Desmancha-se o blocão sonhado pelo PMDB

"Se alguém pensa que com ameaças vai conquistar seus interesses, vai perder. Não é um, nem serão dois partidos que vão definir a composição das mesas da Câmara e do Senado", avisa o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, ao analisar a tentativa de formação do bloco partidário comandada pelo PMDB.


O ministro tem toda razão. Como, aliás, está certa a bancada do PT na Câmara, ao não aceitar a tese esdrúxula de rodízio na presidência da Casa. A vingar uma proposta destas, os deputados federais petistas estão certos quando estabelecem que ela tem de prevalecer também para a presidência do Senado, onde os peemedebistas elegeram a maior bancada e tem o direito de presidir a Mesa.

Fora daí, e no sistema presidencialista vigente no país, nem merece maiores comentários a aberração representada pela constituição de um bloco para pressionar por cargos ou pleitear o congelamento da atual participação dos partidos no futuro governo.

A legítima participação dos aliados no novo governo



Até porque a presidenta eleita, Dilma Rousseff (PT) comandará os entendimentos com o seu e os demais partidos para assegurar a governabilidade à futura administração dentro do mais absoluto respeito aos acordos firmados quando da composição da aliança política que a elegeu.


Nem pode estar em questão nem ser posto em dúvida o fato de que a presidenta, respeitada a sua autoridade suprema na escolha dos componentes e na formação de seu governo comporá os quadros de sua administração de acordo a vontade soberana das urnas.

É evidente que ela reconhece como legitima e necessária a participação em seu governo dos partidos que a apoiaram na aliança política e na coligação partidária que sustentaram sua candidatura e campanha eleitoral.

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Prêmio Vivaleitura

Os vencedores do Prêmio Vivaleitura 2010 serão conhecidos amanhã [19], em Brasília.
A cerimônia terá a presença de representantes do Ministério da Educação, da Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Cultura, Ciência e Educação (OEI) e da Fundação Santillana.
Serão escolhidos os três projetos que levarão o prêmio de R$ 30 mil, cada um.
O trabalho “Ler para Crer: oficinas itinerantes”, de Fortaleza (CE), é finalista do Vivaleitura e concorre ao prêmio na categoria “Sociedade”.
O projeto é uma proposta de extensão da [UFC] e inclui a realização de oficinas e mutirões para a criação de bibliotecas comunitárias.
Sobre o prêmio
O Vivaleitura recebeu este ano 1829 inscrições de trabalhos de incentivo à leitura e acesso aos livros, de todas as regiões do país.
O prêmio reúne de 12 mil projetos inscritos ao longo de 05 edições, o que faz da iniciativa a principal premiação individual de reconhecimento ao incentivo à leitura no Brasil.
Os projetos que concorrem ao Vivaleitura 2010 são provenientes dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Piauí, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Bahia, Ceará e Amapá.

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Gerenciador de blogs para iPhone/iPod.

Estou nesse momento testando um aplicativo muito interessante para iPhone e iPod, é o blogpress! Custando apenas $2,99 na App Store e com uma interface super simples e funcionabilidade de gerenciamento incrível, o blogpress se torna uma ferramenta onde você pode simplesmente tirar do bolso seu iPhone em um momento de ispiração, começar a digitar e aonde quer que esteja você pode publicar o seu post! (No caso do iPod é preciso uma rede wi-fi).

Ele tem opção de gerenciar multiplos blogs e da suporte aos principais servidores de hospedagem como "blogspot", "worpress" entre outros. Como podem ver estou escrevendo esse post direto do aparelho, o que prova a facilidade de digitar no teclado horizontal que o programa possibilita usar (o que é muito bom, principalmente para quem não fez o update do sistema pra 3.0, que torna isso uma função padrão do aparelho). Outra função muito interessante de postagem é a opção de poder bater uma foto na hora com o celular ou usar as fotos do arquivo e publicar junto com o post.

[podem ver ao fundo o corpo desse post e o exemplo de subir a foto]
Uma outra coisa legal no gerenciamento de publicar fotos é a facilidade de apenas clicar em cima dela e ja aparecer as opções de formatação no texto.

