Silêncio do PSDB é confissão de parceria com Eduardo Cunha

- Os caciques do PSDB permaneceram calados sobre a decisão unânime do STF -  Supremo Tribunal Federal - que afastou Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da Presidência da Câmara Federal e do exercício do mandato.

Nem o presidente da sigla, Aécio Neves, que costuma ser bastante veloz em divulgar posicionamentos sobre as questões políticas do país, sobretudo quando diz respeito ao governo da presidente Dilma Rousseff, nem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ou o senador José Serra, o governador Geraldo Alckmin ou o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy se pronunciaram sobre o caso.

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Chocolate, os ministros do Supremo Tribunal Federal acabam de confirmar o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do mandato de deputado e da presidência da Câmara Federal, conforme havia sido decidido pelo ministro Teori Zavascki na manhã de hoje quinta-feira (05), ao defender a manutenção da decisão, Teori disse que Cunha atua com desvio de finalidade para "promover interesses espúrios" e que sua permanência no comando da Câmara causa constrangimento cívico.

O ministro José Eduardo Cardozo, da AGU - Advocacia Geral da União -, pretende usar a decisão para anular o impeachment da presidente Dilma Rousseff:

 "Nós já estamos pedindo e vou pedir. A decisão do Supremo mostra claríssima. Indiscutível. Cunha agia em desvio de poder", disse Cardozo.

Chamo de Golpe porque eu não cometi crime nenhum, Dilma Rousseff

Hoje quinta-feira 05 de Maio  durante entrega de 6.597 unidades habitacionais construídas por meio do Programa Minha Casa Minha Vida em Santarém (PA), a Presidente Dilma Rousseff voltou a criticar o processo de impeachment que sofre. Em seu discurso, Dilma foi bastante enfática em seu discurso:


"Não adianta querer encurtar o caminho para chegar poder. Para chegar à Presidência tem que ter voto", afirmou Dilma. "Chamo de Golpe porque eu não cometi crime nenhum. Me acusam de seis decretos suplementares. Não sou acusada de beneficiar a mim ou alguém do Governo", continuou a Presidenta. Na fala, a petista se disse vítima de uma injustiça e fez um breve comentário sobre o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. "O Congresso brasileiro está paralisado. O Cunha não deixa o Congresso funcionar", comentou.

Mais cedo, durante a inauguração da usina hidrelétrica de Belo Monte, em Vitória do Xingu (PA), Dilma disse : "A única coisa que eu lamento, mas falo, antes tarde do que nunca, é que infelizmente ele conseguiu presidir, na cara de pau, o lamentável processo na Câmara", falou.

Para ela, o impeachment é um claro desvio de poder de Cunha. "Ele usa seu cargo para se vingar de nós, porque não nos curvamos às chantagens dele".

Em Santarém, Dilma condenou o Golpe. "Eu tenho seis decretos. O Fernando Henrique fez cento e hum. Agora, na minha vez, querem transformar isso em crime. O impeachment é um disfarce. O que estão fazendo é uma eleição indireta. Não é o povo que está votando. Eu fui eleita com 54 milhões de votos junto com o programa que eu defendi. Eles querem aplicar um outro programa que não é o meu", finalizou.

Leia mais frases: 

  • Brasil está vivendo momentos difíceis, pois corremos o risco de um Golpe.
  • Está em curso um golpe contra a democracia e contra os nossos acertos. 
  • Um dos consultores do vice-presidente disse que o Bolsa Família não pode continuar como está.
  • Eu acho que estou sendo vítima de uma injustiça. Eu não vou ficar parada. Eu vou lutar pelo meu mandato, pois tenho responsabilidade pela democracia do meu país.
  • Nós queremos um país que prevaleça a tolerância.
  • Parte da oposição faz o jogo do quanto pior, melhor.
  • O lado certo da história é o da Democracia.

Parabéns, minis do STF. Os senhores transformaram o Brasil num circo. E pegando fogo


POR  · 

País nenhum, em qualquer regime e com qualquer orientação ideológica em seu governo, prescinde de um mínimo de ordem para funcionar.

E o Brasil está ardendo na crise, entre outras coisas, porque virou uma bagunça institucional.

Desde antes das eleições, o Judiciário brasileiro deixou que se implantasse uma zorra total neste país.

Primeiro, quando deu poderes universais ao juiz Sérgio Moro para fazer uma investigação que poderia abranger qualquer coisa, em qualquer ponto do país e dezenas – hoje já centenas – de processos sobre tudo, onde  a única regrar era prender e obter confissões. Havia ladrões? Sim, mas eles eram os que menos importavam, tanto que estão soltos e com suas penas negociadas ao mínimo, não exatamente a situação de seus cofres. O que importava era o alcance político, com ou sem qualquer ligação entre aqueles dinheiros e a presidente que hoje se derruba.

