Lewandovski abre o Gavetão 2474 do Barbosa apena para 8 pessoas

O único dos petistas condenado no Mentirão que teve direito a acessar aos autos do inquérito 2474 é Henrique Pizzolato (fugitivo) da justiça. 

Tenha nesse inquérito material que sirva a defesa dos demais condenados, pergunto: Quando eles terão direito a usar esses documentos para se defenderem das canalhices que os mininistros do STF armaram contra eles?

Resposta: Quando todos tiverem cumpridos a pena - na melhor das hipóteses -. Quer dizer, na prática, tudo continua como Dantas manda.

É, faça chuva ou faça sol...O judiciário brasileiro é o mais corrupto dos três poderes.

Um lugar para quem deseja fugir do Facebook

Esta sexta-feira, 24, marca o aniversário de dez anos do Orkut, o serviço que fez o brasileiro conhecer, se familiarizar e adotar o conceito de web 2.0. Foi graças ao Orkut que o Facebook é o que é por aqui, e se não fosse por ele talvez não tivéssemos aceitado tão facilmente a chegada de produtos como Twitter e LinkedIn. Mas os dias de glória desta que já foi a maior rede social do país são passado, e o próprio Google lutou pouco para impedir a derrota do site.
A queda do Orkut foi tão acentuada que levou apenas dois anos para o site despencar da 1ª à 7ª posição em termos de participação de usuários de redes sociais no Brasil. Boa parte disso, aliás, em pouquíssimos meses, porque o Orkut ainda era a 3º rede mais acessada em maio de 2013, mas em dezembro havia perdido quatro posições.

Reprodução

Se no último mês de 2011 33,44% das visitas feitas por brasileiros a sites do gênero miravam o Orkut, em dezembro de 2013 apenas 0,64% dos internautas daqui ainda voltavam ao serviço, de acordo com levantamento feito pela Experian Hitwise a pedido 


Não é só isso. Dados obtidos pela reportagem junto à comScore revelam que entre julho e dezembro passados o Orkut perdeu 6,5 milhões de visitantes únicos (foi de 12,5 mi a 6 mi), enquanto a quantidade de internautas do país não parou de crescer. Hoje, o site só chega a 7,6% da população conectada do Brasil.

O abre alas da internet
Antes desse declínio, o Orkut foi a rede social do brasileiro e sua importância era tão grande para a formação do internauta no país que alguns especialistas - e o Google - consideram que o site foi a porta de entrada à rede para muita gente.
“A sensação de fazer parte de uma rede e pertencer a não uma, mas várias comunidades com conteúdo pertinente e 100% brasileiro foi contagiante”, comenta Marcelo Bressan, analista de Marketing em Negócios do C.E.S.A.R. (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife). “Rapidamente o internauta brasileiro conseguiu ter uma presença significativa em uma rede global, com algo em torno de 60% de presença brasileira.”
Para o professor Almir Meira Alves, que coordena os cursos de Engenharia da Computação e de Produção 2.0 da FIAP, foi o Orkut que abriu caminho para a chegada de outras redes sociais por aqui - inclusive o Facebook. “Por muito tempo a principal ferramenta da web 2.0 foi o Orkut”, diz ele.

Por que perdeu?
Há mais de uma explicação para a derrota do Orkut, mas de certa forma todas têm relação com o Facebook. O site de Mark Zuckerberg teve de fazer mais de uma tentativa para entrar no Brasil, pois na primeira os internautas daqui ainda não estavam prontos para a mudança. “No início ele parecia voltado a quem tinha um nível educacional mais elevado”, comenta Alves, explicando que o Facebook era mais complicado que o Orkut e ainda não havia sido traduzido do inglês.
Depois, à medida que a rede foi tomando corpo, o brasileiro passou a se sentir mais confortável com ela e começou a adotá-la de vez, deixando o site do Google para trás. “Uma vez que um dos pontos fortes do Orkut eram as comunidades, bastou um número relevante de formadores de opinião migrar para redes sociais novas que algumas comunidades foram gradualmente eliminadas, por perderem em peso e relevância”, avalia Bressan.
Então o Google mexeu seguidas vezes no site, mas nunca a ponto de prender a atenção do usuário, e acabou desistindo da luta. O blog oficial da rede social não recebe atualizações desde outubro de 2012 e, quando pedimos comentários sobre os dez anos da plataforma, a empresa se limitou a enviar a seguinte nota:
“Lançamos o Orkut em janeiro de 2004 e, ao longo da última década, a plataforma evoluiu para se tornar um exemplo de como as pessoas se relacionam na internet. No Brasil, o Orkut foi a porta de entrada à internet para muitos usuários.”

