Janio de Freitas: nós pré-históricos


O argumento de que a livre posse de armas de fogo, como diz Jair Bolsonaro, "é para garantir às pessoas o legítimo direito de defesa", dá uma decoração enganosa ao seu teor pré-histórico: o governo militarizado entrega à população a tarefa de defender-se da criminalidade que a aflige. O homem das casernas quer o seu contemporâneo de volta à autodefesa que restava ao homem das cavernas.

De alguns milênios para cá, a defesa dos cidadãos é atribuição das forças do Estado para isso mantidas. E aos governos compete dirigi-las com inteligência e civilidade. Na falta dessas qualidades, o roteiro cênico que o governo militarizado propõe é empolgante. Segue-se um trailer.

É nas ruas, nas lojas, nos espaços e eventos públicos que a criminalidade assola o cidadão. Se deve praticar a autodefesa armada, a vítima precisaria fazê-lo, a bala, no lugar público onde é atacada. Como são incontáveis os ataques diários, havendo inúmeros casos sem registro policial, o que o governo militarizado espera é um tiroteio assombroso produzido pelas autodefesas. Seriam tiros o dia todo, todos os dias, em toda a cidade, qualquer que seja.

Pior do que a massificação das armas é a obtusidade em que se ampara tal "reforma". O problema da criminalidade se manifesta pela já existente posse (ilegal) de armas. Armar suas vítimas para pretensa autodefesa não reduz, antes amplia os crimes de tentativa e de homicídio mesmo, agora praticados pelos antigos e por novos usuários de armas. A posse livre e legal de armas não tem como contribuir para a redução da criminalidade cometida como meio de vida ou melhora de vida. Não há como atribuir a raciocínios inteligentes o armamentismo trazido pelo governo militarizado.

XVII artigo do dia



O que o Edy do Pinochet tem a ver com a calça [cu] de [dos] Bolsonaro?



As pessoas que estão compartilhando fofocas sobre um suposto romance do Carlos Bolsonaro com o primo estão esperando o que para entender que isso é muito estúpido? Querem ofendê-lo? Atingir o pai com o "defeito" do filho? Estão competindo pra ver quem é mais quinta série? Ou resolveram jogar fora a máscara de defensores da diversidade pra mostrar que no fundo vocês também não gostam de viado e se ele for mesmo gay deve ser escrachado publicamente?
Não estou defendendo a privacidade do cara, a quem eu também considero repugnante como pessoa pública. Mas não pode ser mais embaraçoso ver companheiros autoproclamados "de esquerda" nessa fofoca! E não só por não haver coisa mais fascista do que tirar alguém do armário à força (quem quer que seja), mas principalmente pelo que significa toda essa insinuação. Um cara que propaga ideias nazistas virar alvo de investigação online sobre uma possível homossexualidade? Onde querem chegar com isso?
Exemplifico com uma notícia que oportunamente coincide com esse fuxico que está rolando no Brasil: foi anunciada a publicação de um livro que reunirá supostas cartas trocadas entre Augusto Pinochet, o ditador chileno, com o senador e ideólogo de direita Jaime Guzman. O livro "denuncia" que ambos teriam vivido um romance. Os trechos divulgados das cartas são de cair o queixo. "Torturaria comunistas só para ver-te sorrir", "Mi Hitler criollo", "Logo nos veremos e será como um tiro na cabeça" "Com muito afeto, seu Ditador".
Pessoas "de esquerda" aqui no Brasil (muitas públicas, inclusive) se apressaram em compartilhar a notícia com comentários de psicologismo leigo sobre a relação entre a sexualidade reprimida e a violência sanguinária do maior genocida das ditaduras latino americanas do século XX. Sério, gente? Ele derramou rios de sangue só porque não gozou gostoso? Conte-me mais...

Pergunto: a que serve historicamente comprovar-se a homossexualidade em um homem desses, senão eximir de responsabilidade todas as forças políticas e sociais que o sustentaram? Não foi então por pressão das elites econômicas chilenas, dos grandes empresários e da igreja que derrubou-se o governo popular de Salvador Allende? Não foi pela continuidade da Operação Condor sobre as Américas que os EUA enviaram seus aviões para bombardear o Palácio La Moneda com o presidente dentro? Não foi sob a desculpa da "ameaça vermelha" que o Chile impediu o avanço de políticas sociais? Não foi por ódio aos pobres? Pela exploração do cobre e do salitre? Pelo alinhamento ao imperialismo norte americano?
Digam então a uma mulher cujo filho tenha sido estripado e jogado de um avião no meio do oceano que na verdade o problema é que o Pinochet queria dar pro coleguinha e não rolou! Convençam a História de que as mais de 80 mil pessoas presas, torturadas e/ou mortas o foram graças aos problemas sexuais de um único homem. Então as mulheres estupradas, crianças desaparecidas, fome, miséria, a entrega de riquezas naturais e a destruição nacional entram na conta do trauma sexual da maricona? Me poupem!

