FGTS - patrimônio dos trabalhadores

Os trabalhadores brasileiros têm no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço uma de suas grandes conquistas. Todo aquele inserido no mercado formal ou regido pela CLT, além dos trabalhadores rurais, temporários, avulsos, sazonais e atletas profissionais têm direito ao FGTS. Também os empregados domésticos podem ser incluídos no sistema a critério do empregador.

 O fundo foi criado em 1967 pela União para proteger o trabalhador demitido sem justa causa, sendo administrado com notável competência por um conselho gestor e tendo seus recursos depositados em nossa secular Caixa Econômica Federal. E, ao longo dessas mais de quatro décadas, ele vem cumprindo uma função social da mais alta relevância, tendo sido agregado ao conjunto inalienável dos direitos e conquistas da classe trabalhadora de nosso país.

 O FGTS é constituído de contas abertas em nome de cada trabalhador quando o empregador  efetua o primeiro depósito. O montante do saldo da conta vinculada é formado pelos depósitos mensais efetivados pelo empregador, equivalentes a 8% do salário pago ao empregado, acrescido de atualização monetária e juros. E aí vai se constituindo uma poupança importante para a vida de cada trabalhador, além de um importante fundo financiador do desenvolvimento e do progresso.

 Milhões de moradias Brasil afora foram compradas ou construídas com os recursos do FGTS, cumprindo um relevante papel social como jamais se vira no Brasil. O saneamento básico, com a construção de milhares de quilômetros de redes de coleta de esgoto, edificação de estações de tratamento de água e melhorias importantíssimas para a elevação da qualidade de vida de toda nossa população, tem sido financiado com os recursos do seu Fundo de Investimento (FI-FGTS), participando decisiva e diretamente da construção de um país mais justo, democrático e moderno. Assim, nossa população tem sido beneficiada por obras que somente o poder público, com recursos advindos dos trabalhadores brasileiros e geridos com competência e espírito público, poderia realizar.

 A partir de 2008, já na gestão vitoriosa do presidente Lula, o FGTS amplia ainda mais a atuação do seu Fundo de Investimento ao direcionar somas consideráveis de seus recursos para outros segmentos: construção, reforma e ampliação de imóveis, além da implantação de empreendimentos de infra-estrutura em rodovias, portos, hidrovias, ferrovias, obras de energia e de saneamento básico. Era a classe trabalhadora, através de seu grande líder, revolucionando o país, ao colocar os seus recursos para financiar o crescimento nacional depois do desmonte do Estado brasileiro patrocinado pelo fracassado governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso. Com carência de recursos, privado de grande parte de suas mais importantes e lucrativas empresas, o Brasil foi buscar recursos para financiar a retomada de seu desenvolvimento, para voltar a crescer e consolidar as conquistas sociais e econômicas dos dois excelentes mandatos do presidente Lula, junto à classe trabalhadora, em sua poupança, no bolso de cada mulher trabalhadora, de cada homem trabalhador, dos que forjam a riqueza de nosso país!

Não foram os grandes fundos de investimentos privado, não foram os grandes bancos internacionais, não foram os banqueiros nem os grandes empreendedores nacionais ou estrangeiros os mecenas do Brasil que se reergueu. Não batemos, ajoelhados e cobertos de humilhação e vergonha, como nos anos dos governos do PSDB, às portas do FMI, para empenhar o pouco que tínhamos em troca da benevolência dos frios usurários do capital mais selvagem e descomprometido com nosso país. Não se abriu qualquer caixa em qualquer outro país para que surgissem os recursos que financiaram um novo e poderosíssimo ciclo virtuoso em nossa vida econômico-social. Foram os trabalhadores do Brasil, através de sua poupança no FGTS, recolhida mensalmente de seus salários, os grandes financiadores de seu próprio país. Mais uma vez, como sempre acontece ao longo dos processos históricos, o povo fez a diferença e bancou o jogo, definiu o ritmo dos acontecimentos e o rumo da história. 

Hoje, a monumental usina hidrelétrica de Santo Antônio, como todas as grandes obras públicas em andamento através do PAC -  iniciadas pelo presidente Lula e tocadas com imensa competência pela presidenta Dilma -  é financiada em grande parte pelos recursos do fundo. E mais de 70% dos trabalhadores daquela obra, fundamental para o abastecimento de energia da região norte, são residentes na área por exigência dos gestores do fundo ao liberarem o empréstimo. Isso demonstra que o nível de competência gerencial, as exigências carregadas de ampla visão e sentido social. 

