João Paulo II

[...] Papa corrupto, leniente com a pedofilia e extremamente político é o que afirma o crítico britânico David Yallop.

Leia a entrevista abaixo:


O que o senhor achou da beatificação de Karol Wojtyla?
Pelos próprios parâmetros do Vaticano, está havendo muita pressa no julgamento disso. De fato, é a primeira vez desde que ele morreu que uma pessoa recebeu o benefício da remoção do que eles costumavam chamar de "advogado do diabo", ou seja, um clérigo sênior que era nomeado para tomar uma posição bem crítica em relação a todas as provas que fossem reunidas para que qualquer pessoa seja considerada para a beatificação. Mas (essa posição) foi abolida, ironicamente por João Paulo II. Então, ele se beneficiou de sua própria decisão. Aliás, este é o homem que criou mais santos no curso de seu papado, de 1978 até 2005, que todos os papas antes dele juntos.
Por que essa pressa?
Do momento em que ele se tornou papa, as mentiras e as desinformações começaram. É dito que ele se comportou de forma corajosa durante a Segunda Guerra Mundial e que salvou as vidas de muitos judeus. Isso não é verdade. E dito que ele sofreu muito durante a guerra, trabalhando em condições de escravo. Isso não é verdade, ele tinha um trabalho assalariado, pago pelo Reich... Eu acho que o Bento XVI foi obrigado a fazer isso pelas pessoas a seu redor. Você lembra quando o João Paulo II morreu, teve aquela grande erupção na Praça de São Pedro pedindo para beatificá-lo imediatamente. Então, com menos de dois meses depois de sua morte, eles já haviam começado o processos. Não se tem notícias sobre algo assim! Mas eu acho que o que eles temiam eram pessoas como eu e das coisas que nós descobrimos e tornamos públicas.
Em seu livro o senhor denuncia a corrupção no Vaticano. O que lhe faz pensar que João Paulo II fazia parte dela?
João Paulo I, Albino Luciani, deixou foi uma série de ações que ele ia começar a implementar, ele ia tirar pessoas do Banco do Vaticano, tirar alguns padres ecardeais corruptos. E ele disse ao seu secretário de Estado, um homem chamado Cardeal Jean Villot, o que ele pretendia fazer e o cardeal ficou muito chateado com isso e ele (João Paulo I) disse que era o papa e podia fazer o que quisesse, e foi para a cama e morreu. E, se ele tivesse vivido, aquelas coisas seriam postas em seus lugares na manhã seguinte. Quando Wojtyla tomou poder, mais ou menos um mês depois, foi falado a ele muito precisamente que mudanças eram essas que Luciani queria fazer, mas ele não queria saber de prosseguir aquele caminho. Então, isso te diz alguma coisa sobre sua reação à corrupção.
Por que ele não mexeu nisso?
Ele tinha uma visão de que a Igreja não lavaria o seu linho sujo em público. Ele dizia que tinha um quarto especial em cada casa, falando solidamente sobre a Igreja Católica, onde as pessoas deveriam ir para discutir esses assuntos e que eles não deveriam deixar aquele quarto, o quarto secreto, como ele chamava.
Mas João Paulo II é aclamado pela comunidade internacional...
Eu não estou dizendo que este homem não fez boas ações, mas ele também fez más ações. Ele encobriu escândalos de pedofilia na Igreja. Foi primeiro chamado à atenção dele em 1984 ou 1985 por três homens, dois deles padres e outro advogado, que estavam muito preocupados com a pedofilia nos Estados Unidos. Eles haviam criado um documento, de 100 páginas, do qual eu tenho cópia, que era o caminho que a Igreja deveria tomar em relação a isso. Este não era um documento que pregava tolerância zero sobre o abuso de crianças. Este era um documento para proteger a Igreja, dizendo "olha, se você não tomar essas providências para impedir os padres que abusam de crianças, você vai quebrar financeiramente". Eles previram que custaria à Igreja algo como US$ 2 bilhões. Falando em número hoje, custou ao Vaticano US$ 10 bilhões, para pagar às vítimas.
Por que a aclamação de seu papado, então?
No momento em que ele morreu, ele era um dos homens mais populares do planeta. O que me deixa muito chocado é que se você pedisse para as pessoas que o ouviram falar para citar qualquer coisa que ele tenha dito, ou como os afetou... Era como se ela tivessem ido a um show de pop. Elas gostavam do espetáculo e depois seguiam com a vida. Lembravam daquele momento porque ele era um homem muito carismático. Ele podia falar mais de 50 línguas - não muito bem, mas o suficiente para falar feliz natal -, mas não escutava em nenhuma. Era um homem muito dogmático.
E o que o senhor acha do papado de Bento XVI até agora?
Eu acho que ele prova que há vida após a morte, porque é como o Papa João Paulo II novamente. Um homem que é rígido, um homem que é tão hostil à homossexualidade, tão hostil aos contraceptivos, hostil a tantas coisas que o senso comum diz... Você tem que voltar ao início de tudo e dar outra olhada. Porque a maioria das coisas que eles apoiam e pregam não tem nada a ver com as origens da fé. Você não achará nada no Novo Testamento que dirá que você não pode ter um relacionamento homossexual.
E o senhor é católico ainda assim?
Eu me descreveria como um católico pensante, representante de uma minoria. A maioria deles não é pensante. Eles estão seguindo porque são treinados, condicionados quando crianças. Existem pedaços da fé, como um estilo de vida, e não estou falando da doutrina e dos dogmas, mas do que Cristo nos ensinou, que são maravilhosos. Mas estamos longe disso agora. Se Jesus Cristo fosse para uma reza agora nos portões de Sant'anna, em Roma, ele não conseguiria passar, seria preso.
E você acredita em milagres?
É estranho, mas eu acredito no poder da reza. Eu já vi funcionar. Mas o negócio dessa mulher que supostamente foi curada por João Paulo II... Eu acho que é uma fantasia. Talvez ela não tenha sido diagnosticada direito para começar.
E ele vai conseguir seu segundo milagre, necessário para a canonização?
Nada é mais certo.