Pode ser, eventualmente, que Pinochet fosse homossexual. E isto pode, sim, ser relevante para estudos psicossociais que relacionem repressão sexual à violência. Ganha a ciência, é verdade. Mas essa discussão não equaciona os fatos políticos para a solucionar a revolução que urge. Só desvirtua e subverte lógicas.
No campo da oposição política, agora a esquerda também é fiscal de fiofó? Sermos moralistas não é só vergonhoso e contraditório, mas estrategicamente burro. Porque o que sustenta esse projeto insustentável que os Bolsonaro apresentam é o discurso moral. Sem isso eles não tem nenhuma força. Os liberais econômicos, sozinhos, não elegem mais ninguém. Por isso a direita não investiu no Amoedo e o Alckmin, coitado, deu com os burros n'água. O negócio é o moralismo!
Estamos hoje no Brasil, sob a ameaça desse grupo conservador que instalou-se no poder com expressiva votação de parcela do nosso povo graças ao discurso da moral. Ou vocês acham que o currículo do Paulo Guedes teve mais influência junto ao eleitorado do que a mamadeira de piroca do whatsapp? Os eleitores abraçaram sem constrangimentos a causa do ódio aos LGBTI's que a família Bolsonaro vendeu. Enquanto fala-se sobre Damares ser uma "cortina de fumaça" para camuflar os já aparentes indícios de corrupção e autoritarismo, a mim evidencia-se que o Delinquente da República está entregando o que prometeu: aos eleitores, a exclusão dos LGBTIs e o porte de armas, e aos patrocinadores, a flexibilização do Estado para explorações e massacre. Calculem a equação que resultará disso.
Todos sabem, inclusive muitos eleitores do Bolsonaro já suspeitam, que esse governo é uma desgraça para o país e para o povo. Mas ele tende a se manter no poder com tranquilidade enquanto for capaz de manipular o medo irracional, quase supersticioso, da ameaça imoralíssima que vem da esquerda. Damares tem papel fundamental na manutenção de Bolsonaro no Planalto. Parem de ajuda-la! Deixem o rabo do Carlucho dentro das cuecas e cuidemos de descobrir como combater esse governo assumidamente evangélico fundamentalista com inteligência.
Precisamos estar fortes, como diz a canção, mas precisamos também, e muito, estarmos atentos!
Salvador, 17/01/2019 
por Beatrice Papillon
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Temer, Padilha, Moreira, Lorenzoni, Queiroz, cadê o Moro?

O ministro da Justiça Sérgio Moro é o típico personagem deste governo que espanta o país e o mundo. Quando juiz de Curitiba, posou de valentão e vestiu a fantasia de Torquemada. Um artigo de jornal, um pedalinho e um roupão com iniciais eram suficientes para incriminar o ex-presidente Lula. Em nome de indícios tão "robustos", humilhou o maior líder popular da história do país. Terminou por confinar Lula a uma solitária com base num processo fraudulento, enquanto combinava sua indicação para o gabinete de Jair Bolsonaro. Cometeu uma sucessão de crimes funcionais deliberadamente abafados pela corporação judiciária.

Moro agora está nu. Suas pretensas convicções de limpar o país, como se vê nos dias atuais, não passavam de parolagem para integrar o esquema destinado a destruir a oposição, o PT em particular.

Michel Temer, Moreira Franco, Eliseu Padilha, para não falar de outros, hoje são cidadãos comuns. Perderam o foro privilegiado que os mantinha a salvo da avalanche de processos de que são alvos. A somar as roubalheiras de que são acusados, a quantia supera em muito os supostos valores de que Lula é acusado, sem provas, de se beneficiar. Deveriam estar respondendo à Justiça a partir de primeiro de janeiro. Mas estão aí, livres, leves e soltos.

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O caso do laranja Fabrício Queiróz é ainda mais escabroso. As evidências de que o cidadão manipulava verbas do povo em favor da famiglia Bolsonaro são claras como a luz solar. Após o vídeo em que o "brother" do clã contracena saltitante com uma haste de soro, embora alegue enfermidades para não depor, a situação dispensa maiores comentários. A título de comparação: quem não se lembra, por exemplo, de que o ex-ministro Guido Mantega foi preso no mesmo hospital Albert Einstein num momento em que sua mulher passava por uma cirurgia de risco? Precisa desenhar?

Do ministério atual nem é preciso se estender. O chefe do meio ambiente é acusado de intermediário em transações irregulares de licenças ambientais. A ministra veneno, da Agricultura, está encrencada com negociatas com a JBS. E o Lorenzoni? Acusado de caixa-dois, foi perdoado por Moro porque "reconheceu" o erro. A sentença mais rápida do oeste. Mas aí apareceu outra denúncia contra o mesmo Lorenzoni. O ministro da Justiça deve achar que "não vem ao caso", como dizia diante dos argumentos da defesa do ex-presidente Lula.