E os trabalhadores, através de representantes seus, participam ativamente da gestão do fundo, que em 2010 cresceu 10% em relação ao ano anterior, chegando à estupenda marca de R$ 260 bilhões. As operações de financiamento e crédito atingiram os R$ 120 bilhões e o patrimônio líquido está na marca dos R$ 35 bilhões, com um crescimento expressivo de 17,6% no ano. O resultado operacional foi de R$ 5,4 bilhões, cobrindo com folga a remuneração de todas as contas de nossos trabalhadores participantes do FGTS, os gastos com amortização dos planos econômicos, descontos, etc... São resultados invejáveis, dignos da gestão de qualquer grande fundo privado internacional, dos grandes bancos internacionais norte-americanos, asiáticos ou europeus, dos maiores do mundo. A diferença é que esses não financiam a casa própria de nossos trabalhadores, nem o programa "Minha Casa, Minha Vida", nem as usinas hidrelétricas, nem as rodovias, nem as ferrovias, nem os portos e aeroportos, nem o saneamento básico para os brasileiros.

 Esse artigo é de homenagem e reconhecimento  a um dos maiores instrumentos de fomento ao progresso de nosso país, de garantia da vida de nossos trabalhadores. Ele, que tem servido, também, para mostrar o quão sérios e competentes são os nossos trabalhadores em sua gestão, se constitui num indutor poderoso do desenvolvimento num país onde quarenta milhões de irmãos nossos deixaram a pobreza e ingressaram na classe média durante os oito anos do governo do Estadista Luiz Inácio Lula da Silva. 

Mas também esse artigo é um alerta acerca de ação deletéria em andamento, tramada contra o Brasil e seu povo. Através de uma proposta absurda do PSDB, redigida pelo banqueiro Pérsio Arida e secundada, dentre outros, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e seu ministro da Fazenda, Pedro Malan: acabar com o FGTS e o FAT, o Fundo de Amparo ao Trabalhador. Repito: acabar com um dos patrimônios mais caros ao trabalhador brasileiro e suas famílias. Uma proposta inominável. 

Que os tucanos não têm preocupações para com os pobres, compromissos para com os trabalhadores e nem apreço pelo patrimônio construído pelos brasileiros com sangue, suor e lágrimas ao longo de séculos de trabalho e patriotismo, não é nenhuma novidade. Se pudessem, já teriam vendido a Petrobrás, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e todas as grandes empresas que não conseguiram privatizar a preço vil, de forma danosa e contra a vontade dos brasileiros. Mas, agora, querem privar os brasileiros de sua poupança, da garantia da realização do sonho da casa própria, da possibilidade de uma velhice digna. Não passarão! 

 O FGTS é intocável. É inalienável. É inegociável. Sua missão é sagrada: garantir o amanhã dos nossos trabalhadores e financiar um Brasil mais desenvolvido, com justiça social, democrático e progressista.

 Delúbio Soares 

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Blog do Charles Bakalarczyk: Jornalismo declaratório e preconceito de classe

Blog do Charles Bakalarczyk: Jornalismo declaratório e preconceito de classe: A narrativa que segue, do jornalista Paulo Henrique Amorim, testemunhando palestra do não menos jornalista (com "J" maiúsculo) Caco ...

O que mudaria se a remuneração real dos títulos do governo baixasse para 3%?

Alguém um dia tinha que tomar uma providência. Dilma Rousseff tomou. Deixou o Banco Central numa situação em que o Comitê de Política Monetária não teve como persistir na linha de sempre.

Guerras são assim. Por mais que se planeje, desenhe, considere, pondere, quando ela começa é sempre diferente do previsto. E quem precisa guerrear e fica esperando eternamente pelas condições ideais acaba derrotado sem luta.

Onze entre dez autoridades, economistas, empresários, consultores e jornalistas especializados dizem que o Brasil vai bem. Eu não chegaria a tanto, dado nosso crescimento modestíssimo, na comparação com os primos emergentes.

Mas é verdade que as finanças brasileiras estão razoavelmente em ordem, temos reservas, que aliás custam caríssimo. Temos inflação incômoda, mas o governo diz que vai colocar na descendente. A ser cobrado.

Então por que nossos juros são os maiores do mundo?

Não apenas os que o Estado paga para rolar sua dívida, mas também e principalmente os cobrados do tomador em banco. O infeliz que não conhece o endereço do BNDES nem está pendurado em subsídio.

Já tive oportunidade de escrever que parte da nossa saúde financeira deriva de uma doença.