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Emprego

[...] 

O número total de empregos formais registrados no Brasil em dezembro de 2010 alcançou 44,1 milhões,  um crescimento de 6,94% em relação a dezembro
de 2009. Um acréscimo de  quase 2,9 milhões de postos de trabalho formais em relação dezembro de 2009.

Alguns detalhes, segundo o Ministério do Trabalho:
Os setores que apresentaram os melhores desempenhos, em termos absolutos, foram os Serviços, com a criação de 1,1 milhão de postos (+8,38%), o Comércio, com a criação de 689,3 mil postos de trabalho (+8,96%), a Indústria de Transformação, com 524,6 mil novos postos (+7,13%), e a Construção Civil, que gerou 376,6 mil postos (+17,66%).
Em termos relativos, o melhor desempenho foi o da Construção Civil, com crescimento de 17,66% (+376,6 mil postos de trabalho).

O rendimento real médio do trabalhador brasileiro apresentou elevação de 2,57% em relação a dezembro de 2009, passando de R$ 1.698,35 para R$ 1.742,00, em valores já corrigidos pela inflação.

Código Florestal

O debate em torno do Código Florestal traz algumas lições. Uma delas é direta. Deve-se olhar com cautela quando a coisa no Congresso Nacional parece muito acirrada.

Pois é possível que as diferenças no mérito não sejam tão diferentes assim, que o ambiente de polarização se deva mais a dificuldades políticas.

Nesta reta decisiva a tensão no Código Florestal convergiu para pequenos detalhes, facilmente resolvíveis num ambiente de boa vontade. Detalhes importantes, mas localizados e suscetíveis de adaptação para o entendimento.

O papel de atrapalhar restou para a política, e aí a coisa pega. Mesmo atravessando as turbulências na Câmara dos Deputados, restará ainda o Senado.

E nunca é inteligente subestimar o Senado. Que pode trazer problemas para o governo em três situações. Quando a oposição está forte. Quando há equilíbrio. E quando a base governista está forte. Ou seja, sempre.

Do ângulo da sociedade, interessa são as consequências da decisão. Mas para os políticos, para quem adotou um lado e identificou-se em público com ele, é preciso sair politicamente vitorioso. Ou pelo menos não derrotado.

No processo legislativo da mudança do Código Florestal o governo deixou-se colher numa armadilha. Para usar uma expressão do universo cultural petista, empoderou a base parlamentar. Sem necessidade.

É possível que no fim das contas a base aceite ser publicamente “conduzida” pelo governo, mas vai ser jogo de cena. O jogo em Brasília
é sempre combinado. Combina-se principalmente quem vai aparecer como tendo vencido, e como tendo perdido.

Desde que, naturalmente, todos ganhem.

Por descuido ou fatalidade, o PT acabou isolado, e precisou recorrer ao governo. O PT é o partido líder do governo, o partido da presidente da República. Não pode ser derrotado. Mas está isolado.

Mais ou menos como os rebeldes de Bengazi, antes dos bombardeios da Otan.

A diferença é que o governo do PT não tem a opção de se livrar da base, coisa que a aliança franco-anglo-americana anuncia fazer com Muamar Gadafi no menor tempo possível.

O isolamento do PT nos debates do Código Florestal decorre de um método. Que, como todo bom método, costuma dar certo até o dia em que dá errado.

