Uma estratégia gerada pelo desespero

Não é obrigatório, mas, digamos assim, uma praxe em muitos países: exceto na hipótese de calamidade política ou administrativa, presidentes e governadores buscam a reeleição e quase sempre a conseguem. Como acontece, por exemplo, nos Estados Unidos.
Lá, as coisas são simples. Principalmente porque o sistema tem praticamente apenas dois partidos — embora não faltem pré-candidatos. Antigamente, até o microscópico Partido Comunista sempre tinha o seu; não conferi, mas imagino que não tenha mais, devido ao desaparecimento da matriz — mas não garanto nada. Políticos de qualquer matiz , em qualquer país, adoram um palanque.
Aqui, no ano que vem, a presidente Dilma Rousseff é candidata inevitável. Como até agora não deu qualquer passo em falso demolidor — nem ela nem o padrinho Lula —, o pessoal que entende do assunto considera a reeleição igualmente inevitável.
A oposição faz o que pode. PSDB e PSB, por exemplo, estão armando uma estratégia original: cada partido poderá ter o seu candidato a governador, quando não for possível fazer aliança em torno de um nome único. Mas — o que nunca aconteceu — os palanques terão a presença simultânea dos presidenciáveis Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB.
Em alguns estados, o PSB, mais fraquinho, poderá apoiar de saída o candidato de Aécio. Se a eleição for para o segundo turno, o candidato mais bem votado terá o apoio do outro. O eleitor decidirá se essa novidade é um golpe de mestre ou uma estratégia gerada pelo desespero. Por enquanto, políticos dos dois partidos estão divididos: tanto há aplauso como vaias — e, principalmente dúvidas.
Quem está de fora — gostando ou não da presidente Dilma — tem as dúvidas que são naturais em casos de estratégias nunca antes testadas. O palanque duplo pode ser uma forma de unificar a oposição à presidente. Mas também pode ser visto como uma demonstração de dupla fraqueza. E muito eleitor tem alergia a novidades com cheiro de desespero.
Vamos ver: Dilma é a primeira mulher a ser eleita presidente da República. Será também a primeira a ser reeleita? Será uma novidade tão original quanto a estratégia da dupla Neves/Campos.
por Luiz Garcia

José Dirceu: E a oposição, como anda?

O PSDB está dividido e sem rumo; José Serra deixa claro que será candidato, Aécio Neves já lhe desejou boa sorte publicamente. Em São Paulo, só se salvam ainda pelo apoio da mídia que esconde o escândalo do cartel da Siemens no Metrô. Um escândalo maior que o próprio escândalo tucano, que a revista IstoÉ sozinha tem noticiado, apenas reproduzindo o que expõem as investigações e os documentos da própria Siemens, que colabora com a Justiça.


São denúncias gravíssimas de corrupção durante mais de 20 anos nos governos do PSDB, desde Mario Covas até hoje. Isso sem falar no mensalão, expressão mentirosa e inventada, mineiro que está para ser julgado no Supremo Tribunal Federal.



O PPS vive sua encruzilhada, sem votos. Satélite do tucanato, e agora do serrismo, vê sua fusão casuística, eleitoreira e oportunista com o PMN naufragar, já que esse partido não concorda com a decisão do PPS de aguardar a decisão do STF sobre a consulta do PSB, com medo de perder parlamentares.



A consulta é sobre se o parlamentar pode mudar de partido sem incorrer em infidelidade partidária. Claro que não pode, a não ser que o Supremo queira rasgar suas próprias decisões, como já fez no caso do PSD.



Já a Rede, de Marina Silva, até agora não conseguiu as tão faladas assinaturas para registrar o partido e ainda depende da conferência das assinaturas pela Justiça Eleitoral. Aliás, como todos os outros partidos, nada de novo, mesmo que a Rede queira exigir – isso mesmo – rapidez da Justiça Eleitoral.



Aos poucos, a maioria da direção, chamada de conselho, da organização liderada por Marina Silva vai adotando posições contrárias às da candidata – sobre aborto, drogas, homossexuais, doações de empresas e bancos e por aí vai –, projetando uma candidatura em contraposição a um programa partidário, experiência que já vivemos no Brasil e que nunca acabou bem.