Nossos bancos estão melhor que os de outras paragens porque emprestam de menos e cobram demais. O brasileiro deve relativamente pouco mas compromete muito da renda com o pagamento das obrigações financeiras.

Os últimos governos tiveram o mérito de controlar a inflação. Parabéns. Mas o controle da inflação não é a parada final do bonde. O objetivo de qualquer país é produzir prosperidade, oportunidades, bem estar.

O Brasil cresce pouco. As bravatas sobre como seria fácil subir o PIB potencial para além de 4% viraram fumaça. Em condições normais de temperatura e pressão, o governo Dilma estará condenado a um porvir medíocre e a um desfecho idem.

Ainda mais se for esperar pelas “grandes reformas” que nunca virão. É uma esperteza dos nababos. Pedir o impossível para justificar o injustificável. Já que não dá para desmontar o welfare state brazuca, melhor não mexer com a banca.

Errado. Um bom método na administração de encrencas é criar o problema para acelerar a solução. Em vez de esperar pelo dia de São Nunca, agir agora. Em vez de se atolar no pântano congressual das reformas supostamente indispensáveis, levantar e andar.

O Brasil pratica um juro básico real de 6%. Aqui, uma pergunta de leigo. O que mudaria se a remuneração real dos títulos do governo baixasse para 3%, num planeta em que os governos dos países desenvolvidos praticam juro real zero ou negativo?

Iríamos à breca? O mundo acabaria? Tenho minhas dúvidas.

Disseram que o mundo ia acabar quando a Constituinte enfiou um monte de direitos trabalhistas e sociais na Carta Magna. A licença-maternidade de quatro meses, por exemplo, provocaria o fim do emprego formal feminino.

Para 2012, o salário mínimo brasileiro tem previsão de ir a quase 400 dólares. Mesmo descontada a hipervalorização do real, é um número glamoroso.

O país, felizmente, não esperou pela solução estrutural definitiva de todos os problemas da previdência para aumentar decididamente o valor do mínimo.

E o Brasil não acabou. Nem vai acabar.

A decisão do Copom de baixar a taxa básica de juros em meio ponto percentual é animadora, ainda mais se for somente o início da caminhada. Pois falta muito. Falta principalmente acabar com a espoliação das pessoas e empresas pelos bancos.

Se Dilma quiser mesmo avançar nessa trilha, e se conseguir, nem que parcialmente, já terá justificado o mandato dela.

Autonomias

Ouvem-se lamentos pela suposta perda de autonomia do Banco Central.

A autonomia não é um fim em si. Qualquer instituição da República recebe o bônus ou paga o ônus pelo exercício das atribuições.

Se age bem, fortalece-se. Se age mal, enfraquece-se.

A Câmara dos Deputados, por exemplo, exerceu sua autonomia ao absolver na terça-feira a deputada Jaqueline Roriz. Os que não gostaram pediram uma limitação na autonomia dos deputados.

Pediram o fim do voto secreto.

O voto no Copom também é secreto. Sabe-se o resultado das votações, mas não se sabe quem votou como.

Contra esse voto secreto não se notam tantas reclamações assim.

Curioso. 
Alon Feurwerker

Blog do Charles Bakalarczyk: Mídia contra financiamento público de campanha: su...

Blog do Charles Bakalarczyk: Mídia contra financiamento público de campanha: su...: Os sofismas do jornalismo brasileiro contra o financiamento público de campanha Por Idelber Avelar Aqui...

Pig silencia sobre crime da Veja no hotel Nahoum


José Dirceu rebateu ontem as acusações de tráfico de influência e de que trabalhe nos bastidores contra o governo Dilma Rousseff. 
Em entrevista de 17,53 minutos a Record News, Dirceu disse que é governista, que sempre defendeu a candidatura de Dilma e que mantém relações com ministros e políticos influentes porque ainda atua na política. "Sou uma liderança do PT e sou ouvido", admitiu o ex-ministro.
Nesta semana, reportagem da revista Veja revelou que o ex-ministro mantém um "gabinete" num hotel de Brasília, onde "despacha" com homens do Planalto e o acusa de conspirar contra a presidente da República, o que ele negou. "É como dizer que eu deixei de ser corintiano", respondeu o bem-humorado. De acordo com o ex-ministro, houve uma tentativa de invasão de seu quarto, mas só decidirá sobre uma ação contra a publicação após as investigações policiais.
Dirceu confirmou os encontros revelados pela revista e admitiu que mantém relações próximas com pessoas influentes. 
"Por que não posso me encontrar com ministros?", questionou ao se referir ao encontro com Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento. 
“Governadores do PSDB me procuram, conversam comigo naquele hotel.”