Eduardo Cunha, nas barbas do Supremo, se adonou da Câmara. Votava e revotava até que o resultado desejado fosse alcançado. E nada…

No meio do ano passado, surgiram as contas na Suíças…e nada…

Depois os repasses de Fernando Baiano…e nada…

Afinal a denúncia da PGR….e nada…

Então Cunha manipula o conselho de Ética…e nada…

Abre o processo de impeachment e, muito cioso, o Supremo determina quais são os carimbos, darfs e cópias carbonadas devem ser exigidos. Aceita um processo deito com dúzias de sessões por dia, sábados, domingos, feriados, dias santos. Prazo e escrúpulos, às favas!

E o Supremo nada, sentadão sobre o pedido de afastamento de Cunha da presidência da Câmara e, portanto, do comando da montagem golpista…

Agora, esta bomba, provocada pela reação de Teori Zavascki irritado com uma tentativa de limpar a cara do STF com uma ação fajuta que, simplesmente, impedia Cunha de sentar na cadeira presidencial.

Então solta uma liminar que já é praticamente uma condenação de mérito, estabelecendo que Cunha agia como um quadrilheiro dentro da Câmara.

Na Câmara onde, já denunciado e réu, comandou o impeachment que nasceu justamente da negativa de Dilma em faz o PT dar-lhe dos votos necessários a não ser processado.

O STF está de parabéns. Nunca antes na história deste país armou-se tamanha zona governamental nas barbas de seu tribunal constitucional.

Não temos Presidência, não temos Câmara e temos um Supremo que só marca falta depois do jogo encerrado.

PS.De quebra, sai a notícia de que Michel Temer está inelegível por doações irregulares deitas nas eleições.Claro que essa aí Gilmar e Toffoli

Por que só agora Teori Zavaski?





Está havendo uma festa estridente com o afastamento enfim de Eduardo Cunha da presidência da Câmara. É como se o Brasil estivesse se livrando de um câncer.

O ministro Teori, depois de mais de quatro intermináveis meses, aceitou o pedido de remoção de Cunha feito pelo procurador geral Janot. Mas o foguetório não pode esconder uma questão crucial: por que só agora Teori se mexeu?
É, neste momento, a pergunta de 1 milhão de dólares.
Não mudou nada desde que Janot entregou a solicitação de saída de Cunha em 15 de dezembro.
Quer dizer: não mudou nada em Cunha. Eram amplamente conhecidos seus crimes. Já fazia meses desde que as autoridades suíças tinham dado de bandeja às brasileiras provas de contas secretas de Cunha na Suíça.
Isso configurou perjúrio num depoimento de Cunha na Câmara em que ele afirmou não ter contas no exterior. Muitas outras evidências se somaram a estas.
Não mudou, portanto, o quadro de Cunha nos últimos meses. Até os analfabetos políticos que o defendiam como "um corrupto nosso" passaram a sentir repugnância dele.
Na verdade, a única coisa que mudou foi que, de mãos livres o tempo todo até agora, Cunha pôde comandar o golpe que vai exterminando a frágil e jovem democracia brasileira.
Por que Teori não fez o que fez antes que Eduardo Cunha transformasse o Brasil num imenso, desolador, patético Paraguai?
Não se tratava de salvar Dilma. Mas de salvar a democracia,  a dignidade, a honra nacional. E também de mostrar à sociedade que o crime não compensa.
Pela lentidão de Teori, fomos obrigados a suportar espetáculos dantescos como a sessão da Câmara em que o impeachment foi aprovado por bufões corruptos de toda espécie.
Fomos obrigados a suportar, um domingo inteiro, o rosto cínico de Cunha sentado no plenário da Câmara como um imperador, como um Nero ateando fogo no país.
Fomos obrigados a suportar o Brasil se transformando em motivo de piada no mundo inteiro, graças a deputados ridículos que dedicaram seus votos a coisas como famílias quadrangulares, maçons, pais, filhos, netos e agregados.
Fomos obrigador a suportar monstruosidades como Bolsonaro dedicar seu sim a um torturador que colocava coisas nas vaginas de prisioneiras políticas grávidas na ditadura.
Teori permitiu todas essas atrocidades nacionais por deixar engavetado o pedido de afastamento de uma das maiores vocações de corrupção da história do Brasil – provavelmente a maior.
Teori permitiu que a situação econômica se deteriorasse ainda mais com o processo de impeachment paralisando o país. Com isso, milhares, talvez milhões de brasileiros perderam seu emprego.
Por quê?
A resposta só o próprio Teori sabe.
O que é todos sabemos é que no tribunal da história Teori será exemplarmente punido por esse crime de lesa pátria.
Autor - Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Entrevista da presidente Dilma Rousseff à BBC Brasil

