O prazer de criticar fez a oposição midiática perder o senso do ridículo
Eleição presidencial 2014
José Serra é o "volume morto" tucano para salvar Aécio em São Paulo
Por que Aécio Neves, do “alto” dos 20% com que a imprensa o guindou à condição de “favorito” nas eleições, estaria aceitando e articulando a entrada de José Serra em sua chapa, como vice?
Espírito partidário? Desejo de mostrar que o “pó pará, Governador” ficou para trás? A revogação da irônica máxima do mineiro Otto Lara Resende sobre a solidariedade dos mineiros?
Nada disso, é obvio.
É que o comando tucano sabe que seu favoritismo em São Paulo está seguindo o caminho dos reservatórios do Cantareira: esvaziando-se rapidamente.
Na última pesquisa divulgada, em dezembro (e realizada no fim de novembro, antes que houvesse quase qualquer menção à seca, portanto), Alckmin tinha 43% contra 31% da soma dos adversários.
Na capital, área mais dramaticamente atingida pelo problema, o índice do governador era de 36%.
Como de lá para cá ninguém se interessou em fazer – para divulgar – pesquisas de intenção de voto no mais importante estado do Brasil, não dá para saber senão que há algo acontecendo nas terras bandeirantes.
Embora todos eles tenham pesquisas e mais pesquisas nas mãos, atualizadas quase todas as semanas.
Na última vez que seu nome foi incluídos nas pesquisas presidenciais, Serra, como era de se esperar, foi melhor do que Aécio nas entrevistas realizadas em São Paulo, especialmente nos municípios do interior.
Este é o fator que está empurrando – e Fernando Henrique, o grande comandante das tropas tucanas, é quem mais tem feito força para isso – Aécio a cortejar José Serra.
O que Serra vai acrescentar de rejeição ao mineiro está sendo considerado, pelo comando partidário, pouco em relação ao que julgam ser sua capacidade de barrar uma catástrofe que seria a perda do ninho paulista.
E continuar sonhando com um segundo turno nacional.
Afinal, foi o próprio Aécio Neves quem disse que vencer em São Paulo era vital para ter chances.
Fernando Brito - Tijolaço
O verme revoga trabalho externo para Delúbio Soares
Oposição come fatia de pizza atirada por manifestante
"Foi uma reação como nunca antes nesse país contra a intolerância à classe política", disse FHC, enquanto postava uma foto segurando um calzone. "Um tapa na cara do preconceito", tuitou José Serra. Solícito, Álvaro Dias pegou carona na moto de um entregador e distribuiu fatias de camarão com catupiry pela tucademopiganalhada. Temendo ficar parado no tempo, Geraldo Alckmin lançou o programa Mais Pizzas e autorizou o rodízio a 1 real na hora do rush no metrô.
Enquanto negociava temperos para PPS, PSDB, DEM e PSB, Gilberto Kassab falou sobre suas preferências: "Gosto de portuguesa, napolitana, pepperoni, muzzarella, rúcula com tomate seco e frango com catupiry, massa grossa e borda recheada".
No Palácio da Liberdade, Alberto Pinto Coelho mandou comprar, em regime de urgência, uma pizzaria inteira a R$ 5,7 milhões no Polo Gastronômico de Ouro Preto. Aécio Neves foi visto sóbrio nas cercanias da Pizzaria Guanabara.
Assim que soube do ocorrido, Luciano Huck adquiriu 45% da Domino´s e aderiu à causa. Em seguida, lançou a campanha "#somostodospolíticos".
Original Aqui
A eleição será disputadíssima...em 2018
Se Lula não for candidato
Ninguém é bobo nesse jogo político. Todos conhecem bem suas chances reais. Sonhos existem, claro. Mas em política sonho e pé no chão devem caminhar sempre juntos, um puxando o outro. E os três principais personagens secundários dessa história estão com um sonho aqui e um pé em 2018. Ou vice-versa. Aécio vive a situação mais complicada. Se em 7 de outubro ele não ficar em segundo lugar, deverá dar adeus pra sempre a qualquer sonho de presidência. Ele e o PSDB. Mesmo em segundo lugar, a situação se complica pra ele. Eduardo Campos e Marina dificilmente poderiam apoiá-lo, porque, caso ele vencesse, chegaria a 2018 como candidato a reeleição (mais forte, portanto). Caso acontecesse o contrário (Eduardo Campos em segundo), Aécio apoiaria, mas fazendo corpo mole. No campo específico de Eduardo Campos e Marina, existe mais um porém: os dois são candidatos a presidente em 2018. No momento, um está servindo de “cavalo” pro outro, mas sabem que esse transe tem data marcada para terminar.
