A espera
O Globo entrevista Carlos Araújo ex-marido da Dilma
A rotina do advogado de 72 anos, que se levanta às 3h para ir ao escritório, onde defende causas de operários, em nada se parece com o glamour da vida de Dilma em Brasília. De hábitos simples, Carlos sofre de enfisema.
Vive acompanhado de dois cachorros e, atualmente, da ex-sogra, dona Dilma Jane, e de uma tia da candidata, dona Arilda. Apesar do tubo de oxigênio na sala e da proibição de fumar, não foi desautorizado pelos médicos a tomar uma cervejinha diária, “não muito gelada”.
Há dez dias, ele relembrou sua história com a ex-mulher, que acompanha da sala com dois telões de LCD — um para o noticiário e outro para os jogos de futebol.
Carlos diz que não ajuda na campanha por causa da doença, que o impede de suportar o clima seco de Brasília. A última vez que visitou a ex-mulher foi quando ela teve câncer, no ano passado. Ficou com ela uns 10 dias no início do tratamento. Em setembro, voltaram a se encontrar, quando ela esteve no Rio Grande do Sul: — Não faço nada na campanha. Gostaria muito de estar em Brasília, na retaguarda, ajudando em algo. Mas não posso.
Após a separação, no fim da década de 90, Dilma comprou um apartamento no mesmo bairro para que os dois continuassem próximos, por causa de Paula. Dilma não se casou novamente.
Carlos tem uma namorada, que diz dar-se muito bem com Dilma.
— Presidente tem essa coisa da primeira-dama. Se um dia a Dilma precisar, estarei a seu lado — diz Carlos.
Viveram 30 anos juntos e até hoje Carlos tem admiração inequívoca pela ex-mulher. O temperamento forte dela não é negado por ele. Mas “aqui em casa nunca teve esse negócio de dar murro na mesa”, diz ele sobre a fama da ex-ministra em Brasília. Em entrevista ao GLOBO, Carlos relembra o passado e diz acreditar na vitória de Dilma.
Ela era linda, um espetáculo! Esse negócio que falam de amor à primeira vista, né?
Uma inteligência muito forte e pujante. E sua beleza.
Namorávamos, às vezes, no apartamento em que a gente ia, mas a gente não podia ficar por questão de segurança. Namorávamos em praças, bairros mais retirados. De vez em quando ali por Ipanema, Jardim de Alá.
CARLOS: Mas só formalmente, o casamento já estava se desfazendo, não conviviam mais, viviam foragidos.
Quando nos conhecemos, ela falou para o marido que íamos viver juntos. Eu e o marido dela ficamos amigos, militamos juntos. Ele foi para o exterior, se casou, teve filhos. Em 76, voltou e veio morar na minha casa. Eu o abriguei por um bom tempo.
Não era nosso estilo um mandar no outro. Foi uma bela convivência. Tivemos uma vida boa juntos, tenho recordação boa, não é saudade.
Ela foi presa sete meses antes de mim. Eu estava no Rio.
Antes, ficamos incomunicáveis.
Era uma loucura! Tinha cartazes nas ruas, aeroportos, rodoviárias, com nossos nomes e foto escrito “procurados”. Depois que fui preso, passei por um lugar por onde ela já tinha passado, na Rua Tutoia, na tortura.
Depois fui para o Dops e para o presídio. Ela já estava no presídio, mas não nos vimos. Três meses depois, ia ser transferido para o Rio, me botaram num camburão e eu vi, de longe, que ela estava no outro camburão.
Íamos ser ouvidos no Rio e fomos para a frente do juiz. Nos abraçamos rapidamente e logo nos separaram. E só fomos nos ver de novo um ano depois, no presídio de Tiradentes, em São Paulo, onde tínhamos direito a receber visita da família juntos.
CARLOS: Sim. Ela foi a Minas, visitar os pais e veio morar nesta casa, com meus pais. Depois que fui solto, moramos juntos 30 anos.
CARLOS: Eu ficava na prisão e ela aqui. Não dava para fugir de lá, era uma ilha pequena. A gente não ficava na casa da pólvora. Só à noite. A prisão era a ilha.
(Quando Lula a escolheu) Acho que ela estava no lugar certo na hora certa. E o Lula escolheu muito bem. Que presidente pode contar com uma pessoa como a Dilma, confiar cegamente que não vai ter bola nas costas? Ela tem o sentimento profundo da lealdade.
Foi difícil para ela passar por essa transformação? Plástica, cabelo, voz...
CARLOS: Não foi nenhum sacrifício.
