Artigo semanal de Cristovam Buarque

Susto e alerta
A cena dos vereadores do Rio de Janeiro pedindo permissão aos jovens manifestantes para reunirem-se no plenário da Câmara Municipal foi mais enfática para mostrar a nossa instabilidade política do que as grandes manifestações do mês de junho.
Mas a reação das direções políticas tem sido comparável a de uma pessoa que ao caminhar em direção a um abismo ouve um grito e se assusta, mas continua no mesmo rumo, sem perceber que era um alerta. Os sustos despertam, mas nem sempre alertam.
Houve reação. No primeiro momento, o governo propôs pactos confusos e sobre temas superficiais. O Congresso Nacional se reuniu para uma chamada agenda positiva, onde alguns poucos projetos foram debatidos sem qualquer consequência para o pacto social que está rompido.
Por omissão, insensibilidade, perplexidade ou impossibilidade de mudar o caminho, todos continuaram na mesma marcha em direção a um futuro repleto de instabilidade.
As poucas grandes manifestações no país com pauta variada foram substituídas por muitas manifestações pequenas com propósitos específicos. Como são específicas e contra alvos determinados, as lideranças políticas não se afetaram e voltaram à lenta passividade do dia a dia à espera das próximas eleições. Agem como se as manifestações fossem apenas contra um governador e não contra o que ele simboliza como imagem de toda a política.
Até o mês de junho, a sociedade funcionava apesar do quase colapso da segurança e do trânsito, do tamanho da desigualdade, da péssima qualidade nos serviços de saúde e educação e da imoralidade da corrupção.
Apesar do descontentamento, a parte da população beneficiada e a parcela sacrificada conviviam, aceitavam-se, produziam e esperavam. O grau de desigualdade no acesso aos serviços públicos e a sua ineficiência fizeram “cair a ficha” na população, especialmente contra a classe política. Além de ser vista como responsável pelos erros é vista como privilegiada e tolerante com a corrupção, sem diferenciar os partidos.
Esta “queda da ficha” levou a uma quebra do pacto social, que acontece simultaneamente com a percepção do poder de mobilização oferecido pelas redes sociais, provocando uma guerrilha-cibernética, capaz de incomodar e de dar visibilidade às várias pautas sociais.
A partir de agora, qualquer pretexto provocará manifestações de centenas de pessoas, ou mesmo de apenas dezenas, mas todas capazes de parar o funcionamento do tecido social e seus serviços, de servir de grito de alerta e de exigir um novo pacto social que vai precisar de substanciais concessões da elite para melhorar a qualidade de vida do público e dos serviços públicos, a fim de reduzir a desigualdade e eliminar a corrupção.
Mais do que um susto, as lideranças precisam sentir o alerta e buscar novos caminhos que reconstituam o pacto social, em um novo patamar de eliminação de privilégios e desigualdades.

Agência Pública: O repórter que descobriu o whistleblower da Siemens

Há três anos, o jornalista Bryan Gibel veio de Berkeley para investigar a corrupção no metrô de São Paulo; foi ele quem publicou pela primeira vez a carta, que apareceu agora na imprensa brasileira, e entrevistou o ex-executivo que revelou o escândalo.
Em um dia frio e nublado em São Paulo, entrei em um escritório bagunçado, escondido nos meandros da Assembléia Legislativa, e me vi diante do ex-executivo da Siemens que há mais de um mês eu tentava localizar. Dois anos antes, esse homem de identidade sigilosa havia entregue a deputados do PT documentos que descreviam minuciosamente como dois dos maiores conglomerados europeus – a francesa Alstom e a alemã Siemens – tinham distribuído propinas por mais de uma década para conseguir contratos de construção e operação das linhas de metrô e do sistema de trens da região metropolitana de São Paulo. Os documentos tinham sido enviados pelo PT, em agosto de 2008, ao Ministério Público de São Paulo, que já participava de uma investigação sobre a Alstom a convite de autoridades suíças.
Depois que me apresentei, ele disse que eu era o primeiro repórter com quem falava sobre Alstom e Siemens, e que me daria a entrevista com a condição de manter o anonimato, porque temia por sua segurança. Também me entregou cópias de duas cartas escritas por ele, relatando, em detalhes, como Siemens, Alstom e outras companhias multinacionais no Brasil haviam pago propinas e formado cartéis ilegais para ganhar contratos públicos de milhões de dólares em São Paulo e Brasília. Contratos e documentos sustentavam a denúncia, e nomeavam os políticos e funcionários públicos que, segundo ele, tinham recebido dinheiro – havia até informações bancárias sobre os pagamentos ilícitos.
Hoje, passados mais de 3 anos, aquele encontro ganhou um novo significado. Em maio deste ano, as investigações sobre corrupção que até então envolviam a Alstom culminaram em um grande escândalo no Brasil depois que, em troca de imunidade, a Siemens e seus executivos passaram a colaborar com o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, dando depoimentos e entregando documentos que indicam que a Siemens e mais de 20 pessoas pagaram propinas e formaram cartéis ilegais para ganhar contratos do governos do Estado de São Paulo e do Distrito Federal de quase R$ 2 bilhões.
As cartas e documentos que o ex-executivo da Siemens me entregou em São Paulo retratavam esse quadro de distribuição de propinas e corrupção em larga escala no setor metroferroviário brasileiro. Muito do que está sendo dito no CADE já havia sido relatado por aquele ex-executivo à direção da Siemens, assim como a conexão com o escândalo da Alstom, investigado desde 2008, e que no mesmo agosto deste ano, resultou no indiciamento de dez pessoas, entre elas dois ex-secretários de Estado do PSDB de São Paulo.