Se você tem uma dessas belezinhas de aparelho e tem um blog, fica ai a dica! Eu fiz toda a edição desse post pelo próprio programinha, vale a pena gastar $2,99!

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Quem escreve

Fábio Kohn
Tenho 24 anos e apaixonado por tecnologia! Espero poder compartilhar com todos algumas coisas e assuntos relacionados a Video-game, gadgets, Computadores, Tecnologia, series de TV, assuntos Geeks, noticias em geral e um pouquinho de mim também! God lover, Games Lover! Geek, PS3, PSP, Iphone. Amante de tecnologia, não saio de casa sem gadgets. No Twitter@fmkohn

CDES - Uma vitória da sociedade


 Um dos aspectos mais extraordinários da era Lula foi a criação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), conhecido como "Conselhão", que reúne representantes de diversos setores da sociedade.

A Lei nº 10.683, que o criou em 28 de maio de 2003, estabelece que cabe ao CDES assessorar o presidente da República na formulação de políticas e diretrizes específicas, e apreciar propostas de políticas públicas, de reformas estruturais e de desenvolvimento econômico e social que lhe sejam submetidas por ele, tendo em vista a articulação do governo com representantes da sociedade.

Cabe à Secretaria de Relações Institucionais da Presidência coordenar e secretariar o funcionamento do Conselho, que é presidido pelo presidente. Ao todo, há 87 conselheiros da Sociedade Civil no colegiado.

Para nomeação dos integrantes, o Presidente busca combinar a representatividade setorial, abrangência social, densidade política e capacidade para contribuir e repercutir os debates sobre temas fundamentais para o desenvolvimento do País.

Pois bem, o intento foi alcançado com imenso sucesso, ainda que não seja devidamente avaliado por setores da mídia. Pouco importa. O que vale é que o CDES criou um território para a cidadania se expressar diante dos tomadores de decisão e, sobretudo, para o exercício do diálogo entre setores que mal se conheciam ou se relacionavam em bases de preconceito.

Muitas vezes me perguntam o que o Conselhão faz e para que serve. Mesmo pessoas bem-informadas não conseguem saber exatamente o que acontece por lá.

A forma mais prática de explicar é mostrando os resultados obtidos. Muitos temas específicos, como a criação do crédito consignado, que deu origem à extraordinária expansão do crédito na era Lula, foram discutidos lá. As medidas anticíclicas de combate aos efeitos do crash de 2008 foram igualmente iniciadas no Conselhão.

Também as novas normas contábeis tiveram sua implementação provocada a partir de debates entre os conselheiros do CDES, em especial, Antonino Trevisan.

Foram dadas ainda contribuições para a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, a Lei de Falências, bem como para as disposições de melhoria das condições de trabalho para quem labuta nas lavouras de cana-de-açúcar. As contribuições do CDES à tomada de decisões do governo justificam um livro. Não apenas um artigo.

Porém, mais do que ajudar a levar adiante o aperfeiçoamento de políticas públicas, o CDES permitiu um inédito diálogo entre segmentos da sociedade que se relacionavam sob desconfiança.

Mesmo com diferenças de ponto de vista, as lideranças de trabalhadores e de empresários trocam ideias produtivamente sobre o futuro do Brasil. Temas e preocupações típicas de um setor ou de outro já são entendidas de forma mais democrática. Sobretudo, tolerante.

É importante ressaltar que as atividades dos conselheiros é não remunerada, conforme previsto no § 7º, art. 8º da Lei 10.683/03.

É um orgulho para o país ver as principais lideranças dos trabalhadores convivendo com personalidades do mundo empresarial e de demais estratos da sociedade civil.

A relevância do que ocorreu nos oitos anos da era Lula está frutificando. E isso pode ser percebido não apenas pelo interesse que o Conselhão desperta no mundo, mas também pelo anúncio de que unidades da federação, como o Distrito Federal, o Rio Grande do Sul e a Bahia, seguirão o exemplo federal e criarão seus conselhos.