A presidente Dilma Rousseff disse em entrevista exclusiva à BBC que seu vice, Michel Temer, não tem voto nem popularidade, e que o impeachment que está sendo processado contra ela visa levar pessoas sem legitimidade ao poder.
Em entrevista ao correspondente da BBC Wyre Davies, a petista voltou a afirmar que está sofrendo um golpe, nesse caso um golpe parlamentar em vez de militar, mas que igualmente usurpa o poder no Brasil.
"O que acontece num golpe parlamentar? Na prática, geralmente, (são feitos por) aqueles que não têm votos suficientes e, portanto, legitimidade suficiente, nem aprovação, nem popularidade suficientes", afirmou.
Sobre um cenário cada vez mais provável de afastamento, a presidente disse que continuará lutando para voltar ao governo.
"O que nós iremos fazer é resistir, resistir e resistir. E lutar para quê? Para ganhar (o julgamento) no mérito e retornar ao governo", disse, acrescentando que não pretende renunciar.
"Eu não temo porque eu não devo nada. E por isso eu sou extremamente incômoda, porque eu sou uma pessoa que seria melhor que renunciasse. Porque, se eu renuncio, a prova viva de que há um golpe, de que foi cometida uma injustiça, de que tem uma pessoa que está sendo vítima porque é inocente, desaparece. Não contem com isso porque eu não vou renunciar", disse.
Questionada se o avanço do processo de impeachment se devia à sua baixa popularidade e à fraca articulação política no Congresso, a presidente respondeu que falta de apoio popular não serve para justificar a queda do governo no regime presidencialista.
Dilma foi denunciada por supostas operações fiscais ilegais de seu governo para manter gastos elevados em meio à perda de arrecadação, melhorando artificialmente as contas públicas. Sua defesa afirma que os procedimentos foram legais e não configuram crime de responsabilidade.
"Porque se a questão fosse popularidade, o vice-presidente tem menos aprovação do que eu. Quem não tem voto suficiente, porque jamais foi eleito numa eleição majoritária, não teve 54 milhões de votos, o que fazem? Criam essa roupa de impeachment. Na verdade essa roupa é um disfarce para uma eleição indireta em que o Parlamento passa a indicar o presidente, e não o voto direto e secreto das urnas", criticou.

O estranho esquecimento de Rodrigo Janot

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O jornal Folha de São Paulo listou 11 (onze) atos de Eduardo Cunha (Pmdb-RJ), presidente da Câmara Federal, afastado liminarmente pelo ministro Teori Zavaski, do STF, para além de roubar, achacar e chantagear por sua absolvição dos crimes que cometeu.

Confira a relação:
1 Requerimentos feitos por aliados de Cunha, como a ex-deputada Solange Almeida, para pressionar pagamento de propina da Mitsui
2 Requerimentos e convocações feitos na Câmara a fim de pressionar donos do grupo Schahin
3 Convocação da advogada Beatriz Catta Preta à CPI da Petrobras para “intimidar quem ousou contrariar seus interesses”
4 Contratação da empresa de espionagem Kroll pela CPI da Petrobras, “empresa de investigação financeira com atuação controvertida no Brasil”
5 Utilização da CPI da Petrobras para pressão sobre Grupo Schahin e convocação de parentes do doleiro Alberto Youssef
6 Abuso de poder, com a finalidade de afastar a aplicação da lei, para impedir que um colaborador corrija ou acrescente informações em depoimentos já prestados
7 Retaliação aos que contrariam seus interesses, caso da demissão do ex-diretor de informática da Câmara que revelou a autoria de requerimentos feitos por aliados de Cunha
8 Recebimento de vantagens indevidas para aprovar medida provisória de interesse do banco BTG, de André Esteves
9 “Manobras espúrias” para evitar investigação no Conselho de Ética Câmara, com obstrução da pauta com intuito de se beneficiar
10 Ameaças ao deputado Fausto Pinato (PRB-SP), ex-relator do seu processo de cassação
11 Novas ameaças e oferta de propina ao ex-relator Pinato
Estranhamente o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot esqueceu de incluir nesse rol exatamente a confissão de que ele aceitou o pedido de impeachment contra a presidente Dilma quando o PT informou que os seus três deputados no Conselho de Ética votariam a favor do seu afastamento. Leia mais>>>