Imagine isso fosse no 1º Mundo

Imagine isso fosse nos 
EUA

Mensagem da tarde

Aprendi que se aprende...errando

Que crescer não significa fazer aniversário. 
Que o silêncio é a melhor resposta, quando se ouve uma bobagem. 
Que amigos a gente conquista mostrando o que somos. 
Que os verdadeiros amigos vão com você até o fim. 
Que não se espera a felicidade chegar, mas se procura por ela. 
Que quando penso saber de tudo ainda não aprendi nada. 
Que a natureza é a coisa mais bela na vida. 
Que um só dia pode ser mais importante que muitos anos. 
Que ouvir uma palavra de carinho faz bem a saúde. 
Que sonhar é preciso. 
Que se deve ser criança a vida toda. 
Que nosso ser é livre. 
Que Deus não proíbe nada em nome do amor.
Via Cantinho das mensagem

Quitutes da Vovó Briguilina

Pastel de Forno
Ingredientes
  • 2 colheres (sopa) de margarina 
  • 1 lata de creme de leite sem o soro
  • 1 ovo para pincelar
  • 4 xícaras (chá) de farinha de trigo
  • 1 colher (chá) de sal
  • 2 ovos inteiros
  • 1 colher (sopa) de fermento químico em pó

Como fazer

1-Numa tigela, coloque a farinha, o fermento, o sal, o ovo, a margarina e o creme de leite sem o soro. 

2-Misture tudo, amasse bem para dar o ponto de abrir. Espere uns 20 minutos antes de abrir a massa. 

3-Abra a massa com um rolo e vá formando os pastéis. 
4-Use um copo para cortar ou um cortador de biscoito redondo. 
5-Ponha o recheio a gosto e aperte bem as bordas, usando a ponta de um garfo. 
6-Pincele com o ovo batido e leve ao forno médio, em tabuleiro untado por 25 minutos aproximadamente.
Publicado no CyberCook

IstoÉ: a conta secreta do tucanoduto

Documentos vindos da Suíça revelam que conta conhecida como "Marília", aberta no Multi Commercial Bank, em Genebra, movimentou somas milionárias para subornar homens públicos e conseguir vantagens para as empresas Siemens e Alstom nos governos do PS

Claudio Dantas Sequeira e Pedro Marcondes de Moura
Na edição da semana passada, ISTOÉ revelou quem eram as autoridades e os servidores públicos que participaram do esquema de cartel do Metrô em São Paulo, distribuíram a propina e desviaram recursos para campanhas tucanas, como operavam e quais eram suas relações com os políticos do PSDB paulista.
Agora, com base numa pilha de documentos que o Ministério da Justiça recebeu das autoridades suíças com informações financeiras e quebras de sigilo bancário, já é possível saber detalhes do que os investigadores avaliam ser uma das principais contas usadas para abastecer o propinoduto tucano. De acordo com a documentação obtida com exclusividade por ISTOÉ, a até agora desconhecida “conta Marília”, aberta no Multi Commercial Bank, hoje Leumi Private Bank AG, sob o número 18.626, movimentou apenas entre 1998 e 2002 mais de 20 milhões de euros, o equivalente a R$ 64 milhões. O dinheiro é originário de um complexo circuito financeiro que envolve offshores, gestores de investimento e lobistas.

Recado do dia