A eleição de Dilma Rousseff significa a continuidade do CDES e, provavelmente, o seu fortalecimento. Com a combinação de capilaridade junto à sociedade e sua representatividade perante o governo, o conselho será vital para o debate de questões críticas que remanescem na agenda do país.

 Murillo de Aragão é cientista político

NASA - Buraco Negro

Quando leio noticias  do tipo desta abaixo, lembro sempre duma anedota. 
O rei pergunta:
- Camões quantas estrelas tem no céu? Camões responde um número grandioso. O rei indaga: 
- Como você sabe? 
- Conte...
Imagem divulgada pela Nasa do buraco negro supermassivo Sagitário A*, que fica no centro da Via Láctea
Pela primeira vez, cientistas acreditam haver testemunhado o nascimento de um buraco negro. Ele começou há 30 anos quando uma estrela a 50 milhões de anos-luz de distância implodiu, colocando em movimento eventos que criaram uma região onde a gravidade é tão grande que nada consegue escapar dali, nem mesmo luz.
A observação inicial da estrela explodindo em 1979 foi feita por um astrônomo amador de Maryland Ocidental, mas cientistas de primeira linha da profissão estudaram-na intensamente com telescópios orbitais de raios X cada vez mais sofisticados.
Ao anunciar a descoberta na segunda-feira, na sede da Nasa, os pesquisadores disseram que embora as informações que coletaram sejam consistentes com o nascimento de um buraco negro bebê, eles não podem descartar outras possibilidades. No entanto, eles falaram entusiasticamente sobre o que estão aprendendo e aprenderão sobre a evolução de buracos negros.
“Nunca conhecemos anteriormente o dia de nascimento exato de um buraco negro, e agora podemos observá-lo crescer para se tornar uma criança e um adolescente”, disse Kimberly Weaver, um astrofísico do Centro de Voos Espaciais Goddard da Nasa.
Os pesquisadores não só consideram isso pioneirismo científico, mas o nascimento de um buraco negro em tempo real oferece uma mensagem pouco apreciada sobre nossa galáxia e o universo: ele está em constante transformação. Estrelas parecem ser permanentes, mas elas nascem e morrem; buracos negros são criados, ficam maiores e com o tempo, também definham.
Brilho. A teoria da existência de buracos negros foi apresentada pela primeira vez por Albert Einstein e ela é agora um fato bem aceito em astronomia e cosmologia. Embora eles definam a escuridão, os buracos negros podem realmente ser muito brilhantes – ou, ao menos, o disco que rodeia o buraco e suga matéria para seu interior. Esse processo cria atrito e luz quando massas enormes de matéria são sugadas rodopiando para o que poderia ser pensado como um ralo de cozinha.
O possível nascimento de um novo buraco negro foi anunciado pela implosão da supernova 1979C, detectada pelo astrônomo amador Gus Johnson de Swanton, Maryland, quando ele viu uma estrela se tornando repentinamente brilhante. A presença da supernova foi registrada e logo depois acompanhada por astrônomos usando novos e mais potentes telescópios de raios X.
Os pesquisadores disseram que o que acreditam que seja um buraco negro tem cerca de cinco vezes a massa de nosso Sol e foi formado pela explosão de uma estrela com cerca de 20 vezes a massa do Sol. / TRADUÇÃO DE CELSO M. PACIORNIK