O que restou
Restam alguns usuários persistentes, a maioria de São Paulo, na faixa entre 15 e 34 anos, com uma pequena vantagem para os homens, conforme os dados da comScore. São pessoas que resistem ao Google+ e preferem o Orkut vazio, sem tantas comunidades recreativas.

De ponto de encontro na internet brasileira, o site se transformou em rede de fóruns de nicho. Um lugar para quem quer fugir do Facebook.


do Olhar Digital 

Luis Fernando Veríssimo - A beleza maior

A beleza da Itália conspira contra os seus cineastas. Por mais dramáticos que sejam os filmes, eles serão sempre, antes de qualquer outra coisa, belos folhetos turísticos. E, por mais que tentem retratar a crise moral do nosso tempo, sempre acabam retratando um estilo de vida invejável, uma doce crise.
Você saía do filme seminal do Fellini sobre Roma como metáfora para o apocalipse iminente menos impressionado com a devassidão e o desespero dos seus personagens do que com o alegre rebuliço de um começo de noite na Via Veneto, e quem não queria ser Marcello Mastroianni, descrente de tudo mas comendo todas?
Os filmes do Antonioni também se esforçavam para nos dar angústia, mas nunca o vazio existencial foi tão fotogênico. Você não duvidava que os personagens de Antonioni em filmes como “A aventura”, “Noite” e “Eclipse” sofressem com a falta de sentido da vida, mas todos pareciam saídos de uma edição da “Vogue”. Eram elegantemente perdidos. E que cenários!

No filme “A grande beleza”, o diretor Paolo Sorrentino nem finge ignorar os cenários contra os quais desfilam seus personagens. Usa Roma, conscientemente, como personagem também. Convoca o cenário como cúmplice nas suas histórias cruzadas. 

E usar a beleza de Roma assim, descaradamente, é covardia. A sequência final de “A grande beleza” é a câmera passeando sob as pontes do Tevere enquanto aparecem os créditos, e no dia em que vimos o filme muita gente que normalmente já teria saído do cinema ficou no lugar para se deliciar um pouco mais com o cenário.

O personagem principal do filme, Jep Gambardella (vivido por Toni Servillo, com sua cara de nobre romano num afresco mal pintado), é o Marcello Mastroianni depois de “A doce vida”, em estado de cinismo terminal. É um escritor de um livro só, e diz para quem lhe cobra outro livro que está esperando uma “grande beleza” para inspirá-lo. Enquanto isso, vai curtindo, além dos prazeres da decadência, as pequenas belezas de um cotidiano romano. Mas a beleza maior é a própria Roma, que se não inspira o personagem certamente inspirou o diretor.

O maior defeito do filme é a sua duração. Pode-se imaginar Sorrentino agoniado com a perspectiva de ter que cortar algo que filmou e no fim decidindo incluir tudo, dane-se a metragem. Você sabe que um filme passou da hora de acabar quando começa a pensar “poderia terminar aí...” — e o filme não termina.

Há muitas cenas finais em “A grande beleza” antes do fim pra valer. E fica uma frustração: Jep lembra do seu primeiro amor e passa todo o filme fazendo mistério sobre o que ela lhe disse, certa vez, depois de um beijo à beira do mar. Vai ser a frase definitiva do filme, pensa você. E a frase não vem. Mas tudo bem. Ainda tem o passeio da câmera pelo Tevere.

