berço esplêndido, em nome de uma energia “limpa” que nunca foi a energia do mundo , porque a energia do mundo é suja.
Suja de petróleo e suja de sangue dos povos que, por ele, se arrebata e mata por todo o globo terrestre.
Eu vou estar lá e este blog tentará transmitir, para os que estão longe e só podem estar lá em olhos, pensamentos e coração, porque sou um brasileiro.
E sou um brasileiro porque sou um entre 200 milhões, e não sou melhor que os outros.
Porque quero para todos a escola pública que tive, a universidade pública que tive e, antes dela, o curso técnico público que tive.
Porque quero um país que não viva ajoelhado, recolhendo migalhas de “créditos de carbono” para se conservar como o Jardim do Éden da “humanidade”, humanidade que se compõe apenas de algumas centenas de milhões de habitantes dos países ricos, que queimam o sujo petróleo como quem acende charutos com pelegas de cem, enquanto a nós nos querem convencer a fazer fogo esfregando gravetos.
Porque sou um que compreende que o peso deste ser brasileiro atravessa os tempos e cai sobre nossas costas, como caiu sobre Getúlio e sobre Lula e consertou todos os erros que pudessem ter cometido.
Porque a história é um fio caprichoso, que nem sempre se guia por nossas vontades, mas sem nossas vontades perde o rumo e nos ata a um nó cego por muitas gerações.
Pelo passado, pelo presente e, sobretudo, pelo futuro que provavelmente nem viverei, vou lá.
Os homens, disse Hugo, conforme sua natureza, rojam-se ao chão, procuram abrigo.
Ou põem-se de pé. E criam asas.
Dá-lhe Dilma
“Mudar de posição de cinco em cinco minutos não é certo e acredito que é importante que a gente saiba que um presidente sofre uma pressão muito grande. Cada vez que a gente abre um debate com a candidata Marina, ela se faz de vítima e diz que estamos atacando. Candidata, debate político tem de ser feito. Ninguém está acima de qualquer suspeita. Na democracia somos todos iguais.”
“Eu acredito que não é possível as pessoas terem posições que não honrem a trajetória política e tentem se esconder atrás de falas. Acho que não medem o sentido de seus próprios atos durante a vida. A militância e a história do PT foram fundamentais para a candidata chegar aonde chegou”.
“Eu acredito que não é possível as pessoas terem posições que não honrem a trajetória política e tentem se esconder atrás de falas. Acho que não medem o sentido de seus próprios atos durante a vida. A militância e a história do PT foram fundamentais para a candidata chegar aonde chegou”.
Regulamentação do Marco das Organizações da Sociedade Civil trará segurança aos contratos
Governo e sociedade civil discutiram na tarde desta quinta-feira (11) a regulamentação do Marco das Organizações da Sociedade Civil, sancionado pela presidenta Dilma Rousseff em julho. O encontro ocorreu no 32º Fórum do Planalto, promovido pela Secretaria-Geral da Presidência da República (SG-PR).
A ideia é tratar da implementação da lei – que começa a valer em novembro deste ano – com gestores que lidam diretamente com o tema. Para o secretário-executivo da SG-PR, Diogo Sant’Anna, as mudanças possibilitadas pelo marco combaterão desvios nas relações entre poder público e Organizações da Sociedade Civil (OSCs).
“A boa aplicação dos recursos é uma ênfase do projeto. Acho que tem inovações bem importantes, como a ficha-limpa para dirigentes das organizações, chamamento público universal, regras bastante específicas para não ter chamamento. O projeto traz um conjunto de inovações bem importantes nesse sentido. Mais do que isso, o projeto contribuiu muito para a valorização das entidades que realmente fazem um trabalho sério, que são muito importantes para o Brasil”, explicou o secretário.
A mudança instituirá critérios mais objetivos e transparentes na relação entre governos e entidades privadas. Atualmente o Brasil tem cerca de 300 mil de organizações da sociedade civil que trabalham para resolver problemas sociais com criatividade e inovação. Durante a apresentação, Diogo ressaltou o importante papel do Parlamento e da sociedade na elaboração desse novo plano, construído ao longo de três anos de discussão.
“Significa um novo começo na relação do governo federal e dos governos estaduais e municipais na relação com as OSCs. Isso é bem importante porque todas as parcerias que são feitas e são utilizadas recursos públicos vão seguir novas regras, muito mais de um lado rigorosas do ponto de vista da aplicação de recursos e que, de outro lado, valoriza a atuação da sociedade”, avaliou Diogo.