A encrenca de uma coalizão muito ampla

Boca demais para pouco pirão
Não é bom ter o PMDB como amigo. Pior ainda tê-lo como inimigo. A presidente eleita, Dilma Rousseff, já deve ter percebido o tamanho do barulho que o PMDB faz e a enorme capacidade do partido de desferir golpes rápidos e certeiros em seus aliados, quando o assunto é participação na máquina do governo. Sozinho, o PT, com sua bancada de 88 deputados na Câmara, será incapaz de se contrapor a isso. E não parece ser do perfil da eleita dar nó em pingo d'água, como conseguiu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à base da estratégia uma no cravo, uma na ferradura.
Pragmático, o presidente Lula, já na formação de seu primeiro governo, acenou para a sociedade como se sua eleição tivesse sido o produto de uma aliança política mais ampla do que realmente foi. A escolha de ministros comprometidos com a política ortodoxa, no campo da economia, teve a compensação que poderia dar naquele momento, diante da grave crise econômica que o Brasil atravessava: a imediata execução do Programa Fome Zero, posteriormente Bolsa Família, que integrou todos os programas de transferência de renda existentes.
O lado mais curioso dessa ampla coalizão (do ponto de vista da diversidade ideológica dos partidos aliados) foi a solução dada por Lula à Agricultura. Lula tomou o agronegócio como prioridade de governo e manteve o Ministério da Agricultura nas mãos de pessoas ligadas aos grupos ruralistas, que deram ao seu governo mais trabalho do que apoio no Congresso. No outro lado da balança, manteve um Ministério do Desenvolvimento Agrário sempre nas mãos de ministros ligados a movimentos sociais pela reforma agrária. A síntese dessa contradição foi um grande apoio ao agronegócio, mas uma política ativa de crédito e transferência de tecnologia voltada para a pequena propriedade e para a agricultura familiar. O Ministério de Desenvolvimento Social trabalhou articuladamente com o MDA junto a essas famílias, que pelo menos no início do governo estavam inseridas nos bolsões de miséria sob a mira das políticas sociais do governo. Agora já devem ter subido um pouco na escala social. 
Lula manteve sob permanente conflito o Ministério da Defesa, no segundo mandato sob a batuta de Nelson Jobim, e a Secretaria Especial de Direitos Humanos, primeiro sob Nilmário Miranda, depois sob Paulo Vannucchi, ambos comprometidos com o "direito à memória e à verdade", ou seja, o esclarecimento das mortes, desaparecimentos e torturas ocorridas durante a ditadura militar (1964-1985). Mais do que seus antecessores, Jobim intermediou as pressões dos militares para deixar as coisas como estão.
No segundo governo, Lula levou às pastas da Economia essa lógica do confronto. Caiu Antonio Palocci, que manteve no Ministério da Fazenda os quadros do governo de FHC e a formulação de política ortodoxa, e colocou Guido Mantega, "desenvolvimentista" - mas com o contraponto de Henrique Meirelles no Banco Central. Acabou dando certo durante a crise a política de forte intervenção do Estado na economia, via Mantega, e de curva muito lenta de declínio dos juros, via Meirelles. Mas o câmbio certamente pagou por isso.
No primeiro mandato, o confronto nas posições de política econômica incluiu também a Casa Civil, sob o comando de José Dirceu. A guerra, aí, não era apenas entre posições sobre política econômica diferentes, mas uma disputa pelo poder no governo e no PT. Com a queda de Palocci e a ascensão de Dilma à Casa Civil, esse foco de conflito diluiu-se e mais tarde, no auge da crise, houve um grande movimento de consenso entre Fazenda, Casa Civil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em torno de medidas anticíclicas que se mostraram mais eficientes do que a política ortodoxa adotada no governo anterior como resposta a sucessivas crises internacionais.
O bloco que está sendo articulado pelo PMDB com os pequenos partidos de direita na Câmara pretende puxar o governo para um ministério não apenas com muitos pemedebistas, mas mais conservador e menos progressista, em relação à dosagem feita por Lula. Para o PT, existe a opção de fazer também um bloco à esquerda, com os pequenos partidos de esquerda, mas ainda assim organizaria um bloco menor do que o conseguido pelo PMDB.
Resta saber como Dilma reage a esse tipo de pressão. Até o momento, pelas notícias saídas da equipe de transição, ela parece não ser partidária da lógica do conflito, que definiram, ao fim e ao cabo, os resultados do governo Lula. Dilma tem feito primeiro as formulações de políticas públicas. Os nomes, ao que tudo indica, virão depois de definido o rumo que ela quer para cada área. Na política econômica, já deixou claro que não trabalhará com a contradição entre política econômica heterodoxa e política financeira ortodoxa. É certo que o Brasil é outro - e Lula assumiu sob um quase default -, mas a presidente eleita declarou, com todas as letras, que perseguirá uma política de juros menores. O presidente do BC terá de se adequar a isso. Tem expressado também que aprofundará as políticas sociais de transferência de renda. Agora, é ver com adequa as políticas à escolha dos nomes.
A articulação de setores do DEM para incorporar o partido ao PMDB é assunto que, nesse momento, voltou para a gaveta. A avaliação feita pelo partido, na reunião da Executiva ocorrida na terça-feira, é a de que a articulação foi comprometida pela precipitação de alguns setores. Isso teria de ser articulado com muita habilidade, sob pena de provocar grandes resistências de diretórios regionais. E foi o que acabou acontecendo.
O interesse mais imediato na história é do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. E a quem a maioria atribui a culpa de ter levado o partido a apoiar José Serra, contra a convicção de quadros políticos importantes, de que o tucano paulista teria poucas chances de vitória. O filme do prefeito está um pouco queimado. E a discussão do que fazer com o partido foi adiada para depois da posse do novo Congresso.
Maria Inês Nassif é repórter especial de Política. Escreve às quintas-feiras
E-mail maria.inesnassif@valor.com.br 