Por fim, temos o PSB e a candidatura de Eduardo Campos entre ser governo e oposição... Ao mesmo tempo.

Mais Médicos: 75% se inscreverem para fraudar o Programa

Dos 18.450 médicos inscritos no programa ‘Mais Médicos’, do governo federal, apenas 4657 (25%) confirmou seu cadastro e está apto a trabalhar na rede pública de saúde, segundo balanço do Ministério da Saúde. 

Desse total, 3.891 têm registro profissional válido no País e 766, diplomas do exterior – o que representa 19,6% do total. 

Ao todo, 3.511 municípios do País aderiram ao programa (63%). Juntas, essas cidades apresentaram demanda e capacidade para terem 15.460 médicos atuando na atenção básica.

O nascimento de um Estadista

O Rio de Janeiro assistiu o nascimento de um estadista, o Papa Francisco. Foi inesquecível sua atuação na Jornada Mundial da Juventude. Poucas vezes um estadista conseguiu ser tão preciso nos discursos, redesenhando um organismo milenar como a Igreja Católica através da identificação das ideias básicas a nortear o novo rumo.
Não ousou investir contra alguns dogmas, ainda que anacrônicos - como o celibato ou a condenação das relações homossexuais. Mas verbalizou a volta da tolerância ao se indagar: "Se um gay busca Deus, quem sou eu para julgar?".
Mais que isso.
No período em que o mundo conviveu com o maior processo de inclusão da história - das grandes massas miseráveis nos países do terceiro mundo - a Igreja se afastou dos pobres. Na era das quebras de tabu, da condenação a toda forma de preconceito, a Igreja se esmerou na condenação moral para fora e no acobertamento para dentro.
O Papa foi preciso ao identificar nas massas pobres e na juventude a seiva do revigoramento da Igreja. E no enclausuramento da Cúria, no Vaticano, seu maior problema.
Há muito tempo a vocação religiosa deixou de atrair os melhores quadros. A maneira de enfrentar a contemporaneidade dos movimentos evangélicos foi estimular os padres-show, atuando na mesma piscina rasa dos pastores. Ao propor a volta do espírito da catequese, em contraposição à banalização da vida moderna e ao consumismo e busca de status que caracterizam os tempos atuais.Leia mais »

Conversa com a Presidente


Presidenta, seria bom se os alunos passassem mais tempo estudando, para saírem melhor preparados da escola. O governo pode aumentar o número de escolas com dois turnos? (*)

Presidenta - O governo pode e está fazendo isso, aumentando o número de escolas com ensino em tempo integral, com dois turnos. Desde 2010, nós aumentamos o número de escolas em tempo integral de 10 mil para 49.300 e vamos chegar a 60 mil até 2014. É quase o dobro da meta inicial, de 32 mil escolas. Esse avanço foi obtido com o programa de Ensino em Tempo Integral Mais Educação, que somente em 2013 aplicou R$ 1,8 bilhão. No segundo turno de aula os professores enfatizam o ensino de matemática e português e o reforço em ciências, história, geografia e língua estrangeira. O programa já tem ótimos resultados, como é o caso da Escola Municipal Beatriz Rodrigues da Silva, em Palmas (TO), que aumentou sua nota no Ideb de 4,7, em 2007, para 8,0, em 2011. Temos 32 mil escolas, mais da metade das participantes do programa, com maioria dos seus alunos originários de famílias que recebem o Bolsa Família. E 19.700 escolas estão no campo. Esses números mostram que estamos beneficiando quem mais necessita do apoio do Estado. A maior parte dos recursos federais é repassada diretamente para a escola contratar monitores e professores, comprar material e preparar os espaços para receber as crianças nas atividades do chamado contraturno, que é o segundo turno. Além disso, o MEC também repassa um recurso adicional para as prefeituras assegurarem a alimentação de quem fica o dia todo na escola. A educação em dois turnos é importante para o aluno, para a família do aluno e para todo o nosso país. Em primeiro lugar, porque o ensino em dois turnos melhora muito o aprendizado das crianças e dos adolescentes, com o acompanhamento pedagógico obrigatório e com aulas de reforço escolar. Em segundo lugar, na escola a criança está mais bem cuidada e mais orientada, no caso em que os pais trabalham, e isso é uma tranquilidade para toda a família. A criança também pode praticar esportes e participar de atividades culturais, o que ajuda a melhorar a disciplina e a concentração. A educação é o principal caminho para o desenvolvimento sustentável, reduzindo as desigualdades e valorizando a própria sociedade brasileira. O país como um todo ganha ao dar a todas as crianças as mesmas oportunidades, desde cedo. Todos os países que se tornaram desenvolvidos garantiram educação em tempo integral a suas crianças, e vamos continuar seguindo esse caminho.