O método do PT é debater intramuros no partido e no governo, fechar uma posição e exigir a partir daí a fidelidade da base parlamentar. No máximo, abre-se algum espaço para a participação de organizações sociais, quando simpáticas ao PT. Ou às teses do PT.

O PT não enxerga a base parlamentar como expressão legítima de interesses sociais heterogêneos, e portanto como interlocutor essencial na busca de consensos, ou pelo menos posições majoritárias.

É um bom método pois aumenta o poder da legenda. Até o dia em que ela se descobre cercada. Como agora no debate do Código Florestal.

Pois os assim chamados ruralistas aprenderam nas últimas duas décadas a não se deixar isolar facilmente. O resultado está aí. Não dá para dizer, por exemplo, que PSB e PCdoB sejam siglas “ruralistas”, signifique o que significar a expressão.

Agricultura

[...] IBGE: prevê safra de 2011 6% maior

A safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas aponta uma produção da ordem de 158,7 milhões de toneladas, montante 6% superior à safra recorde apurada em 2010, quando o total ficou em 149,7 milhões de toneladas, segundo a quarta estimativa de produção divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Já a área de colheita apresentou um crescimento de 4,3% frente ao ano passado, chegando a 48,6 milhões de hectares.

E-commerce

[...] movimenta mais de US$ 38  bi nos EUA

A comScore divulgou hoje as estimativas de vendas totais do e-commerce no primeiro trimestre de 2011 nos Estados Unidos, valor que chegou a 38,0 bilhões de dólares, 12% maior que no ano anterior, e representando o sexto semestre consecutivo em crescimento e o segundo em que este valor atinge dois dígitos.

“O comércio eletrônico teve mais um trimestre de crescimento...Continua>>>


Brazil Foods

[...] e o CADE 

A decisão do CADE (Conselho Administrativo de Direito Econômico) de impor exigências para a fusão da Sadia com a Perdigão – na empresa Brazil Foods – repõe no direito brasileiro a questão da concorrência.
Desde a criação da Standard Oil, no século 19, a questão da concentração de mercados preocupava os legisladores. A empresa entrava em determinados mercados e esmagava a concorrência com práticas desleais (redução de preços) até jogadas políticas e outras mais pesadas. Destruído o competidor, impunha seus preços aos consumidores.
Esse histórico acabou produzindo uma aliança política que acabou obrigando a super-empresa a se dividir entre várias empresas menores.
Até as últimas décadas do século 20, todo processo de concentração era visto com desconfianças. O foco sempre era o consumidor: se a prática pudesse significar prejuízos futuros, seria vetada.
Depois, a partir de estudos da Universidade de Chicago, mudou-se a concepção sobre concentração e fusões. Considerou-se que a competição global exigir empresas mais fortes. E que o conceito de mercado relevante (para analisar a competição) não podia mais ficar restrito aos mercados nacionais. Com o avanço da logística e do mercado de capitais, se uma empresa cometesse abusos de preços, imediatamente atrairia ou importações ou novos investimentos que rapidamente ocupariam o espaço no mercado.
Partia-se da lógica que a concentração permitiria ganhos de escala e que as empresas sempre procurariam reduzir preços e custos para conquistar a maior fatia de público e fechar as portas para novos competidores.
Quando o CADE foi revigorado, no governo Fernando Henrique Cardoso, um episódio vergonhoso acabou comprometendo os princípios do órgão. Foi quando o presidente, Gesner de Oliveira, aceitou a compra da Antárctica pela Brahma – para a constituição da AMBEV – atropelando princípios básicos de análise de concentração.
O voto de Gesner, em favor da aquisição, manchou na origem a nova estrutura do órgão. Foi um paper com poucos argumentos, falaciosos.
Depois, o episódio da compra da Garoto pela Nestlé trouxe mais desgastes ao órgão, principalmente quando o presidente do CADE, José Grandino Rosa, insurgiu-se contra o voto dos conselheiros, condenando a compra – mas que, pela demora na decisão, configurava-se irreversível.
Agora, o caso Sadia-Perdigão traz novos ingredientes, mostrando a nova fase do órgão de tentar recuperar a legitimidade.
A fusão é irreversível, pois sua anulação significaria a quebra da Sadia. Por outro lado, significou o controle de vários mercados pela nova empresa. O que levou o relator do CADE a sugerir a venda de uma das marcas e de fábricas específicas.
Certamente haverá uma negociação, uma avaliação do Conselho do CADE, já que o relatório é apenas uma peça a mais para análise.
Mas há vários pontos suscitados. Por exemplo, um produto específico – digamos massa de pizza – deve ser analisado em si ou na competição com outros alimento? Se a empresa aumenta o preço da massa, os consumidores não podem simplesmente deixar de comprar e escolher outros produtos?
É um bom momento para rever conceitos que foram desmoralizados por Gesner.