Fui até enfermeiro dela quando fez a plástica. Dilma nunca se preparou para ser presidente e teve que encarar. A plástica foi bem, não foi aquela coisa exagerada, ela assimilou bem, acho que gostou.
Antigamente, a Dilma era como eu. Sou atirado nas cordas. Ela também era meio atiradona mas, depois de um certo momento, ela tomou gosto. Gostou de se pintar. Gostou de se arrumar bem, de ir no cabeleireiro toda a semana, fazer as unhas.
Não titubeou, nem tinha receio.
Pelo menos, não revelou.
CARLOS: Nos pegou desprevenidos.
Quando ela falou a primeira vez, ficamos muito emocionados, sensibilizados, preocupados.
Mas ela disse: tudo indica que é benigno. Ela disse que tudo indicava que não era maligno, mas sentia energia de enfrentar a situação mesmo que fosse o pior. A gente só pensou em dar carinho e ser solidário.
Ela fez quimioterapia para cortar aquele quisto, para não se tornar maligno.
O que ela tem de perigosa? A Dilma nunca pegou em armas.
Não era o setor dela.
Desde quando pegar em armas é terrorismo? A gente tem orgulho do que viveu, era uma jovem corajosa, desprendida, entregando sua juventude, sua dor. Foi para a luta achando que ia morrer.
Muita coisa que fizemos foi equivocado politicamente, tudo bem. Mas isso é outra coisa.
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SÚPLICA A DEUS BRASILEIRO NO TEMPO ELEITORAL
Meu Deus Brasileiro concede que assim te chame e assim ti clame,
Ao contemplar a grandeza e a beleza que de ti emana em nossos mares e biomas,
Em nossa gente tão diversa e tal capaz, em nossa Pátria tão grandiosa e graciosa, Brasil!
Eu sei que És a fonte e a origem da Vida, e que é pouco demais chamar-te com nossas palavras e títulos. E nenhuma intenção, por melhor que seja, pode reduzir-te ao nosso gênero homem ou mulher e às nossas intenções particulares! És tudo em todos e em todas as criaturas!
Ó Deus Brasileiro, que o teu Espírito sopro e luz, se faça presente nestes instantes em que estamos mergulhados na maior campanha eleitoral de nossa história.
Ilumine-nos e desarme-nos das ambições pessoais, de nossos medos e preconceitos,
que nos aprisionam ao que já passou e não serve mais como sementes do futuro!
A presença das mulheres nesta campanha para Presidente é sinal e elemento de Esperança e afirmação de mudança, para o país que precisamos construir.
Que nada, ó Divina Estrela Guia, possa interromper essa caminhada rumo ao dia
Em que uma mulher possa assumir o posto de Servidora Pública Número 1 de nossa Pátria e de nossa gente, principalmente das grandes maiorias sem terra, sem teto, sem toda assistência que um Governo e um Estado devem ao seu povo!
Dá-nos, a nós homens, a humildade que nos livra de todo machismo! Cura as mulheres que também foram contaminadas por tal doença!
Liberta-nos de candidatos e candidatas que usam o dinheiro, as ameaças, as mentiras para confundir e entravar nosso caminho de amadurecimento na democracia popular!
Confunde, sim, a quem em teu nome sagrado, usa a palavra, a fé e os altares, numa falsa postura não partidária, para semear nos corações a dúvida, o medo e o preconceito, contra quem não reza de seu jeito!
Livra-nos dos poderosos escondidos na escuridão e nos bastidores do poder, criminosos e traficantes de interesses dos inimigos do Brasil!
Tua força esteja na nossa união, quando movida para o bem maior! Tua justiça brilhe em nossos sonhos e atos para criamos leis e instrumentos como a da Ficha Limpa e outras que precisamos para fazer da Política bons ensaios do teu Reino entre nós!
Bendito seja, ó Deus Brasileiro, pelos avanços conquistados, pelos homens e mulheres que não se venderam e nem se renderam ao poder das elites do dinheiro, do latifúndio, da grande mídia, do grande mercado!
Bendito és, pela juventude militante, que sabe distinguir onde está o rumo certo e segue adiante, sem medo de aprender com os possíveis erros, contando com tua luminosa presença!
Seremos vigilantes em teu nome! Seguiremos adiante, animados pelo firme exemplo de Maria, mãe de teu filho, que canta pelos séculos a derrota dos poderosos e a vitória dos humilhados em todas as nações da terra, também do nosso Brasil! Assim seja!
Zé Vicente – poeta e cantor da caminhada popular.