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O prefeito e o coronel

O coronel e o prefeito 

A atuação política da família do ministro Gilmar Mendes


por Leandro Fortes, na CartaCapital
Obcecada por destruir um adversário político, 
a família do ministro Gilmar Mendes não mede esforços. Vale até arruinar as finanças de sua terra natal


Eleito em 2008 prefeito de Diamantino, a 208 quilômetros de Cuiabá, o notário Erival Capistrano enveredou-se por um pesadelo político sem precedentes. Nos últimos 23 meses do mandato, Capistrano, do PDT, foi cassado e reconduzido à prefeitura três vezes. Ao todo, ficou no cargo apenas nove meses. Os outros 14 foram ocupados pelo candidato derrotado nas urnas, Juviano Lincoln, do PPS, graças a um jogo de manobras judiciais que transformou a vida de Diamantino num caos político e administrativo. A cada troca de prefeito, os cofres municipais sofrem um rombo de, aproximadamente, 200 mil reais. Por conta dessa situação, o lugar caminha rumo ao precipício contábil e social.
Antes como candidato e agora como prefeito eventual, Lincoln é patrocinado politicamente pela oligarquia local, comandada pela família do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Mendes usa, inclusive, expedientes do velho coronelismo nativo: vale-se de meios de comunicação sob seu controle para atacar o adversário político. A TV Diamante, retransmissora do SBT no município, virou arsenal de baixarias contra o grupo de Capistrano comandado por um preposto da família, o técnico rural Márcio Mendes. A emissora, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), é uma concessão para fins educativos à União de Ensino Superior de Diamantino (Uned), instituição de ensino superior fundada pelo ministro do STF.
A vida do prefeito eleito de Diamantino se tornou um inferno por ele ter “ousado” vencer as eleições de 2008 contra Lincoln, escolhido para suceder ao veterinário Francisco Mendes, irmão mais novo do ministro. Chico Mendes, como é conhecido na cidade, foi prefeito de Diamantino por dois mandatos, entre 2001 e 2008, pesou a influência política do supremo irmão. Nas campanhas de 2000 e 2004, Gilmar, primeiro como advogado-geral da União do governo Fernando Henrique Cardoso e depois como juiz da Corte, não poupou esforços para eleger o caçula da família. Levou a Diamantino ministros para inaugurar obras, lançou programas federais e circulou pelos bairros da cidade, cercado de seguranças, para intimidar a oposição.
Em setembro de 2008, a família Mendes  aliou-se ao grupo político do ex-governador Blairo Maggi, eleito agora para o Senado. Os Mendes migraram do PPS para o PR e engrossaram no estado a base de apoio do presidente Lula. Não adiantou. Um mês depois, seriam surpreendidos pela vitória de Capistrano por pouco mais de 400 votos de vantagem. O prefeito eleito anunciou, de imediato, a contratação de uma auditoria para verificar as contas da administração anterior, alvo de denúncias de má gestão e desvio de dinheiro. Capistrano conhecia o tipo de inimigo que havia vencido, mas não tinha noção da fragilidade de sua vitória.


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