(*) Esta pergunta, que precede a Mensagem, foi formulada pela Secretaria de Imprensa para melhor entendimento do conteúdo.

Melhoria da infraestrutura do SUS dará jeito nisso?

Este vídeo mostra uma das cenas mais deprimentes que já vi na minha vida! E olha que infelizmente já presenciei muitas coisas indignas nesse mundo de "Valha-me Deus!"... É esse tipo de atitude que faz a gente descrer no ser humano. Aliás, um médico desses não pode ser chamado de ser humano. Será que o CRM, o CFM e a AMB farão alguma coisa ou só estão preocupados com passeatas? Está tudo aí filmado e documentado. Esse vídeo foi capturado do Youtube através do site do professor e sociólogo Glauco Cortez (http://glaucocortez.com/2013/07/24/veja-porque-nao-querem-medicos-estrangeiros-medico-ve-paciente-morrendo-e-nao-levanta-da-cadeira/).Gostaria de ressaltar que conheço vários médicos humanistas, inclusive amigos e parentes, que possuem um alto espírito ético e profissional e que atos desumanos como este visto no vídeo acabam, infelizmente, generalizando uma péssima imagem para toda uma categoria. Agora, não resta dúvida que hoje em dia, ao contrário de antigamente, os médicos estão ficando cada vez mais insensíveis com a dor e sofrimento alheio. 
Pisquila


Índice de Desenvolvimento Humano Municipal avança 47,8%

Nas últimas duas décadas, o Brasil quase dobrou o seu Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), passando de 0,493, em 1991, - considerado muito baixo – para 0,727, em 2010, o que representa alto desenvolvimento humano, conforme o Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil 2013. No período, país registrou crescimento de 47,8% no IDHM.
Em 1991, 85,5% das cidades brasileiras tinham IDHM considerado muito baixo. Em 2010, o percentual passou para 0,6% dos municípios. De acordo com o levantamento, em 2010, o índice de municípios com IDHM considerado alto e médio chegou a 74%, enquanto em 1991, não havia nenhuma cidade brasileira com IDHM considerado alto e 0,8% apresentavam índice médio. Pela escala do estudo, é considerado muito baixo o IDHM entre 0 e 0,49, baixo entre 0,5 e 0,59; médio de 0,6 e 0,69, alto 0,7 e 0,79 e muito alto entre 0,8 e 1,0.

O IDHM é o resultado da análise de mais de 180 indicadores socioeconômicos dos censos do IBGE de 1991, 2000 e 2010. O estudo é dividido em três dimensões do desenvolvimento humano: a oportunidade de viver uma vida longa e saudável [longevidade], ter acesso a conhecimento [educação] e ter um padrão de vida que garanta as necessidades básicas [renda]. O índice varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano.

De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil 2013, elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro, o Brasil conseguiu reduzir as desigualdades, principalmente, pelo crescimento acentuado dos municípios menos desenvolvidos das regiões Norte e Nordeste.

“A fotografia do Brasil era muito desigual. Houve uma redução, no entanto, o Brasil tem uma desigualdade amazônica, gigantesca, que está caindo. O Brasil era um dos países mais desiguais do mundo, continua sendo, mas houve uma melhora. Podemos antecipar um futuro melhor”, frisou o presidente do Ipea e ministro interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri.

Principal responsável pelo crescimento do índice absoluto brasileiro, o IDHM Longevidade acumulou alta de 23,2%, entre 1991 e 2010. O índice ficou em 0,816, em 2010. Com o crescimento, a expectativa de vida do brasileiro aumentou em 9,2 anos, passando de 64,7 anos, em 1991, para 73,9 ano, 2010.