No lado do PT, também não está nada fácil apresentar um candidato forte em 2018 . As principais lideranças, históricas, foram excomungadas pelo STF e as novas lideranças ainda não se firmaram.
Haddad, nome mais forte por ganhar a prefeitura paulistana, andou derrapando no início do mandato e está procurando recuperar o tempo perdido. Padilha, que precisa vencer o governo de São Paulo, levou um safanão na história do doleiro da Petrobras e ainda tenta provar que entrou de Pilatos nesse cruz-credo. A favor do PT está a possibilidade de um excelente segundo mandato de Dilma e a certeza de que Lula continuará sendo o grande eleitor desse país. Só assim a estrela poderá subir nesse estranho pódio onde parece começar por baixo.
por Hayle Gadelha
O verme só pensa naquilo
O país vê linchamentos em série; uma mãe inocente é trucidada por cidadãos enfurecidos; namoradas tramam homicídios por ciúmes; presídios repetem cenas de horror; famílias choram a perda de parentes vítimas da criminalidade. Os sintomas de ebulição social também surgem nas invasões de terra, ataques a ônibus, no contingente de miseráveis implorando esmolas nas esquinas etc. O único lado talvez menos pior é o de que agora mais gente sabe o que é o Brasil real. E conhecer o problema é um primeiro passo para tentar resolvê-lo.
É aí que a roda pega. Alguns, é verdade, já apontaram a solução: cada um que se vire, depois se dá um jeito de tornar a selvageria "compreensível". Ou seja, quando desconfiar de algo esquisito, vá pra casa, pegue uma marreta, trava de bicicleta, faca de cozinha e resolva os problemas no braço. Se tiver um dinheirinho a mais, abra um banco, instituição financeira ou conglomerado de qualquer coisa, vá recolhendo incautos aos magotes e depois entregue o buraco da aventura ao Tesouro. Não se esqueça de algo importante: treinar uma cara de enganado para quando a bomba estourar.
Para situações como essas, em que a barbárie com ou sem colarinho branco se espalha aos quatro ventos, é que a democracia propõe mecanismos para ao menos reduzir danos. O Judiciário talvez seja o principal deles, pelo fato de teoricamente simbolizar equilíbrio e isenção. Mas o que fazer quando, em vez de dirigir suas atenções para o ambiente social que incomoda a maioria do povo, o chefe deste poder parece possuído por uma obsessão?
Para evitar injustiças, vasculhei declarações, posicionamentos, ou então simples murmúrios do presidente do STF, Joaquim Barbosa, sobre eventos listados acima. O ministro é também presidente do Conselho Nacional de Justiça. Fui atrás de suas palavras sobre linchamentos, a selvageria contra Fabiane Maria de Jesus, novas mortes em presídios, a banalização de justiceiros, a insolência de facções criminosas como o PCC, o drama dos sem-teto tratados a pancadaria, golpes recentes no sistema financeiro. E dá-lhe jornal, e dá-lhe Google, e dá-lhe televisão, e dá-lhe revista. O que se encontra? N-A-D-A. (ou praticamente nada, considerando que algo me tenha escapado.)
Já sobre aquele assunto, a coisa muda de figura. É uma enxurrada. Não cabe se estender acerca de peripécias passadas, quando Barbosa mandou jornalistas chafurdar, tentou afastar funcionários por vingança e defendeu que não se examinassem novas provas relativas ao mensalão para "não atrasar o processo". Tampouco rememorar a confissão de que aumentou penas artificialmente para prejudicar réus.
Falemos do presente. Primeiro mandou de volta para a cadeia o ex-presidente do PT José Genoino. Como sempre, recorreu a uma junta médica. Agora, retomou a prática de interpretar leis. Decidiu que o ex-ministro José Dirceu, embora condenado ao regime semiaberto, tem que ver o sol quadrado até cumprir um sexto da pena. Estarrecidos, juristas declararam que, a vingar o despacho de Barbosa (baseado em "indícios", "vislumbres" e outras pérolas do gênero), mais de cem mil condenados ocuparão o xadrez. Mesmo chefiando o CNJ, que deveria ter a situação dos presídios superlotados como uma de suas preocupações, Barbosa não está nem aí. Um Pedrinhas a mais, outro a menos, tanto faz.
Muito se especulou sobre planos de voo de Joaquim Barbosa. Vai ser candidato? Disputará a Presidência da República? Será advogado, coroinha, pregador? Pelo menos nós sejamos justos: ninguém sabe e ele não é obrigado a dizer. Mas, como se trata de preservar a democracia e de um personagem público de tanta importância, não é o caso de o pessoal da junta médica mudar de paciente?
do jornalista Ricardo Melo
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