A banca agora faz piada com a roubalheira que patrocinam

Os investidores perderam quase US$ 285 bilhões no Brasil nos últimos três anos, segundo as contas do jornal "Financial Times" com base em dados do Banco Central, apresentadas em texto publicado nesta quinta-feira (23).
A soma teria sido varrida dos ativos do país no período, à medida que o Brasil tentava recuperar o nível de crescimento dos anos seguintes ao início da crise mundial, de 2008 e 2009. Segundo a revista, perdas de investimentos ocorreram em todos os emergentes, mas no Brasil a destruição de valores ocorreu numa "escala sem precedentes"."O Brasil era o queridinho dos investidores há apenas quatro anos, mas para muitos agora se tornou pária", diz o FT.
Para chegar ao valor, o jornal considerou dados do Banco Central que mostram que a soma do fluxo de investimento estrangeiro direto para o Brasil e os investimentos estrangeiros em ativos brasileiros em carteira valiam mais de US$ 260 bilhões entre janeiro de 2011 e novembro de 2013. No mesmo período, apesar do fluxo, o valor dos ativos de estrangeiros caiu de US$ 1,351 trilhão para US$ 1,327 trilhão, uma perda de US$ 24 bilhões. A soma leva à contabilização de mais de US$ 284 bilhões em perdas em menos de três anos.
O texto diz que as perdas não querem dizer que os investidores individuais não fizeram dinheiro. Ao longo de 2009, de acordo com o BC, citado pelo FT, o valor das ações de estrangeiros subiu de US$ 150 bilhões para US$ 376 bilhões. A alta de quase US$ 227 bilhões em um ano que os fluxos foram de apenas US$ 37 bilhões leva a criação de valor de US$ 190 bilhões em ações durante o ano.
As perdas, no entanto, podem ter sido maiores que os números sugerem, diz a publicação. Durante o período, estrangeiros investiram US$ 23,5 bilhões e viram o valor do investimento cair quase US$ 130 bilhões, levando à destruição de mais de US$ 150 bilhões.
Pela primeira vez desde que o banco central começou a compilar os dados anuais, em 2001, o valor de ações detidas por investidores estrangeiros caíram por três anos seguidos, diz o jornal.
A perspectiva de analistas ouvidos pela publicação é que as perdas continuem, a não ser que haja alguma mudança no crescimento global ou na política econômica do governo.
Os críticos apontam que os problemas começaram nos anos finais do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que terminou em 2010, e continuaram no da presidente Dilma Rousseff. "Sob ambos, dizem os críticos, a expansão do papel do governo na economia prejudicou a competitividade e frustrou o crescimento da produtividade", diz o FT.

Papo dobre trilhos

Puta e merda
A conversa com aquele desconhecido já estava um porre, mas eu me sentia na obrigação de continuar puxando assuntos, já que estávamos roçando nossos corpos havia algumas horas, esmagados no mesmo banco do trem.
Roçar um no outro durante muito tempo é, culturalmente falando, algo que me remete à intimidade e, consequentemente, me via no dever de conhecer melhor aquela pessoa — não sou de sair me roçando por aí sem saber direito em quem.
Acontece que eu já não tinha mais para onde levar a conversa. O cara não colaborava, ele não era nem um pouco bom de papo. Como ainda tínhamos um longo caminho pela frente até a estação final, comecei a apelar — inconscientemente, é claro. Não costumo sair apelando por aí sem saber direito com quem.
— E aí, você gosta de músicas, gatinhos, almofadas, bebidas, plantas, números, letras, palavras, algo assim?
— Hum?
— É. Algo assim.
— Não sou muito bom com as palavras.
— Entendi. Quais são suas palavras preferidas?
— Hum?
— As minhas são “puta” e “merda”, mas só as duas juntas, assim: “puta merda”.
— Ah, sim.
— É a melhor dupla de palavras da língua portuguesa, porque uma ameniza o sentido da outra. Você consegue perceber?
O desconhecido bufou.
Eu continuei.
— Experimente chegar para uma mulher e falar só “puta” para ver a reação. Ela com certeza vai ficar ofendida, xingar sua mãe, todas essas coisas.
— É verdade.
— E se você mostrar o seu trabalho a alguém e a pessoa falar só “merda”, você vai ficar ofendido também, não é mesmo?
— Com certeza.
Ele soltou um sorrisinho e eu me empolguei para continuar.
E continuei.
— Mas, se você chegar para a mesma mulher e falar “puta merda”, ela começará a se sentir a gostosa do pedaço. E se mostrar o seu trabalho para alguém e ouvir um “puta merda”, terá a certeza de que é o profissional do ano (não que você realmente seja, ou não seja, você entendeu). “Puta merda”, juntas, ganham mais ou menos o sentido de “sensacional”.
— Nunca tinha parado para pensar nisso, mas até que você tem razão.
Ele havia falado mais de duas palavras seguidas. Eu sabia que tinha ganhado o cara ali e que seríamos amigos até o final. Da linha, mas, ainda assim, um final.
Continuei.
— Mas há também o lado obscuro dessa dupla de palavras.  É uma das piores expressões de descontentamento que existem. Se alguém fala “puta merda” dando uma leve balançada na cabeça, você já sente no fundo do coração: essa pessoa ficou muito chateada ou inconformada com o que você fez, nunca mais vai perdoá-lo.
— Nunca mais?
Ele franziu a testa.
— Nunca mais. Foi o que a Melissa, minha irmã, fez na última vez em que nos falamos. E foi assim.
— Melissa. Gosto desse nome.
— Não goste, pelo menos perto de mim.
Ele sorriu novamente. Continuou.
— Melissa foi uma garota de quem eu gostei muito na adolescência. Queríamos nos casar.
— E o que aconteceu com ela?
— Virou puta.
— Merda.
Helena Perdiz


Redatora publicitária, cronista amadora, campeã brasileira de videogame na categoria "Prêmios que Ela Mesma Inventa" e primeira colocada no ranking mundial de "Odeia se Descrever".

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