“A melhoria da expectativa de vida é muito significativa. Um brasileiro que nasce hoje tem expectativa de vida nove anos maior o que era há 20 anos, principalmente por uma queda na mortalidade infantil”, explicou o representante PNUD no Brasil Jorge Chediek.

Os municípios catarinenses de Blumenau, Brusque, Balneário Camboriú e Rio do Sul registraram o maio IDHM Longevidade, com 0,894, e expectativa de vida de 78,6 anos. As cidades de Cacimbas (PB) e Roteiro (AL) tiveram o menor índice (0,672) e expectativa de 65,3 anos.

O levantamento aponta ainda que a renda per capita mensal do brasileiro cresceu R$ 346 nas últimas duas décadas, tendo como base agosto de 2010. Entre 1991 e 2010, o IDHM Renda evoluiu 14,2%, contudo, 90% dos 5.565 municípios brasileiros aparecem na categoria de baixo e médio desenvolvimento neste índice.

Apesar do crescimento, a desigualdade fica clara quando comparados os extremos do indicador. O município de São Caetano do Sul (SP), primeiro colocado no IDHM Renda, registrou renda per capita mensal de R$ 2.043, o último colocado, Marajá do Sena (MA), obteve R$ 96,25. Uma diferença de 20 vezes.

O IDHM Educação, apesar registrar a menor contribuição para o IDHM absoluto do país, passou de 0,278, em 1991, para 0,637, em 2010. O crescimento foi impulsionado, segundo o atlas, pelo aumento de 156% no fluxo escolar da população jovem no período.

Desempenho por estados

O Distrito Federal é a Unidade da Federação (UF) com o IDHM mais elevado (0,824) e se destaca também como o único do grupo a figurar na faixa de Muito Alto Desenvolvimento Humano. Além disso, o DF tem o maior IDHM Renda (0,863), o maior IDHM Educação (0,742) e o maior IDHM Longevidade (0,873) entre as UFs.

Na outra ponta, Alagoas (0,631) e Maranhão (0,639) são os estados com menor IDHM do país. Na comparação feita entre as UFs, constata-se que a diferença entre o maior e o menor IDHM do grupo recuou 25,5% entre 1991 (0,259) e 2010 (0,193). A maior redução nas disparidades foi encontrada no IDHM Longevidade, onde a diferença caiu 41,6% (de 0,202 em 1991 para 0,118 em 2010). A queda na diferença entre o maior e o menor IDHM Educação foi a segunda maior: 15,9%, de 0,264 (1991) para 0,222 (2010).

No IDHM Renda, a queda foi de 11,6% pela mesma comparação, passando de 0,284 (1991) para 0,251 (2010).

A redução na diferença entre os maiores e menores IDHMs dos estados e DF mostra que as Unidades da Federação conseguiram reduzir as desigualdades entre si em termos de desenvolvimento humano. Apesar disso, os estados do Sul e Sudeste continuam com IDHM e subíndices superiores aos do Brasil – com exceção de Minas Gerais (0,730) que, na dimensão Renda, encontra-se abaixo do IDHM Renda do país (0,739). Todos os estados do Norte e Nordeste têm IDHM e subíndices menores que os do Brasil.

Capitais brasileiras
Das capitais brasileiras, apenas cinco delas aparecem entre os 20 municípios de maior IDHM: Florianópolis (3º), Vitória (4º), Brasilia (9º) e Belo Horizonte (20º).

O Atlas Brasil 2013 mostra que nenhuma capital brasileira aparece entre os 20 municípios de mais alto IDHM Longevidade. No ranking do IDHM Educação, apenas três delas estão entre as 20 de melhor desempenho: Vitória (4º), com 0,805; seguida de Florianópolis (5º), com 0,800; e mais abaixo por Curitiba (17º), com 0,768.

Já no ranking do IDHM Renda para municípios, sete capitais aparecem entre as 20 de maior subíndice: Vitória (3º), com 0,876; Porto Alegre (6º), com 0,867; Brasília (8º), com 0,863; Curitiba (11º), com 0,850; São Paulo (15º), com 0,843; Belo Horizonte (17º), com 0,841; e Rio de Janeiro (18º), com 0,840.

Fonte: Agência Brasil e Jornal do Brasil
Alterado às 17h20 para acréscimo de informações.
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=219793&id_secao=1