Durante a entrevista, o ex-ministro também se posicionou sobre temas polêmicos. Para Dirceu, autoridades não devem utilizar jatinhos particulares por haver conflito de interesses. "Autoridade não deve usar aviões particulares de empresas", defendeu o ex- ministro ao negar ter se utilizado do favor de empresários durante o período em que foi o homem mais poderoso do governo Lula. "Nunca peguei".


Sobre a "faxina" ministerial da presidente, José Dirceu defendeu a postura de Dilma. "A presidente adotou a atitude que precisava adotar", avaliou. De acordo com ele, o Brasil precisa de uma reforma política, caso contrário, poderá viver períodos de turbulência com manifestações nas ruas."Essa estrutura que temos aí vai cair nas ruas porque está fadada ao fracasso", concluiu.


Perguntado sobre a absolvição da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), Dirceu afirmou que a decisão da Câmara no caso foi política.


 "Fui cassado pela Câmara e não havia provas contra mim. Foi uma cassação política e essa absolvição foi política", afirmou. Dirceu disse que é contra os processos de cassação no Legislativo.

O muro das lamentações dos porta-vozes da agiotagem

 Daqui a algumas décadas, quando se voltar os olhos para esse fim de ciclo financista, o escândalo que armaram coma decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de baixar em meio ponto a taxa Selic será um dos pontos centrais do anedotário malicioso nacional. O país tem disparado a mais alta taxa de juros do planeta – 12,5% ao ano. O Copom decidiu reduzi-la em meio (0,5!) ponto. Permaneceu uma taxa imensa, de 12% ao ano, contra praticamente zero dos Bancos Centrais de países avançados.

Parecia que o mundo iria acabar. O estardalhaço foi inacreditável. Economistas ouvidos meia hora depois já ensaiavam o muro das lamentações, sustentando que a decisão marcava o fim da autonomia do Banco Central.  Comentaristas que dias atrás admitiam que o câmbio estava excessivamente apreciado, e que os juros poderiam ser baixados, de repente revisaram suas opiniões e dispararam a metralhadora vesga contra a decisão.

E todos absolutamente incapazes de traçar correlação mais sofisticadas sobre os efeitos da crise internacional na economia brasileira – inclusive para rebater os argumentos do BC.

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Depois de anos e anos de cantilena mercadista, depois do fracasso mundial do modelo de desregulamentação do mercado, das reações universais contra essa visão estreita de mercado, depois dos inúmeros levantamentos sobre a forma de atuação do lobby financeiro, o mise-en-scène desses atores serve apenas como material didático, para comprovar como a economia – pelo menos na discussão pública – é apenas uma ferramenta visando legitimar interesses de grupos específicos, através de um linguajar pretensamente técnico.

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Quando se critica essa visão financista, não se pense no sistema bancário, os fundos de investimento em geral. Trata-se de um segmento restrito de rentistas que só sabem viver das benesses dos juros altos e do câmbio baixo.

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O mercado financeiro e de capitais são peças relevantes para o desenvolvimento do país. E ambos ficaram por anos atrofiados pela política de juros altos.

Bancos comerciais têm a importante tarefa de emprestar dinheiro. Quanto maior a taxa de juros, menos útil será sua função de emprestar. Não se empresta a longo prazo e se restringe a financiamento ao consumo e ao crédito consignado.

Já o mercado de capitais é fundamental para reciclar a poupança, aplicar em novos setores que surgem, em infraestrutura, na reestruturação da economia. Mas com taxas de juros elevados, a poupança se concentra no financiamento da dívida pública e se torna preguiçosa, mesquinha, ilegítima.

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No curto período em que a taxa Selic caiu abaixo de dois dígitos, houve um frenesi em muitos gestores de fundos, pela brecha que se abrir para que o capital privado migrasse dos títulos públicos para outras formas de aplicação, inclusive em investimentos de risco em infraestrutura.

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Os pretensos porta-vozes mercadistas não representam o lado mais dinâmico e moderno do mercado. Representam apenas o lado viciado do rentista, do sujeito que aprendeu a viver de juros e não tem ânimo sequer para correr riscos em atividades mais úteis.



A alma do vinho

The Soul of Wine ou les femmes damnées
Un soir, l'âme du vin chantait dans les bouteilles :
Homme, vers toi je pousse, ô cher déshérité,
Sous ma prison de verre et mes cires vermeilles,
Un chant plein de lumière et de fraternité !