Os contratos finalizados neste ano serão revistos e as regras dessa transição das parcerias antigas com as novas, obedecerão, estritamente, a nova lei, especialmente as feitas por meio de convênio, que não será mais utilizado.
Mais credibilidade
Para Silvio Rocha Sant’Ana, diretor presidente da Fundação Grupo Esquel Brasil, as mudanças diminuirão a burocracia e a desconfiança entre organizações e governos. Ele aponta que as alterações eram uma necessidade da sociedade brasileira.
“Era fundamental resolver esses problemas. Nesse sentido essa lei é uma mudança total. Precisamos melhorar muito ainda, vamos conseguir isso. Acredito que existe toda uma disposição do governo, do Congresso também, para melhorar. Então, acho que a gente deu um passo muito importante, muito segura. Daqui para frente, o mundo mudou um pouco, pelo menos para as organizações da sociedade civil”, considerou.
Silvio considera que o marco irá priorizar a execução das políticas e permitirá uma ação mais integrada. “O que importa, mais que nada, é a busca do resultado. Isso não significa que você não tem que ter controle, mas você não pode sacrificar o resultado por causa do controle. Hoje o governo federal dispõe de mecanismos bastante ágeis de controle e equipes dentro dos ministérios, dentro dos órgãos de controle que têm capacidade de fazer isso de maneira muito mais eficaz que antigamente. Por isso eu digo que a lei vai dar uma segurança para todo mundo, não só para a organização, mas vai dar segurança também para os executores, para os gestores públicos”, afirmou o diretor.
De acordo com Silvio, as entidades têm ações sociais em locais e situações que o governo não tem penetração. Elas consolidam e criam ações que aos poucos são incorporadas na administração e são essenciais para a democracia. Como um exemplo de políticas que surgiram da sociedade, o gestor cita o exemplo das ações de combate ao HIV.
“A cidadania se envolver com questões públicas é uma riqueza para qualquer País do mundo”, afirma Silvio.
Crítica de Marina é “leviana e inconsequente”, diz Dilma
Dilma Rousseff considerou “leviana e inconsequente” a posição adotada pela adversária Marina Silva (PSB) nas críticas que proferiu recentemente contra o Partido dos Trabalhadores (PT). Nesta quinta-feira (11), durante entrevista à imprensa, ela afirmou que a candidata precisa se lembrar que já integrou a militância do partido e que deve a isso todos os mandatos que exerceu.
“Dos 12 anos aos quais ela se refere, oito ela esteve no governo ou na bancada no Senado Federal”, lembrou.
“Eu acredito que não é possível as pessoas terem posições que não honrem a sua trajetória política e tentam se esconder atrás de falas que não medem o sentido dos seus próprios atos durante a vida”, completou.
Dilma ainda defendeu as posições da campanha pela reeleição que apontam as contradições de Marina Silva.
“Ela quer falar o que pensa e não quer escutar o que os outros pensam”, disse.
A presidenta afirmou que é possível aprender com a realidade e mudar posições quando for necessário. Mas criticou as sucessivas mudanças da candidata do PSB em relação às suas propostas.
“Mudar de posição de cinco em cinco minutos não é certo. Presidente sofre pressão grande, não pode ser leviano ou temer qualquer Twitter contra ele”, afirmou.
A afirmação de Dilma foi uma crítica ao recuo de Marina em relação à criminalização da homofobia, após ser questionada pelo pastor evangélico Silas Malafaia por meio da rede social.
Caged - Pouco antes, Dilma comentou os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) com levantamento relativo ao mês de agosto.
No período, foram 101,4 mil empregos formais gerados, e no somatório de 2014, o total chega a 750,5 mil novas vagas.
Os números indicaram crescimento em seis dos oito setores analisados, com destaque para o de serviços e a construção civil, principalmente nas regiões Nordeste e Sudeste.
A presidenta comemorou os resultados. “Fica clara a resistência do Brasil diante da crise internacional. Criar 101 mil empregos nessa altura me faz ficar otimista sobre nossa capacidade de retomada”, reiterou.
Reitores - Dilma comentou também a reunião que teve, no início da tarde, com reitores de universidades federais.
“Conversei que é fundamental educação como caminho de futuro, pra tirar pessoas da miséria e manter fora. E falei em criar faculdades de medicina, porque no Mais Médicos, nos comprometemos a fazer 1500 novas formações de graduação e 12 mil em especialidades”, disse Dilma.
“Precisamos criar e interiorizar faculdades, principalmente em lugar com hospital”, analisou.
Por Rodrigo Vasconcelos, da Agência PT de Notícias
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