Sérgio Moro desmoraliza-se ainda mais rápido do que quando foi ungido a "faxineiro" de improbidades. Em dobradinha com a procuradora Raquel Dodge e o STF, constitui a turma do abafa o caso. Quando interpelado, ou foge dos jornalistas ou muda de assunto: manda meia dúzia de soldados para o Ceará e não consegue conter o ataque de facções do crime organizado.

Demite funcionários que não podia e que continuam trabalhando pouco se lixando para seus decretos. Passa um vexame internacional no caso Cesare Battisti. Só lhe resta encarregar a mulher de postar twitters para defender as prevaricações do marido.

Quando o próprio ministro da Justiça é o primeiro a encobrir as aberrações e roubalheiras à sua volta, é impossível esperar qualquer coisa de positiva neste governo. Como, aliás, era de se prever. É daí para pior.

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Salmo 125

Os que confiam no Senhor são como o monte Sião, que não se pode abalar, mas permanece para sempre. Como os montes cercam Jerusalém, assim o Senhor protege o seu povo, desde agora e para sempre. O cetro dos ímpios não prevalecerá sobre a terra dada aos justos; se assim fosse, até os justos praticariam a injustiça. Senhor, trata com bondade os que fazem o bem, os que têm coração íntegro. Mas, aos que se desviam por caminhos tortuosos, o Senhor infligirá o castigo dado aos malfeitores. Haja paz em Israel! 
Salmo 125

GloboNews: Moro mente mais uma vez contra Lula

Ontem, o Ministro da Justiça de Bolsonaro, Sérgio Moro, mentiu mais uma vez sobre Lula, agora caindo em contradição com o que ele mesmo assinou como juiz.
Quando tinha esse cargo, Moro escreveu o seguinte despacho no dia 19 de julho de 2017:

“Este juízo jamais afirmou na sentença, ou em lugar algum, que os valores obtidos pela construtora OAS nos contratos com a Petrobras foram utilizados para pagamento da vantagem indevida para o ex-presidente”.
Ou seja: Mesmo Moro dizia que Lula não tinha recebido recursos desviados da Petrobrás. E isso depois da maior devassa contra uma pessoa da história da Justiça brasileira. Não acharam nada. Saiba mais sobre esse despacho de Moro aqui.
Por isso a sentença de Moro teve que condenar Lula por “atos indeterminados” e por apartamento “atribuído” ao ex-presidente no Guarujá que nunca foi dele. Por que não achou nada: nem ato criminoso, nem vantagem indevida.
Ontem na Globonews Moro disse diferente disso que ele mesmo escreveu e assinou, fazendo discurso de que Lula teria recebido recursos desviados da Petrobras, o que não tem base alguma, nem nas sentença do próprio Moro.
É só mais uma das muitas prova de obsessão, parcialidade, perseguição política e até de crimes cometidos por Moro contra Lula.

Pode ser levada a sério a sua sentença contra Lula, que o impediu de disputar as eleições e ajudou Bolsonaro a chegar ao poder?










SOS fitness

- Me ajudem por favor.
Faz 4 meses que estou pagando academia e não emagreci nada.
Já aconteceu com vocês?
Pelo jeito vou ter que ir lá pessoalmente ver o que está acontecendo.

- Quer dizer que além de pagar tu tem que  frequentar? Presta não, é caça -niquel. Procura outra.
Recebido por e-mail

PIB, antes do golpe significava - Produto Interno Bruto. Depois do golpe significa: Pobreza Imoral Brasileira

O PIB que cresce agora é o "Pobreza Interna Bruta", por Fernando Brito - Tijolaço
A Comissão Econômica Para América Latina, orgão da ONU - Organização das Nações Unidas -, apresenta números avassaladores.
O número de miseráveis nos países latino-americanos subiu e coube ao Brasil a posição de “locomotiva” desta marcha-a-ré.
Diz o El País que “o aumento da pobreza extrema da América Latina se explica, em boa medida, pela má evolução do Brasil, disparadamente o país mais populoso da região, que entre 2015 e 2017 viu a pobreza extrema saltar de 4% para 5,5% da sua população”.
1,5% de uma população de pouco mais de 200 milhões de pessoas são mais de três milhões de seres humanos. Oito milhões de miseráveis passaram a ser 11 milhões.
Gente que vive com menos de 1 dólar por dia.
Considerado o conceito de pobreza – US$ 2 dólares por dia – são 40 milhões, 19,9% da população.
Até agora, o que se expôs para vencer este problema foi o de o projeto da bala.
Logo adiante, ao que parece, trata-se de passar os direitos previdenciários pelo liquidificador.
Somos um caso sui-generis de país que diz apostar em desenvolvimento econômico com empobrecimento da população.
Só se PIB agora significar “Pobreza Interna Bruta”.

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